terça-feira, 8 de maio de 2018

Como Stalin soube da morte de Hitler?

No início de maio de 1945, o comandante da Primeira Frente Bielorrussa, Georgy Zhukov, enviou para Moscou uma mensagem, a mais importante de todos os quatro anos da Grande Guerra pela Pátria, que faz parte da Segunda Guerra Mundial.
O marechal informou o comandante supremo Josef Stalin sobre o suicídio de Adolf Hitler. O telefonograma de quatro páginas impressas lança luz não só sobre as circunstâncias da morte do fuehrer, mas também sobre a situação política na Alemanha hitleriana agonizante.
Parlamentares importantes
Um grupo de oficiais da Wehrmacht — Forças Armadas da Alemanha durante o Terceiro Reich — apareceu em um trecho da frente do 8º exército da guarda em 1º de maio às 4h00 da madrugada. O chefe do Estado-Maior do Alto Comando das Tropas Terrestres da Alemanha, general de infantaria Hans Krebs, solicitou um encontro com o comandante do exército Vasily Chuikov, declarando que tem que transmitir-lhe uma mensagem muito importante e urgente.
O despacho alemão começava assim: "Berlim, 30 de abril de 1945. Chancelaria Imperial. Comunicação. Delegamos poderes ao chefe do Estado-Maior do exército de terra, general de infantaria Hans Krebs, para enviar a mensagem seguinte: 'Comunico ao líder dos povos soviéticos, como o primeiro dos não-alemães, que hoje, em 30 de abril de 1945 às 15h50, o fuehrer do povo alemão, Adolf Hitler, se suicidou."
Claro que a missão de Krebs não era só de informar o comando soviético sobre a morte de Hitler, mas também estabelecer contato com o líder dos povos soviéticos a fim de "revelar em que medida era possível criar fundamentos para a paz entre o povo alemão e o da União Soviética que servissem para o bem de ambos os povos que sofreram as maiores perdas na guerra".
As negociações entre Chuikov e Krebs continuaram por cerca de cinco horas. Em primeiro lugar, o comando soviético estava interessado nas circunstâncias da morte de Hitler, bem como em saber onde estava o seu corpo. Krebs relatou que Hitler se suicidou em Berlim e que seu corpo foi queimado de acordo com o testamento.
Intrigas no poder alemão
No decorrer da conversa foram revelados detalhes interessantes sobre as divergências nas fileiras da cúpula nazista. Krebs não planejava anunciar a morte de Hitler ao povo, pois disso poderia vir a saber Heinrich Himmler e se beneficiar disso para criar um novo governo.
Recordemos que, nos finais de abril de 1945, Himmler caiu em desgraça perante Hitler devido a boatos sobre conversações secretas de Himmler com representantes dos EUA e Reino Unido. Depois disso, o apoiador mais próximo de Hitler teria começado a sabotar suas ordens para a defesa de Berlim. Por isso, um dia antes de sua morte, Adolf Hitler privou o reichsfuehrer-SS — Tropas de Proteção — de todas as distinções, incluindo a qualidade de membro do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães.
Mas a missão de Krebs fracassou por completo. O comando soviético se recusou a negociar, declarando que podia tratar somente da rendição incondicional.
Reich decapitado
Em 1º de maio, o Estado-Maior da 1ª Frente Bielorrussa recebeu a recusa de Joseph Goebbels — ministro da Propaganda da Alemanha Nazista — da capitulação da guarnição de Berlim. Às 22h00, Goebbels e sua esposa se suicidaram, matando antes disso os seus seis filhos.
Perto da mesma hora se suicidou o general Krebs. Martin Bormann, chefe da Chancelaria do Partido Nazista, morreu na tentativa de furar o cerco. O seu corpo nunca foi encontrado.
Heinrich Himmler tomará veneno durante o interrogatório em um campo britânico de prisioneiros de guerra. Conforme uma das versões, foram os ingleses que o ajudaram a morrer para esconder a informação sobre as negociações secretas.
Quanto ao próprio telefonograma, ele foi, provavelmente, um procedimento formal. Stalin foi informado sobre a morte de Hitler via telefone logo após a chegada de Krebs ao estado-maior soviético.

