quarta-feira, 1 de agosto de 2018

O clone iraniano do missil Phoenix

Fake News Defesa: O Caso do Cruzador Ukraniano cheio de Misseis (CCT)

O mundo está chocado: o Japão lança o primeiro navio da nova classe de destróieres

Incrível italiano converte Avião de Passageiros em UAV FUTURA o UAV mais elegante do mundo

Caça J-20 chinês vs F-22 Raptor norte-americano: qual deles é melhor?

O novo caça chinês J-20, oficialmente chamado de Weilong ou Dragão Poderoso, é um dos aviões de combate mais avançados do mundo e a resposta do país asiático ao avião norte-americano F-22 Raptor.
O avião de guerra chinês foi desenvolvido pela corporação Chengdu Aerospace e iniciou as provas em 2011. Os primeiros aviões entraram em serviço em março de 2017.
Até agora, foram produzidas apenas algumas dezenas de J-20 para o Exército da Libertação Popular da China, embora sua fabricação ainda esteja em andamento, segundo o diário South China Morning Post.
O F-22 Raptor foi desenvolvido pela companhia Lockheed Martin para o uso exclusivo da Força Aérea dos EUA. As exportações, incluindo para os aliados mais próximos dos EUA, estão proibidas, de maneira a proteger a sua tecnologia.
A aeronave entrou em serviço em 2005, com o primeiro voo efetuado em 1997. Em 2011, a produção dos caças foi parada depois da fabricação de cerca de 200 unidades devido aos altos custos e à ausência naquele momento de aviões de outros países que pudessem desafiar a sua supremacia.
No futuro, os EUA planejam atualizar o caça, mas por enquanto o F-22 Raptor, junto com o Weilong, continua sendo um dos aviões de combate de quinta geração mais avançados no mundo.
Ambos os caças são desenhados para evitar a detecção por radar. O tamanho dos dois é parecido, e até o peso vazio das aeronaves equivale aos mesmos 19.000 quilos. No entanto, o avião estadunidense tem mais capacidade de carga útil.
No que se refere às características de voo, ambos os aviões têm um teto de 20 quilômetros e uma velocidade máxima superior a 2.470 quilômetros por hora, duas vezes maior que a velocidade do som.
O F-22 tem um alcance comparativamente mais curto, uns 800 quilômetros, enquanto o do J-20 atinge 1.100 quilômetros.
A aeronave norte-americana funciona com dois motores com câmara de pós-combustão, o que lhe permite manobrar a velocidades supersônicas.
O J-20 é também bimotor, mas o fabricante equipou a aeronave com motores de qualidade inferior, como o WS-10B chinês ou o AL-31FM2/3 de fabricação russa, o que afeta gravemente a sua manobrabilidade e capacidades furtivas a velocidades supersônicas. No entanto, o novo motor WS-15, que se espera esteja disponível no próximo ano, será de grande ajuda para resolver este problema.
Apesar de os dois aviões terem muito boa "invisibilidade" nas partes frontal e lateral, o J-20 é considerado mais vulnerável aos radares em comparação com o F-22.
Ambos os caças portam as suas armas em compartimentos internos. O J-20 pode transportar até seis mísseis ar-ar, menos que o F-22. Mas graças ao espaço maior em cada baía, o caça chinês pode transportar mísseis de longo alcance e a bomba guiada de precisão LS-6.
O F-22 pode portar até oito mísseis ar-ar ou ar-terra de curto e médio alcance. Também tem um canhão incorporado Vulcan M6, além de quatro pontos de fixação debaixo das asas, o que lhe permite levar tanques adicionais de combustível ou lançadores de mísseis.
Ambos os jatos possuem sistemas de aviônica e sensores altamente integrados, com matriz de escaneamento eletrônico ativo (AESA) de baixa observação, que permite rastrear múltiplos alvos em qualquer condição meteorológica.
Por fim, o South China Morning Post comparou o custo dos caças avançados. No caso do F-22 trata-se de uns inéditos 62 bilhões de dólares (232 bilhões de reais) por todo o projeto, e 339 milhões (1,2 bilhões de reais) por cada unidade fabricada.
Por sua vez, o custo da investigação e desenvolvimento do J-20 é estimado em cerca de 4,4 bilhões de dólares (16 bilhões de reais), com o custo unitário de 100-110 milhões de dólares (375-412 milhões de reais).

