segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Vírus que "sequestram" computadores aumentam 43% em três meses, diz estudo

Um novo tipo de ataque virtual tem surpreendido internautas em diversos países, inclusive no Brasil. Momentos depois de iniciar o sistema operacional do computador, uma mensagem de alerta, geralmente assinada pelo governo, avisa o usuário que todas as funções do computador, bem como os arquivos armazenados nele, estão bloqueados. A mensagem orienta o usuário a pagar uma "taxa" para que seu computador seja desbloqueado. Na hora do susto, muitos pagam, mas nem todos recuperam o acesso ao computador.O chamado "ransomware" entra em ação depois que o usuário instala um vírus no computador, sem saber, quando clica em um link malicioso recebido por e-mail ou ao acessar uma página de web infectada.
De acordo com a fabricante de antivírus McAfee, o número de amostras de ransomware cresceu 43% no último trimestre. No total, mais de 200 mil amostras deste tipo de malware foram coletadas pela empresa no período. Isso representa quase o triplo de amostras coletadas no mesmo período do ano passado.
"O alto crescimento no número de amostras no último trimestre fez do ransomware uma das áreas de crescimento mais rápido no cibercrime", dizem os analistas da McAfee, no relatório de ameaças do terceiro trimestre.
O crescimento de ataques de ransomware também foi notado pela Symantec em seu relatório de ameaças de outubro. "Neste ano estamos vendo um crescimento na presença de ransomware, não só em se tratando de números, mas também em termos da incorporação de novas técnicas", escreveu Hon Lau, analista de resposta de segurança da Symantec, no relatório.
Como o ransomware funciona?
De acordo com a Symantec, fabricante do antivírus Norton, é comum encontrar amostras de ransomware em banners falsos de publicidade localizados em sites de pornografia. Ao clicar no anúncio, o internauta baixa o vírus para seu computador sem saber. Depois de recebido, o programa é iniciado em segundo plano, trava as funções do computador e exibe a imagem com o aviso, para intimidar o usuário.
Este tipo de ameaça começou a surgir na web ainda em 2009, principalmente na Rússia e países que adotam o idioma. Somente na metade de 2011, os ataques começaram a se espalhar pela Europa e, logo depois, pelos Estados Unidos. Com rapidez, este tipo de ataque ganhou mais relevância entre os cibercriminosos. Confira na galeria abaixo alguns tipos de ransomware encontrados pelos pesquisadores:Na Europa, os cibercriminosos costumam exigir entre 50 euros e 100 euros durante os ataques de ransomware. Nos EUA, as quantias chegam a US$ 200. Em geral, o cibercriminoso define um prazo para o pagamento que, em geral, ocorre pela internet. Contudo, é comum que, mesmo após o pagamento, o usuário não consiga desbloquear o computador - somente após retirar o malware da máquina.
Estimativa da Symantec mostra que os cibercriminosos alcançam taxa de sucesso de cerca de 3% com cada ataque. Após analisar o servidor de uma única amostra de ransomware nos EUA, a empresa estima que o cibercriminoso conseguiu infectar cerca de 68 mil computadores em apenas um mês, o que pode ter lhe rendido cerca de US$ 394 mil.
Novos tipos de sequestro
Segundo Lau, nas primeiras mensagens de ransomware, os cibercriminosos usavam mensagens simples, que exigiam dinheiro em troca do desbloqueio do computador. Em muitos casos, segundo a Symantec, era comum que os ataques usassem uma tela de bloqueio com imagens pornográficas, por exemplo, para obrigar o usuário a fazer o pagamento rapidamente.
Atualmente, no entanto, os cibercriminosos passaram a criar ransomwares específicos para cada país e também com conteúdo que ameaça o usuário com base em possíveis crimes cometidos por ele. Um dos casos nos EUA, por exemplo, é o uso de mensagens com o logotipo do Federal Buereau of Investigation (FBI) com acusações de que o usuário baixou músicas ou vídeos piratas e, por isso, seu computador foi bloqueado para uma investigação do governo.
"Se as estatísticas estão certas sobre a realidade, você pode ter certeza de que essa engenharia social inspirada na aplicação da Lei tem grandes chances de funcionar, principalmente quando combinada com outras técnicas, como bloqueio da tela", explica Lau, no relatório da Symantec.
Em alguns novos "sequestros" de computadores nos EUA, diz a Symantec, há ransomwares que inclusive usam áudio para aumentar o impacto do ataque. Ao exibir a mensagem falsa na tela do computador, o programa malicioso também reproduz uma mensagem (em inglês): "Alerta do FBI: Seu computador está bloqueado por conta de violação de uma Lei federal".
Português e Espanhol
Segundo Fábio Assolini, analista sênior de malware da fabricante de antivírus Kaspersky, os ataques de ransomware ainda são mais comuns nos EUA e Europa. Contudo, a empresa já detectou ransomware nos idiomas espanhol e português, o que pode indicar um avanço deste tipo de ataque à América Latina em breve. "Os ataques ainda são simples, não explorar o bloqueio de arquivos, como os ransomwares disseminados nos EUA e Europa", disse Assolini,
Até agora, a Kaspersky só encontrou um vírus do tipo ransomware no Brasil, menos complexo do que os encontrados nos EUA e Europa. Segundo Fábio, após instalado, o vírus mostra uma tela que acusa a pessoa de usar uma cópia pirata do sistema operacional Windows, da Microsoft. O ataque bloqueia o uso do navegador e sugere que o internauta compre uma suposta cópia original do Windows por apenas R$ 19,90 - o preço da licença original (Windows 7) é de R$ 329.
Para fazer o pagamento, o usuário é levado para uma outra página onde precisa informar o cartão de crédito. No final do processo, em vez de fazer download da versão original do Windows, o usuário tem seu cartão de crédito clonado, mas nem fica sabendo disso. "Os ataques que usam a ideia de pirataria de software não funcionam muito no Brasil, porque o brasileiro não está disposto a pagar por este tipo de produto", diz Assolini.ao iG .
No relatório da Symantec, a empresa aponta que, no primeiro trimestre de 2012, entre 2% e 5% dos ataques de ransomware ocorreram no Brasil. Entre julho e setembro deste ano, a participação do Brasil entre os ataques diminuiu para até 2%, principalmente por conta de pequenos números de ataques que ocorreram em mais países. "O terceiro trimestre mostra o avanço do vírus, com mais ataques na Europa, mas também mais ataques nos EUA", dizem Gavin O'Gorman e Geoff McDonald, analistas da Symantec, no relatório.
Como evitar o sequestro do seu PC
Apesar de o Brasil ainda não estar na mira dos cibercriminosos que sequestram computadores em busca de lucro rápido, os internautas podem tomar algumas precauções para evitar que este tipo de vírus (e muitos outros) infectem o computador. Confira abaixo algumas dicas:
- Evite clicar em anúncios em sites que não são confiáveis;
- Mantenha o seu computador atualizado com as versões mais recentes de Java, Adobe Flash, Acrobat Reader, Windows e do navegador;
- Instale somente programas e aplicativos desenvolvidos por empresas confiáveis;
- Adote um antivírus e mantenha-o atualizado.
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SISFRON - Assinado contrato informe EMBRAER

