sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

A Índia pretende testar um novo míssil nuclear com alcance de 5 mil quilômetros, principal cientista militar do país nesta quarta-feira, uma notícia que pode complicar a já volátil situação de segurança na região.




O míssil colocaria a maior parte da China ao alcance da Índia, além de outros alvos a leste e a oeste do país.



“O Agni-5 saiu da prancheta. Pretendemos fazer um voo de teste dentro de um ano”, disse V.K. Saraswat a jornalistas.



A Índia testou com sucesso no fim de semana o Agni-3, com alcance de 3 mil quilômetros, que está pronto para ser incorporado ao arsenal.



Avanços militares da Índia normalmente são respondidos à altura por seu maior rival, o Paquistão. Nova Délhi tem, no entanto, buscado melhorar suas relações com Islamabad, abaladas por causa dos atentados islâmicos de 2008 em Mumbai.



As relações entre Índia e Paquistão, por sua vez, têm influência direta sobre os esforços internacionais para estabilizar o Afeganistão, já que Washington conta com a ajuda paquistanesa para isso, e não deseja que uma ameaça indiana sirva de pretexto para que Islamabad desvie seu foco.



Na semana passada, autoridades indianas e paquistanesas se reuniram em Nova Délhi para decidir a agenda de discussões bilaterais que a Índia propõe que ocorram ainda neste mês.



Analistas dizem que o Agni-5 pode ter mais a ver com a preocupação indiana em relação à ascensão militar chinesa. Os dois países mais populosos do mundo disputam a liderança da Ásia, e uma antiga disputa fronteiriça entre ambos sempre ameaça degringolar para um conflito mais sério.



“A mensagem é que a situação com relação à China é muito frágil, e a Índia está tentando reforçar sua capacidade dissuasória”, disse Brahma Chellaney, professor de assuntos estratégicos do Centro para a Pesquisa Política de Nova Délhi. “Indiretamente, a Índia está alertando a China contra qualquer aventura militar.”



Saraswat disse que o Agni-5 será capaz de transportar uma ogiva nuclear de 1,5 tonelada. “Pode-se reduzir a carga e aumentar o alcance”, explicou

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