terça-feira, 31 de julho de 2018

Estágio Caçadores do Comando Militar do Oeste

Os 26 novos navios da marinha russa

EUA estão preocupados com o poder da China na América Latina

Uma base chinesa de pesquisas espaciais localizada no centro da Patagônia, na Argentina, despertou o interesse do The New York Times, que a catalogou como "um dos símbolos mais impactantes" da transformação que Pequim busca realizar na região.
A Sputnik Mundo relata sobre os interesses por trás desse movimento do gigante asiático e o motivo de os EUA estarem preocupados.
O jornal norte-americano destacou o assunto na capa da edição de 29 de julho e dedicou uma extensa reportagem em que analisa as razões por trás da instalação colossal na província de Neuquén. Sob controle chinês, o local faz parte do ambicioso projeto empreendido por Pequim para pousar no lado oculto da Lua.
Segundo o The New York Times, esta instalação é apenas uma das muitas evidências da crescente influência chinesa não apenas na Argentina, mas em outros países da região, nos quais investiu em construção civil ou aos quais concedeu empréstimos em troca de participações nas reservas de hidrocarbonetos.
A base tem uma posição geográfica muito próxima da plataforma submarina argentina voltada para o Atlântico e de uma estação de monitoramento estratégico na Antártida, continente no qual a China possui a maior base científica do mundo", explicou à Sputnik Mundo Gustav Cardozo, analista do Centro Argentino de Estudos Internacionais (CAEI).
A construção do complexo espacial chinês em solo argentino, que abrange cerca de 200 hectares, é o resultado de negociações entre o governo de Cristina Fernández de Kirchner (2007-2015) e a administração de Xi Jinping, como um espaço de "pesquisa astronômica".
Na opinião de Cardozo, a base "tem um objetivo de monitoramento militar" em um espaço privilegiado. Nos últimos anos, com projetos como este, a China tem demonstrado uma política de "corrida espacial", com um investimento muito forte e um aperfeiçoamento da tecnologia da Rússia e da antiga União Soviética, para se consolidar como um dos principais protagonistas do setor.
Na verdade, a base em questão é parte da Deep Space Network (Rede de Espaço Profundo), um conjunto de recursos de comunicação para apoiar as operações chinesas fora da Terra.
A China tem uma forte intenção de explorar o espaço e competir estrategicamente com os EUA. Essa base militar não apenas permite monitorar o espaço, já que a Patagônia argentina e o sul do Chile são regiões geograficamente muito boas pela visibilidade que oferecem. Do meu ponto de vista, o interesse fundamental da China tem a ver com a Antártida", disse o especialista.
O continente branco é uma área "muito estratégica" aos olhos de Pequim devido à abundância de recursos naturais, além dos hidrocarbonetos e da mineração. Nos últimos tempos, os EUA "pararam de prestar atenção" não apenas à Antártida, mas também à América do Sul, e a China está sabendo aproveitar a situação.
"Com Donald Trump, esse distanciamento entre Washington e o resto dos países latino-americanos aumentou e a China, com um forte investimento, está ocupando o espaço que os EUA estão deixando para trás", esclareceu Cardozo.
Desta forma, "através de meios científicos e tecnológicos", a presença militar da China está se consolidando, pois em instalações como a de Neuquén "o trabalho dos cientistas argentinos é mínimo". Os efetivos que controlam o perímetro são chineses e "as pessoas que vivem na área não podem entrar no perímetro".
Em qualquer modo, a Estação Espacial de Neuquén é um símbolo do poder do gigante asiático na América Latina. Na opinião do especialista do CAEI, "em uma década, a China desempenhará um papel extremamente importante na região", um lugar preponderante que já se observa, diz ele, devido à importância estratégica da América Latina, fornecedora de alimentos, matérias-primas e hidrocarbonetos.
Os exemplos citados pelo analista são o controle do canal do Panamá e seu investimento para ampliá-lo, assim como o incentivo à criação de novos corredores bioceânicos para melhorar o comércio. Isso faz parte do projeto chinês de incluir a América Latina na Nova Rota da Seda, o ambicioso projeto de investimento em infraestrutura no corredor que vai do sul da Ásia à Europa Oriental e África.
O The New York Times aponta para essa estratégia do país asiático e menciona que o vínculo que estreitou na era dos governos progressistas na América Latina (2005-2015) perdurou mesmo depois da mudança para a direita em vários países, como no caso da própria Argentina.
"A China está assumindo um papel de liderança. Isso vai aumentar no futuro porque tem fundos soberanos para investir e porque tem interesse na América Latina, interesse que nenhuma outra potencia extracontinental mostra. Acredito que, em poucos anos, em uma década, já será algo totalmente visível", considerou Gustavo Cardozo.
No entanto há uma diferença entre a China e outras potências que em dado momento estiveram presentes na América Latina: a política de tratar os países como parceiros, uma vez que, para Pequim, a "autodeterminação dos povos tem grande importância, assim como "o respeito à soberania interna". Isto se explica devido a seu passado como país que “sofreu tratamento desigual" por parte das potências coloniais.
Se, indica Cardozo, em determinada época o chamado "Consenso de Washington" ditou um pacote de regras que deviam ser seguidas pelos países que recebiam assistência de instituições sob a égide dos EUA, "hoje poderíamos dizer que há um 'Consenso de Pequim'" com base na não interferência nos assuntos internos que a China defende.
Este consenso "se manifesta em regiões como a África e América Latina, onde há países jovens que dão muita importância às questões da soberania e da autodeterminação", disse o especialista.
Como exemplo, ele citou o caso da Venezuela, país com o qual a China tem mantido laços estreitos até mesmo quando outros países impunham sanções econômicas e diplomáticas. Pequim reiterou que a crise da nação caribenha "é algo que seu povo tem que resolver".

