Veja sem ser visto. Surpreenda o inimigo. Aprenda a suportar desconforto e fadiga sem reclamar. Pense e aja como caçador, não como caça. Combata com inteligência e seja o mais astuto. Em linhas gerais, esses são os atributos exigidos de um guerreiro de selva.
Ao contrário de um soldado convencional, ele aprende que a resistência é mais importante do que a agressividade. A lei da selva prega que o combatente deve ter paciência para emboscar, perseverança para sobreviver, astúcia para dissimular e fé para resistir e vencer .
O VALE acompanhou há duas semanas uma tropa de 89 militares em treinamento no Cigs (Centro de Instrução de Guerra na Selva), em plana Amazônia, considerado o melhor curso de combate na selva do mundo . Os militares chegaram de uma marcha acelerada de quatro dias pela floresta amazônica, dormindo e comendo o mínimo necessário, carregando armamento pesado, e ainda tiveram que cumprir oito missões na selva .
As operações são planejadas pela divisão de ensino do Cigs e exigem que o aluno pense, decida e lidere a tropa no ápice do desgaste físico e psicológico . Os exercícios garantem que os alunos aprendam os requisitos básicos para agir num dos ambientes operacionais mais inóspitos do mundo. Guerrear na selva é diferente de qualquer outro tipo de combate.
Larvas. O curso de guerra na selva tem duração de nove semanas, divididas em três fases: vida na selva, técnica e operações. É na primeira que surge o maior número de desistências. “O militar não está acostumado com o ambiente de selva e começa a sentir as experiências novas”, explica o general de brigada Carlos Cesar Araújo Lima, comandante da 12ª Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel) de Caçapava e ex-comandante do Cigs, que fez o curso em 1988.
Sobreviver na selva, segundo o tenente Hélio Viana Sobrinho, instrutor do Cigs, significa tirar tudo que a floresta pode dar ao combatente para que ele não morra de fome. “A selva é um shopping center e o nosso facão é o cartão de crédito”, conta o militar. Os alunos do curso de guerra na selva aprendem a identificar frutas, vegetais e raízes que podem servir de alimento, como o tapuru, larva de insetos encontrada dentro do babaçu e que tem gosto de coco. Escola .
Segundo o coronel Edmundo Palaia Neto, comandante do Cigs, a meta é tornar o centro uma Escola de Guerra na Selva na próxima década. Será necessário ampliar as instalações e o número de alunos. “A doutrina que desenvolvemos aqui é única no mundo e procurada por forças armadas estrangeiras”, disse . Programa tem adesão de estrangeiros A seleção rigorosa adotada pelo Cigs (Centro de Instrução de Guerra na Selva) para aceitar alunos aumentou o número de militares que chegam ao final do treinamento de nove semanas .
O aproveitamento saltou de 50% para 85% com a aplicação de testes físicos, psicológicos e intelectuais nos candidatos. Cerca de 40% deles não são aprovados para fazer o curso . Em 45 anos desde a primeira formatura, em 1966, o Cigs já formou 5.213 militares, sendo 630 deles de forças armadas estrangeiras.
Os militares de nações amigas fazem o curso completo, com exceção das atividades estratégicas para o Exército Brasileiro, quando a força trata de hipóteses de emprego.
Francês da Legião Estrangeira, o sargento Angel Luis Masecosa, 33 anos, aprende as técnicas de combate na selva na Amazônia para aplicar na Guiana Francesa, onde irá trabalhar depois do curso. “O Cigs é reconhecido em todo mundo, o brasileiro tem muita força. Vim para aprender e aplicar na Guiana”, disse Masecosa, apontando a rusticidade como a principal característica do guerreiro de selva.
O tenente uruguaio Diego Gonzalez, 28 anos, disse que aplicará o conhecimento adquirido no Cigs no Congo, em missões do Exército de seu país. “Muitos militares estão servindo no Congo e precisamos realizar patrulhas na selva”, afirmou.
Guerra na selva
O curso dura 9 semanas e é dividido em três etapas: vida na selva (2 semanas), técnica (2 semanas) e operações (5 semanas). No final, o aluno chega a 3.500 horas de selva
Alunos
O curso pode ser feito por três categorias de militar: oficiais superiores (major e tenente coronel), capitães e tenentes e a terceira para subtenentes e sargentos
Vagas
As turmas são fechadas com 50 pessoas no máximo. Por ano, o Cigs forma 200 alunos
Candidatos
Só podem fazer o curso os militares que estiverem servindo na Amazônia. Eles se inscrevem, passam por uma seleção rigorosa e, se aprovados, entram no curso
Vida na selva
É uma das etapas mais difíceis do curso, na qual o militar aprende a sobreviver no ambiente hostil da selva.
