quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Israel ameaça Irã com conflito militar por estreito-chave no mar Vermelho

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ameaçou o Irã com o início de um conflito militar, no qual também participaria uma coalizão internacional, caso Teerã feche uma importante via fluvial na região.
Trata-se do estreito de Bab-el-Mandeb, que, devido à sua localização na entrada meridional do mar Vermelho, é uma das rotas marítimas mais transitadas do mundo. Também é uma passagem para o tráfego marítimo ao porto de Eilat, ao sul de Israel.
"Se o Irã tentar bloquear o estreito de Bab-el-Mandeb, estou convencido de que [Irã] enfrentará uma coalizão internacional para evitar o bloqueio e esta coalizão também incluirá todas as forças militares de Israel", destacou Netanyahu aos graduados do curso de capitães de elite da Marinha de Israel em sua base de treinamento naval, em Haifa.
O primeiro-ministro israelense fez uma referência ao ataque da semana passada, em que os houthis — os rebeldes iemenitas do movimento xiita Ansar Allah — realizaram contra os barcos petroleiros sauditas no mar Vermelho, próximo das costas ocidentais do Iêmen, causando um leve dano a uma das embarcações.
A coalizão internacional, majoritariamente integrada por países do Golfo Pérsico e liderada pela Arábia Saudita, que conta com o apoio dos Estados Unidos e Reino Unido, acusa o Irã de apoiar os houthis.
Pouco depois do discurso de Netanyahu, o ministro da Defesa do país, Avigdor Lieberman, disse aos graduados que o exército Israelense, que enfrenta ameaças de segurança nas fronteiras tanto ao norte como ao sul do país, é capaz de liderar uma guerra em múltiplas frentes.
"Valentes marinheiros, nossos homens de ferro, estão prontos a qualquer momento e para qualquer missão", postou no Twitter depois da cerimônia.
"Estarão prontos no mar Vermelho, ao norte e ao sul. Estamos prontos para uma operação em todas as frentes de uma vez, a postos para atacar o inimigo com um golpe poderoso", acrescentou.

