sexta-feira, 6 de julho de 2012

RIM-7 Sea Sparrow

No meio da década de 50, a US Navy reconheceu que os canhões antiaéreos tradicionais eram insuficientes para defesa dos seus navios. No início da década de 60, a US Navy planejou um sistema de defesa de míssil de curto alcance chamado BPDMS - Basic Point Defense Missile System - para navios pequenos. O RIM-46 Sea Mauler seria usado no BPDMS, mas foi cancelado em 1964. Em 1959, foi considerado uma versão naval do RIM-46 Mauler do US Army, mas mostrou ser inadequado. Uma versão de curto alcance do míssil ar-ar AIM-7 Sparrow passou a ser considerada. O cancelamento do programa Mauler em 1965 levou a decisão definitiva de desenvolver o Sea Sparrow para combater a ameaça de mísseis antinavio soviéticos.
Uma versão provisória chamada de RIM-7H, derivada do AIM-7E, foi usada inicialmente. O sistema usaria um lançador ASROC de oito tubos modificado instalado em uma instalação original de canhão conhecido como Basic Point Defense Missile System (BPDMS). O sistema foi entregue em outubro de 1967 para uso contra alvos no ar e contra embarcação rápidas.
O sistema entrou em produção mas sua capacidade contra mísseis antinavio, espoleta e as ECCM foram consideradas limitadas. Logo começou a ser desenvolvido o Improved Point Defense Missile System (IPDMS) que entrou em produção em 1973 como RIM-7F baseado no AIM-7F. O RIM-7F durou pouco em favor do derivado naval do AIM-7M.
O RIM-101 seria o novo míssil de defesa aérea de ponto da US Navy em 1973. Teria guiamento semi-ativo (banda I) e IR terminal, espoleta ótica e ogiva com explosivo PBX-W107. O motor seria o mesmo do FIM-43 Redeye. Foi cancelado nos estágios iniciais de desenvolvimento em favor do RIM-7.
O RIM-7H era um AIM-7E melhorado para operar embarcado. Tinha asas dobráveis para caber no novo lançador Mk 29. As asas dobráveis passaram a ser usadas nos modelos subseqüentes. O RIM-7H foi base para o NATO Sea Sparrow Missile System (NSSMS) Mk 57 Block I com produção iniciada em 1973.
O programa de desenvolvimento do NATO Sea Sparrow foi estabelecido com um Memorando de Entendimento em 1968 entre a Bélgica, Dinamarca, Itália, Noruega e EUA como um desenvolvimento conjunto que se tornou o NATO Sea Sparrow Surface Missile System (NSSMS) MK 57. O NSSMS agora é composto por 13 paises: Alemanha, Austrália, Bélgica, Canadá, Dinamarca, Espanha, Grécia, Holanda, Itália, Noruega, Portugal, Turquia e EUA. O Mk 57 usa os mísseis da família Sparrow 3, baseado no AIM-7E2 e renomeado RIM-7H.
O sistema usa um lançador conteiravel Mk 29 com oito mísseis. O primeiro lançamento foi em 1972. O AIM-7M/RIM-7M usa um sensor de radar semi-ativo monopulso inverso, melhor ECCM com microprocessador digital, nova ogiva, nova espoleta radar e novo motor. Entrou em serviço em 1983. 
O desenvolvimento continuou para criar uma versão de lançamento vertical para o NSSMS com o Guided Missile Vertical Launch System (GMVLS). Foi testado com sucesso em 1981, com controle de empuxo para manobrar apos o disparo, e se tornou o sistema de lançamento vertical Mk 49 Sea Sparrow. O VL Sea Sparrow foi adotado pela Alemanha, Austrália, Canadá, Grécia, Holanda, Japão, Nova Zelândia, Tailândia e EUA.
A versão AIM-7P/RIM-7P iniciou o desenvolvimento em 1987 com entregas em 1991. Esta versão tinha novas melhorias na espoleta e eletrônicos para melhorar a pontaria contra mísseis antinavio voando muito baixo. O míssil pode ser disparado dos lançadores já existentes, ou ser acomodado nos lançadores verticais do VLS Mk 41.
A última versão do Sparrow, o AIM-7R/RIM-7R, iniciou o desenvolvimento em 1988 com o Missile Homing Improvement Programme, com um sensor IR adicional para melhorar o desempenho contra alvos usando interferência eletrônica.
O RIM-7 Sea Sparrow foi instalado nos porta-aviões americanos da classe Nimitz, Enterprise, Kitty Hawk, John F Kennedy e Forrestal; nos contratorpedeiros classe Spruance, nos navios anfíbios classe Blue Ridge e Wasp, nos navios de apoio classe Supply e Sacramento e nos navios tanque Wichita.
Em 1988 o consorcio industrial da OTAN iniciou o desenvolvimento da família Sparrow para o requerimento NATO Anti-Air Warfare System (NAAWS) para modernizar as instalações de mísseis Sea Sparrow. O Sea Sparrow provisório de baixo custo seria um Sea Sparrow melhorado enquanto o Evolved Sea Sparrow Missile (ESSM) seria um novo míssil. Contudo, em 1995 o ESSM programa amadureceu e foi feito um contrato com a OTAN com 22 companhias lideradas pela Raytheon e empresas da Alemanha, Austrália, Canadá, Dinamarca, Espanha, Grécia, Holanda, Noruega, Turquia e EUA. O ESSM era originalmente designado RIM-7PTC, mas agora foi designado RIM-162 como sendo um novo míssil.

