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A iniciativa do diplomata visa a construção de um escudo conjunto não só contra os mísseis como também contra os asteróides, tem o nome de “Defesa Estratégica da Terra” e já foi levada ao conhecimento do presidente russo. Dmítri Medvedev deixou no documento uma nota dizendo apenas “Engraçado” e pediu que seu assessor de política externa, Serguêi Prikhodko, e Dmítri Rogózin ajustassem a proposta e lhe dessem o acabamento necessário.
Em agosto deste ano, foi informado que o Centro Nacional de Foguetes da Rússia Makeev estaria desenvolvendo um sistema espacial de destruição de asteróides perigosos para a Terra com a ajuda de mísseis nucleares e que o projeto preliminar do sistema já estaria pronto.
A confrontação entre a Rússia e os EUA na questão da defesa antimíssil faz lembrar cada vez mais uma telenovela sem fim. Após a retirada dos EUA do Tratado ABM de 1972 e a decisão do presidente George W. Bush de acelerar os trabalhos para a instalação de elementos do escudo antimíssil norte-americano na Europa, nem a Rússia nem os Estados Unidos conseguiram desatar o nó de contradições existentes. Após 10 anos de existência do problema, a comunidade internacional tem de constatar que as negociações sobre a defesa antimíssil chegaram a um impasse.
A nova concepção de escudo antimíssil europeu foi aprovada pela cúpula da Otan de Lisboa no ano passado. Recorde-se que, anteriormente, os EUA, sob o governo de Bush filho, quis instalar escudos antimísseis na Polônia e um radar na República Tcheca. Moscou acolheu esses planos como ameaça direta a seus arsenais estratégicos e prometeu responder à altura. O atual presidente norte-americano, Barack Obama, repensou a estratégia de defesa antimíssil e se absteve dos planos norte-americanos em relação à Polônia e à República Tcheca, não abdicando, contudo, de instalar os elementos do escudo antimíssil americano na Europa.
Agora, segundo a Agência de Defesa Antimíssil do Pentágono, os EUA estão construindo seu sistema de defesa antimíssil em quatro etapas. Na primeira etapa, os EUA planejaram colocar, até o final de 2011, no Mediterrâneo navios armados com escudos antimísseis e um radar no sul da Europa. Na segunda etapa, que vai durar até 2015, o Pentágono quer transferir baterias móveis de mísseis interceptores SM-3 para a Romênia, segundo um acordo firmado entre Washington e Bucareste em 13 de setembro.
Na terceira etapa, prevista para se encerrar em 2018, os EUA planejam instalar baterias semelhantes na Polônia e até 2020 substituir os atuais mísseis interceptores por armas mais sofisticadas capazes de proteger todo o território dos países membros da Aliança do Atlântico Norte não só contra os mísseis balísticos de curto e médio alcance mas também contra os mísseis intercontinentais.
Não é necessário dizer que o referido programa recebe uma reação muito negativa da Rússia. No final de outubro, Moscou anunciou que começa a preparar uma resposta militar às ações dos EUA e que vai contrapor à defesa antimíssil européia os mísseis tático-operacionais mais recentes Iskander que serão instalados na cidade de Luga da Região de Leningrado.
Depois que o novo embaixador dos EUA na Rússia, Michael McFaul, se recusou a garantir legalmente que a defesa antimíssil européia não iria atentar contra a Rússia, Moscou anunciou a instalação da primeira brigada de mísseis Iskander capazes de transportar ogivas nucleares.
Os norte-americanos salientaram amiúde sua disponibilidade de conceder à Rússia as garantias, inclusive por escrito, de que a defesa antimíssil européia não iria atentar contra a Rússia, mas não há, até agora, nenhum documento jurídico que os obrigue a respeitar seus compromissos. Em contrapartida, os EUA convidaram a Rússia a participar de testes de mísseis interceptores destinados à Europa. O convite foi formulado, em meados de outubro, pelo diretor da Agência de Defesa Antimíssil, general Patrick O'Reilly. Em resposta, a Rússia convidou os EUA a participar da construção de uma defesa anti-asteróide. Cabe agora à Otan pronunciar-se.
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