segunda-feira, 23 de julho de 2012

A Cyclone vai decolar?


O Brasil e o espaço nunca se entenderam muito bem. O sucesso do País em temas espaciais se limita à missão do astronauta Marcos Pontes, em 2006, em uma nave russa. O maior foguete nacional, o VLS, teve duas tentativas de lançamento fracassadas e uma explosão em solo que matou 21 pessoas e destruiu parte da base de Alcântara, no Maranhão, em 2003. Manter essa situação será um desperdício. Afinal, trata-se de um dos mercados mais promissores do mundo. Segundo a consultoria francesa Euroconsult, até 2020 serão lançados 1.142 satélites, girando um total de US$ 196 bilhões. É uma média de 112 lançamentos por ano, frente aos 77 registrados na década anterior. Metade será formada pelos satélites em circulação nas chamadas órbitas baixas, de até 500 quilômetros de altura.
Em órbita: atraso em repasses ameaça meta de lançar primeiro foguete até 2013, traçada pelo brigadeiro Reginaldo Santos.
O Brasil tem potencial para explorar até 16 lançamentos por ano para o segmento de satélites meteorológicos, de comunicação e sensoriamento de até 5,3 toneladas, nicho que vai movimentar US$ 15 bilhões até o final da década. Foi para explorar essa mina de ouro celeste que o País assinou, em 2007, um acordo com a Ucrânia criando a Cyclone Alcântara Space, joint venture binacional voltada para o mercado de lançamento de satélites, dividindo em partes iguais os custos e os lucros. Pelo acerto, o Brasil forneceria as instalações da base maranhense e os ucranianos – herdeiros da escola espacial da extinta União Soviética – entrariam com o foguete, desenvolvendo a versão 4 de sua bem-sucedida família Cyclone de lançadores.
Esperava-se que, em no máximo quatro anos, os foguetes estivessem decolando. Disputas políticas e atrasos nos repasses da Ucrânia jogaram o cronograma inicial por terra. A luz no fim do túnel surgiu no final do ano passado. Após uma visita ao Brasil, o presidente ucraniano, Viktor Yanukovitch, regularizou os repasses vindo do Leste Europeu. A injeção de recursos permitiu que as obras dos prédios da empresa na base de Alcântara fossem iniciadas, o desenvolvimento do foguete na Ucrânia fosse acelerado – 70% dele já está pronto – e abriu a perspectiva para a empresa realizar o seu aguardado voo de testes em novembro de 2013 – uma meta "ambiciosa mas factível", segundo diretores da Cyclone. Neste ano, no entanto, nova tormenta, desta vez 100% nacional. O governo brasileiro atrasou o repasse de R$ 135 milhões devido ao ajuste fiscal.
Com isso, a empresa acumulou dívidas de R$ 40 milhões, equivalentes ao caixa que mantém hoje. As empreiteiras responsáveis pelas obras na base de Alcântara reclamaram do atraso no pagamento e ameaçaram interromper as obras. O alívio só veio há 15 dias, quando a presidenta Dilma Rousseff autorizou a transferência dos recursos em atraso. Entre diretores da empresa, o temor é de que a dificuldade para obter verbas cada vez mais se torne a regra, e não a exceção. O brigadeiro Reginaldo Santos, presidente da Cyclone, minimiza as dificuldades, dizendo que os atrasos se devem ao procedimento burocrático para liberação de recursos. Já Oleksandr Serdyuk, diretor que representa a Ucrânia na joint venture, se mostra incomodado com a situação. "Nossa situação financeira é difícil", diz Serdyuk.
"A posição oficial do governo brasileiro é de apoio ao projeto, mas na prática não é o que vemos." Se a Cyclone não sair do chão, além do mercado potencial também serão desperdiçados os US$ 200 milhões já investidos por cada país no projeto. O preço é a principal aposta da Cyclone para tentar conquistar ao menos um terço do mercado, tendo como trunfo a localização geográfica da base de Alcântara. Situada próxima à linha do Equador, ela faz com que os foguetes gastem até 30% menos combustível do que os que são lançados das tradicionais bases mundiais de Cabo Canaveral, nos Estados Unidos, e Baikonur, no Cazaquistão. Assim, espera-se que cada lançamento do Cyclone-4, na base maranhense, custe US$ 55 milhões para o contratante, frente aos US$ 70 milhões da maior parte dos concorrentes.
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Ato de Coragem (2012)

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domingo, 22 de julho de 2012