Iskander contra ameaça marítima: nova arma para combater navios da OTAN

Com alcance de até 500 quilômetros, uma trajetória imprevisível de voo do míssil e altíssima precisão – os analistas ocidentais reconheceram o sistema tático e operacional Iskander-M como uma das mais perigosas armas russas.
Mas esse sistema único não é apenas capaz de atingir alvos terrestres. Recentemente, o sistema foi testado contra alvos marítimos. A Sputnik analisa como o sistema Iskander-M interage com os sistemas de mísseis de defesa costeira Bal e Bastion.
Resposta simétrica
As brigadas de mísseis balísticos táticos Iskander-M estão estacionadas na região de Transbaikal, Extremo Oriente, região de Leningrado e no sul da Rússia. No inverno, em resposta ao reforço do agrupamento militar da OTAN na Polônia e no Báltico, os Iskander foram também instalados na região de Kaliningrado. Na Síria, esse sistema de mísseis balísticos realizou com sucesso ataques de precisão contra alvos dos terroristas.
O sistema operacional e tático Iskander-M (SS-26 Stone, segundo a classificação da OTAN) se destina a atingir alvos de pequena dimensão e áreas – sistemas de mísseis, lançadores de foguetes múltiplos, artilharia de longo alcance, aviões e helicópteros em aeródromos, postos de comando e centros de comunicação a uma distância de até 500 quilômetros. O sistema foi adotado em serviço em 2006.
O Iskander-M foi criado como uma arma de alta precisão das forças terrestres para uso em diferentes teatros de operações, a qualquer hora do dia ou da noite, em condições de atividade de sistemas de defesa antimíssil e de guerra eletrônica. Além de um único lançamento, é possível disparar uma salva de dois mísseis. Disparar em "dueto" é uma vantagem importante deste sistema em relação aos sistemas obsoletos Tochka-U e Oka. A preparação para o lançamento pode ser realizada em apenas quatro minutos.
Sistema de mísseis balísticos táticos Iskander-M no fórum militar Exército 2017
© SPUTNIK / PAVEL LISITSYN
Sistema de mísseis balísticos táticos Iskander-M no fórum militar Exército 2017
O míssil de combustível sólido de estágio único 9M723 do sistema Iskander-M é fabricado usando a tecnologia stealth. Ele é controlado durante toda sua trajetória de voo, manobrando constantemente. Sua velocidade é de mais de dois mil quilômetros por hora. A ogiva pesa cerca de meia tonelada e está equipada com submunições de fragmentação, cumulativas, perfurantes, incendiárias e outras.
Ameaça para destróieres
Caso seja necessário, o Iskander pode disparar o míssil de cruzeiro de alta precisão R-500 Kalibr. Esta família de munições permite combater não apenas alvos terrestres do inimigo, mas também navios de guerra.
"O míssil Iskander-M tem uma trajetória de voo quase balística, ele atinge qualquer alvo terrestre", explicou o especialista militar Aleksei Leonkov.
"Mas com os mísseis de cruzeiro do tipo Kalibr, o sistema é reorientado para navios de segundo e terceiro escalão, por exemplo os destróieres norte-americanos Arleigh Burke – portadores de mísseis Tomahawk e de elementos do sistema de defesa antimísseis Aegis. Esses navios, além dos cruzadores da classe Ticonderoga, são as principais plataformas de ataque para o primeiro ataque global incapacitante", acrescentou.
