quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Número de mortos em confrontos no Rio chega a 23, diz polícia

De acordo com novo balanço das operações divulgado pela Polícia Militar do Rio de Janeiro, 23 pessoas morreram, 47 foram presas e 112 detidas para averiguações desde segunda-feira. Dois policiais foram baleados, além de 14 vítimas que estão internadas no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha. Foram apreendidas 29 pistolas ou revólveres, 10 fuzis, duas espingardas, uma submetralhadora, cinco granadas e duas bombas caseiras.




Nos ataques desta quarta-feira, 16 veículos de passeio foram incendiados, além de duas vans, sete ônibus e um caminhão. Oficiais da PM prometem reforçar o patrulhamento em comboios nesta madrugada.





Nesta quarta-feira, nas comunidades do Guaxá e Jardim Floresta, em Belford Roxo, Baixada Fluminense, foram oito mortos. No Morro do Faz Quem Quer, em Rocha Miranda, zona norte do Rio, a polícia contabiliza três vítimas fatais. No Tuiuti, em São Cristovão, uma pessoa morreu e duas pistolas foram apreendidas. No Jacaré, um homem morreu e foram apreendidas uma pistola e uma garrafa pet de gasolina.



Além dos mortos e presos, um PM ficou ferido, 14 armas de porte - pistolas e revólveres - dois fuzis, uma espingarda calibre 12, uma submetralhadora, uma granada, duas bombas caseiras, duas garrafas pet com gasolina, cinco litros de combustível e quantidade de maconha e cocaína não contabilizada foram apreendidos. Uma moto e quatro carros foram recuperados.



As operações policiais estão ocorrendo nas comunidades do Jacaré, Tuiuti, Encontro, Salgueiro, Boa Vista, Martins, Faz Quem Quer, Vila Kennedy, Vila Operária, Morro da Fé, Jardim Roma, Mangueirinha, Lixão, Brizamar/Itaguaí, Guandu/Japeri, Antares e Rolas. Durante uma operação do Bope na Chatuba, na Vila Cruzeiro, Penha, quatro fuzis foram apreendidos e 1 t de maconha foi encontrada.



No final da tarde de hoje, mais dois ônibus e um caminhão foram incendiados. Bandidos atearam fogo em um coletivo e um caminhão na rua Leopoldo Bulhões, em Benfica. Ninguém ficou ferido, mas a via foi fechada nos dois sentidos e vários caminhões dos correios foram impedidos de passar. O outro ônibus foi queimado na avenida Getúlio de Moura, centro de Mesquita. Segundo as primeiras informações, o coletivo estava cheio, mas todos os passageiros tiveram tempo de descer do veículo. Ninguém ficou ferido. Também nesta quarta, bandidos metralharam uma cabine da PM no Jardim América, zona norte, e incendiaram um automóvel.



Violência

A onda de ataques teve início na tarde de domingo, dia 21, quando seis homens armados com fuzis abordaram três veículos por volta das 13h na Linha Vermelha, na altura da rodovia Washington Luis. Eles assaltaram os donos dos veículos e incendiaram dois destes carros, abandonando o terceiro.



Enquanto fugia, o grupo atacou um carro oficial do Comando da Aeronáutica (Comaer) que andava em velocidade reduzida devido a uma pane mecânica. A quadrilha chegou a arremessar uma granada contra o utilitário Doblò. O ocupante do veículo, o sargento da Aeronáutica Renato Fernandes da Silva, conseguiu escapar ileso.



Ainda no domingo, em arrastão na Via Dutra, uma quadrilha armada bloqueou um trecho da pista sentido São Paulo, na altura de Pavuna, e roubaram um Kia Cerato e um Prisma. Na ação, uma das vítimas, identificada como Guilherme Feitosa da Silva, 26 anos, foi baleado na cabeça e levado em estado grave para o Hospital Getúlio Vargas.



Na manhã de segunda-feira, cinco bandidos armados atacaram motoristas no Trevo das Margaridas, próximo à avenida Brasil, em Irajá, também na zona norte. Os criminosos roubaram e incendiaram três veículos - uma van de passageiros que fazia o trajeto de Belford Roxo para o Centro, um Monza e um Uno. Também na segunda pela manhã, criminosos armados com fuzis atiraram em uma cabine da PM na rua Monsenhor Félix, em frente ao Cemitério de Irajá. A PM acredita que o incidente tenha sido provocado pelos mesmos bandidos que queimaram os carros no Trevo das Margaridas.



À noite, criminosos atearam fogo em outros dois veículos na rodovia Presidente Dutra, sentido Capital, na altura da Pavuna. Na zona norte, uma cabine da Polícia Militar (PM) foi metralhada próximo ao shopping Nova América, em Del Castilho.



Já na manhã de terça-feira, dois homens foram mortos a tiros em um Honda Civic na rodovia Washington Luís, altura do km 122. A PM diz que não há relação entre este crime e os ataques anteriores. O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, atribuiu a escalada de violência à atuação do Estado no combate à criminalidade nas favelas. "Sem dúvidas isso tem relação com a nossa política de segurança pública", afirmou, referindo-se à implantação de unidades de polícia pacificadora (UPPs).



Também na terça-feira, a cúpula da Polícia Militar anunciou a operação "Fecha Quartel", que prevê colocar todos os homens nas ruas para reforçar o patrulhamento. A PM informou que reduzirá as folgas dos policiais gradativamente até o ano que vem, além de prometer a contratação de 7 mil policiais. Para o combate ao crime, a corporação ainda utilizará o Batalhão de Choque e 140 motocicletas.

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