Sistema de Lançadores Múltiplos de Foguetes da Argentina CP-30

O sistema LMF CP-30, foi desenvolvido integralmente pelo CITEDEF com apoio do Exército, é um sistema de saturação superfície-superfície, para a neutralização de vários tipos de objetivos, entre eles, forças mecanizadas, postos de comandos, pistas de aterrissagens, instalações logísticas e cumprir funções de contrabateria.Sob direção do Instituto de Investigações Cientificas e Técnicas para Defesa (CITEDEF), organização esta subordinada ao Ministério da Defesa da Argentina, o Grupo de Artilharia de Sistemas de Lançadores Múltiplos 601 criado no início de 2011, vem realizando uma série de testes e avaliações visando a sua habilitação no manejo e lançamento de foguetes calibre 105 mm Pampero, artefato bélico produzido no próprio país.As provas acontecem no Grupo de Artilharia 7 (GA7) assentado na província de San Luís. O Pampero, foi concebido para ser disparado a partir de lançadores múltiplos de foguetes CP-30, cuja concepção e desenvolvimento foi realizada pela Direção Geral de Fabricações Militares (DGFM) e pelo CITEDEF.O sistema  LMF CP-30, desenvolvido integralmente pelo CITEDEF com apoio do Exército, é um sistema de armas de saturação superfície-superfície para a neutralização de vários tipos de objetivos, entre eles, forças mecanizadas, postos de comandos, pistas de aterrissagens, instalações logísticas e cumprir funções de contrabateria.
Além do Pampero de 105 mm, o sistema é compatível com foguetes de 127 mm padrão LMF CP-30 (adaptando dispositivos especiais nos tubos lançadores) e com o SABPA de 127 mm.
LMF CP-30 conta com três módulos, cada um deles com nove tubos, sendo que os três módulos são montados sobre uma viatura de tração 6×6.Possui sistemas de orientação de tiro computadorizado, e posicionamento por GPS além de nivelamento automático do conjunto.
O alcance útil de tiro é da ordem de 30 km. Capacidade de recarga em curto espaço de tempo e um efetivo de apenas três militares para operá-lo.
A cadência de disparo é de um foguete a cada meio segundo, ou seja, em menos de 15 segundos todos os 27 foguetes dos três módulos podem ser disparados.Adicionalmente, o sistema oferece a mobilidade e agilidade de um veículo “off road”, sendo capaz de se posicionar, apontar e disparar, em poucos minutos, deixando a posição de tiro em segundos para evitar a replica do inimigo.
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Venda de caças não é o único interesse da Boeing no Brasil