Sistema de mísseis balísticos táticos Iskander-M durante o desfile de equipamento militar no polígono de Alabino no fórum internacional militar Exército 2016
© SPUTNIK / GRIGORY SYSOEV
Sistema de mísseis balísticos táticos Iskander-M durante o desfile de equipamento militar no polígono de Alabino no fórum internacional militar Exército 2016
O alcance do míssil de cruzeiro Kalibr é de até 500 quilômetros. Na fase final, ao se aproximar do alvo, o míssil desenvolve uma velocidade supersônica de até três Machs.
"Ele voa baixo – de cinco a dez metros, então é quase impossível atingi-lo com os meios de defesa antiaérea embarcados. Dependendo do peso da ogiva – de 200 a 500 quilos – os mísseis resolvem tarefas diferentes. Os mais leves são destinados a destróieres, os mais pesados – para cruzadores", continua Leonkov.
Solução integrada
O Iskander antinavio é um bom complemento dos sistemas de mísseis costeiros. Por exemplo, o míssil balístico Bal tem um alcance menor – até 120 quilômetros. Este sistema móvel equipado com mísseis Kh-35 dispara mísseis individuais ou uma salva de até 32 mísseis com um intervalo não superior a três segundos. Leva apenas 30-40 minutos a recarregar.
Sistema de mísseis de defesa costeira Bastion
© SPUTNIK / IGOR ZAREMBO
Sistema de mísseis de defesa costeira Bastion
O Bastion é uma arma mais pesada. Seus alvos são grupos aeronavais, comboios e navios de grande porte. Ele é equipado com mísseis de cruzeiro supersônicos antinavio Oniks. Esse míssil de três toneladas voa a uma altitude de 14 quilômetros.
Perto do alvo, o míssil Oniks baixa até 10 a 15 metros e produz um impacto esmagador com uma ogiva penetrante de 300 quilos. O míssil, que acelera até 2.600 quilômetros por hora e é ativamente manobrável, é mantido na trajetória pelo sistema de navegação inercial, radioaltímetro e radar de pontaria e telemetria.
"Esta é uma munição da classe pesada projetada para lidar com navios do primeiro escalão. O Bastion pode proteger um litoral com extensão de até 600 quilômetros. E se todos os sistemas de mísseis em serviço forem combinados, é possível obter uma defesa costeira escalonada muito séria. Não devemos esquecer a artilharia costeira, usada em curtas distâncias", observa Leonkov.
Uma defesa robusta é especialmente importante quando o desembarque na costa é realizado por meio do chamado desembarque anfíbio além do horizonte. Os navios não se aproximam da costa, mas lançam embarcações pequenas e manobráveis a uma distância considerável, que transportam para terra apenas um ou dois veículos blindados e pequenos grupos de fuzileiros navais. Devido ao seu tamanho compacto, velocidade e manobrabilidade, eles são difíceis de serem detectados e ainda mais difíceis de serem destruídos.
Os navios de assalto anfíbio não agem sozinhos – eles têm cobertura de um poderoso grupo de ataque.
"Se lançar ao mesmo tempo mísseis de vários tipos – Oniks, Kh-35 e Kalibr, o inimigo terá muito mais dificuldade em interceptá-los. A defesa costeira adquire flexibilidade e é capaz de se opor a todos os tipos de navios", conclui Leonkov.

