quarta-feira, 23 de junho de 2010

Lula e presidente de Angola


devem discutir pré-sal africano

Estimativas apontam que camada do país africano é semelhante à da costa brasileira




Confira também

Pré-sal deve ampliar papel do Brasil no mundo



Entenda o que é a camada pré-sal



Dilma: pré-sal é “passaporte para o futuro”




O presidente Lula está reunido, neste momento, com o presidente angolano José Eduardo dos Santos, no Palácio do Itamaraty. Angola é um dos principais parceiros comerciais do Brasil no continente africano e fonte de grande interesse de empresas brasileiras. Somente a Petrobras tem investimentos no país da ordem de R$ 3,6 bilhões (US$ 2 bilhões).



Apesar de não constar na agenda oficial, um dos temas tratados no encontro entre os dois presidentes será o interesse da estatal brasileira no pré-sal angolano. Estima-se que o tamanho da camada petrolífera do país seja equivalente à do Brasil, e a Petrobras tem firmado acordos com a estatal angolana Sonangol para mapear as possíveis bacias.



O interesse, no entanto, não é apenas do governo. Empresas como a mineradora Vale, a fabricante de refrigeradores Embraco e a construtora Odebrecht estão de olho na ampliação das relações comerciais entre Brasil e Angola.



Apenas no ano passado, a corrente de comércio entre os dois países somou R$ 2,6 bilhões (US$ 1,47 bilhão), dos quais R$ 2,4 bilhões (US$ 1,33 bilhão) em vendas de produtos brasileiros para o país africano.



Em termos de investimentos, as empresas brasileiras já respondem por 10% do PIB (a soma de todas as riquezas) de Angola, de cerca de R$ 144,4 bilhões (US$ 80 bilhões).



Acordos



Antes do almoço, Lula e Santos assinaram onze convênios bilaterais. Um deles promete intensificar o intercâmbio entre estudantes dos dois países, inclusive fornecendo bolsas de estudos.



O ministro da Educação, Fernando Haddad, estima que 10 mil estudantes possam ser beneficiados com o acordo, principalmente em áreas como saúde, agricultura e gestão.



Outro documento assinado diz respeito ao Acordo de Cooperação em Defesa. O ministro da Defesa, Nelson Jobim, não detalhou o convênio, mas fez questão de ressaltar que se trata da continuidade da política externa de apoio a países amigos do Brasil.



Lula também se manifestou sobre o tratado ao afirmar que o Brasil não pode se furtar do direito de marcar uma nova posição no tabuleiro político mundial.



- Queremos dar um novo impulso à zona de paz do Atlântico Sul. Essa é a política que tem de prevalecer no mundo. Para isso, as instituições globais não podem negar a influência da África e da América do Sul. É preciso, fundamentalmente, que o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional abandonem seus dogmas. E eu vou levar essa posição à reunião do G20 [grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo, e que se reunirá em Toronto, no Canadá, a partir do próximo sábado].

Nenhum comentário: