sexta-feira, 8 de março de 2013

A-Darter começa a ser produzido este ano em São José dos Campos

O Brasil deve começar a produzir este ano, em São José dos Campos, os primeiros protótipos do ‘A-Darter’, um novo míssil ar-ar, de quinta geração, capaz de manobrar até 10 vezes mais rápido do que um avião de combate.

O míssil é fruto de uma parceria entre o Brasil e a África do Sul e envolve empresas baseadas em São José dos Campos, como a Mectron e a Avibras. Também integra o projeto a Opto Eletrônica, de São Carlos. De acordo com o Ministério da Defesa, os mísseis serão utilizados pelas aeronaves F-5M da FAB (Força Aérea Brasileira).

Também poderão utilizar os mísseis ‘A-Darter’ os caças subsônicos AMX e os aviões do programa F-X2, que deverão ser comprados para renovar a frota da FAB. Na África do Sul, o míssil vai equipar os Gripen da Força Área daquele país. Mapeamento. No final do ano passado, a FAB contratou a Denel do Brasil, por R$ 1,4 milhão, para fazer um levantamento das empresas nacionais com potencial ou interesse em participar do programa.

Sediada em São José dos Campos, a Denel do Brasil é uma subsidiária da Denel Dynamics, da África do Sul, que integra o programa do novo míssil ar-ar. “Até abril vamos entregar à FAB o relatório com o estudo sobre o parque industrial nacional”, disse Everton de Paula, da Denel. Segundo ele, várias empresas deverão fornecer produtos e serviços para a montagem final do ‘A-Darter’.

A Mectron, a Avibras e a Opto Eletrônica são as principais parceiras, mas outras empresas devem integrar o programa de defesa. A previsão é que a montagem final dos protótipos do novo míssil seja feita na Avibras, que reúne todas as condições técnicas para isso.

A FAB deve começar a receber os primeiros lotes do novo míssil a partir de 2015. Em Brasília, termina hoje o primeiro encontro do Comitê Conjunto de Defesa Brasil-África do Sul. O programa do novo míssil é um dos temas da reunião bilateral.
O VALE ..SNB