Parceria com a Rússia pode fazer Brasil pular etapas na corrida espacial

Um acordo em negociação entre os Governos brasileiro e russo poderá impulsionar o Brasil na corrida aeroespacial. Avaliação positiva sobre a proposta de assistência na criação de foguetes é feita pelo especialista em defesa Roberto Godoy, em entrevista à Sputnik Brasil.
"O que se pretende é queimar algumas etapas para o estágio seguinte", frisa o especialista. "Não é só [foguete de] órbita baixa, porque isso já fazemos aqui, mas para os foguetes que podem atuar em uma faixa mais elevada, levando cargas médias. Uma coisa mais importante, mais pesada. […] Não é uma coisa de altíssima tecnologia, mas é óbvio que a Rússia tem anos e anos de desenvolvimento nessa área e seria uma contribuição espetacular, sem dúvida nenhuma."
O Governo russo já formalizou a proposta ao Brasil para fornecer assistência na criação de foguetes portadores das classes leve e média, e está apenas aguardando uma resposta do Governo de Michel Temer. Em contrapartida para o fechamento do acordo, os russos poderiam utilizar as instalações do Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão.
Esse acordo difere da proposta norte-americana, que levantou polêmica em diversos setores da sociedade brasileira em relação ao uso do cosmódromo maranhense. A possível restrição de acesso de brasileiros à área, que ficaria sob administração dos Estados Unidos, já foi rejeitada pelo Congresso Nacional em 2002, inviabilizando o acerto. A negociação foi retomada neste ano.
Roberto Godoy destaca que a proposta russa não envolve o controle da base de Alcântara, mas, apenas, o seu uso para lançamento de foguetes.
"É uma outra minuta, que não tem nada dessas coisas. É óbvio que ela é mais limitada que a primeira, mas acho que pode satisfazer os nossos interesses. É uma questão de uso das instalações", ressalta Godoy.
O interesse de outros países em firmar parcerias para o uso da base brasileira, modernizada recentemente, justifica-se principalmente por sua posição no globo, que facilita e permite um rendimento maior e mais econômico dos lançamentos.
Segundo Roberto Godoy, a economia de combustível dos lançamentos feitos de Alcântara pode chegar a 40% em relação aos de outras bases. O especialista destaca ainda que o clima na região é outro fator favorável à atividade.
As condições são normalmente adversas, complexas. Você tem janelas de lançamento, por exemplo, como acontece nos centros espaciais russos. Aqui, você pode programar e ter uma fartura de datas em que pode escolher praticamente qualquer dia para fazer sua operação", enfatiza o jornalista.
O acordo Brasil-Rússia, no entanto, pode ser postergado devido à imprevisibilidade da política brasileira, que terá eleições para a Presidência e para o Congresso em outubro. Roberto Godoy salienta que há um grande interesse do Governo de Michel Temer em deixar um legado positivo, mas o período de campanha eleitoral pode dificultar.
"A administração dele [Michel Temer] está muito interessada em deixar um legado positivo, depois de tanta má notícia que vem se acumulando ao longo deste período. Então, acho que há um interesse em acelerar, fazer com que as coisas sejam resolvidas mais depressa. Claro, o período da campanha eleitoral complica, porque muitas dessas coisas precisam ser aprovadas pelo Congresso. […] Mas acho que se houver empenho muitas coisas poderão ser resolvidas ainda neste ano. É difícil, mas há um certo empenho", destaca Godoy.
Em 2003, o Brasil já havia firmado um acordo de cooperação com a Ucrânia, no qual se previa o lançamento comercial de satélites através de foguetes de classe média Cyclon. Contudo, os atrasos nos prazos e as capacidades tecnológicas insuficientes fizeram com que o Governo brasileiro interrompesse a parceria com a Ucrânia em 2015.
Agora, o acordo proposto pela Rússia poderá ajudar a impulsionar o desenvolvimento aeroespacial brasileiro.

