sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Conheça as rebeliões que abalam o mundo árabe

Foto: Reuters




As rebeliões que atingiram a Tunísia e fizeram o presidente Zine El Abidine Ben Ali deixar o poder em 14 de janeiro ainda estão abalando o mundo árabe, onde diversos líderes estão no poder há mais de 20 anos.



Egito

Em 25 de janeiro, teve início um protesto sem precedentes contra o regime do presidente Hosni Mubarak, no poder desde 1981. Na terça-feira passada, Mubarak disse que não tentaria a reeleição em setembro, e facilitou as condições para que candidatos rivais se candidatassem. Mas as concessões foram rejeitadas pela oposição, e a violência tomou conta da praça Tahrir, no Cairo, que foi palco de confrontos entre simpatizantes e opositores de Murarak. De acordo com dados da ONU, ao menos 300 morreram nos protestos.



Iêmen

Os protestos vêm aumentando desde meados de janeiro, exigindo a saída do presidente Ali Abdullah Saleh, que está no poder desde 1978. Nesta quinta-feira, milhares de manifestantes protestaram em Sanaa em um "dia de ira", pedindo a retirada de Saleh, enquando um número semelhante de apoiadores do governo invadiram a praça central. Na quarta-feira, Saleh disse que não estenderia seu mandato.



Jordânia

O rei Abdullah II, da Jordânia, que está no poder desde 1999, demitiu seu gabinete na terça-feira desta semana, depois de semanas de protestos, mas sua escolha para primeiro-ministro não satisfez as demandas por reformas da oposição islâmica. A rebelião começou em 14 de janeiro, quando milhares de jordanianos ocuparam as ruas de Amã e outras cidades em protesto contra o aumento dos preços dos alimentos, do desemprego e da pobreza. O principal partido de oposição convocou mais um dia de protestos na sexta-feira.



Síria

Na Síria, onde o presidente Bashar al-Assad está no poder desde 2000, um grupo de ativistas on-line convocou um "dia de ira" depois das orações semanais muçulmanas de sexta-feira para acabar com o que eles chamam de "corrupção e tirania". Em 29 de janeiro, forças de segurança impediram que jovens se reunissem nos arredores da embaixada egípcia em Damasco para expressar solidariedade às rebeliões no Egito.



Argélia

Na Argélia, onde o presidente Abdelaziz Bouteflika está no poder desde 1999, cinco dias de protestos no início de janeiro contra os altos preços resultaram em cinco mortos. Um protesto em prol da democracia está previsto para 12 de fevereiro, e foi banido pelas autoridades. Mas Bouteflika informou nesta quinta-feira que o proclamado estado de emergência, em vigor há 19 anos no país, será levantado "em um futuro próximo".



Sudão

O presidente sudanês, Omar al-Bashir, está no poder desde 1989. Descontentamentos políticos e econômicos provocaram protestos de rua esporádicos no norte do Sudão nas últimas semanas. Ao menos 64 foram presos e muitos ficaram feridos.



Omã

Em torno de 200 omanis protestaram em 17 de janeiro contra os altos preços e a corrupção. O sultão Qaboos está no poder desde 1970.



Mauritânia

O presidente da Mauritânia, Mohamed Ould Abdel Aziz, tomou o poder em um golpe militar em agosto de 2008 e foi mais tarde eleito presidente em julho de 2009. Em meados de janeiro, milhares de pessoas protestaram em Nouakchott contra o aumento de preços.



Marrocos

No Marrocos, onde o rei Mohammed VI está no poder desde 1999, o governo, em meio aos protestos na Argélia e na Tunísia, informou em 25 de janeiro que manteria subsídios às necessidades básicas.



Protestos convulsionam o Egito

Desde o último dia 25 de janeiro - data que ganhou um caráter histórico, principalmente na internet, principalmente pelo uso da hashtag #Jan25 no Twitter -, os egípcios protestam pela saída do presidente Hosni Mubarak, que está há 30 anos no poder. No dia 28 as manifestações ganharam uma nova dimensão, fazendo o governo cortar o acesso à rede e declarar toque de recolher. As medidas foram ignoradas pela população, ma sMubarak disse que não sairia. Limitou-se a dizer que buscaria "reformas democráticas" para responder aos anseios da população a partir da formação de um novo governo.



A partir do dia 29, um sábado, a nova administração foi anunciada. A medida, mais uma vez, não surtiu efeito, e os protestos continuaram. O presidente egípcio se reuniu com militares e anunciou o retorno da polícia antimotins. Enquanto isso, a oposição seguiu se organizando. O líder opositor Mohamad ElBaradei garantiu que"a mudança chegará" para o Egito. Já os Irmãos Muçulmanos disseram que não iriam dialogar com o novo governo. Na terça, dia 1º de fevereiro, dezenas de milharesde pessoas se reuniram na praça Tahrir para exigir a renúncia de Mubarak.



A grandeza dos protestos levou o líder egípcio a anunciar que não participaria das próximas eleições, para delírio da massa reunida no centro do Cairo. O dia seguinte, 2 de fevereiro, no entanto, foi novamente de caos na capital. Manifestantes pró e contra o governo Mubarak travaram uma batalha campal na praça Tahrir com pedras, paus, facas e barras de ferro. O número de mortos é incerto, entre seis e dez, e mais de 800 pessoas ficaram feridas. No dia seguinte, o governo disse ter iniciado um diálogo com os partidos. Mas a oposição nega. Na praça Tahrir e arredores, segue a tensão.

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