ROBERTO GODOY
O avião usado pela presidente Dilma Rousseff é um Airbus-A19 francês – o próximo, todavia, tem boas possibilidades de sair do complexo da Boeing, no Estado americano de Washington. Em maio, o Comando da Aeronáutica enviou à Boeing e à Airbus um pedido formal de oferta de dois aviões, para reabastecimento em voo e de longo alcance.
A resposta deve chegar, no máximo, em 90 dias. O plano da Força Aérea prevê que os jatos analisados – o Boeing 767 e o A-330 – possam ser convertidos para o transporte de passageiros e carga. Um deles teria espaço preparado para receber uma seção executiva de uso da Presidência em viagens longas. A seleção pode considerar jatos usados, que seriam submetidos a um procedimento de modernização e revitalização.
É um negócio prestigioso – todavia, não ocupa espaço na agenda da presidente da Boeing do Brasil, Donna Hrinak. Discreta, prefere evitar o assunto. Ex-embaixadora no País entre 2002 e 2004, e ex-vice-secretária de Estado para o México e o Caribe, está agora empenhada em firmar parcerias que consolidem a presença da empresa no mercado. Donna identifica no Brasil a oportunidade de vendas “para mais de mil aeronaves, ou seja, 40% da demanda de toda a América Latina até 2032 – veja bem: estamos falando de US$ 100 bilhões a serem contratados”.
Morando em São Paulo, onde já viveu nos anos 80, quando era oficial diplomática no Consulado dos EUA, Hrinak está fazendo a redescoberta dos restaurantes italianos e japoneses – para ela, “estão entre os melhores do mundo”. Na sexta-feira, preparando uma caminhada pelo Parque Ibirapuera com o marido, Frans Boete, a presidente da Boeing falou ao Estado. A seguir, os principais trechos da entrevista.
A Boeing está redescobrindo o Brasil?
Nossa parceria com o Brasil é antiga. São 80 anos – em setembro de 1932 entregamos as primeiras aeronaves militares ao governo brasileiro. Além disso, fornecemos aeronaves às empresas aéreas brasileiras desde 1960. Geralmente, quando as pessoas ouvem o nome Boeing pensam em aeronaves, e elas não estão erradas, mas somos, acima de tudo, uma empresa de tecnologia. Por isso, as parcerias que esperamos estabelecer por aqui incluem também universidades, laboratórios de ideias e centros de pesquisa.
Há resultados práticos?
Já assinamos um acordo com a Embraer e com a Fapesp para colaborar na pesquisa e desenvolvimento de um programa para criar uma indústria sustentável de biocombustíveis. Outra oportunidade que nos empolga muito é a de participar do programa Ciência sem Fronteiras, uma iniciativa do governo brasileiro. Patrocinamos um ano de estudos de 14 alunos dos cursos de engenharia aeroespacial e engenharia Aeronáutica em universidades norte-americanas e ainda oferecemos um estágio de dois meses na Boeing, que termina no dia 24 de julho.
Em que estágio se encontra a implantação do Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Aeroespacial?
O vice-presidente de Pesquisa e Tecnologia da Boeing do Brasil chegou no final de maio, vindo de Pequim, onde também estabeleceu um centro de pesquisa e tecnologia para a China. Desde então, manteve consultas com universidades, cientistas e autoridades governamentais para identificar áreas promissoras de cooperação. A partir de nossas conversas com potenciais parceiros brasileiros, achamos que essas áreas incluem pesquisas sobre materiais avançados e biomateriais, análise visual (visual analytics) e sondagem remota.
Quais são as metas da Boeing do Brasil?
Estamos no Brasil para ficar. Além de continuar o engajamento com nossos clientes na área comercial, queremos colaborar com o avanço e a competitividade da indústria de defesa do Brasil. Estamos avaliando novas oportunidades de negócio com foco no longo prazo, sempre nos alinhando com empresas locais para criar planos de negócios que sejam mutuamente benéficos. Na Boeing, temos muita experiência em aplicação prática de estudos e acreditamos que podemos trabalhar juntos nessa transição de colocar em prática no próprio mercado nacional, e também no internacional, as pesquisas elaboradas pelos brasileiros. Somos uma das três empresas finalistas na escolha para fornecer novos caças à Força Aérea Brasileira – mas este é apenas um de nossos interesses no País. Já identificamos 25 empresas locais que poderiam ser parceiras da Boeing nessa empreitada, gerando 5 mil empregos.
Qual é o tamanho da frota de aviões da Boeing no Brasil?
Aproximadamente 170 aeronaves da Boeing voam no Brasil atualmente, ou mais de 50% da frota total do País. Temos excelentes clientes. A Gol é a maior operadora – são cerca de 130 aeronaves, inclusive os novíssimos 737-NG.
Qual é o resultado prático dos acordos de cooperação estabelecidos pela Embraer com a Boeing?
Os acordos são uma evolução natural da relação da Boeing com a Embraer. Como empresas líderes no mercado aeroespacial global, faz sentido trabalharmos em conjunto em áreas nas quais compartilhamos interesses. Costumo dizer que quando falamos com a Embraer é como se estivéssemos falando com nós mesmos porque as culturas das duas empresas são muito parecidas. Na prática, nossos acordos vão possibilitar que ofereçamos produtos e serviços que tornem a aviação comercial mais eficiente e segura.
A Boeing e a Embraer poderiam desenvolver, em projeto conjunto, um novo avião regional nos padrões exigidos pelo mercado?
Temos um acordo para trabalhar juntos na área de aeronaves comerciais buscando eficiência e segurança, no desenvolvimento de pesquisas e tecnologias e em biocombustíveis sustentáveis para aviação. Outras parcerias nas áreas comerciais e de defesa estão sendo estudadas e serão anunciadas quando estivermos de acordo com relação às oportunidades de mercado. O arcabouço da colaboração foi estabelecido no acordo que assinamos em abril, paralelamente à visita da presidente Dilma ao presidente Obama. Desde então, anunciamos duas colaborações significativas na área de defesa e segurança: o apoio da Boeing ao programa da aeronave de transporte aéreo de médio porte KC-390, que a Embraer está desenvolvendo para a Força Aérea Brasileira, e a integração de armas ao Super Tucano, inclusive no que faz parte da oferta da Embraer na concorrência da Força Aérea dos EUA para fornecimento de 20 aviões de ataque leve para o Afeganistão.
A sra. declarou que as restrições à transferência de variada tecnologia de ponta, atribuídas à proposta da Boeing na escolha dos F-X2, não passam de “lenda”? Como assim?
Compreendo a importância da transferência de tecnologia dentro do contexto da concorrência dos caças. Todavia, me incomoda focar excessivamente nesse conceito porque ele me remete à ideia de relação “Norte-Sul” da segunda metade do século passado, quando falávamos de um “Norte” supostamente desenvolvido e sofisticado que transferiria seu conhecimento e sabedoria a um “Sul” supostamente despreparado e subdesenvolvido. Essa nunca foi uma descrição justa e muito menos completa de nossas relações econômicas e de nossos investimentos. Isto dito, em relação à escolha dos caças, apresentamos, repetidamente, garantias dos poderes Legislativo e Executivo do governo dos EUA, vindas dos dois partidos, de que endossam e garantem a oferta agressiva de tecnologia proposta pela Boeing. Nossa oferta inclui o mesmo nível de compartilhamento de tecnologia disponibilizado para nossos aliados da Otan, o que significa o mais alto nível de compartilhamento de tecnologia que praticamos.
Na proposta da Boeing, quanto do caça F-18 E/F Super Hornet seria fabricado ou integrado no Brasil?
A Boeing ofereceu formalmente ao governo brasileiro a possibilidade de montagem final do Super Hornet, não somente para as aeronaves brasileiras, mas também para as da Marinha dos Estados Unidos, além da fabricação de partes significativas da fuselagem. O Super Hornet trará oportunidades que vão além da produção da aeronave. A tecnologia para o suporte e upgrade da aeronave ficará no Brasil, o que permitirá aplicar esse conhecimento às aeronaves brasileiras no futuro. Como maior empresa aeroespacial do mundo, a Boeing pode trazer oportunidades inéditas para a indústria brasileira por conta das relações com fornecedores e outros players do setor aeroespacial e de defesa. Um exemplo concreto recente foi a seleção, no início de 2012, da empresa AEL Sistemas, subsidiária da israelense Elbit Systems, para fornecer o Display de Grande Área (LAD, na sigla em inglês) que integrará o Sistema Avançado de Cockpit (Advanced Cockpit System) utilizado nos Super Hornets da Boeing e na família de aeronaves F-15, incluindo a Silent Eagle. A AEL ganhará know-how que possibilitará expansão da sua atuação no mercado de capacidades avançadas de aviônicos do cockpit de vários tipos de aeronaves, inclusive helicópteros. São parcerias que permitirão à indústria elevar a posição no mercado global.
Ex-embaixadora dos Estados Unidos no Brasil entre 2002 e 2004, na Venezuela (de 2000 a 2002), na Bolívia (de 1997 a 2000) e na República Dominicana (de 1994 a 1997). Foi vice-secretária de Estado para o México e o Caribe e também oficial diplomática no Consulado dos EUA em São Paulo. É a presidente da Boeing do Brasil desde setembro de 2011.
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sábado, 21 de julho de 2012

