A televisão estatal síria exibiu nesta terça-feira imagens do presidente Bashar Al-Assad durante um encontro com o chefe da segurança do Irã, Saeed Jalili, na tentativa de passar uma imagem de normalidade um dia após a deserção do premiê Riad Hijab. Foi a primeira aparição de Assad na TV estatal em mais de duas semanas.
Durante a reunião em Damasco, Jalili afirmou que a Síria é parte vital de uma aliança regional vital. "O Irã não deixará que esse eixo de resistência, do qual acreditamos que a Siria é parte essencial, se quebre", afirmou, numa referência, acredita-se, à parceria entre os dois países e os grupos Hezbollah, no Líbano, e Hamas, em Gaza.
Assad falou a Jalili sobre "a determinação do povo e do governo da Síria para limpar o país de terroristas", dizendo que regime "continuará no caminho do diálogo" e "lutando contra conspirações estrangeiras."O Irã, principal aliado regional da Síria, ganhou nova relevância no conflito após 48 iranianos terem sido sequestrados na capital síria no sábado. Os rebeldes responsáveis pelo sequestro disseram que o grupo integra a Guarda Revolucionária, Exército de elite do Irã, mas o governo do presidente Mahmoud Ahmadinejad disse se tratar de peregrinos.
Jalili afirmou que “o sequestro de inocentes é inaceitável em qualquer lugar”. Em Teerã, o vice-ministro iraniano das Relações Exteriores, Hossein Amir Abdollahian, afirmou que considera os Estados Unidos responsáveis pela “segurança dos reféns” pelo fato de ter “apoiado grupo terroristas e enviado armas para a Síria”. Há relatos de que três dos iranianos foram mortos.
Em mais uma tentativa de transmitir a imagem de normalidade, o novo primeiro-ministro da Síria, Omar Ghalawanji, apontado em caráter provisório para o cargo na segunda-feira, liderou uma reunião de gabinete na segunda-feira e ressaltou que todos os ministros estavam presentes.No entanto, ativistas da oposição afirmam que, além do premiê, dois ministros desertaram e um terceiro foi preso ao tentar deixar o país.
A TV estatal mostrou estes dois ministros que teriam desertado na reunião com Ghalawanji e buscou minimizar a importância da deserção de Hijab.
O ministro do Interior, Omran al-Zoubi, disse que a Síria é um Estado de instituições fortes e que a saída de alguns indivíduos não afetarão o governo.
Hijab assumiu o cargo há menos de dois meses e sua deserção é a mais importante enfrentada por Assad desde que a revolta popular contra seu regime começou, em março de 2011.
"Anuncio hoje minha deserção do regime assassino e terrorista e anuncio que me uni ao grupo que faz a revolução da liberdade e da dignidade", afirmou Hijab, em comunicado lido por seu porta-voz.
Mas os boatos sobre deserções continuam, com a Turquia afirmando que um general estava entre os mais de 1,3 mil refugiados que cruzaram a fronteira na madrugada. No total, 47,5 mil sírios foram para a Turquia.
Com BBC SEGURANÇA NACIONAL BLOG
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