Técnica
Fase em que o aluno aprende a usar as ferramentas de combate na selva
Operações
Na etapa final do curso, o aluno é submetido a uma série de provas para aplicar, na prática, tudo o que aprendeu.
Ao contrário de um soldado convencional, ele aprende que a resistência é mais importante do que a agressividade. A lei da selva prega que o combatente deve ter paciência para emboscar, perseverança para sobreviver, astúcia para dissimular e fé para resistir e vencer .
O VALE acompanhou há duas semanas uma tropa de 89 militares em treinamento no Cigs (Centro de Instrução de Guerra na Selva), em plana Amazônia, considerado o melhor curso de combate na selva do mundo . Os militares chegaram de uma marcha acelerada de quatro dias pela floresta amazônica, dormindo e comendo o mínimo necessário, carregando armamento pesado, e ainda tiveram que cumprir oito missões na selva .
As operações são planejadas pela divisão de ensino do Cigs e exigem que o aluno pense, decida e lidere a tropa no ápice do desgaste físico e psicológico . Os exercícios garantem que os alunos aprendam os requisitos básicos para agir num dos ambientes operacionais mais inóspitos do mundo. Guerrear na selva é diferente de qualquer outro tipo de combate.
Larvas. O curso de guerra na selva tem duração de nove semanas, divididas em três fases: vida na selva, técnica e operações. É na primeira que surge o maior número de desistências. “O militar não está acostumado com o ambiente de selva e começa a sentir as experiências novas”, explica o general de brigada Carlos Cesar Araújo Lima, comandante da 12ª Brigada de Infantaria Leve (Aeromóvel) de Caçapava e ex-comandante do Cigs, que fez o curso em 1988.
Sobreviver na selva, segundo o tenente Hélio Viana Sobrinho, instrutor do Cigs, significa tirar tudo que a floresta pode dar ao combatente para que ele não morra de fome. “A selva é um shopping center e o nosso facão é o cartão de crédito”, conta o militar. Os alunos do curso de guerra na selva aprendem a identificar frutas, vegetais e raízes que podem servir de alimento, como o tapuru, larva de insetos encontrada dentro do babaçu e que tem gosto de coco. Escola .
Segundo o coronel Edmundo Palaia Neto, comandante do Cigs, a meta é tornar o centro uma Escola de Guerra na Selva na próxima década. Será necessário ampliar as instalações e o número de alunos. “A doutrina que desenvolvemos aqui é única no mundo e procurada por forças armadas estrangeiras”, disse . Programa tem adesão de estrangeiros A seleção rigorosa adotada pelo Cigs (Centro de Instrução de Guerra na Selva) para aceitar alunos aumentou o número de militares que chegam ao final do treinamento de nove semanas .
O aproveitamento saltou de 50% para 85% com a aplicação de testes físicos, psicológicos e intelectuais nos candidatos. Cerca de 40% deles não são aprovados para fazer o curso . Em 45 anos desde a primeira formatura, em 1966, o Cigs já formou 5.213 militares, sendo 630 deles de forças armadas estrangeiras.
Os militares de nações amigas fazem o curso completo, com exceção das atividades estratégicas para o Exército Brasileiro, quando a força trata de hipóteses de emprego.
Francês da Legião Estrangeira, o sargento Angel Luis Masecosa, 33 anos, aprende as técnicas de combate na selva na Amazônia para aplicar na Guiana Francesa, onde irá trabalhar depois do curso. “O Cigs é reconhecido em todo mundo, o brasileiro tem muita força. Vim para aprender e aplicar na Guiana”, disse Masecosa, apontando a rusticidade como a principal característica do guerreiro de selva.
O tenente uruguaio Diego Gonzalez, 28 anos, disse que aplicará o conhecimento adquirido no Cigs no Congo, em missões do Exército de seu país. “Muitos militares estão servindo no Congo e precisamos realizar patrulhas na selva”, afirmou.
Guerra na selva
O curso dura 9 semanas e é dividido em três etapas: vida na selva (2 semanas), técnica (2 semanas) e operações (5 semanas). No final, o aluno chega a 3.500 horas de selva
Alunos
O curso pode ser feito por três categorias de militar: oficiais superiores (major e tenente coronel), capitães e tenentes e a terceira para subtenentes e sargentos
Vagas
As turmas são fechadas com 50 pessoas no máximo. Por ano, o Cigs forma 200 alunos
Candidatos
Só podem fazer o curso os militares que estiverem servindo na Amazônia. Eles se inscrevem, passam por uma seleção rigorosa e, se aprovados, entram no curso
Vida na selva
É uma das etapas mais difíceis do curso, na qual o militar aprende a sobreviver no ambiente hostil da selva.
Técnica
Fase em que o aluno aprende a usar as ferramentas de combate na selva
Operações
Na etapa final do curso, o aluno é submetido a uma série de provas para aplicar, na prática, tudo o que aprendeu.
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