Área espacial pode unir França e Brasil

Por Virgínia Silveira


Atraída por um nicho mundial para satélites de observação da Terra, na faixa de 300 a 400 quilos, a Astrium tem conversado com interlocutores da Agência Espacial Brasileira em busca de parceria para o desenvolvimento de engenharia e tecnologia brasileiras na área de foguetes. Especializada em tecnologias espaciais, a empresa tem sede principal na França e está presente em cinco países europeus. É controlada pelo grupo EADS, dono da Airbus.
A França e o Brasil poderiam explorar conjuntamente o uso comercial desses satélites, disse ao Valor o vice-presidente da divisão de lançadores da Astrium, Silvio Sandrone, que também está à frente do programa de foguetes Ariane. Segundo o executivo, o novo foguete substituiria os atuais equipamentos de grande porte que encarecem a operação de lançamento.
O Brasil já possui quase todas as tecnologias necessárias para produzir seu próprio foguete, mas ainda depende de uma cadeia industrial bem-estabelecida e de uma decisão política de Estado para levar adiante os projetos, disse Sandrone. O orçamento previsto pela Agência Espacial Brasileira (AEB) para os projetos de acesso ao espaço em 2013, como o foguete VLS e o lançador de microssatélites VLM, é de R$ 112,4 milhões.
A expectativa para 2015 é de uma demanda mundial para lançamento de 20 a 25 satélites na faixa de 300 a 400 quilos, segundo estudo da consultoria francesa Euroconsult.
O programa brasileiro de lançadores prevê um veículo com massa entre 200 kg e 500 kg, batizado de VLS-Alfa. Os mercados-alvo são os fabricantes de satélites de até 500 kg destinados à órbita terrestre baixa (abaixo de 2 mil km). Na última edição do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE), revisada em janeiro, o orçamento previsto para o VLS-Alfa era de R$ 442 milhões.
A cadeia industrial do foguete Ariane, segundo o executivo da Astrium, tem 64 fornecedores que se comunicam diretamente com a Astrium, produzindo equipamentos e sistemas, desde motor-foguete a propulsão líquida, computadores de bordo, sistemas pirotécnicos, estruturas, tanques, entre outros. "Essas empresas empregam diretamente cerca de 10 mil pessoas na Europa", disse Sandrone.
No Brasil, existem apenas 14 empresas fornecedoras do programa espacial, que empregam 440 colaboradores. Na parte de infraestrutura, segundo a Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil, o país conta com 18 salas limpas e 40 laboratórios, dos quais 18 são dedicados ao desenvolvimento de software.
Em 2011, do faturamento de US$ 6,8 bilhões das empresas do setor aeroespacial e de defesa no Brasil, as indústrias que atuam no segmento espacial responderam por 0,63% do total, segundo o último balanço disponível da associação do setor.
Para comparação, a Astrium sozinha faturou € 5,8 bilhões em 2012. O foguete Ariane, isoladamente, movimenta mais de € 1 bilhão por ano no mercado mundial de lançamentos comerciais, capturando a cada ano metade do total de lançamentos, disse Sandrone.
A Astrium já se uniu à Agência Espacial Europeia e à Agência Espacial Alemã para colaborar com o Brasil no programa de foguetes de sondagem (veículos suborbitais que podem transportar experimentos científicos para altitudes superiores à atmosfera terrestre, por períodos de até 20 minutos). O foguete brasileiro VSB-30, por exemplo, já realizou 14 missões bem-sucedidas na Europa.
Os foguetes de sondagem têm sido usados pelos europeus desde 1976 em missões de pesquisa atmosférica, lançamento de cargas científicas e tecnológicas em ambiente de microgravidade. Até o momento, segundo Andreas Schütte, diretor dos programas Texus Maxus da Astrium Space Transportation, já foram realizados 51 lançamentos do programa Texus e nove do Maxus.
O foguete usado nas missões do Texus é o VSB-30, e para o programa Maxus, o Castor. Mas, de acordo com Schütte, o veiculo será substituído pelo foguete brasileiro VLM-1, previsto para voar em 2015. O próximo voo do Texus com o foguete VSB-30 está programado para abril.
O foguete VLM-1 também está sendo desenvolvido em parceria com a agência alemã, que lançará em 2015 o experimento científico Shefex 3. Os alemães arcam com 25% dos custos de desenvolvimento do VLM, estimados em R$ 100 milhões.
"O Brasil está um pouco na situação da Europa. Possui um mercado institucional demasiado pequeno para sustentar a produção de lançadores. O acesso ao mercado comercial é indispensável para o país ser independente nessa área", afirmou Sandrone.
Valor apurou que Sandrone esteve no Brasil em dezembro para tratar desses temas. A Astrium também participa do processo de seleção do fornecedor do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas, que o Brasil pretende adquirir a um custo estimado de R$ 720 milhões.
A Agência Espacial Brasileira (AEB) articula a criação de uma empresa integradora para a área de foguetes, que ficaria responsável pelo fornecimento de um sistema completo, envolvendo a parte de engenharia de sistemas e a sua integração. A nova empresa pode surgir de uma parceria público-privada, nos moldes da Visiona Tecnologia Espacial, uma associação entre a Embraer e a Telebrás, para a construção do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas. Segundo especialistas do setor espacial brasileiro, o assunto já despertou o interesse de algumas empresas nacionais, entre elas, a Camargo Correa, a Avibras e a Odebrecht, que controla a Mectron. A criação de uma empresa integradora é considerada uma operação mais complexa, porque não tem o apelo comercial de um satélite. O modelo de empresa integradora de foguetes já foi testado em 1996, com a criação da Espacial S.A, que chegou a operar durante quatro anos, mas foi descontinuada. Petrônio Noronha de Souza, diretor da AEB, disse que o conceito de empresa integradora se adequa ao objetivo de incentivar a consolidação do setor por meio de empresas de maior porte. O interesse de cooperação da Astrium com o Brasil na área de lançadores, segundo um interlocutor do programa espacial brasileiro, poderá interessar, mas isso vai depender das condições propostas, da disposição em transferir tecnologia e da existência de orçamento. "O programa do VLS só recebeu R$ 15,5 milhões em 2012, embora o valor publicado seja de R$ 62 milhões. Com esse montante não é possível avançar", afirmou.