São Paulo, 26 de novembro de 2012 – O Exército Brasileiro assinou contrato com o consórcio TEPRO, formado por SAVIS Tecnologia e Sistemas S/A e OrbiSat Indústria e Aerolevantamento S/A, empresas controladas pela Embraer Defesa e Segurança, para implementação da primeira fase do Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (SISFRON). O valor do negócio é de R$ 839 milhões.

Esta fase inicial do SISFRON contemplará o monitoramento de aproximadamente 650 quilômetros de fronteira terrestre na faixa que acompanha a divisa do Mato Grosso do Sul com o Paraguai e com a Bolívia, área que está sob a responsabilidade do Comando Militar do Oeste. Serão instalados subsistemas do Sisfron que estarão ligados à 4ª Brigada de Cavalaria Mecanizada, em Dourados (MS), ao quartel-general do Comando Militar do Oeste, em Campo Grande (MS), e ao Comando Central do Exército, em Brasília (DF). Na sua totalidade, o Sisfron compreende a vigilância e proteção das fronteiras terrestres do País em uma faixa de 16.886 quilômetros que separa o Brasil de 11 países vizinhos e se estende por dez estados e 27% do território nacional.

“Estamos capacitados a fornecer soluções integradas eficientes e de conteúdo nacional”, disse Marcus Tollendal, Presidente da Savis. “A nossa visão é entregar o SISFRON ao Exército Brasileiro para, posteriormente, exportar este modelo gerando empregos de alto valor agregado no País”.

