Em 2015, o segmento norte-americano da Estação Espacial Internacional se completará com mais um módulo que será, desta vez, inflável.
A NASA encomenda a construção do engenho à empresa aeroespacial privada Bigelow Aerospace. O contrato cujo valor ascende a 17,8 milhões de dólares assinou Robert Bigelow, fundador da companhia que leva seu nome e proprietário de uma cadeia de hotéis econômicos Budget Suites of America.
Muito provavelmente, o módulo inflável BEAM (na sigla em inglêsBigelow Expandable Activity Module), com peso de menos de uma tonelada, será transportado até a EEI por uma espaçonave particularDragon. Em órbita, o módulo se expandirá tomando forma de cilindro com três metros de diâmetro e quatro metros de comprimento. Um compartimento adicional deste tipo é uma boa opção para alargar o espaço habitável da estação, acha o membro correspondente da Academia Russa de Cosmonáutica Yuri Karash.
“O módulo inflável servirá, em primeiro termo, de espaço habitável para os tripulantes da EEI. É muito compacto quando transportado, mas uma vez em órbita se expande e converte em estrutura espaçosa. Atualmente, habitáculos infláves desta índole são considerados não só para voos circunterrestres mas também para o projeto marciano. A sociedade Marte-1 que se propõe enviar uma missão – só de ida – a Marte, projeta fundar no Planeta Vermelho uma colônia humana construída precisamente desta maneira. Estruturas infláveis serão também indispensáveis na Lua. Hoje em dia se crê que precisamente os módulos infláveis propocionarão uma melhor proteção radiativa e antimeteoritos do que os convencionais.”
A ideia de usar módulos infláveis não é nova na engenharia espacial: ainda na década de 60 do século passado a nave espacial soviéticaVoskhod 2 foi equipada com uma câmara da eclusa inflável, através da qual Alexei Leonov efetuou o primeiro passeio espacial na história da Humanidade.
Na atualidade, em órbitas elevadas já estão voando estruturas infláveis Genesis I e Genesis II concebidas pela Bigelow Aerospace. Foram postas lá por vetores Dnieper lançados da base missilística russa na província de Oremburgo ainda em meados da primeira década do século XXI. Bigelow comprou a patente à NASA que estava desenvolvendo uma nave inflável, a Transit Habitat, destinada ao programa experimental de voos interplanetários. No entanto, o Congresso norte-americano – indo em contra dos desejos da Casa Branca – em 2000 obrigou a NASA a suspender o referido programa por causa do défice financeiro. Assim que Bigelow construiu seusGenesis segundo os desenhos praticamente acabados da Transit Habitat, e agora vai construir o módulo para a EEI. Isso explica também o custo bastante moderado do contrato.
Para a NASA, o contrato com Bigelow é ainda uma boa oportunidade para testar a eficácia de seu próprio desenvolvimento, comenta o presidente do Instituto de Política Espacial Ivan Moiseev.
“A NASA considera a EEI como polígono experimental. É desejável que qualquer ideia promissória – e as estruturas infláveis são uma ideia promissória para a exploração espacial – seja testada experimentalmente com o objetivo fundamental de aperfeiçoar as tecnologias.”
Bigelow fabricará o módulo para a EEI, tal como os Genesis, de um material super-resistente – a multifibra Vectran de cor dourada. No futuro o magnata planeja lançar ao espaço uma estação cujo núcleo constituirá um módulo inflável três vezes maior do que o atual. Se trata, de fato, de um hotel em regime tudo incluído para turistas espaciais. Será lançado, segundo se calcula, pelo foguete pesadoAtlas no decorrer de dois ou três anos. O aluguel de um lugar em órbita por trinta dias custará a partir de 29 milhões de dólares. A título de comparação: o mais recente dos turistas espaciais, o canadense Guy Laliberte, em 2009 pagou por um voo semanal na EEI 40 milhões de dólares.
Apesar dos voos bem sucedidos dos Genesis, céticos assinalam uma deficiência dos módulos infláveis em órbita mais baixa onde opera a EEI. Ali já existem resíduos de atmosfera, embora bastante rarefeita. Por causa de sua grande superfície o módulo inflável irá enfrear a EEI. O que implicará a necessidade de elevar mais frequentemente a órbita da estação usando cargueiros espaciais. Provavelmente, isso explica porquê o módulo ficaria acoplado à estação só durante dois anos
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