VALOR........ SNB

- Entrevista com o Chefe de Operações Conjuntas no Ministério da Defesa


FAB TV...SNB

Momento é "de virada" para a Petrobras,afirma Graça

Por Olívia Alonso | Valor.....A presidente da Petrobras, Graça Foster, classificou como “muito bom” o aumento do preço do diesel anunciado na terça-feira e afirmou que a Petrobras está em um momento de “virada”. Em entrevista exclusiva ao Valor, ela afirmou que “não há nada mais correto” que a companhia poderia fazer do que os quatro reajustes nos combustíveis que efetuou nos últimos nove meses.
“A Petrobras está hoje com praticamente 100% de tudo o que é distribuído no país. Trazemos e importamos combustível ao Brasil, e existe uma diferença cambial e uma diferença em relação aos preços internacionais. Então nada mais correto do que efetuarmos em nove meses os quatro aumentos. Eu acho muito bom”,afirmou.
Graça Foster disse que os reajustes deixam os preços brasileiros mais próximos dos internacionais e afirmou que contribuem para que a companhia melhore sua situação financeira. “Certamente [o reajuste] equilibra as contas, isso é muito importante.”
Para ela, o reflexo da notícia nas ações da companhia - tanto as preferenciais como as ordinárias tiveram altas expressivas, de 8,99% e 15,15%, respectivamente, nesta quinta-feira - é bom, mas o preço ainda não chegou a um nível que considera justo. “O papel está muito baixo. Mesmo com os aumentos de ontem e hoje são valores que não justificam e não explicam os ativos e as reservas de petróleo que a Petrobras tem.”
Graça Foster disse que as ações ainda vão refletir o aumento da produção da companhia, com a entrada em operação de cinco novas unidades até dezembro. Segundo ela, 2013 será um ano de virada bastante importante para a empresa, principalmente no segundo semestre. “Eu não tenho dúvida de que nossa oferta de petróleo crescerá. E o aumento de derivados foi muito importante para equilibrar as finanças da companhia”, acrescentou.
VALOR ...SNB

quinta-feira, 7 de março de 2013

África do Sul ajudará Brasil no planejamento das ações de defesa para a Copa do Mundo

Brasília, 07/03/2013 – Um relatório contendo detalhes sobre a segurança das estruturas estratégicas da Copa do Mundo 2010 foi entregue ao governo brasileiro pelo Ministério da Defesa da África do Sul.  As informações serão utilizadas no preparo do planejamento da Copa Fifa 2014 que acontecerá no Brasil.

A disposição do governo sul-africano em cooperar com o Brasil foi externada, hoje (7), pelo vice-ministro de Defesa, Thabang Makwetla, ao ministro Celso Amorim, no encerramento da 1ª Reunião do Comitê Conjunto Brasil-África do Sul.“Ao oferecermos ajuda ao Brasil manifestamos o desejo que possa realizar a Copa 2014 com muito sucesso, e que a seleção de vocês vença para que a Copa fique com o país do sul”, disse Makwetla. “É bom lembrar também que a seleção da África do Sul estará aqui e terá um desempenho melhor do que foi em 2010. Quem sabe possamos ter Brasil e África do Sul na final”, afirmou Makwetle, provocando risos entre os participantes de cerimônia.

Após a reunião, o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), general José Carlos De Nardi, disse que já dispõe de informações sobre como as autoridades da África do Sul planejaram o setor de defesa para a competição esportiva ocorrida há três anos. “Recebemos um relatório muito bom do governo sul-africano”, contou o militar.

Cooperação Brasil-África do Sul

A reunião de encerramento foi marcada pela assinatura de documentos nos quais Brasil e África do Sul se comprometem a ampliar a cooperação entre as Forças Armadas respectivas. O vice-ministro ressaltou em seu discurso o bom relacionamento entre as duas nações e a necessidade de melhoria dos sistemas de defesa daquele país.

