sexta-feira, 27 de abril de 2012

Crise nos EUA motiva luta da Boeing para vender caça ao Brasil


A redução do Orçamento dos EUA para defesa levou a sua principal empresa parceira, a Boeing, a lutar por uma maior participação no mercado mundial de venda de armamento. O CEO da Boeing Defense Space & Security, Dennis Muilenburg, afirmou que o objetivo da companhia é ampliar em 35% seus negócios em armamento no mundo.“Um dos nossos ponto-chave é expandir nossa participação internacional. Cinco anos atrás nossos negócios de defesa fora dos EUA eram apenas 7%. Ano passado, foram 24%. Esperamos chegar a 30% até o próximo ano. E nossa meta seguinte é chegar a 35% nos próximos anos. É uma das razões para o investimento no Brasil e ao redor do mundo", disse MuilenburgEm janeiro deste ano, o presidente dos EUA, Barack Obama, anunciou a redução de US$ 487 bilhões do Orçamento para área de defesa no prazo de 10 anos. Segundo Muilenburg, a mudança da política dos EUA – principal causador e uma das vítimas da crise econômica mundial iniciada em 2008 – "acelerou" a busca da Boeing por outros mercados.
"Parte dos cortes no Orçamento dos EUA, talvez, acelerou a globalização dos nossos negócios. A economia global está mudando. Vemos três principais áreas de crescimento fora dos EUA. Na América do Sul, o Brasil, principalmente. No Oriente Médio, a Arábia Saudita. E também a Austrália, Japão, Coréia do Sul, Singapura e Índia. Todos esses mostram crescimento no orçamento de defesa", afirmou.
Venda de caças para o Brasil
O CEO (diretor executivo, em tradução livre) recebeu um grupo de seis jornalistas brasileiros - incluído a reportagem do iG - na sede da Boeing Defense, em Saint Louis, para uma conversa nesta semana. Muellenberg confirmou que a venda de caças de 36 caças F/A-18E Super Hornet para o Brasil vai ajudar a cumprir a meta de crescimento de vendas mundial.
Chamado projeto F-X2, da Força Aérea Brasileira, a licitação gira em torno de US$ 5 bilhões conta com mais dois participantes, além do Super Hornet oferecido pela Boeing: o sueco Grippen, produzido pela sueca SAAB, e o Rafale, da francesa Dassault. Até o fim de junho, espera-se que o vencedor seja anunciado pelo governo brasileiro.
“A campanha do F-X2 é muito importante para nós. Esperamos ter um bom resultado”, disse. “Esperamos ser um parceiro por muito tempo”, afirmou Muilenburg. A Boeing tem se esforço para atender o pacote de transferência de tecnologia solicitado pelo governo brasileiro. A empresa tem ressaltado o relacionamento com outras empresas e instituições de ensino no Brasil.
Do ponto de vista político, a Boeing tem contado com o apoio do governo norte-americano para convencer o  Brasil a companhrar os Super Hornet. Nesta terça-feira, o secretário de Defesa dos EUA, Leon Panetta, reuniu-se com o ministro Celso Amorim (Defesa) para definir uma série de acordos entre os dois países na área.
Além do Brasil, a Boeing está participando de uma concorrência na Coréia do Sul para a venda de caças. Ano passado, a empresa conseguiu vender 84 caças da F-15 para a Arábia Saudita. Fora dos EUA, o primeiro comprador dos Super Hornet foi a Austrália, que adquiriu 24 aeronoves. "Há algumas oportunidades no mundo, mas umas das mais importantes para a Boeing é a do Brasil", afrimou o CEO.
Gigante norte-americana fundada em 1916, a Boeing tem dividido seus negócios com 47% na área de defesa e outros 53% na produção de aviões comerciais. A empresa também tem diversificado seus negócios. Nos últimos anos, passou a investir em defesa cibernética, com o objetivo de identificar ataques de hackers e crackers contra sistemas de governos e empresas privadassegurança nacional

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