A Rússia está desenvolvendo projetos de satélites pequenos, incluindo nanosatélites (até 10 kg). Estes aparelhos, além de serem eficazes a cumprir muitas funções, tornam o seu lançamento muito mais económico devido à utilização de foguetes portadores mais leves.
Nas órbitas geoestacionárias fazem falta retransmissores potentes e as correspondentes fontes de alimentação potentes e pesadas, por isso os aparelhos com pesos de muitas toneladas não podem ser dispensados. Contudo, numa série de casos, o peso pode ser consideravelmente reduzido à custa da miniaturização dos sistemas de serviço. A Rússia já tinha lançado o seu primeiro nanosatélite em 2005, afirmou Yuri Urlichich, diretor geral da empresa Sistemas Cósmicos Russos.
“Foi lançado pelo cosmonauta Salizhan Sharipov a partir da EEI. Para fabricar esse satélite tivemos de elaborar uma dúzia de novas tecnologias, sistemas de transmissão de dados e indicadores, incluindo a criação de um sistema de comando de um só cristal”.
“Os pequenos aparelhos terão múltiplas utilizações”, – continua Yuri Urlichich.
“Vamos fabricar um satélite desse tipo para o sistema automático de identificação no mar (AIS), o que contribuirá para facilitar a navegação e aumentar a segurança nos mares e oceanos e nos grandes rios. Os aparelhos extrapequenos podem ser incluídos como elementos de baixa altitude no sistema global de salvamento Cospas-Sarsat. Também serão utilizados na meteorologia, nomeadamente, na previsão de terremotos”.
Alguns indicadores desses cataclismos já são conhecidos há muito tempo: é o aumento da atividade sísmica e a concentração de radão, a alteração do nível das águas freáticas e a alteração de comportamento dos animais. Segundo Yuri Urlichich, os cientistas russos descobriram mais um fator.
“Ao trabalharmos no GLONASS, verificámos que, na ionosfera, antes dum terremoto a concentração de elétrons livres altera-se. Sete horas antes da catástrofe no Japão, em março do ano passado, nós vimos um pico por cima do futuro epicentro. Para evitar colocar uma grande quantidade de estações sismográficas, nós propomos colocar no espaço pequenos aparelhos, intercomunicáveis, medindo o atraso do sinal na ionosfera”.
Os pequenos aparelhos podem também fotografar a Terra, retransmitir comunicações de radioamadores e fazer investigação universitária. Em órbitas baixas eles comportam-se como pedaços de detritos cósmicos – reduzem a altitude relativamente depressa, entram nas camadas densas da atmosfera e ardem completamente, o que pode ser até uma vantagem: ao terminar as suas tarefas, esses satélites não vão poluir o espaço orbital próximo, onde já de si flutuam milhares de pedaços de estágios de foguetes, satélites inativos e seus fragmentos.
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