Sob olhares atentos, caça F-5 da FAB 'desfila' na Marginal do Tietê em SP


Ricardo Valota, O Estado de S.Paulo
SÃO PAULO - Um caça F-5 da Força Aérea Brasileira (FAB) chamou a atenção de muitos motoristas, entre o final da noite de quinta-feira, 19, e o início da madrugada desta sexta-feira, 20, que trafegavam na pista sentido Castello da Marginal do Tietê, na capital paulista.Transportada por uma carreta, com esquema especial de acompanhamento e segurança policial, a aeronave teve como destino o Campo de Marte, na zona norte da cidade, onde passará por uma revisão. Em razão da pista do Campo de Marte não ser preparara para o pouso de um caça, o F-5 aterrissou no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Cumbica, Guarulhos.
Ao ser contactada pela reportagem nesta madrugada de sexta-feira, 20, a assessoria de imprensa da FAB afirmou que todo esse procedimento é de praxe, mas não soube informar de qual cidade o caça saiu, se do Rio, Manaus (AM) ou Canoas (RS). Por volta das 2h15, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) informava que o deslocamento havia ocorrido sem problemas e que a aeronave já estava no Campo de Marte.
Construídos há mais de 30 anos, os aviões deveriam servir, a princípio, como reserva de partes e peças de reposição.
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quinta-feira, 19 de julho de 2012

NASA vai procurar portais magnéticos em torno da Terra


Pontos-X
Os "portais" estão entre os temas favoritos da ficção científica.
Portais seriam aberturas extraordinárias, no espaço ou no tempo, permitindo conectar os viajantes a reinos distantes distantes e inalcançáveis mesmo pelas naves imaginárias das histórias e dos filmes.
Um bom portal seria como um atalho, uma porta para o desconhecido - se eles realmente existissem...
Acontece que um tipo especial de portal de fato existe, e um pesquisador da Universidade de Iowa, nos Estados Unidos, financiado pela NASA, acaba de descobrir como encontrá-los.
"Nós os chamamos de pontos-X, ou regiões de difusão de elétrons," explica o físico Jack Scudder.
"São lugares onde o campo magnético da Terra se conecta ao campo magnético do Sol, criando um caminho ininterrupto que conecta nosso próprio planeta à atmosfera do Sol, a 149 milhões de quilômetros de distância," explica ele.
Portais magnéticos
As observações das sondas espaciais Themis, da NASA, e Cluster, da ESA, sugerem que estes portais magnéticos abrem e fecham dezenas de vezes por dia.
Eles estão localizados a algumas dezenas de milhares de quilômetros da Terra, onde o campo geomagnético encontra o vento solar.
A maioria dos portais magnéticos é pequena e de curta duração, mas alguns são enormes e sustentados.
Toneladas de partículas energéticas podem fluir através das aberturas, aquecendo a atmosfera superior da Terra, causando tempestades geomagnéticas e belíssimas auroras polares.
A NASA já tinha nos planos uma missão, chamada "MMS" (Magnetospheric Multiscale), para estudar o fenômeno.
Serão quatro sondas voando em formação, dotadas de detectores de partículas energéticas e sensores magnéticos, para tentar rastrear os portais magnéticos e tentar estudá-los.
Mas ainda restava um problema: como encontrar esses portais magnéticos, invisíveis e extremamente fugazes.
Foi esse enigma que o Dr. Scudder acabou de solucionar.
NASA vai procurar portais magnéticos em torno da Terra
Agora os cientistas não vão mais ficar procurando a esmo pelos portais magnéticos; eles já sabem exatamente como encontrá-los. [Imagem: NASA]
Mapa do portal
Apesar de invisíveis e instáveis, os portais magnéticos possuem uma espécie de "poste de sinalização", segundo o pesquisador, um conjunto de indicadores que indica seu endereço com precisão.
Os portais se formam através de um processo chamado reconexão magnética, mesclando linhas de força magnéticas do Sol e da Terra, que se cruzam e se juntam para criar as aberturas.
"Os pontos-X são onde ocorrem os cruzamentos. A súbita junção de campos magnéticos pode impulsionar jatos de partículas carregadas a partir de cada ponto-X, criando uma 'região de difusão eletrônica'," explica o pesquisador.
Usando dados da sonda espacial Polar, que estudou a magnetosfera terrestre nos anos 1990, Scudder conseguiu identificar diversos pontos-X, que nunca haviam sido "vistos" aparentemente porque ninguém havia procurado por eles.
"Usando dados da missão Polar, encontramos cinco combinações simples de campos magnéticos e partículas energéticas que nos dizem quando estamos defronte um ponto-X, ou uma região de difusão de elétrons. Uma única nave, com os instrumentos adequados, pode fazer essas medições e encontrar um portal," explica.
Naves em alerta
Isto significa que cada uma das sondas da constelação MMS poderá encontrar portais e, tão logo localize um, alertar as outras naves da constelação.
Como são linhas magnéticas que se estendem pelo espaço, é importante efetuar medições de vários pontos, a fim de compreender a abertura dos portais e como funciona a aceleração das partículas que entram por eles, comparando sua trajetória e velocidade com a trajetória e velocidade de partículas que seguem a rota "normal", fora do portal.
A fórmula para calcular o "CEP dos portais magnéticos" também significa que, em vez de ficar anos tentando localizar os portais, a missão MMS poderá começar a estudá-los tão logo chegue ao espaço, o que deverá acontecer em 2014.
É um roteiro digno dos melhores portais da ficção científica, só que, neste caso, os portais são reais.
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IPEN recebe sistema de tomografia com nêutrons