Novo documentário revela como a URSS venceu Hitler na Segunda Guerra Mundial (VÍDEO

Um novo documentário produzido pela RT examina as narrativas revisionistas sobre a Segunda Guerra Mundial que causaram confusão no Ocidente sobre o papel da União Soviética na derrota da Alemanha nazista e obscureceram os sacrifícios feitos por seu povo.
Intitulada Remembrance (Recordação, em tradução livre), a produção terá sua estreia mundial nesta quarta-feira, disponível também pela internet.
"Eu acho que a Segunda Guerra Mundial foi distorcida incrivelmente pela mídia anglo-americana, e isso porque eles queriam diminuir o papel da Rússia e de Stalin que realmente derrotaram Hitler, você sabe. Não foram os Estados Unidos e a Grã-Bretanha que o derrotaram, foi realmente Stalin", diz Dan Henderson, jornalista norte-americano.
Enquanto a equipe de filmagem viaja pela Polônia, um dos principais campos de batalha ideológicos onde a percepção do conflito ainda influencia a política atual, ela fala aos que veem o Exército Vermelho como libertadores, assim como com aqueles que os viam como invasores.
O documentário discute ainda pontos de referência de guerra, como o Pacto Molotov-Ribbentrop, e expõe como a percepção de muitos mudou durante a Guerra Fria, e novamente desde a queda da Cortina de Ferro, no início dos anos 1990.
"Soldados do Exército Vermelho como libertadores? Na Polônia, a situação é diferente. É difícil para os poloneses falarem em libertação. Nós fomos libertados apenas em 1989, é um tópico completamente diferente", diz Krzysztof Kowalec, professor do Instituto de Memória Nacional.
"Em 50 anos, as crianças polonesas pensarão que a Polônia foi libertada pelo […] Exército dos EUA e não pelo Exército Vermelho. Mas não vamos permitir isso!", responde Tadeusz Kowalczyk, um coronel do Exército polonês, defendendo a visão oposta.
Está não é a primeira produção televisiva que visa esclarecer quem de fato vencer a Alemanha nazista de Adolf Hitler. Em 2012, o cineasta estadunidense Oliver Stone lançou uma série que explorava os equívocos envolvendo os EUA e fatos históricos, e um dos episódios confirmava que a URSS foi quem de fato venceu a Segunda Guerra Mundial

sábado, 5 de maio de 2018

Chefe do EPEx conhece capacidade tecnológica e produtiva da Avibras

No último dia 12, a Avibras recebeu a visita do General-de-Brigada Ivan Ferreira Neiva Filho, Chefe do Escritório de Projetos do Exército (EPEx) e do General-de-Brigada R/1 (Reserva) José Júlio Dias Barreto, Gerente do Programa Estratégico do Exército ASTROS 2020. O objetivo foi conhecer a capacidade tecnológica e produtiva da Avibras, além de acompanhar a evolução dos contratos relacionados ao Programa ASTROS 2020.
“O que mais me impressiona na Avibras é o seu senso de compromisso. Muito mais do que entregar um produto de Defesa à sociedade Brasileira, a empresa entrega tecnologia, defesa, dissuasão, mostrando a Bandeira do Brasil ao mundo”, destacou General Neiva.
Hoje o EB tem 16 Programas Estratégicos nas mais diversas áreas. Segundo ele, existe uma gama imensa de possibilidades para a Avibras, que nascem da parceria entre indústria, academia e governo.
O General Barreto, Gerente do Programa Estratégico do Exército ASTROS 2020, disse que a cada visita na Avibras ele fica mais satisfeito e orgulhoso de ser brasileiro. “Tivemos a oportunidade de ver a evolução dos equipamentos que farão parte do túnel de jato livre e a parte de integração de todo o trabalho de desenvolvimento do Míssil Tático de Cruzeiro. Isso nos dá muita satisfação e segurança”, disse.

Contingente militar francês é flagrado na Síria

De acordo com informações fornecidas pelas Forças Democráticas da Síria (SDF, na sigla em inglês), a França está aumentando sua presença militar ao redor da cidade síria de Manbij.
A Sputnik recebeu uma foto que mostra dois veículos de combate com militares franceses na área do rio Sajur, Manbij. Um dos veículos tem a bandeira dos EUA, enquanto o segundo ostenta a bandeira francesa.
Um membro sénior do Conselho Militar de Manbij afirmou à Sputnik que 50 soldados franceses estão deslocados na área. Além disso, atualmente está sendo construída uma base militar da França no norte da cidade.
Veículos Hummer dos EUA e França em Manjib com bandeiras bem visíveis 
"Recentemente os militares franceses chegaram a Manbij Agora estão ocupados a construir uma nova base militar no norte de Manbij. Eles estão aumentando sua presença na região com o objetivo de prevenir uma possível operação por parte das Forças Armadas da Turquia e unidades do Exército Livre da Síria", comunicou o interlocutor da agência.
Além disso, ele adicionou que os militares franceses estão constantemente patrulhando a área do rio Sajur.
"Em serviço, eles usam blindados nos quais a bandeira francesa é visível. Há aproximadamente 50 militares franceses na fronteira de Manbij", sublinhou.
No momento, as forças da França estão presentes em cinco bases militares nas áreas controladas pelas Unidades de Proteção Popular curdas (YPG).
Em março, o presidente francês, Emmanuel Macron, encontrou-se com uma delegação das Forças Democráticas da Síria, lideradas pelos curdos, garantindo-lhes o apoio do seu país, em particular no que diz respeito à estabilização da situação no nordeste da Síria. Após o encontro, um alto funcionário curdo afirmou que Paris enviará mais tropas para esta região síria.