Rússia oferece ao Brasil assistência no desenvolvimento de foguetes

A Rússia propôs ao Brasil assistência na criação de foguetes portadores das classes leve e média, e está aguardando a reposta do país sul-americano, contou em entrevista à Sputnik o diretor-geral da empresa Energomash, Igor Arbuzov.
"Percebemos que deveríamos entrar no mercado brasileiro com uma proposta abrangente que compreenderia não somente motores, mas foguetes e planos de modernização de cosmódromo. Algum tempo atrás, foi realizada uma rodada de negociações. Agora a bola está no campo brasileiro. Eles pegaram um tempo para pensar", assinalou Abruzov.
Ele frisou que as conversações abrangeram foguetes das classes leve e média.
Arbuzov recordou que até hoje os dois países fecharam uma série de protocolos e memorandos, inclusive documentos no que toca à participação da Rússia no desenvolvimento do centro de lançamento de Alcântara.
Em 1984, o Brasil iniciou o desenvolvimento do foguete leve VLS-1, mas os dois primeiros lançamentos acabaram por falhar, sendo seguidos por um terceiro lançamento no qual o foguete deu partida antecipada, causando a morte de 21 especialistas devido à explosão. 
Em 2003, o Brasil e a Ucrânia fecharam um acordo de cooperação que previa o lançamento comercial de satélites através de foguete de classe média Cyclon. Contudo, os atrasos nos prazos e as capacidades tecnologias insuficientes fizeram com que o governo brasileiro interrompesse a parceria com a Ucrânia em 2015.
Em vez de Kiev, Brasília solicitou assistência de Moscou na área espacial.
Em janeiro de 2017, surgiram informações de que as autoridades brasileiras estariam preparando uma proposta para os EUA quanto à utilização da base de Alcântara. Conforme o planejado, o lado brasileiro proporcionaria a Washington acesso ao cosmódromo em troca de tecnologias de foguetes. Em fevereiro de 2018, as autoridades brasileiras comunicaram estar negociando o aluguel do cosmódromo com a empresa norte-americana SpaceX. 