quarta-feira, 1 de agosto de 2018

O clone iraniano do missil Phoenix

Fake News Defesa: O Caso do Cruzador Ukraniano cheio de Misseis (CCT)

O mundo está chocado: o Japão lança o primeiro navio da nova classe de destróieres

Incrível italiano converte Avião de Passageiros em UAV FUTURA o UAV mais elegante do mundo

Caça J-20 chinês vs F-22 Raptor norte-americano: qual deles é melhor?

O novo caça chinês J-20, oficialmente chamado de Weilong ou Dragão Poderoso, é um dos aviões de combate mais avançados do mundo e a resposta do país asiático ao avião norte-americano F-22 Raptor.
O avião de guerra chinês foi desenvolvido pela corporação Chengdu Aerospace e iniciou as provas em 2011. Os primeiros aviões entraram em serviço em março de 2017.
Até agora, foram produzidas apenas algumas dezenas de J-20 para o Exército da Libertação Popular da China, embora sua fabricação ainda esteja em andamento, segundo o diário South China Morning Post.
O F-22 Raptor foi desenvolvido pela companhia Lockheed Martin para o uso exclusivo da Força Aérea dos EUA. As exportações, incluindo para os aliados mais próximos dos EUA, estão proibidas, de maneira a proteger a sua tecnologia.
A aeronave entrou em serviço em 2005, com o primeiro voo efetuado em 1997. Em 2011, a produção dos caças foi parada depois da fabricação de cerca de 200 unidades devido aos altos custos e à ausência naquele momento de aviões de outros países que pudessem desafiar a sua supremacia.
No futuro, os EUA planejam atualizar o caça, mas por enquanto o F-22 Raptor, junto com o Weilong, continua sendo um dos aviões de combate de quinta geração mais avançados no mundo.
Ambos os caças são desenhados para evitar a detecção por radar. O tamanho dos dois é parecido, e até o peso vazio das aeronaves equivale aos mesmos 19.000 quilos. No entanto, o avião estadunidense tem mais capacidade de carga útil.
No que se refere às características de voo, ambos os aviões têm um teto de 20 quilômetros e uma velocidade máxima superior a 2.470 quilômetros por hora, duas vezes maior que a velocidade do som.
O F-22 tem um alcance comparativamente mais curto, uns 800 quilômetros, enquanto o do J-20 atinge 1.100 quilômetros.
A aeronave norte-americana funciona com dois motores com câmara de pós-combustão, o que lhe permite manobrar a velocidades supersônicas.
O J-20 é também bimotor, mas o fabricante equipou a aeronave com motores de qualidade inferior, como o WS-10B chinês ou o AL-31FM2/3 de fabricação russa, o que afeta gravemente a sua manobrabilidade e capacidades furtivas a velocidades supersônicas. No entanto, o novo motor WS-15, que se espera esteja disponível no próximo ano, será de grande ajuda para resolver este problema.
Apesar de os dois aviões terem muito boa "invisibilidade" nas partes frontal e lateral, o J-20 é considerado mais vulnerável aos radares em comparação com o F-22.
Ambos os caças portam as suas armas em compartimentos internos. O J-20 pode transportar até seis mísseis ar-ar, menos que o F-22. Mas graças ao espaço maior em cada baía, o caça chinês pode transportar mísseis de longo alcance e a bomba guiada de precisão LS-6.
O F-22 pode portar até oito mísseis ar-ar ou ar-terra de curto e médio alcance. Também tem um canhão incorporado Vulcan M6, além de quatro pontos de fixação debaixo das asas, o que lhe permite levar tanques adicionais de combustível ou lançadores de mísseis.
Ambos os jatos possuem sistemas de aviônica e sensores altamente integrados, com matriz de escaneamento eletrônico ativo (AESA) de baixa observação, que permite rastrear múltiplos alvos em qualquer condição meteorológica.
Por fim, o South China Morning Post comparou o custo dos caças avançados. No caso do F-22 trata-se de uns inéditos 62 bilhões de dólares (232 bilhões de reais) por todo o projeto, e 339 milhões (1,2 bilhões de reais) por cada unidade fabricada.
Por sua vez, o custo da investigação e desenvolvimento do J-20 é estimado em cerca de 4,4 bilhões de dólares (16 bilhões de reais), com o custo unitário de 100-110 milhões de dólares (375-412 milhões de reais).