Netanyahu e ataques de Israel na Síria podem empurrar Trump para guerra com Irã

Os contínuos ataques de Israel contra alvos na Síria e as acusações altamente divulgadas do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu contra o Irã parecem destinadas a levar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a uma guerra com o Irã, disseram analistas à Sputnik.
Netanyahu disse na segunda-feira que o Irã mantinha um programa de armas nucleares, apesar de assinar o Plano de Ação Integral Conjunto (JCPOA) com os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, além da Alemanha e da União Europeia (UE) em 2015.
Netanyahu afirmou durante seu discurso na segunda-feira que a inteligência israelense tem 100 mil arquivos provando que o Irã continuou a manter um programa nuclear secreto.
Trump descreveu repetidamente o JCPOA como o pior acordo da história dos EUA e agora enfrenta o prazo final de 12 de maio para decidir se os Estados Unidos continuarão ou não fazendo parte do acordo nuclear.
Alguns esperam que Trump saia do acordo. No entanto, o secretário de Estado Mike Pompeo admitiu durante sua audiência de confirmação que o Irã estava cumprindo seus compromissos sob o acordo.
Israel parece procurar confronto com Teerã
O comentarista político Dan Lazare alertou que Netanyahu pode pressionar por um conflito com o Irã, mesmo que Trump decida permanecer no acordo nuclear de 2015 com Teerã.
Mesmo que o acordo permaneça em vigor, Netanyahu ainda pode pressionar por um confronto com o Irã, deixando Trump com pouca escolha a não ser ir adiante", avaliou Lazare.
Netanyahu vem usando todo o apoio político que Israel desfruta entre legisladores republicanos e democratas e ambas as câmaras do Congresso dos EUA para aumentar a pressão sobre Trump para sair do acordo nuclear, destacou Lazare.
"Netanyahu possui imenso poder em Washington, mais na verdade do que Trump. Então, sua performance de mostrar e contar tem, sem dúvida, um efeito enorme", revelou.
O premiê israelense está deliberadamente escalando os perigos do conflito na Síria para tentar forçar o governo dos EUA a uma situação em que não tinha escolha a não ser apoiar Israel em um confronto com o Irã, alertou Lazare.
"A questão da guerra não está inteiramente nas mãos de Washington. Seja qual for o impacto do discurso de Netanyahu, suas repetidas incursões com bombas, supondo que continuem, vão falar muito mais alto que palavras", disse.
Capacidade de decisão dos EUA
Por outro lado, o governo dos EUA não é um jogador passivo que Netanyahu pudesse manipular à vontade, destacou Lazare.
"Washington não é totalmente massa nas mãos dos israelenses. Pelo contrário, os americanos são grandes e são perfeitamente capazes de descobrir onde seus interesses imperiais estão por conta própria. E isso definitivamente não está em provocar outra Explosão do leste", analisou.
A maioria dos membros do Congresso pareceu favorecer a permanência no acordo nuclear com o Irã, afirmou Lazare.
Além disso, "quando o momento da verdade chegar, Trump também se renderá à razão […] Mas isso não significa que uma explosão não ocorrerá", afirmou.
Trump ainda pode ser puxado para uma guerra com o Irã por Israel, assim como seu antecessor, o presidente Barack Obama, foi obrigado a apoiar a atual guerra aérea da Arábia Saudita no Iêmen, observou Lazare.
Obama achou que não tinha escolha a não ser fornecer apoio, e é por isso que, três anos depois, os Estados Unidos se encontram em mais um atoleiro", continuou.
Trump, como Netanyahu, tornaram o mundo mais perigoso
O professor de Antropologia da Universidade de Minnesota e historiador do Oriente Médio William Beeman, autor do livro O Grande Satã contra os Mulás Loucos, disse acreditar que Trump já havia decidido abandonar o acordo nuclear de 2015 e que os comentários de Netanyahu haviam sido planejados para ajudá-lo a fazer isso.
"O golpe de Netanyahu foi planejado para dar cobertura à capa de Trump, que parece que já decidiu desclassificar o JCPOA em 12 de maio […] Netanyahu deu a ele algo para apontar e seguir em frente com essa ação destrutiva", disse.
No entanto, Beeman apontou que Netanyahu não revelou nenhuma informação nova sobre o programa nuclear iraniano em sua apresentação na segunda-feira.
"A conferência de Netanyahu pode ser descrita como um 'cão barato e show de pônei'. Ele não revelou absolutamente nada de novo. Todos os 'documentos' tinham mais de 15 anos e sem a capacidade de inspecioná-los, não há como para avaliar a sua relevância para a situação atual no Irã", ponderou.
Os diagramas que Netanyahu mostrou em sua apresentação estão disponíveis na Wikipedia ou em qualquer texto de engenharia nuclear elementar, observou Beeman.
"O que é um fato difícil é que o Irã tem escrupulosamente aderido às provisões do JCPOA. Netanyahu sugeriu sombriamente que os iranianos poderiam estar trapaceando, mas ele não fornece nenhuma evidência para isso. É tudo insinuante […] Estúpido além da crença", afirmou.
As nações europeias ainda poderiam resgatar o JCPOA, mas teriam que fazê-lo sem os Estados Unidos, aconselhou Beeman.
"A verdade é que Trump está prestes a tornar o mundo um lugar muito mais perigoso", disse. A Casa Branca afirmou em comunicado na segunda-feira que os Estados Unidos apoiaram os esforços de Israel e elogiaram os dados coletados pela inteligência israelense, o que pareceu dar credibilidade às alegações de Netanyahu.

