A cimeira da OTAN em Chicago, que se inicia em finais da semana em curso e à qual os EUA atribuem elevada importância, irá ficar marcada, pelo país anfitrião, por mais um passo rumo à realização da DAM européia. Segundo as informações oficiais da Agência da Defesa Anti-Míssil dos EUA, o míssil-interceptor Standard Missile 3-Block IB aniquilou um alvo na zona do Havaí.
Espera-se que os mísseis deste tipo sejam estacionados até 2015 na Romênia e na Polónia, devendo vir a constituir um elemento básico da DAM da OTAN na Europa.
Agora a questão que se coloca é a seguinte: por que é que foi necessário testar oummíssil moderno exatamente em vésperas da cimeira da OTAN da qual Moscou não deixa de esperar sinais positivos na solução do problema da DAM? Os peritos dizem não ver aí uma demarche evidente contra Moscou. O diretor do Instituto de Avaliações Estratégicas, Serguei Oznobichev, questionado pela VR sobre algumas novas nuances engendradas pelo teste do míssil interceptor, disse o seguinte.
"Claro que há algumas nuances novas, pelo que o teste será utilizado por aqueles que criam tensão à volta da DAM. Esta tensão é criada por ambas as partes. Trata-se, antes de mais, de ações desajeitadas empreendidas por políticos dos EUA e da OTAN que pouco ligam à posição da Rússia que, aliás, encara a Aliança como um parceiro. Se nós somos parceiros, devemos levantar as preocupações. Caso contrário, as conversações entrarão num empasse, podendo ser criada uma nova espiral dew nervosismo e de ideologização das nossas relações. O teste do míssil será qualificado pela parte russa como um sinal de menosprezo e de necessidade de reagir com medidas adequadas."
Em síntese, falando em termos concretos, o alvo militar foi neutralizado enquanto que o objetivo político se tornou inadequado à situação atual. É verdade que a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, ressaltou em 10 de maio em uma nota governamental oficial que a Aliança na cimeira de Lisboa de 2010, lançara a proposta para que a Rússia aderisse à formação do sistema DAM no continente europeu. Através desta cooperação, frisou, pretendemos abrir um novo capítulo nas relações com Moscou. Acrescentou que a iniciativa da Aliança Atlântica não deixa de ser atual.
A Rússia deu a entender reiteradas vezes quais as condições de cooperação que poderá aceitar. Serguei Oznobichev qualifica as palavras de Merkel (para ele uma das figuras políticas moderadas e sensatas do Ocidente) como um sinal de mudanças positivas nos enfoques de parceiros europeus. Ainda há tempo para chegar a um acordo consensual, admite o perito. A propósito, no decurso da conferência internacional dedicada a esta temática que teve lugar em Moscou na semana passada, o secretário do Conselho Nacional de Segurança, Serguei Patruchev, sugeriu iniciar a elaboração de um conceito de DAM que possa consolidar a segurança comum. É pena se este apelo lançado por Moscou não seja ouvido em Chicago.VOZ DA RUSSIA SEGURANÇA NACIONAL BLOG
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