“Essa primeira reunião do comitê é muito importante. O processo com o Brasil vem se intensificando desde 1994, e devemos ampliar ainda mais”, destacou Makwetla.

O vice-ministro contou ainda que essa integração também se dá com a participação dos países em dois blocos multilaterais: IBAS (Índia, Brasil e África do Sul) e BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Makwetla informou da expectativa do governo sul-africano para a reunião do BRICS no final de março. A cúpula deve ocorrer em Durban, na África do Sul.

Na ocasião, o sul-africano destacou também a cooperação das Forças Armadas dos dois países no sentido de permitir o tráfego seguro de navios no oceano Atlântico. “Tenho certeza que essa reunião permitirá o fortalecimento de nossas instituições do setor de defesa”, afirmou o ministro que, mais adiante, contou que o governo irá participar da LAAD 2013, feira internacional de defesa e segurança que acontecerá no próximo mês no Riocentro, Rio de Janeiro.

Da parte do Brasil, o ministro Amorim afirmou que estava satisfeito com os resultados da conferência dentro do ambiente de cooperação Sul-Sul. O ministro contou que tem enorme carinho para com a África do Sul, e que essa admiração vem desde a época em que era ministro das Relações Exteriores no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Amorim espera que os dois países possam realizar exercícios semelhantes com as Forças Terrestre e Aérea, seguindo as mesmas diretrizes das realizadas com a Marinha.

“Essa reunião se seguirá por outras, em benefício da paz no Atlântico Sul e no mundo. É uma reunião histórica do nosso comitê conjunto de defesa”, afirmou Amorim.

Foto: Felipe Barra
Assessoria de Comunicação Social (Ascom)
Ministério da Defesa....................................SNB

DEFESA E SEGURANÇA NO SÉCULO XXI 21

José Monserrat Filho ...“A eliminação da guerra é o nosso principal problema.”
Hans Kelsen, jurista e filósofo austríaco.¹