sexta-feira, 4 de maio de 2018

A preocupante queda no orçamento militar da Rússia

Arábia Saudita 'espera que Israel faça o trabalho por eles e lute contra Irã'

O premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou ter informações provando que o Irã estaria continuando com seu programa secreto nuclear militar. O especialista israelense Meir Litvak, analisa o papel de cada parte envolvida nas tensões na região.
Na segunda-feira (3), o premiê de Israel afirmou que os serviços secretos israelenses obtiveram arquivos provando que o Irã possui um projeto nuclear militar.
Segundo Meir Litvak, chefe do Centro de Estudos Iranianos da Universidade de Tel Aviv, Netanyahu escolheu um bom momento para a revelação referente às declarações de Donald Trump de que os EUA podem abandonar o acordo nuclear do Irã e estender sanções contra o país.
É possível que Netanyahu queira influenciar o presidente Trump para que saia do acordo, tendo feito sua declaração [sobre programa nuclear iraniano] antes da decisão de Trump", opinou Litvak.
Teerã descartou as afirmações de Netanyahu sobre seu programa, afirmando que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) já estudou o caso. Porém, o analista israelense prefere não acreditar plenamente nas palavras do Teerã.
"Até 2003, a AIEA bem como várias inteligências internacionais afirmavam que o Irã estava desenvolvendo armas nucleares […] O Irã, por sua vez, negou que havia tentado desenvolver potencial nuclear militar […] Eles mentiram antes e estão mentindo agora", opinou o especialista à Sputnik Internacional, destacando que a declaração de Netanyahu não é prova suficiente de que Teerã teria violado o acordo nuclear.
Outro aspecto que agrava as tensões entre Irã e Israel é o recente ataque, realizado supostamente por Tel Aviv contra a base síria T-4, utilizada também pelas forças iranianas, que poderiam resultar em um confronto.
"Há um perigo que Israel e Irã estejam se dirigindo rumo ao confronto e terão que se enfrentar no final […] Não acho que um confronto direto de grande magnitude no Oriente Médio traga vantagens para nenhuma das partes", disse Litvak, expressando esperanças que medidas diplomáticas sejam tomadas para prever este cenário.
Até mesmo a Arábia Saudita, que também considera o Irã uma ameaça à sua segurança, não quer se envolver em um conflito aberto.
Se houver um confronto, eles [sauditas] ficarão de lado. Acho que estão esperando secretamente que Israel ataque o Irã, mas eles próprios não farão nada e até poderão condenar Israel para acalmar o povo […] Eles esperam que Israel faça o trabalho por eles e lute contra o Irã, para depois se beneficiar disso", comentou Litvak.
Concluindo, o analista ressalta que os israelenses estão preocupados principalmente com o fato que a Síria possa se tornar "uma base para mísseis iranianos, apontados na direção de Israel", pois duvida que Irã abandone completamente o território sírio.
"Espero que sejam implementadas algumas medidas para impedir que a Síria se torne base avançada do Irã", afirmou.