A maneira mais fácil de ganhar 3ª Guerra Mundial

Devido a nossa atual dependência da Internet e estando em uma época de guerras cibernéticas, uma hipotética Terceira Guerra Mundial seria "assombrosamente fácil de ganhar".
De acordo com o colunista do The National Interest, Steve Weintz, basta corta os cabos de fibra ótica que passam pelo fundo do oceano para causar uma séria destruição nas comunidades inimigas.
Isso se deve ao fato de que a grande maioria dos dados é transferida através desses cabos submarinos e, na verdade, apenas uma pequena parte dos dados passa pelos sistemas de satélites, explica o autor.
Como exemplo dos efeitos devastadores que a perda da Internet e outras comunicações podem causar, o colunista menciona os eventos ocorridos em 2015 nas ilhas Marianas, no oceano Pacífico. Naquela ocasião, um desprendimento de rochas rompeu o único cabo de fibra ótica que conectava o arquipélago com a rede global.
Como resultado, todos os voos foram cancelados, os caixas não funcionavam nas lojas e não havia conexão de Internet ou telefone. Posteriormente, um navio especializado em Taiwan reparou o cabo, mas o incidente mostrou os inúmeros problemas que podem causar a perda da conexão.
Portanto, o colunista está convencido de que, em caso de um conflito, um dos lados pode vencer o inimigo cortando os cabos de alta velocidade. Isso pode ser feito nas profundezas do mar ou nos lugares onde esses cabos vão para a costa, tornando-os especialmente vulneráveis.
Segundo explica, para poder fazer algo assim é necessário apenas ter aparatos submarinos de águas profundas.
A União Soviética trabalhou muito para desenvolver sua capacidade de realizar operações em águas profundas e a Rússia herdou suas conquistas. Uma das mais recentes demonstrações nesse sentido foi a exploração do fundo do Ártico com a consequente implantação de uma bandeira russa a uma profundidade de 4 mil metros, informa.
De fato, o colunista observa que a Rússia possui a maior frota de águas profundas tripuladas do mundo. "Juntamente com sua crescente frota de resgate submarino e forças especiais marítimas, a Rússia agora tem uma capacidade de guerra submarina híbrida muito poderosa", concluiu Steve Weintz.
Não é a primeira vez que a suposta ameaça russa aos cabos de Internet está sendo discutida. No entanto, apesar das declarações alarmistas, especialistas em comunicação dizem que a possibilidade acaba sendo muito menos aterrorizante do que o imaginário militar.
Em relação à mencionada 'ameaça russa', os analistas apontam que a destruição de cabos de computador seria uma desvantagem ainda mais significativa para o país, já que muitos conteúdos dos EUA estão disponíveis em servidores locais na América do Norte, portanto seria improvável que os próprios russos fossem desconectados.

segunda-feira, 30 de julho de 2018

Por que a Rússia não sairá da Síria tão cedo?

Bombas nucleares táticas - Pequenas e letais

Rússia pode vir a exportar corvetas com mísseis Kalibr para países do Pacífico

As corvetas do projeto 22800 (Karakurt) dotadas de mísseis de cruzeiro Kalibr serão apresentadas nos mercados dos países do Pacífico, declarou o vice-primeiro-ministro russo Yuri Borisov.
"Esses navios são um sucesso", assinalou Borisov, destacando a grande tonelagem das corvetas, bem como seu armamento. "O mais importante são os Kalibr", frisou. 
Estas corvetas têm um preço razoável, não são grandes, são compactas e de alta velocidade", acrescentou o vice-primeiro-ministro.
De acordo com ele, vários países, especialmente da região do Pacífico, ou seja, o Vietnã, China, Índia, podem vir a comprar estes navios que, segundo ele, possuem um bom potencial para serem exportados para estes países. 
Segundo adicionou o vice-primeiro-ministro, no momento, as corvetas estão sendo colocadas em serviço da Marinha russa.
O projeto 22800 foi desenvolvido pelo escritório de projetos navais Almaz. Estas embarcações, destinadas a levar a cabo missões em zonas marítimas distantes, possuem grande capacidade de manobra e excelente navegabilidade. Além disso, contam com a presença de tecnologias furtivas.
Os mísseis Kalibr têm um alcance superior a 2,5 mil quilômetros. Os Kalibr foram utilizados com êxito pela primeira vez em combate no decorrer da operação antiterrorista na Síria em outubro de 2015. 