Tomografia de materiais
As técnicas convencionais de radiografia, como de raios-X e radiação gama, apresentam algumas limitações que impossibilitam visualizar com maior nível de detalhe a estrutura interna de materiais como água, sangue, óleo, borracha e explosivos.
Um sistema digital para tomografia com nêutrons, que entrou em operação no Instituto de Pesquisas Energéticas (Ipen), permite visualizar em duas e três dimensões a estrutura interna destes materiais ricos em hidrogênio, mesmo quando envoltos por espessas camadas de alguns metais, como alumínio, ferro, aço e chumbo.
O equipamento também possibilita inspecionar materiais radioativos, como elementos de reatores nucleares.
E pode ter aplicações para o estudo da estrutura interna de materiais de diversas áreas, tais como da aeroespacial, arqueológica, médica, biológica e automotiva.
"A implementação desta nova técnica estimulará a abertura de novas linhas de pesquisa na área de imageamento de materiais empregando nêutrons como radiação penetrante", disse Reynaldo Pugliesi.
Radiografia e de tomografia
De acordo com o pesquisador, o sistema já é utilizado para realização de ensaios não-destrutivos de materiais de diversas áreas, como componentes pirotécnicos de engenharia aeroespacial, pás de turbinas de aviões, protótipo de coração artificial e objetos arqueológicos.
E deve ser aprimorado de modo a também permitir inspecionar células de combustível para geração de energia elétrica.
"O sistema de tomografia com nêutrons complementa e amplia os campos de aplicação das técnicas convencionais de radiografia e de tomografia", avaliou Pugliesi.
A inspeção da estrutura interna de materiais utilizando a técnica é realizada irradiando a amostra do material em um feixe uniforme de nêutrons (partículas atômicas que não possuem carga elétrica).
Como funciona a tomografia com nêutrons
Um conversor, composto por elementos químicos com elevada capacidade para absorver nêutrons, como gadolínio, disprósio, boro e lítio, transforma a intensidade de luz transmitida pela amostra em outra radiação, como de elétrons, alfas, prótons e fótons, capaz de sensibilizar um filme convencional para raio X, de modo a formar a imagem da estrutura interna do material.
Ao utilizar um conversor cintilador, a luz emitida pela amostra pode ser capturada por um sensor de uma câmera de vídeo, que possibilita obter e visualizar projeções em duas dimensões da estrutura interna do material analisado em tempo real.
"Por meio deste sistema é possível realizar a análise de processos dinâmicos de líquidos em tempo real", destacou Pugliesi.
Para obter imagens da estrutura interna do material inspecionado em três dimensões é usado uma sistema similar ao de tempo real, mas que captura imagens individuais (tomos) da amostra sob diferentes ângulos, que são armazenadas em um computador e reconstruídas por um software.
Um programa possibilita visualizar detalhes da estrutura interna da amostra do material estudado em um filme tridimensional, a partir do qual é possível localizar, dimensionar ou quantificar espacialmente qualquer detalhe interno de interesse da amostra.
Reator de pesquisas
Segundo Pugliesi, atualmente o equipamento permite realizar algumas poucas tomografias de amostras de material diariamente, mas a ideia é expandir sua utilização.
"Hoje, os maiores usuários desta técnica de tomografia com nêutrons são universidades e instituições de pesquisa. A aplicação rotineira dela exigirá não apenas uma adequação do equipamento, mas também sua aceitação como uma ferramenta de ensaio não destrutivo", avaliou Pugliesi.
O sistema foi instalado em um dos canais do reator nuclear de pesquisa IEA-R1, que já está operando em sua potência máxima, a 5 megawatts, o que possibilitará aumentar o fluxo de nêutrons nas posições de irradiação de amostras, onde são produzidos radioisótopos.
Os radioisótopos são utilizados para produção de radiofármacos para diagnóstico nas áreas de oncologia, cardiologia e neurologia, além de na agricultura, indústria e pesquisa.
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Reino Unido recebe F-35 Lightning II

FORT WORTH, Texas, 19 de julho de 2012 - O Reino Unido recebeu seu primeiro caça de 5ª geração F-35 em cerimônia realizada hoje (19) com a presença de representantes dos ministérios da Defesa britânico (Philip Hammond) e estadunidense (Frank Kendall). “Estamos aqui hoje para celebrar o fato de os britânicos serem os primeiros parceiros internacionais a receberem a aeronave,  reafirmando assim a importância do Reino Unido e a sua capacidade de desenvolvimento de inovações, mantida por gerações. Sem eles, talvez não tivéssemos nada para celebrar aqui hoje” disse Bob Stevens, CEO da Lockheed Martin.O Reino Unido foi o primeiro de oito parceiros internacionais a se juntar ao programa F-35, com planos de adquirir a versão F-35B (Bravo), na configuração STOVL (decolagem curta e pouso vertical). A Lockheed Martin vem desenvolvendo o F-35 juntamente com seus principais parceiros industriais, a Northrop-Grumman e a BAE Systems. A empresa britânica trouxe para o programa sua larga experiência  em pousos curtos e decolagem vertical, avançadas técnicas de manufatura, voos de teste e sistemas aéreos, sendo responsável pela fabricação de partes da fuselagem, do sistema de combustível, do sistema de ejeção da tripulação (assento ejetável) e sistema de suporte de vida. Os britânicos possuem uma importante parcela de responsabilidades globais sobre a produção, desenvolvimento contínuo e sustentado do F-35 pelos próximos 40 anos, trazendo assim fortes benefícios econômicos para o país.
 
O F-35 Lightning II é uma aeronave de 5ª geração que combina avançadas capacidades stealth com a velocidade e agilidade de um caça, fusão de dados e informações, operações em rede e alta probabilidade de sobrevivência e persistência em combate. As três distintas versões do programa F-35 irão substituir os jatos A-10 e F-16 na Força Aérea dos Estados Unidos, o F/A 18 Hornet na Marinha norte americana, e o F/A-18 e AV-8B Harrier do Corpo de Fuzileiros Navais, além de uma variedade de caças de pelo menos 10 outras nações.
 
