sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Índia testa novo míssil balístico


Na Índia foi testado um novo tipo de mísseis balísticos. O lançamento do Agni-4, capaz de portar cargas nucleares e aniquilar alvos à distância de 4 mil quilômetros, decorreu sem incidentes.

À primeira vista, o fato poderia ter sido qualificado como mais uma espiral da corrida armamentista com o Paquistão. Estacadas de mísseis balísticos e de cruzeiro encontram-se instaladas ao longo da fronteira entre os dois países. Todavia, peritos opinam que o Paquistão deixou de ser o principal adversário indiano. Segundo frisou o politólogo Stanislav Tarassov, na etapa presente, a Índia está examinando outras ameaças.
"O problema deve ser analisado sob um prisma mais amplo, dentro do triângulo Índia-Paquistão-China. É amplamente sabido que a Índia e o Paquistão são países possuidores de armas nucleares. Sabe-se que entre eles surgem disputas e até conflitos armados. No entanto, seria incorreto encarar os testes recentes de mísseis indianos apenas na sua vertente paquistanesa. É que a China se transformou, de fato, em segunda grande potência mundial, expandindo cada vez mais a sua influência geopolítica. Em termos concretos, fez afastar as posições do Ocidente no Paquistão".
Sendo um jogador mundial de peso, a China possui um forte potencial militar que não deixa de inquietar os seus vizinhos, inclusive a Rússia. Em opinião do diretor do Instituto de Pesquisas Político-Militares, Alexander Khramtchikhin, a alteração de preferências e objetivos militares da Índia corresponde aos interesses da Rússia.
"Saudamos a criação de novos mísseis indianos, porque não pensamos que eles se tornem um adversário nosso. Índia continua sendo o nosso aliado nem tanto contra o Paquistão, mas sim contra a China, em maior grau. Portanto, creio que o principal objetivo dos testes seja a China e não o Paquistão".
Além disso, a Índia continua a ser um potencial aliado e o maior consumidor de tecnologias militares russas, constata o investigador sênior do Centro de Segurança Internacional junto da Academia Nacional de Ciências, Piotr Topychkanov.
"Acho que os novos mísseis testados pela Índia não representem ameaça para a Rússia. Os dois países não têm contradições na área de política externa. Quanto aos mísseis nucleares, ai, as nossas tecnologias não se usam oficialmente, embora em outras modalidades militares a Rússia tenha desempenhado um papel importante".
Em resumo, estamos perante uma situação interessante. Há duas semanas, os ministros da Defesa da Índia e da China regozijaram-se pela aproximação na esfera militar e de segurança. Mas, passado pouco tempo, a Índia lançou um míssil capaz de destruir qualquer alvo no território chinês. Não se exclui a hipótese de que, deste jeito, Deli resolveu também testar a confiança de Pequim que, pelos vistos, não tardará a reagir
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