Demonstração de força': jornalista americano comenta desfile militar da Rússia

O canal norte-americano CNN qualificou o desfile naval, dedicado ao Dia da Marinha da Rússia, como uma importante manifestação de força. Segundo a mídia, o presidente russo Vladimir Putin mostrou os modelos bélicos mais novos.
Nas últimas semanas, observa-se a melhoria nas relações entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o seu homólogo russo, Vladimir Putin, que falaram sobre o desarmamento nuclear e estabelecimento dos laços entre os dois países, assinalou o correspondente do canal Frederik Pleitgen.
Acho que entre outras coisas, os russos mostram com essas manobras e, em especial, com o desfile de hoje, demonstração de força marítima, que 'vocês podem melhorar as relações conosco, mas devem entender que continuamos sendo uma potência militar muito forte'", disse o correspondente.
Entretanto, segundo o jornalista, com o desfile militar, o líder russo lembrou que os EUA não devem ignorar o seu poder militar na hora de estabelecer o diálogo sobre diversos assuntos.
"Nos últimos anos, os russos investiram muito tempo e dinheiro na modernização das suas Forças Armadas, e especialmente a Marinha. É isso o que agora estão demonstrando", ressaltou.
Entre os navios que participaram do desfile, o correspondente norte-americano destacou uma fragata furtiva, bem como o submarino apelidado de "assassino de porta-aviões".
"Em outras palavras, os russos dizem que, por um lado, querem melhorar as relações, algo muito difícil de conseguir agora, mas, por outro, mostram que as suas forças são modernizadas constantemente", concluiu Frederik Pleitgen.
Entretanto, a Rússia reiterou inúmeras vezes que o país não ameaça ninguém, nem planeja usar o potencial militar para fins ofensivos e agressivos. A doutrina militar da Rússia tem um caráter exclusivamente defensivo.
Neste ano, no principal desfile naval da Marinha participaram cerca de 4.000 militares das frotas dos mares Báltico, do Norte, Negro e do Cáspio, mais de 40 navios de guerra e 38 aeronaves da aviação naval.

G7 contra BRICS: quem vencerá a guerra comercial?