Com a sua sede localizada em Bethesda (Estados Unidos), a Lockheed Martin emprega hoje mais de 120.000 pessoas ao redor do mundo, estando engajada principalmente em pesquisa, design, desenvolvimento, manufatura, integração e suporte de avançados sistemas tecnológicos, produtos e serviços. No exercício fiscal de 2011, a empresa apresentou resultados em vendas que chegaram a US$ 46,5 bilhões de dólares.
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Indra fornecerá sistemas de comunicação por satélite para o Ministério da Defesa do Brasil


Com isso, a companhia reforça sua posição como principal fornecedor de sistemas de comunicações por satélite para o Ministério da Defesa brasileiro

A Indra proverá sistemas de comunicações por satélite de desdobramento rápido para as Forças Armadas brasileiras. O contrato foi ganho por meio de concurso internacional no qual concorreram as principais companhias do setor. O valor de mercado aproximado destes sistemas encontra-se em torno de 5 M USD.
Este novo projeto consolida a Indra como o principal fornecedor de terminais de satélite do Ministério da Defesa brasileiro.
A companhia entregará concretamente sistemas de comunicações por satélite Fly Away. Estes equipamentos são caracterizados por serem rápidos, facilmente transportáveis, e muitofáceis de montar, apenas desdobrando-os. Esta tecnologia garante para qualquer unidade do Exército brasileiro a capacidade de estabelecer um link de comunicações por satélite seguro desde os locais mais remotos.
A Indra contribuiu de forma destacada com a consolidação da rede de comunicações por satélite do Ministério da Defesa do Brasil (rede SISCOMIS), tanto como fornecedor de diferentes tipos de terminais satcom terrestres e navais, quanto através do desenvolvimentodo Sistema de Gestão da própria rede.
A companhia colabora de forma continuada, desde 2005, com as Forças Armadas deste país em projetos relacionados com comunicações militares via satélite. Também trabalhou na implantação de sistemas de vigilância por radar e sistemas de defesa eletrônica.

Indra no Brasil

A Indra está presente no Brasil desde 1996 com escritórios em São Paulo, Barueri, Belo Horizonte, Brasília e Rio de Janeiro. Conta com 1.500 profissionais e uma Fábrica de Software em Campinas, que atua como um laboratório avançado de P&D. A multinacional de TI tem no Brasil uma oferta diferenciada de soluções e serviços para os setores de Serviços Financeiros, Energia e Utilities, Segurança e Defesa, Transporte e Tráfego, AAPP e Saúde, Indústria e Consumo e Telecomunicações.
A Indra é uma das principais multinacionais de Tecnologia da Informação da Europa e da América Latina. É a segunda companhia européia de seu setor por investimentos em P&D, com cerca de 500 milhões de euros investidos nos últimos três anos. As vendas em 2010 atingiram 2.557 milhões de euros e sua atividade internacional representa atualmente 40%. Conta com mais de 31.000 profissionais e com clientes em mais de 110 países.
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Últimas notícias de Burgária


Nikola Miladinov, repórter da Rádio Nacional da Bulgária, transmitiu as últimas informações sobre o atentado terrorista em Burgas, especialmente para a Voz da Rússia:

De acordo com a principal versão básica dos serviços secretos búlgaros, conjuntamente com os serviços de informação Europol e CIA, a explosão do ônibus no aeroporto de Burgas foi levada a cabo por um terrorista-kamikaze. Esta declaração foi feita por Tsvetan Tsvetanov, vice-primeiro-ministro e ministro do Interior da Bulgária, em recente reunião. Trata-se dum homem de cerca de 36 anos de idade, de cabelo comprido. Seu corpo foi localizado entre os corpos dos falecidos; sua identidade ainda não foi estabelecida. O homem foi filmado uma hora antes da explosão por numerosas câmaras de vigilância do aeroporto.
As autoridades búlgaras negam a culpa do serviço de segurança aeroportuário e asseveram que a Bulgária continua sendo um lugar seguro para todos os turistas. Os serviços secretos estrangeiros não forneceram informação preliminar sobre a possibilidade de um atentado terrorista.
Todos os cidadãos israelenses feridos foram enviados a Telavive a bordo dum avião governamental. Os corpos dos falecidos serão submetidos à peritagem legista baseada em análises do ADN. Entretanto, não se sabe quando serão conhecidos os resultados, disse o ministro do Interior. Ele exortou todos os cidadãos que reconhecerem o suposto terrorista pelas fotos divulgadas na Bulgária a comunicarem-no aos organismos competentes. Segundo se informa, o terrorista estava na posse da carta de condução emitida no Estado de Michigan (EUA).
As autoridades búlgaras esperam normalizar o funcionamento do aeroporto de Burgas até às 18H00 (hora local).
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A Rússia convida a Índia a aderir ao programa de aperfeiçoamento do sistema de navegação Glonass,


A Rússia convida a Índia a aderir ao programa de aperfeiçoamento do sistema de navegação Glonass, revelou o vice-primeiro-ministro russo Dmitri Rogozin, de visita a Nova Deli. A projeção deste sistema por satélite não é o único projeto comum que pode ser implementado nos próximos tempos.