terça-feira, 31 de julho de 2018

Estágio Caçadores do Comando Militar do Oeste

Os 26 novos navios da marinha russa

EUA estão preocupados com o poder da China na América Latina

Uma base chinesa de pesquisas espaciais localizada no centro da Patagônia, na Argentina, despertou o interesse do The New York Times, que a catalogou como "um dos símbolos mais impactantes" da transformação que Pequim busca realizar na região.
A Sputnik Mundo relata sobre os interesses por trás desse movimento do gigante asiático e o motivo de os EUA estarem preocupados.
O jornal norte-americano destacou o assunto na capa da edição de 29 de julho e dedicou uma extensa reportagem em que analisa as razões por trás da instalação colossal na província de Neuquén. Sob controle chinês, o local faz parte do ambicioso projeto empreendido por Pequim para pousar no lado oculto da Lua.
Segundo o The New York Times, esta instalação é apenas uma das muitas evidências da crescente influência chinesa não apenas na Argentina, mas em outros países da região, nos quais investiu em construção civil ou aos quais concedeu empréstimos em troca de participações nas reservas de hidrocarbonetos.
A base tem uma posição geográfica muito próxima da plataforma submarina argentina voltada para o Atlântico e de uma estação de monitoramento estratégico na Antártida, continente no qual a China possui a maior base científica do mundo", explicou à Sputnik Mundo Gustav Cardozo, analista do Centro Argentino de Estudos Internacionais (CAEI).
A construção do complexo espacial chinês em solo argentino, que abrange cerca de 200 hectares, é o resultado de negociações entre o governo de Cristina Fernández de Kirchner (2007-2015) e a administração de Xi Jinping, como um espaço de "pesquisa astronômica".
Na opinião de Cardozo, a base "tem um objetivo de monitoramento militar" em um espaço privilegiado. Nos últimos anos, com projetos como este, a China tem demonstrado uma política de "corrida espacial", com um investimento muito forte e um aperfeiçoamento da tecnologia da Rússia e da antiga União Soviética, para se consolidar como um dos principais protagonistas do setor.
Na verdade, a base em questão é parte da Deep Space Network (Rede de Espaço Profundo), um conjunto de recursos de comunicação para apoiar as operações chinesas fora da Terra.
A China tem uma forte intenção de explorar o espaço e competir estrategicamente com os EUA. Essa base militar não apenas permite monitorar o espaço, já que a Patagônia argentina e o sul do Chile são regiões geograficamente muito boas pela visibilidade que oferecem. Do meu ponto de vista, o interesse fundamental da China tem a ver com a Antártida", disse o especialista.
O continente branco é uma área "muito estratégica" aos olhos de Pequim devido à abundância de recursos naturais, além dos hidrocarbonetos e da mineração. Nos últimos tempos, os EUA "pararam de prestar atenção" não apenas à Antártida, mas também à América do Sul, e a China está sabendo aproveitar a situação.
"Com Donald Trump, esse distanciamento entre Washington e o resto dos países latino-americanos aumentou e a China, com um forte investimento, está ocupando o espaço que os EUA estão deixando para trás", esclareceu Cardozo.
Desta forma, "através de meios científicos e tecnológicos", a presença militar da China está se consolidando, pois em instalações como a de Neuquén "o trabalho dos cientistas argentinos é mínimo". Os efetivos que controlam o perímetro são chineses e "as pessoas que vivem na área não podem entrar no perímetro".
Em qualquer modo, a Estação Espacial de Neuquén é um símbolo do poder do gigante asiático na América Latina. Na opinião do especialista do CAEI, "em uma década, a China desempenhará um papel extremamente importante na região", um lugar preponderante que já se observa, diz ele, devido à importância estratégica da América Latina, fornecedora de alimentos, matérias-primas e hidrocarbonetos.
Os exemplos citados pelo analista são o controle do canal do Panamá e seu investimento para ampliá-lo, assim como o incentivo à criação de novos corredores bioceânicos para melhorar o comércio. Isso faz parte do projeto chinês de incluir a América Latina na Nova Rota da Seda, o ambicioso projeto de investimento em infraestrutura no corredor que vai do sul da Ásia à Europa Oriental e África.
O The New York Times aponta para essa estratégia do país asiático e menciona que o vínculo que estreitou na era dos governos progressistas na América Latina (2005-2015) perdurou mesmo depois da mudança para a direita em vários países, como no caso da própria Argentina.
"A China está assumindo um papel de liderança. Isso vai aumentar no futuro porque tem fundos soberanos para investir e porque tem interesse na América Latina, interesse que nenhuma outra potencia extracontinental mostra. Acredito que, em poucos anos, em uma década, já será algo totalmente visível", considerou Gustavo Cardozo.
No entanto há uma diferença entre a China e outras potências que em dado momento estiveram presentes na América Latina: a política de tratar os países como parceiros, uma vez que, para Pequim, a "autodeterminação dos povos tem grande importância, assim como "o respeito à soberania interna". Isto se explica devido a seu passado como país que “sofreu tratamento desigual" por parte das potências coloniais.
Se, indica Cardozo, em determinada época o chamado "Consenso de Washington" ditou um pacote de regras que deviam ser seguidas pelos países que recebiam assistência de instituições sob a égide dos EUA, "hoje poderíamos dizer que há um 'Consenso de Pequim'" com base na não interferência nos assuntos internos que a China defende.
Este consenso "se manifesta em regiões como a África e América Latina, onde há países jovens que dão muita importância às questões da soberania e da autodeterminação", disse o especialista.
Como exemplo, ele citou o caso da Venezuela, país com o qual a China tem mantido laços estreitos até mesmo quando outros países impunham sanções econômicas e diplomáticas. Pequim reiterou que a crise da nação caribenha "é algo que seu povo tem que resolver".