Na semana passada praticamente terminou a formação de duas alianças globais que deverão nos próximos anos lutar pelo domínio econômico.
O primeiro bloco consiste da União Europeia, EUA, Japão e seus aliados, preocupados com o crescente poder da China e da Rússia. No segundo estão as maiores economias emergentes, com intenção de acabar com a "ordem mundial unilateral". A Sputnik explica por que não foram realizados outros possíveis cenários e o que pode acontecer com o comércio mundial.
Amizade contra Trump
O BRICS não considera as guerras comerciais como grande problema, segundo as informações da cúpula realizada na semana passada.
A declaração de Joanesburgo contém 102 pontos e apenas quatro são dedicadas ao comércio internacional, sem mencionar os EUA ou Donald Trump. Mas é de notar que todas as controvérsias comerciais devem ser resolvidas apenas através da Organização Mundial do Comércio (OMC).
No entanto, as declarações dos políticos, expressas na véspera e durante a cúpula, dão uma imagem ligeiramente diferente.
 "O grande problema da comunidade mundial é a luta contra a ordem mundial unilateral […] Os países do BRICS são responsáveis pela formação de uma posição comum e por um posicionamento conjunto contra a ordem mundial unilateral", disse o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi.
Não há dúvida de que a coordenação de esforços na oposição à política comercial de Trump também foi discutida em uma reunião restrita entre o líder chinês e Vladimir Putin nos bastidores da cúpula do BRICS.
A China e a Rússia estão entre os países mais atingidos pelas ações da atual administração de Washington. Os EUA vão impor novas tarifas contra Pequim, e contra Moscou – novas sanções.
Uma nova surpresa do presidente dos EUA
Acidentalmente ou não, no dia da abertura da cúpula do BRICS, Donald Trump deu outro passo inesperado: em uma reunião com o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, ele concordou em discutir com a UE a abolição das tarifas no comércio bilateral.
"Hoje concordamos, em primeiro lugar, em trabalhar juntos para alcançar tarifas zero, zero de outras barreiras e zero de subsídios para produtos industriais, exceto a indústria automobilística […] Trabalharemos para reduzir as barreiras que impedem o crescimento do comércio e dos serviços, incluindo produtos químicos, farmacêuticos, médicos e soja", informou Trump.
Até o momento as partes concordaram em se abster de aplicar novas tarifas, inclusive a automóveis e peças de reposição europeus, embora antes Washington as pretendesse introduzir. Em resposta, a UE prometeu aumentar a compra de gás natural liquefeito e reduzir as barreiras comercias à importação de soja.
Inimigos do meu inimigo
Na verdade, o presidente norte-americano simplesmente não tinha outras opções. Sua tática de primeiro intimidar o parceiro, depois oferecer amizade em suas próprias condições não funcionou.
O primeiro fracasso foi com a China, quando Washington anunciou a aplicação de tarifas recorde aos produtos chineses e depois entrou em negociações com Pequim.
Como resultado, os chineses concordaram em aumentar a compra de produtos norte-americanos, incluindo gás natural liquefeito.
Os contornos de uma aliança comercial entre os EUA e a China eram claramente visíveis, o que preocupava muitos políticos. Afinal, essa aliança seria capaz de minar todo o comércio mundial.
No entanto, os falcões do Congresso dos EUA enterraram esse empreendimento, julgando logicamente que, em breve, os EUA se tornariam um parceiro menor nessa aliança.
Foi feita a Pequim uma exigência deliberadamente inaceitável: reduzir o programa de desenvolvimento do seu setor de altas tecnologias. E a guerra comercial eclodiu com novo vigor. Então Trump tentou forçar a Europa a ser amiga dele contra a Rússia, prometendo abolir as novas tarifas se o Velho Mundo se recusasse a construir o gasoduto Nord Stream 2 (Corrente do Norte 2) e começasse a comprar gás liquefeito norte-americano. A Alemanha e a França rejeitaram com indignação essa proposta.
Depois disso, o teimoso presidente norte-americano tentou a normalização das relações com a Rússia. Um novo "resgate" com a perspectiva de fazer amizade com Moscou contra Pequim se tornaria uma boa alavanca para Washington pressionar a China e a Europa.
Novamente Kissinger
Conforme relatado pela revista The Daily Beast, referindo-se a fontes bem informadas, essa ideia pertencia ao mastodonte da política norte-americana, Henry Kissinger, ex-secretário de Estado dos EUA.
Em uma série de reuniões informais, Kissinger persuadiu Trump a cooperar com Moscou para conter a China […] De acordo com sua estratégia, uma relação mais próxima com a Rússia e outros países da região ajudará a limitar o poder e a influência crescentes da China. Na administração presidencial esta proposta foi recebida com compreensão", escreveu a publicação.
As negociações com Putin em Helsinque estavam sondando o terreno sob uma hipotética aliança anti-China. Mas a histeria que se desenvolveu nos Estados Unidos sobre a "traição de Trump" pôs fim a este cenário. No final, não restou a Trump nada mais que restabelecer a amizade com a Europa sob o lema de conter a China e a Rússia.
Não é apenas Washington que tenta criar novas alianças. No início de julho, a China instou a União Europeia a agir em conjunto na Organização Mundial do Comércio contra a política comercial de Donald Trump. Esta iniciativa foi avançada em Bruxelas e Berlim pelo vice-premiê do Conselho de Estado, Liu He. Bruxelas não aceitou a oferta, suspeitando que Pequim estava tentando dividir o bloco ocidental. Depois disso, a principal esperança da China passou a ser o BRICS.
Por sua vez, a UE assinou um acordo de parceria econômica com o Japão em meados de julho. As partes pretendem eliminar gradualmente 99% das barreiras no comércio bilateral.
Em particular, o Japão abolirá os direitos sobre os produtos europeus — queijo, vinho, carne de porco. A União Europeia, por sua vez, reduzirá gradualmente de 10% para zero as tarifas de importação de carros japoneses.
Se os Estados Unidos realmente eliminarem as tarifas de importação no comércio com a Europa, terão que concluir um acordo similar com o Japão. Como resultado, uma aliança surgirá sob a liderança dos países do G7, que se oporá ao BRICS na guerra comercial mundial.
Ganhar por número
As chances de vitória neste confronto são determinadas pelas metas estabelecidas por cada lado. O G7 e seus satélites (Austrália, Coreia do Sul e outros) estão tentando desacelerar drasticamente o crescimento da influência global da China, restringindo o desenvolvimento da economia chinesa por meio de tarifas.
Ao mesmo tempo, eles estão tentando estimular suas próprias economias, eliminando as barreiras no comércio com seus aliados. O objetivo final deste grupo foi formulado por Trump na reunião do G7 em Quebec: "Devemos governar o mundo".
Os objetivos dos países do BRICS e seus aliados são muito mais modestos e, portanto, mais realistas — tornarem-se fortes o suficiente para não cumprir as regras que o Ocidente está impondo.
A principal vantagem do G7 é tecnológica. Mas a diferença pode ser drasticamente reduzida em resultado da implementação da estratégia chinesa "Made in China — 2025", que visa desenvolver o setor das altas tecnologias.
Por outro lado, a aliança dos países em desenvolvimento atrai constantemente novos parceiros. Deve-se notar que os presidentes da Turquia, Argentina e muitos países africanos participaram como convidados na cúpula do BRICS em Joanesburgo. O número de partidários da aliança está aumentando constantemente e é improvável que as guerras comerciais sejam capazes de impedir esta tendência.