A SAVIS, empresa da Embraer Defesa e Segurança, foi criada para atuar na gestão integrada de projetos de monitoramento e controle de fronteiras, estruturas estratégicas e recursos naturais, de acordo com as diretrizes da Estratégia Nacional de Defesa. Seu objetivo é fazer frente às necessidades brasileiras no setor de defesa e segurança estimulando o desenvolvimento tecnológico nacional, inclusive para posterior exportação, fortalecendo assim a indústria nacional e a balança comercial brasileira. A OrbiSat Indústria e Aerolevantamento S/A é uma empresa brasileira de base tecnológica, especializada em sensoriamento remoto e radares de vigilância aérea e terrestre, com centros tecnológicos e comerciais em Campinas (SP) e São José dos Campos (SP).

Sobre a Embraer Defesa e Segurança

Com mais de 40 anos de experiência no fornecimento de plataformas e sistemas superiores para Forças Armadas de todo o mundo, a Embraer Defesa e Segurança tem presença crescente no mercado global e cumpre papel estratégico no sistema de defesa do Brasil. O portfólio da Embraer Defesa e Segurança inclui aviões militares, tecnologias de radar de última geração, veículos aéreos não tripulados (VANT) e sistemas avançados de informação e comunicação, como as aplicações de Comando, Controle, Comunicações, Computação e Inteligência, Vigilância e Reconhecimento (C4ISR). Os aviões e as soluções militares da Embraer estão presentes em mais de 50 forças armadas de 48 países.
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missile tamuz

domingo, 25 de novembro de 2012

China quer desafiar Estados Unidos




Os construtores navais militares chineses estão desenvolvendo o espírito do 18º congresso do PC Chinês. Depois da "oferta ao congresso" do porta-aviões Liaoning, eles se preparam para construir novos navios, declarou o presidente da Corporação Estatal de Construção Naval da China(CSSC) Hu Wenming.Nos seus estaleiros foi concluído o equipamento do cruzador porta-aviões Varyag, comprado à Ucrânia e transformado em Liaoning.

Esta é a primeira declaração, feita depois do 18º congresso do PCC, que confirma a orientação para a modernização e reequipamento da marinha de guerra da China, sublinhou o perito do Instituto do Extremo Oriente Yakov Berger:
"A China tenciona, já há muito tempo, criar a sua frota de porta-aviões. Por enquanto ainda só está sendo estudado o modelo com base noVaryag, mais tarde haverá uma nova construção. Esse objetivo foi referido antes do congresso e já no congresso foi confirmado".
Hu Wenming declarou que a China está preparada para construir maisbases aéreas flutuantes, não referindo um número concreto. Entretanto, o país irá aumentar também a sua capacidade industrial para a produção de armamento e equipamentos para porta-aviões. Segundo o major-general na reserva Vladimir Dvorkin, a China terá toda a capacidade para abandonar a sua situação de único membro permanente do Conselho de segurança da ONU que não possui um único porta-aviões completamente fabricado por meios próprios:
"Não se trata de uma tarefa simples, mas eu penso que a China irá conseguir, visto que já está a criar uma frota de submarinos porta-mísseis. É uma questão de tempo e de recursos. Recursos é uma coisa que a China possui, mas os prazos, com certeza que não serão muito curtos. Mas os chineses nunca pensam à escala do que é imediato".
O programa de construção de porta-aviões está diretamente associado à intenção de possuir novos argumentos nas disputas territoriais com os vizinhos, sublinha Yakov Berger:
"O Japão teve de nacionalizar com urgência as ilhas Senkaku, ou Diaoyudao em chinês. Do ponto de vista da China, se trata de uma venda de ilhas chinesas. A modernização da marinha de guerra deve ser vista como uma resposta a esse passo".
Vladimir Dvorkin considera que o grupo de porta-aviões será um novo argumento da China na disputa geoestratégica com os EUA:
"O objetivo é conservar a sua influência nos mares e estreitos costeiros. Neste momento, nessas zonas predomina a marinha norte-americana. Os EUA apostaram no reforço da sua presença na região do Pacífico, justificando isso com os interesses de segurança. Os porta-aviões são a resposta da China a esses planos dos EUA".
Pelo que se apresenta, o antagonismo entre os EUA e a China no Oceano Pacífico irá aumentar. Isso se deve, em primeiro lugar, à intenção do Pentágono em transferir para lá até 60% de toda a sua marinha, incluindo os grupos de porta-aviões principais. Isso será um golpe nos interesses da China, que considera a região como uma área dos seus interesses e onde tenciona ser ela a ditar as regras. No entanto, parece que os porta-aviões só por si serão insuficientes para alterar a situação político-militar. Pequim entende isso muito bem. Portanto, podemos esperar perfeitamente novas "prendas" político-militares. Desta vez a propósito da sessão de primavera da Assembleia Nacional dos Representantes do Povo da China, na qual será eleito o novo governo do país.

