O presidente do Sudão do Sul afirmou nesta terça-feira que o Sudão declarou guerra contra o seu país, informa a agência AP. Salva Kiir afirmou que os recentes ataques sudaneses a uma região rica em petróleo no norte do país "representam uma declaração de guerra".
"Minha visita acontece em um momento crítico para a República do Sudão do Sul, pois nosso vizinho de Cartum declarou guerra ao nosso país", disse Salva Kiir, durante conversas com o presidente chinês Hu Jintao, em Pequim. Dessa forma, Kiir endossa a manifestação dos militares de seu país que já haviam afirmado na segunda-feira que os bombardeios sudaneses eram uma declaração de guerra.
A visita à China de Kiir pode ter um efeito positivo pelos investimentos de Pequim na região, que obrigam as autoridades do gigante asiático a tentar acalmar os ânimos entre Sudão e Sudão do Sul. O líder sul-sudanês chegou ao país na segunda-feira para uma estadia de cinco dias. Hu Jintao pediu calma às duas partes depois. A China tem investimentos no setor petrolífero das duas nações.
Na madrugada desta terça-feira, a aviação sudanesa bombardeou várias regiões petroleiras na fronteira com o Sudão do Sul, afirmou Taban Deng, governador do estado sul-sudanês de Unidade. O serviço de inteligência militar do Sudão do Sul afirmou que o Exército de Cartum prepara uma ofensiva contra Bentiu, capital de Unidade, situado a 60 km da fronteira. O porta-voz do exército sudanês, Al-Sawarmi Khalid, negou que a Força Aérea tenha bombardeado qualquer lugar dentro do Sudão do Sul.
O presidente do Sudão, Omar al-Bashir, prometeu seguir sua campanha militar até que o país vizinho remova todas as suas tropas da zona em conflito. A recente onda de violência entre os dois países se intensificou em 10 de abril, quando as tropas sul-sudanesas ocuparam a região. Militares sudaneses afirmaram na segunda-feira que ao menos 1,2 mil soldados do sul morreram nos confrontos.
O Sudão do Sul se tornou um país independente do Sudão em julho de 2011. Desde então, os dois países não conseguiram resolver as disputas sobre a divisão das receitas de petróleo e sobre a demarcação da fronteira. As negociações foram interrompidas neste mês.
Com informações das agências internacionais AP e AFP..SEGURANÇA NACIONAL
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