Rússia oferece ao Brasil assistência no desenvolvimento de foguetes

A Rússia propôs ao Brasil assistência na criação de foguetes portadores das classes leve e média, e está aguardando a reposta do país sul-americano, contou em entrevista à Sputnik o diretor-geral da empresa Energomash, Igor Arbuzov.
"Percebemos que deveríamos entrar no mercado brasileiro com uma proposta abrangente que compreenderia não somente motores, mas foguetes e planos de modernização de cosmódromo. Algum tempo atrás, foi realizada uma rodada de negociações. Agora a bola está no campo brasileiro. Eles pegaram um tempo para pensar", assinalou Abruzov.
Ele frisou que as conversações abrangeram foguetes das classes leve e média.
Arbuzov recordou que até hoje os dois países fecharam uma série de protocolos e memorandos, inclusive documentos no que toca à participação da Rússia no desenvolvimento do centro de lançamento de Alcântara.
Em 1984, o Brasil iniciou o desenvolvimento do foguete leve VLS-1, mas os dois primeiros lançamentos acabaram por falhar, sendo seguidos por um terceiro lançamento no qual o foguete deu partida antecipada, causando a morte de 21 especialistas devido à explosão. 
Em 2003, o Brasil e a Ucrânia fecharam um acordo de cooperação que previa o lançamento comercial de satélites através de foguete de classe média Cyclon. Contudo, os atrasos nos prazos e as capacidades tecnologias insuficientes fizeram com que o governo brasileiro interrompesse a parceria com a Ucrânia em 2015.
Em vez de Kiev, Brasília solicitou assistência de Moscou na área espacial.
Em janeiro de 2017, surgiram informações de que as autoridades brasileiras estariam preparando uma proposta para os EUA quanto à utilização da base de Alcântara. Conforme o planejado, o lado brasileiro proporcionaria a Washington acesso ao cosmódromo em troca de tecnologias de foguetes. Em fevereiro de 2018, as autoridades brasileiras comunicaram estar negociando o aluguel do cosmódromo com a empresa norte-americana SpaceX. 

A maneira mais fácil de ganhar 3ª Guerra Mundial

Devido a nossa atual dependência da Internet e estando em uma época de guerras cibernéticas, uma hipotética Terceira Guerra Mundial seria "assombrosamente fácil de ganhar".
De acordo com o colunista do The National Interest, Steve Weintz, basta corta os cabos de fibra ótica que passam pelo fundo do oceano para causar uma séria destruição nas comunidades inimigas.
Isso se deve ao fato de que a grande maioria dos dados é transferida através desses cabos submarinos e, na verdade, apenas uma pequena parte dos dados passa pelos sistemas de satélites, explica o autor.
Como exemplo dos efeitos devastadores que a perda da Internet e outras comunicações podem causar, o colunista menciona os eventos ocorridos em 2015 nas ilhas Marianas, no oceano Pacífico. Naquela ocasião, um desprendimento de rochas rompeu o único cabo de fibra ótica que conectava o arquipélago com a rede global.
Como resultado, todos os voos foram cancelados, os caixas não funcionavam nas lojas e não havia conexão de Internet ou telefone. Posteriormente, um navio especializado em Taiwan reparou o cabo, mas o incidente mostrou os inúmeros problemas que podem causar a perda da conexão.
Portanto, o colunista está convencido de que, em caso de um conflito, um dos lados pode vencer o inimigo cortando os cabos de alta velocidade. Isso pode ser feito nas profundezas do mar ou nos lugares onde esses cabos vão para a costa, tornando-os especialmente vulneráveis.
Segundo explica, para poder fazer algo assim é necessário apenas ter aparatos submarinos de águas profundas.
A União Soviética trabalhou muito para desenvolver sua capacidade de realizar operações em águas profundas e a Rússia herdou suas conquistas. Uma das mais recentes demonstrações nesse sentido foi a exploração do fundo do Ártico com a consequente implantação de uma bandeira russa a uma profundidade de 4 mil metros, informa.
De fato, o colunista observa que a Rússia possui a maior frota de águas profundas tripuladas do mundo. "Juntamente com sua crescente frota de resgate submarino e forças especiais marítimas, a Rússia agora tem uma capacidade de guerra submarina híbrida muito poderosa", concluiu Steve Weintz.
Não é a primeira vez que a suposta ameaça russa aos cabos de Internet está sendo discutida. No entanto, apesar das declarações alarmistas, especialistas em comunicação dizem que a possibilidade acaba sendo muito menos aterrorizante do que o imaginário militar.
Em relação à mencionada 'ameaça russa', os analistas apontam que a destruição de cabos de computador seria uma desvantagem ainda mais significativa para o país, já que muitos conteúdos dos EUA estão disponíveis em servidores locais na América do Norte, portanto seria improvável que os próprios russos fossem desconectados.