O que se tornou ponto de virada na relação de Putin frente ao Ocidente?

Historiadora francesa e especialista em assuntos da Rússia, Helene Carrere d’Encausse contou em entrevista à edição suíça Basler Zeitung que acontecimentos se tornaram o ponto de virada na política externa do presidente russo Vladimir Putin.
Segundo a historiadora, no fim do século passado, a Rússia estava em uma situação de caos e os países ocidentais se aproveitaram da situação, ignorando a posição de Moscou na arena internacional.
A atitude de desprezo do Ocidente e o bombardeio da Iugoslávia foram os dois fatores-chave na formação da política de Putin, acredita Carrere d'Encausse.
"A Rússia herdou da URSS o título de membro permanente do Conselho de Segurança da ONU. Quando os países da OTAN decidiram bombardear Belgrado, deveriam ter convocado o Conselho de Segurança, mas não o fizeram, o que se tornou o ponto de virada para Putin […] Eles queriam mostrar à Rússia que tal não era importante. Mais tarde, ele se tornou primeiro-ministro, depois presidente. Seu objetivo era claro: nunca mais a Rússia devia ser tratada deste modo", opinou a historiadora ao jornal suíço.
Após chegar ao poder, o objetivo principal de Putin foi evitar o colapso do Estado e construir um país forte e centralizado, o que ele conseguiu, acha a especialista.
Falando do aumento das tensões entre a Rússia e o Ocidente, Carrere d'Encausse sublinha a importância de negociações e da busca compromissos.
"Putin é uma pessoa racional, com ele se pode negociar. O Ocidente não ganha nada com as sanções, antes pelo contrário: estamos perdendo um parceiro que pode ajudar a resolver outras questões", ressaltou.
Ao mesmo tempo, a historiadora acrescenta que as sanções impostas à Rússia incentivam o país a fazer reformas e poderá levar Moscou a sair da crise com uma economia mais forte.
Em 6 de abril, Washington anunciou novas sanções contra os "esforços globais de desestabilização" alegadamente levados a cabo por Moscou.
A lista de sanções divulgada atinge ministros, deputados e senadores russos, grandes empresários, bem como empresas públicas e privadas.

quarta-feira, 2 de maio de 2018

Estaleiro Brasileiro constrói navio de 1 bilhão de Reais.

Militares dos EUA participam do programa de não proliferação nuclear na Argentina

Militares dos EUA estão envolvidos em um programa de não proliferação de armas nucleares que ocorre na Argentina, informaram as fontes do Ministério daOs signatários do PSI assumem a função de cumprir uma Declaração de Princípios de Interdição de transferências ilícitas de armas de destruição em massa, seus sistemas de distribuição e materiais relacionados", explicou o Ministério da Defesa argentino.
Através deste programa, os Estados elaboram e compartilham seus conhecimentos de serviços legais, diplomáticos, econômicos e militares "para interceptar por ar, terra e mar as remessas suspeitas que são consideradas uma ameaça".
A oposição exige explicações
A ex-ministra da Defesa e agora parlamentar da oposição, Nilda Garre,  afirmou neste sábado que "forças armadas dos Estados Unidos e da Argentina" realizarão "exercícios militares conjuntos nos dias 2 e 3 de Maio em território nacional". Defesa do país sul-americano à Sputnik Mundo.

É um exercício de debate intelectual, sem recorrer aos meios militares", assegurou o ministério. 

Membros das Forças de Segurança e das Forças Armadas, bem como autoridades de organizações nacionais participam dos exercícios do lado argentino.

