A chance de Israel atacar as instalações nucleares do Irã entre abril e setembro é de 60%, atingindo seu nível mais elevado na última década. A avaliação é da consultoria de risco político Exclusive Analysis. Segundo o estudo, os Estados Unidos não devem participar de uma possível operação.
“O progresso iraniano no enriquecimento de urânio em Fordow e a avaliação de que as sanções não irão alterar a política iraniana (para desenvolver armas nucleares) nos próximos doze meses, quando o Irã deve atingir a ‘zona de imunidade’, indicam que há uma crescente probabilidade de Israel atacar duas ou três instalações nucleares chaves, como Isfahan e Natanz”, afirma o relatório.
A zona de imunidade é o ponto em que uma ação militar será incapaz de provocar danos ao programa nuclear iraniano e há divergências entre os serviços de inteligência ocidentais sobre quando seria esta data.
De acordo com a Exclusive Analysis, “os israelenses perderam a esperança de que os EUA participem de uma operação” contra as instalações iranianas. Mas Israel “calcula que o presidente Barack Obama os ajudará diante de uma retaliação iraniana”, especialmente ao redor de setembro, quando o líder americano “estará vulnerável ao lobby judaico e às críticas dos republicanos com a proximidade das eleições”, marcadas para novembro.
“Além disso, caso os israelenses realizem a ação militar, darão um aviso com pouca antecedência aos EUA, buscando evitar o risco de uma rejeição ou de vazamento para a imprensa americana”, diz o relatório.
Nos últimos meses, o premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, e o ministro da Defesa, Ehud Barak, têm dado indicações de que estariam prontos para levar adiante uma operação contra as instalações iranianas. Ao mesmo tempo, integrantes das forças de segurança do país ainda questionam a efetividade de uma ação militar e também a reação iraniana.
A consultoria de risco político afirma que os iranianos devem intensificar as ameaças de fechar o Golfo Pérsico. “Ao mesmo tempo, devem evitar confrontações com os americanos” durante exercícios na região.
As sanções, de acordo com a Exclusive Analysis, estão afetando o Irã, “que não tem conseguido pagar importações de alimentos para a Índia e a Ucrânia”. “Estas dificuldades econômicas”, porém, “não devem provocar uma mudança de postura do Irã em seu programa nuclear”, acrescenta a consultoria.
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