A Rússia procura intensificar a cooperação com a Índia, sobretudo, na área aeronáutica e aeroespacial. A atividade conjunta nesta esfera e no domínio de comércio e projeção de armamentos tem um longo percurso histórico, ressaltou Rogozin, apontando a necessidade de "estabelecer o sistema de troca de tecnologias e experiências". Neste contexto, a participação da Índia no aperfeiçoamento do Glonass poderia vir a ser um primeiro ponto na realização desse programa, declarou, por seu turno, Alexander Gurko, diretor-geral da companhia de monitoramento NIS Glonass.
"A Índia conta com uma escola desenvolvida de programação de computadores e de tecnologias informativas. Com ajuda de especialistas indianos poderemos incentivar o desenvolvimento de elementos suplementares que se assentem em tecnologias Glonass, sistemas informáticos e produtos de consumo baseados em tecnologias GPS. Deste modo, tomando em conta um enorme mercado de escoamento em vias de crescimento na Índia e, ao mesmo tempo, o nível de preparação de engenheiros informáticos indianos, será possível acelerar o desenvolvimento do nosso sistema."
A Rússia propõe que a Índia participe num projeto interessante e vantajoso. Agora a questão que se coloca é se a Índia aceitará a iniciativa russa, refere o orientador do programa Problemas de Não Proliferação do centro Carnegie de Moscou, Piotr Topytchkanov.
"A Índia tem vindo a dinamizar a cooperação tecnológica tanto com a Rússia, como com Israel e os EUA. Mas se ela atuar com a Rússia como parceiro de plenos direitos, transformando o Glonass num projeto bilateral, será necessário igualmente investir recursos de forma equitativa. Isto significa que a Índia perderá, em certa medida, a liberdade de ação e opção na área espacial, pelo que, pura e simplesmente, não terá meios suficientes para desenvolver, em paralelo, projetos espaciais com os EUA e Israel."
Acresce que, a par do Glonass, a Rússia convida a Índia a proceder à produção conjunta de armamentos. Os peritos não excluem hipótese de o sistema de navegação por satélite, como uma das principais tecnologias, poder vir a ser usado na construção de equipamentos militares. De notar que, para agilizar ambos os projetos, a Rússia se prontifica a levantar certas limitações na concessão de vistos para os cidadãos da Índia, aguardando uma resposta positiva à sua proposta aliciante.
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Rússia quer que Irã retire sua queixa sobre S-300


As autoridades russas pretendem buscar que o Irã retire sua queixa de 3,985 bilhões de dólares que o país apresentou no Tribunal Internacional de Arbitragem de Genebra, escreve o jornal russo Kommersant.

Este foi o montante que Teerã avaliou o fracasso do contrato de fornecimento de sistemas de mísseis anti-aéreos S-300 por parte russa.
No início de julho soube-se que o Irã apresentou uma queixa contra a Rússia no Tribunal de Arbitragem de Genebra, reclamando sobre inexecução não apenas do contrato de S-300, mas de todos os acordos desde 1996. Peritos acreditam que dessa maneira Teerã tenta estimular Moscou para retomar o contrato de fornecimento de S-300.
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Cientistas prevêem próximo encontro com extraterrestres


Logo depois de as autoridades britânicas divulgaram documentos de arquivos governamentais sobre contatos com extraterrestres, na Irlanda os cientistas europeus discutiram numa conferência o que fazer quando alienígenas visitarem a Terra.

Os participantes da conferência acreditam que a humanidade ainda não está pronta para encontrar extraterrestres: o que fazer, quem deve falar com eles – ainda não há consenso nestas matérias.
Os ufólogos há vários decénios consideram estas questões, se confiar nos recentes documentos desclassificados pelas autoridades britânicas. No entanto, os participantes da conferência em Dublin chegaram a um acordo que o contato de humanos e extraterrestres deve teve lugar até fim do século XXI.
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Venezuela quer comprar caças Su-35 à Rússia


A Venezuela está interessada em adquirir à Rússia caçás multi-usos Su-35, anunciou na quarta-feira o chefe do país sul-americano, Hugo Chávez.

Segundo ele, a segurança, defesa e desenvolvimento do Estado devem ser os principais problemas para o Governo em termos de asseguramento contínuo da independência nacional. A Rússia é um dos principais fornecedores de armas para a Venezuela.
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Em cúpula lusófona, Brasil apoiará polêmica adesão de país africano