Esta iniciativa reúne também representantes dos Ministérios da Defesa, Segurança, Relações Exteriores, Saúde e da Direção Geral de Alfândegas.
A iniciativa "faz parte das relações bilaterais entre o nosso país e os Estados Unidos e reúne especialistas no campo da não proliferação de armas nucleares", acrescentou a Secretaria de Estado.
O chamado "exercício de tabuleiro" acontece no âmbito da Proliferation Security Initiative (PSI), documento do qual a Argentina é signatária desde 2003, juntamente com 104 outros países, como Chile, Colômbia e Paraguai.
Estes exercícios com pessoal de inteligência representam um retorno às relações carnais e à entrega da soberania argentina", escreveu ela no Twitter.
Perguntada pela Sputnik Mundo, Garre disse que o governo de Mauricio Macri não revelou a natureza dessa atividade, uma vez que nem o ministério da Defesa nem as forças de segurança informaram oficialmente sobre o evento.
O Congresso, em particular, não foi informado se os exercícios são teóricos, em tabuleirom, sem envolvimento das tropas", esclareceu a legisladora em conversa com a agência.
Garré, ministra da Defesa entre 2005 e 2010, lembrou que "no caso de exercícios militares no país, o Congresso deve ser avisado".
A coligação de oposição Frente para la Victoria (FpV), à qual a deputada pertence, solicitou, há poucos dias, um relatório ao ministério da Defesa sobre as características deste programa.
"Como não temos comunicação oficial, convidamos o ministro da Defesa a responder de alguma forma sobre a atividade, do que consiste", disse ela.
A deputada também foi ministra da Segurança entre 2010 e 2013.

Um General brasileiro no comando da maior missão de paz da ONU

As diferenças entre o Juan Carlos I e o PHM Atlântico

Militares brasileiros feridos na República Centro-Africana

Destino pior do que a morte': EUA estão preocupados com Tomahawk capturados pela Rússia

Um destino pior do que a morte espera pelos mísseis Tomahawk que os EUA usaram para atacar a Síria e que foram entregues praticamente intactos a Moscou pelas tropas do país árabe, afirmou o jornalista Joe Pappalardo em artigo publicado pelo portal Popular Mechanics.
O Ministério da Defesa da Rússia apresentou fragmentos de dois mísseis que foram lançados pelos EUA contra a Síria em 14 de abril. Sergei Rudskoy, coronel-general do Estado-Maior da Rússia, disse que os dados recebidos depois de uma investigação minuciosa dos Tomahawks podem ser usados para melhorar as armas russas.
Em seu artigo, Pappalardo faz uma previsão de qual será o destino dos mísseis capturados.
"Um destino pior do que a morte espera pelo material de guerra que foi recuperado intacto no campo de batalha. A disputa entre engenheiros russos e norte-americanos não se encerrou com a Guerra Fria", sublinha o autor do artigo.
Pappalardo lembrou que há um ano jornalistas da Popular Mechanics visitaram o laboratório da segunda maior empreiteira do mundo, a BAE Systems, localizada em Hampshire, Reino Unido.
Nesse laboratório, engenheiros britânicos trabalham para desenvolver métodos para neutralizar mísseis inimigos. Essa visita à BAE Systems revelou aos jornalistas como o material de guerra capturado em um campo de batalha pode se tornar "um ativo de inteligência".
Segundo Pappalardo, a BAE não compra sistemas antiaéreos da Rússia ou da China. Eles trabalham com os mísseis capturados no campo de batalha pelos serviços de inteligência dos EUA e seus aliados e em seguida os entregam à empresa britânica. Esses mísseis são então expostos a uma série de testes prolongados.
"Os mísseis capturados também são usados como cobaias", explica Pappalardo.
O jornalista ressalta que a Rússia tem laboratórios semelhantes aos da BAE, onde pesquisadores russos podem examinar antenas de comunicação intactas dos Tomahawks e testar a resistência de seus próprios sistemas de defesa em relação à tecnologia dos EUA.
Além disso, os engenheiros russos são capazes de provar o quanto as antenas são vulneráveis a inferências. Os dados dos motores, por sua vez, podem ajudar a aprender a detectá-los com luz infravermelha.
Pappalardo salientou que todos os mísseis disparados possuem um design que impede a revelação de muitas informações relevantes se o projétil aterrissar intacto em território inimigo.
"No entanto, há peças dentro de mísseis modernos que um inimigo inteligente pode usar […] Apesar disso, o valor real de um míssil capturado não é que o inimigo fabrique um míssil similar, o valor real é que, depois de estudá-lo, o adversário pode encontrar um modo de interceptá-lo", esclareceu o jornalista.
Exemplificando, Pappalardo mencionou uma lição de história. Em 1998, seis mísseis Tomahawk caíram no Paquistão durante um ataque perpetrado contra bases operadas por Osama Bin Laden. Depois desse incidente, cientistas paquistaneses e chineses estudaram esses mísseis minuciosamente e usaram os dados que conseguiram coletar em seus próprios programas de armas.