Este tema é um super desafio global.² Basta ir à Feira Internacional de Defesa e Segurança “LAAD Defence & Security”. Você vê vendedores, compradores, tecnólogos, especialistas em marketing e geoestratégia de dezenas de países. São fabricantes, fornecedores, pesquisadores e consumidores (públicos e privados) de tecnologias e equipamentos (inclusive espaciais), e serviços para as Forças Armadas, Polícias, Forças Especiais e para empresas de segurança corporativa.
A LAAD, em sua 9ª edição, terá lugar novamente nas amplas dependências do Centro de Convenções e Exposições Riocentro, no Rio de Janeiro, de 9 a 12 de abril próximo. E, claro, deve revelar o estado da arte dos produtos e serviços necessários às ações de defesa e segurança pública e corporativa, além de promover debates sobre as questões pertinentes no mundo atual.
Em 2012, no mesmo local, a LAAD recebeu 14 ministros de Defesa, comitivas oficiais de 63 países, 300 delegados oficiais, 663 expositores de 40 países, 25.800 visitantes de 54 países. Além disso, teve 21 pavilhões nacionais e sua mostra ocupou 50 mil m² de área interna e 10 mil m² de área externa. Assim, há razões de sobra para a LAAD ser considerada a maior e mais importante feira do setor na América Latina.
As atividades de defesa e segurança estão hoje entre as mais intensas, crescentes, perigosas, caras e lucrativas do mundo. Os investimentos, aí, costumam ser milionários, quando não bilionários. São todas elas atividades necessárias e inevitáveis? Muitas o são, sem dúvida, sobretudo as que protegem a ordem constitucional interna dos países. Outras, são altamente polêmicas, tanto no âmbito internacional, como no interno. Ainda há muitas guerras julgadas desnecessárias, injustas e perfeitamente evitáveis. Basta acompanhar as intervenções e votações da maioria dos países na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) nas últimas décadas.
Certo, já não há mais Ministérios da Guerra, como antigamente. A Carta da ONU, adotada em 1945 após as barbáries da 2ª Guerra Mundial, conseguiu, enfim, pela primeira vez na história do direito internacional, vetar o uso da força, e até mesmo a ameaça de seu uso ¨C ou seja, a guerra e a ameaça de guerra ¨C para resolver litígios internacionais. Ao mesmo tempo, a Carta erigiu o princípio da solução exclusivamente pacífica das controvérsias. Neste novo quadro jurídico, como manter o nome de Ministério da Guerra, se a guerra passara a ser legalmente proibida?
Assim, não cabe mais falar em guerra, só em defesa. Isso muitas vezes corresponde à verdade dos fatos. Outras vezes, seria o caso de voltar ao nome de Ministério da Guerra. E aí, para dissimular o caráter agressivo das ações realizadas ou planejadas, cai bem a palavra “defesa”.
A realidade é que a dobradinha “defesa & segurança” nem sempre aparece como legítima e legal. Certo, todos os países têm o direito inalienável de garantir sua segurança nacional e de se defender de agressões à sua soberania e independência, bem como de qualquer  intervenção em seus assuntos internos. É lícita a intervenção aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU, quando  comprovada a prática por um país de genocídio, crimes de guerra, crimes contra a humanidade e crimes de agressão. Violações dos direitos humanos e do direito internacional geral, devidamente demonstradas e apreciadas, também podem ser objetos de condenação por órgãos da ONU ou por suas Cortes Internacionais de Justiça (Corte de Haia e Corte Penal).
No entanto, o ordenamento jurídico internacional vigente, tanto pela letra como pelo espírito, não admite de modo algum ações unilaterais empreendidas por um ou mais países, à revelia da ONU, como não raro tem ocorrido. As decisões arbitrárias minam a convívio normal, regular, cooperativo e razoavelmente justo entre os países E empestam o clima mundial de intranquilidade, ceticismo, desconfiança, medo e ódio.
Em oposição, vale o que afirma Thomas J. Schoenbaum, professor da Universidade George Washington, EUA, e da Universidade Internacional Cristã, Japão: “O estado de direito e o respeito pelas instituições internacionais podem se tornar a pedra de toque das relações internacionais no Século XXI, porque, pela primeira vez na história humana, povos e nações do mundo inteiro abraçaram objetivos e interesses comuns: fim da violência e da guerra, prosperidade econômica, proteção ambiental, redução da pobreza e das doenças, e proteção dos direitos humanos.”3
Na maior parte dos países, inclusive no Brasil, defesa e segurança nacional significam exatamente isso: defesa e segurança nacional. Ninguém deseja ou pretende ir além de suas fronteiras.
O Brasil hoje preocupa-se em manter a soberania nacional intimamente vinculada à defesa do território, e em garantir a segurança pública, como manda a Constituição Federal de 1988. Atitudes e ambições que um dia extrapolaram esse princípio básico, felizmente, ficaram no passado.
Temos nada menos de 16.866 km de fronteiras com dez países vizinhas, onde cultivamos uma convivência respeitosa e construtiva. Zelamos pela integralidade de nossas regiões-limite, com base no Plano Estratégico de Fronteiras (PEF), que visa prevenir e inibir os crimes nas áreas fronteiriças, combater o crime organizado e os traficantes de armas e drogas que se infiltram em nosso país, e melhorar o nível de vida de cerca de seis milhões de pessoas que moram em municípios remotos.4
Nosso Exército atua também em qualquer região do país em que a presença militar se faça imperativa para inibir e enfrentar ações hostis vindas do exterior. Com aviões e equipamentos de alta tecnologia, nossa Força Aérea zela pela soberania de nosso espaço aéreo, para nenhuma aeronave estrangeira invadir o território brasileiro sem a devida autorização. Nossa Marinha realiza ações semelhantes para preservar a integralidade de nossas fronteiras marítimas, que, aliás, são muito ricas.
Desenvolvemos uma Estratégia Nacional de Defesa insuspeita, à qual submetemos o avanço de uma indústria bélica à altura de nossas necessidades e possibilidades legítimas, respeitando os nossos compromissos internacionais. A política de ciência, tecnologia e inovação para a defesa está cada vez mais ligada ao esforço de estimular o progresso científico e tecnológico do país.
É dentro desses parâmetros, conquistados com enorme empenho e juízo, que o Brasil chega mais uma vez à LAAD. Isso seguramente nos estimula a perceber e a cultivar, cada vez mais, a consciencia de que os problemas da defesa e segurança são o maior desafio global do nosso tempo. Dele depende o uso racional e produtivo dos bilhões de dólares hoje desperdiçados em guerras inúteis, desnecessárias, injustas e evitáveis. E dele depende também a conquista de uma paz real e responsável em todo o mundo, essencial para a sobrevivência e o avanço da civilização humana.

