A Nasa anunciou nesta quinta-feira que está finalizando os últimos ajustes do lançamento das duas sondas espaciais, previsto para ocorrer amanhã, que entrarão em órbita para estudar a influência do Sol e de seus anéis de radiação sobre a Terra.
O Centro Espacial Kennedy (EUA) indicou que as condições meteorológicas no litoral atlântico da Flórida, com nuvens dispersas, temperaturas ao redor de 25 graus e ventos suaves, são favoráveis, com 70% de chances de lançamento. Apesar da aparente aproximação da tempestade tropical Isaac, a Nasa mantém sua previsão.
O foguete propulsor Atlas V já se encontra na rampa 41 da Estação Cabo Canaveral da Força Aérea, mas o lançamento está programado para ocorrer somente amanhã, às 05h07 (de Brasília).
A missão, intitulada de RBSP, a sigla em inglês das sondas para os anéis de radiação conhecidos como Cinturões de Van Allen, percorrerá as zonas da magnetosfera terrestre onde se concentram as partículas carregadas.
O Cinturão de Allen interior se estende de mil quilômetros da superfície terrestre até aos 5 mil quilômetros, enquanto o exterior circula entre os 15 mil e os 20 mil quilômetros da superfície terrestre.
As sondas Radiation Belt Storm Probes foram desenhadas para analisar a forma como o Sol, e em particular as tempestades solares, afetam o entorno terrestre em várias escalas de espaço e tempo.
A missão é parte do programa "A vida com uma estrela", cujo objetivo é o estudo dos processos fundamentais que podem ter originado o Sol e que incidem no conjunto do sistema solar.
Segundo a Nasa, os dois satélites, com rotação estabilizada, se diferenciam por conseguir operar sob difíceis condições.
Outros satélites que orbitam a região estão programados para apagar seus sistemas ou se proteger diante de intensas tempestades espaciais, mas os da missão RBSP continuarão colhendo informações na tempestade e, por isso, possuem condições de suportar o bombardeio de partículas e de radiação nos cinturões de Van Allen.
Os instrumentos das sondas proporcionarão as medições que os cientistas necessitam para caracterizar e quantificar os processos de plasma que produzem íons de alta energia e elétrons relativísticos.
Especificamente, esses instrumentos medirão as propriedades das partículas carregadas que circulam nos anéis de radiação, as ondas de plasma que interagem com elas, os campos elétricos de grande escala que as transportam, e o campo magnético que guia às partículas.
As duas sondas RBSP terão órbitas excêntricas quase idênticas, que cobrem toda a região dos cinturões de radiação, e os satélites se cruzarão várias vezes durante o curso de sua missão.
As sondas octogonais pesam mais de 635 quilogramas cada uma e medem 1,85 metros de cumprimento e uns 90 centímetros de altura. Os sensores de campo elétrico e magnético se estendem sobre varas que se afastam da sonda, a qual pode gerar seus próprios campos elétricos e magnéticos e distorcer as medições. EFE
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