BRASÍLIA - Três semanas após apoiar a suspensão do Paraguai do Mercosul alegando uma "ruptura da ordem democrática" no país, o Brasil reforçará nesta quinta-feira, 19, sua defesa da adesão à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) de uma nação no oeste africano comandada há 33 anos pelo mesmo governante.
Brasil defenderá adesão de Guiné Equatorial - Ueslei Marcelino/Reuters
Ueslei Marcelino/Reuters
Brasil defenderá adesão de Guiné Equatorial
Veja também:linkConselho de Segurança condena golpe militar na Guiné-Bissau
linkGoverno brasileiro demonstra preocupação por incidentes em Bissau
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Sob o domínio de Teodoro Obiang Nguema Mbasogo desde 1979, a Guiné Equatorial tornou-se, em 2006, observadora da CPLP, criada há 16 anos para estreitar as relações entre os países de língua portuguesa.
No próximo encontro do bloco, que começa nesta quinta-feira em Moçambique, o país africano pleiteará pela segunda vez sua adesão plena à comunidade.
Em 2010, na última cúpula do bloco, o pedido foi rejeitado por falta de consenso entre os membros. Desta vez, Portugal deve se opor ao ingresso do país, que tem cerca de 700 mil habitantes e área equivalente à de Alagoas.
A decisão sobre o pedido só deve ser anunciada na sexta-feira, em reunião entre os chefes de Estado. O Brasil será representado pelo vice-presidente, Michel Temer.
A possível incorporação do novo integrante tem sido contestada por intelectuais, como o escritor moçambicano Mia Couto, e por um movimento criado por ONGs de Portugal, Brasil, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.
Em carta enviada aos chefes de Estado lusófonos, elas dizem que a entrada da Guiné Equatorial "manchará irremediavelmente a reputação e a respeitabilidade da CPLP na comunidade internacional".
O movimento, que inclui a Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais, acusa o governo Nguema de torturar e prender arbitrariamente críticos e opositores e cita investigações no exterior por corrupção contra o líder guinéu-equatoriano e seus familiares.
Segundo as entidades, o decreto presidencial que em 2010 instituiu o português como terceira língua oficial da Guiné Equatorial "não resulta da história, da expressão cultural ou vontade do povo". Apesar do decreto, o português não é falado no país, que também tem como línguas oficiais o espanhol, idioma predominante, e o francês.
O grupo diz ainda que os apoios na CPLP à adesão da Guiné Equatorial se devem às riquezas petrolíferas do país, terceiro maior produtor da commodity na África Subsaariana.
Argumentos 
Já a Guiné Equatorial diz que nos próximos anos o português passará a ser ensinado nas escolas. O governo reivindica a adesão com base em laços históricos com Portugal e na proximidade geográfica com outros membros da CPLP, especialmente Angola e São Tomé e Príncipe.
No site do movimento pró-adesão (mage.eu5.org), partidários do ingresso dizem que Portugal controlou parte do país até o fim do século 18, quando os territórios foram cedidos à Espanha após a assinatura de tratados entre as nações ibéricas.
O movimento também afirma que o país é majoritariamente católico, assim como os outros membros da comunidade, e que já mantém relações econômicas com Estados do bloco.
Há ainda outras razões mais pragmáticas para o pleito. Num continente em que os blocos linguísticos, ecos da colonização europeia, têm um importante papel nas concertações diplomáticas e nos negócios, os guinéu-equatorianos buscam romper seu isolamento na região.
Único país no Golfo da Guiné colonizado pela Espanha, a Guiné Equatorial está rodeada por nações francófonas, anglófonas e lusófonas. O país aderiu em 1989 à Organização Internacional da Francofonia, mas, segundo analistas, jamais se sentiu confortável no grupo.
O interesse em ingressar na CPLP tornou-se, portanto, uma alternativa, respaldada pela ofensiva diplomática do governo Luiz Inácio Lula da Silva na África.
Em 2010, em visita à Guiné Equatorial, Lula apoiou a adesão do país ao bloco. No ano seguinte, já como ex-presidente, ele esteve no país outra vez, quando chefiou uma missão brasileira na cúpula da União Africana.
Segundo um diplomata brasileiro familiar às negociações, a entrada da Guiné Equatorial na CPLP colaboraria com o objetivo do Brasil de difundir a língua portuguesa no mundo. Ele diz que a adesão também ampliaria a influência do Brasil no país, que "é economicamente viável e demonstra a intenção de fazer uma transição política controlada".
Além disso, afirma que a Guiné Equatorial não está suspensa dos blocos regionais que integra e que sua entrada beneficiaria a população do país.
O líder guinéu-equatoriano, aliás, já disse que buscaria o apoio do bloco para aprimorar a educação do país e para concessão de bolsas de estudo a seus concidadãos em universidades do Brasil, Portugal e Angola. A CPLP também é integrada por Moçambique, São Tomé e Príncipe, Guiné Bissau e Timor Leste.
À exceção de Portugal, todos os membros do grupo estão entre os principais receptores da ajuda externa brasileira.
Isolamento e sanções 
O diplomata brasileiro rejeita os argumentos dos críticos ao ingresso, afirmando que isolamento e sanções não promovem democracia nem respeito aos direitos humanos. Segundo ele, com maior integração e comércio, retrocessos políticos se tornam mais difíceis.
Mesmo assim, diz que o Brasil não pretende fazer da adesão um "cavalo de batalha" e que ela só ocorrerá se todos os membros da CPLP a apoiarem. O diplomata atribui a resistência de Portugal principalmente a pressões da França, que temeria perder influência na região uma vez que a Guiné Equatorial priorizasse a CPLP em detrimento do bloco francófono.
Por mais que Portugal se oponha ao ingresso por enquanto, ele considera que se trata de "processo inevitável", que só será interrompido caso a Guiné Equatorial vivencie retrocessos políticos como um golpe de Estado.
Por ora, as relações econômicas do Brasil com a Guiné Equatorial são modestas. Em 2011, segundo o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o saldo comercial entre os países somou US$ 655 milhões (R$ 1,3 bilhão), com déficit de US$ 588 milhões (R$1,1 bilhão) para o Brasil.
A maior parceira do Brasil na África Subsaariana é a Nigéria - as trocas comerciais entre os países alcançaram US$ 9,5 bilhões (R$ 19 bilhões) no ano passado.
Enquanto o Brasil exporta à Guiné Equatorial sobretudo produtos industrializados, importa do país africano somente petróleo e derivados.
O governo brasileiro espera que as trocas cresçam se vingarem as negociações em curso para a criação de uma conta-petróleo para o país. Pelo mecanismo, que já vigora entre Brasil e Angola, parte da produção de petróleo da Guiné Equatorial garantiria financiamentos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) à compra de produtos e serviços brasileiros.
Desde 2010, o Brasil também negocia a venda de corvetas (navios de guerra) para a Guiné Equatorial, que anunciou a intenção de reformar sua Marinha. Se o país ingressar na CPLP, o governo espera que as negociações avancem mais rápido.
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