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Israel diz ter testado com sucesso interceptor de foguete mais poderoso


DAN WILLIAMS - Reuters
Um novo escudo aéreo de Israel contra foguetes mais potentes do que aqueles interceptados por Iron Dome no conflito de Gaza passou em seu primeiro teste de campo na semana passada, depois de ser levado para desenvolvimento, disseram autoridades neste domingo.
Eles disseram que Sling de David, anunciado como resposta de Israel aos mísseis de longo alcance de guerrilheiros do Hezbollah libanês e da Síria, abateu um foguete em julgamento secreto em 20 de novembro, que coincidiu com ferozes bombardeios entre Israel e palestinos na Faixa de Gaza.
Preocupado com a deterioração da segurança em todas as frentes com Gaza, Líbano e Síria, e o confronto internacional sobre o programa nuclear do arqui-inimigo Irã, Israel tem acelerado o trabalho em seus escudos de mísseis multi-camadas, com uma grande ajuda dos Estados Unidos.
Uma fonte das indústrias de defesa de Israel disse que Sling de David estava originalmente programado para ensaios ao vivo em 2013, e que este foi antecipado "dado o sentido geral de urgência".
Sling de David usa tecnologia semelhante à do sistema Iron Dome, que Israel diz ter tido uma taxa de sucesso de 90 por cento, interceptando 421 dos foguetes disparados de Gaza em oito dias de combates, que terminaram em um cessar-fogo na quarta-feira.
Também conhecida como Magic Wand, Sling de David está sendo feito pela estatal israelense Rafael Advanced Defence Systems Ltd e pela empresa norte-americana Raytheon Co.
"A conclusão do programa será uma camada significativa do sistema de defesa anti-míssil multi-camadas de Israel", disse o ministro da Defesa, Ehud Barak, em comunicado.
Iron Dome é o mais baixo dos níveis, abordando os foguetes da guerrilha de Gaza e do Hezbollah. Ele foi originalmente concebido para lidar com um alcance de até 70 km, mas os designers dizem que este está sendo ampliado para cerca de 250 km.
O mais alto nível é o interceptor balístico Arrow, projetado para derrubar mísseis de longo alcance iranianos e sírios em altitudes atmosféricas - alta o suficiente para que qualquer ogiva não convencional que poderiam transportar de forma segura fosse destruída. 
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Hezbollah ameaça usar foguetes caso Israel ataque o Líbano


O líder da Hezbollah, Sayyes Hassan Nasrallah, alertou Israel no domingo que milhares de foguetes cairão sobre Tel Aviv e outras cidades israelenses se o governo israelense atacar o Líbano. Em um discurso em comemoração ao festival muçulmano xiita de Ashura, Nasrallah disse que a resposta do Hezbollah a qualquer ataque superaria os ataques de Gaza durante o conflito de oito dias entre Israel e os governantes islâmicos do Hamas da faixa costeira.
"Israel, que foi atingida por um punhado de foguetes Fajr-5 durante oito dias, como lidaria com milhares de foguetes que cairiam em Tel Aviv e outras (cidades)... se decidisse atacar o Líbano?", ele afirmou em um discurso transmitido por vídeo-link para milhares de seguidores xiitas no centro de Beirute.
O Hezbollah, que lutou uma guerra inconclusiva de 34 dias com Israel em 2006, fez voar um "drone" (avião teleguiado) sobre Israel no mês passado, aumentando ainda mais as tensões na região, depois que o país ameaçou bombardear as instalações nucleares do Irã, patrocinador do Hezbollah.
Nasrallah disse que os foguetes disparados contra Israel durante o conflito de Gaza tinham um alcance de 40 a 70 km, enquanto que o Hezbollah pode atacar em qualquer lugar desde a fronteira norte de Israel até o seu porto no Mar Vermelho, ao sul de Eilat.
O festival de luto de Ashura lembra a morte de Hussein, neto do profeta Maomé e da maioria da sua família, levando à divisão do Islã em seitas xiitas e sunitas, uma cisão que continua a atormentar o mundo islâmico.
REUTERS..SEGURANÇA NACIONAL BLOG