* Chefe da Assessoria de Cooperação Internacional da AEB....SNB

Novo drone russo: síntese do know-how de dois grandes construtores

Ilia Kramnik...

As companhias russas Sukhoi e MiG, que hoje estão unidas na estrutura da Corporação Aeronáutica Unida (OAK), irão construir um veículo aéreo não-tripulado para a Força Aérea da Rússia, informou aos jornalistas o presidente da OAK, Mikhail Pogosyan. A unificação do potencial dos dois principais construtores deve resultar num aparelho competitivo com elevados parâmetros técnicos.

Tomando o Skat como base
No salão aeronáutico MAKS-2007, o construtor MiG apresentou uma maquete em tamanho real do drone de ataque Skat, destinado ao reconhecimento de alvos terrestres e sua destruição com armas de alta precisão.
O aparelho de 10 toneladas, concebido com o esquema de “asa voadora”, pode percorrer uma distância até 4 mil quilômetros. O seu teto máximo é de 12 mil metros. Porém, a situação financeira instável e falta de quadros da MiG travaram consideravelmente a continuação dos trabalhos de desenvolvimento do projeto. Foi nessa fase que surgiu a ideia da necessidade de um trabalho de colaboração entre os construtores Mikoyan e Sukhoi para o desenvolvimento desse tipo de aparelho.
Ainda não se sabe como será no final o drone conjunto, mas a participação da MiG no programa e os estudos aprofundados feitos para a concepção do Skat são argumentos que fazem supor que o projeto da MiG será a base de partida.
Um aparelho desse tipo poderá se tornar num elemento importante do poderio militar da Força Aérea Russa. Os VANT (aviões não tripulados) furtivos de ataque, capazes de atingir alvos imediatamente após a sua detecção, poderão ser úteis tanto nos conflitos de baixa intensidade, como em operações militares de grande envergadura. Hoje, esses aparelhos são produzidos pelos EUA e pela União Europeia. Um atraso nesse tipo de projetos poderá ter um efeito negativo na capacidade defensiva da Rússia.
E além da Força Aérea?
Os EUA estão neste momento a testar o aparelho não tripulado X-47B que se destina à aviação de convés da Marinha de Guerra. Considerando o papel desempenhado pelos porta-aviões nas Forças Armadas dos EUA, o novo drone de convés está destinado a ser uma das “estrelas” das forças de combate da US Navy. A Rússia está neste momento a desenvolver um porta-aviões multifuncional. Os representantes do alto comando da marinha já declararam por diversas vezes que os futuros porta-aviões também deverão incluir drones no seu armamento.
Considerando as dimensões do futuro drone de ataque que possa resultar do conceito Skat, a probabilidade de se criar uma versão de convés desse aparelho é bastante elevada.
Para quando será a execução do projeto?
O dirigente da Corporação Aeronáutica Unida, Mikhail Pogosyan, declarou que o projeto se encontra em fase de trabalhos de investigação e desenvolvimento. Considerando a experiência já acumulada e a base de partida existente podemos supor que ela se irá prolongar por cerca de dois anos e depois irão ter início os trabalhos de construção experimental. Tendo em conta o potencial conjunto dos dois principais construtores aeronáuticos russos, podemos prever que o VANT russo de ataque irá levantar voo em 2017-2018 e poderá começar a ser fabricado em série até ao fim da década.
Durante este período, o construtor Sukhoi irá terminar a fase principal de finalização e testes do caça de quinta geração T-50. Isso permitirá libertar recursos humanos adicionais que poderão vir a ser associados à criação do avião não tripulado.
VOZ DA RUSSIA....SNB