Obama dá passo arriscado


O Estado de S.Paulo
Barack Obama tornou-se o primeiro presidente americano a visitar Mianmar, antiga Birmânia, o pobre país asiático que até muito recentemente era considerado pária e que ensaia uma abertura política e econômica. O histórico acontecimento é a mais forte marca até aqui da mudança de estratégia dos Estados Unidos, sob a administração de Obama, para concentrar as atenções americanas na Ásia, com o objetivo de conter o imenso poder da China na região. Há sinais, porém, de que Obama, na ânsia de fincar a bandeira dos Estados Unidos na vizinhança chinesa, pode ter se precipitado, porque emprestou sua relevância como presidente americano, em pessoa, a um incipiente e ainda incerto processo de democratização.
A visita de Obama coincidiu com a transição de poder na China, o que amplifica possíveis tensões entre Pequim e Washington. A Casa Branca não faz segredo de suas intenções. Ao se aproximar de Mianmar e de outros países do Sudeste Asiático e da região do Pacífico, os Estados Unidos lhes oferecem uma alternativa à relação com a China, normalmente pautada pela presunção chinesa de que esses países são seu quintal. A aproximação vai muito além da diplomacia.
O Departamento de Defesa informou há alguns dias que os americanos pretendem aprofundar os laços militares com o Sudeste Asiático. "O foco dos Estados Unidos na região da Ásia-Pacífico é real, é sustentável e seguirá adiante por um longo período de tempo", disse o secretário de Defesa, Leon Panetta. A presença militar americana deve crescer nas Filipinas e haverá mais exercícios conjuntos com a Austrália e a Nova Zelândia, países cujas relações com a China se ampliaram consideravelmente nos últimos tempos. Além disso, navios de guerra americanos aportaram no Vietnã, indicando a possibilidade de cooperação.
No campo político, os EUA têm se declarado a favor dos organismos multilaterais para a resolução de questões territoriais no Mar do Sul da China, um tema sensível em Pequim. O atual giro de Obama incluiu sua presença na Cúpula da Ásia Oriental, no Camboja, uma maneira de explicitar o apoio de Washington a países que se dispõem a contestar os chineses. Do ponto de vista econômico, a ofensiva americana se traduz na chamada Parceria Transpacífico, uma série de acordos regionais de livre comércio costurados sem a presença da China.
A aproximação com Mianmar aparece nesse contexto, mas também deve ser lida como uma forma de os EUA reafirmarem seu compromisso histórico de estímulo à democracia. A imagem da população de Mianmar com bandeiras americanas e largos sorrisos na recepção a Obama foi a demonstração mais evidente de que a liberdade, estimulada pela diplomacia americana, era ansiada naquele país, após décadas de uma feroz ditadura. No entanto, mesmo a líder oposicionista Aung San Suu Kyi, Prêmio Nobel da Paz em 1991, confidenciou a amigos que considerou a visita de Obama precipitada. O "processo democrático" em Mianmar é totalmente controlado pelos militares, que continuam a violar os direitos humanos e que encontraram maneiras de sujeitar a seus interesses a abertura econômica. Além disso, há uma série de sangrentos conflitos étnicos e religiosos que inviabilizam a organização de Mianmar como um Estado viável no futuro previsível.
Obama, porém, defendeu sua decisão de visitar Mianmar, dizendo que não se tratava de um endosso ao regime, e sim do reconhecimento de que há um processo de abertura impensável no país até bem pouco tempo atrás e que precisa ser apoiado pelo Ocidente - na esperança de que influencie outros países fechados na região, como a Coreia do Norte. Mesmo assim, ao estender a mão aos generais de Mianmar, encerrando a política americana de isolamento daquele país, Obama inaugura a diplomacia do seu segundo governo com a aproximação com um regime cujo compromisso com a democracia está muito longe de ser comprovado. Como mostrou a "Primavera Árabe", o caminho para a transição democrática, principalmente em países com longo histórico de autoritarismo, não é uma linha reta.
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