RIM-46 Sea Mauler na versão terrestre com o lançador XM-546.
O RIM-7 Sea Sparrow tem a mesma fuselagem do míssil ar-ar, com a única diferença sendo as asas dobráveis para poder ser instalado nos lançadores. O RIM-7H tem 3,66m de comprimento, diâmetro de 20cm e pesa 205kg com ogiva de 30kg. O RIM-7F tem 3,66m de comprimento, diâmetro de 20cm e pesa 227kg com ogiva de 29kg. O sistema de guiamento do RIM-7F e RIM-7H é por guiamento inercial de meio curso com guiamento final com sensor semi-ativo de varredura cônica. A propulsão é por um motor de aceleração e sustentação (Mk38 ou Mk52) que faz o míssil atingir Mach 2,5 e atingir 15km no modelo RIM-7F e 25km no modelo RIM-7H, com uma altitude de interceptação de 15m a 5.000m.
O RIM-7M tem o mesmo tamanho do RIM-7F/H mas pesa 231kg. Tem sistema de guiamento melhorado com sensor semi-ativo monopulso invertido e processador digital dando melhor capacidade ECCM. O RIM-7M também tem uma espoleta de proximidade por radar ativo e uma ogiva capaz de focar a explosão no alvo. Junto com um sistema BITE, mostrou ser muito mais confiável e capaz contra alvos voando muito baixo. A propulsão é por um motor de aceleração-sustentação Mk58 Mod 0 com um alcance de 30km. 
O RIM-7P introduziu uma nova espoleta, novos eletrônicos e vetoramento de empuxo chamado de Jet Vane Control (JVC) para ser lançado do Mk 41 VLS. O JVC é ejetado após o míssil atingir a trajetória desejada. O RIM-7P também tem um novo algoritmo de controle de trajetória para melhorar o desempenho contra alvos voando muito baixo.

O RIM-7R é semelhante ao RIM-7M/-7P mas com um sensor IR adicional do AIM-9. Se o sensor IR falhar o radar semi-ativo toma o controle. A versão é um pouco mais pesada, 232kg, com motor Mk 58 Mod 4. Os controles ficam na cauda para melhorar a manobrabilidade.

O NSSMS usa o Mk 29 Guided Missile Launcher Subsystem (GMLS) que consistem de um lançador de oito células, uma unidade controle no convés e um gabinete de controle. O lançador leva dois conjuntos de quatro mísseis em um pedestal que se move em elevação e azimute. O sistema de controle de tiro pode funcionar em vários modos, como manual até totalmente automático, mas com disparo sempre com autorização humana. O sistema só consegue adquirir um alvo por radar de tiro com a maioria dos NSSMS tendo um ou dois designadores, mas é possível usar um radar único para engajar dois alvos pouco espaçados vindo da mesma direção.

O Guided Missile Vertical Launch System (GMVLS) Mk 48 precisa de um míssil com asas dobráveis e um JVC para transição do modo vertical para vôo horizontal. O motor de aceleração tem 37cm de comprimento e pesa 18kg. O RIM-7M e RIM-7P podem ser adaptadores para disparo vertical. O lançador Mk 48 tem quatro versões. O Mod 0 tem dois mísseis e é montado no convés; o Mod 1 tem dois mísseis no lado do hangar ou superestrutura; o Mod 2 tem 16 mísseis montados em conjuntos de quatro embaixo do convés; o Mod 3 é um sistema compacto de baixo peso em módulos de seis mísseis no convés. O conjunto Mk 22 permite que o RIM-7 seja lançado do Mk 41 VLS com quatro mísseis em cada unidade do Mk 41.

O RIM-7H  entrou em serviço em 1967, seguido do RIM-7F em 1973, do RIM-7M em 1983, RIM-7P em 1991 e o RIM-7R em 1997. Um total de 150 NSSMS e mais de 11 mil Sea Sparrow foram produzidos sendo 60% para os EUA e o resto para a Alemanha, Austrália, Bélgica, Canadá, Dinamarca, Espanha, Grécia, Holanda, Itália, Japão, Nova Zelândia, Noruega, Portugal, Tailândia, Turquia e Emirados Árabes Unidos. Brunei e Coréia do Sul também compraram o Sea Sparrow.



O lançador Mk 29 pode receber o RIM-116 RAM em duas células. As versões disparadas de superfície chegam a atingir Mach 2.5 com alcance de 8 km. O alcance mínimo era de 3 km e o teto variava de 15 metros a 5000 metros.


Lançador Mk 48 VLS Mod 1 em uma fragata canadense.
Sea Sparrow
Disparo de um Sea Sparrow de um lançador vertical Mk 48 a partir de uma fragata alemã.


Tipos de lançadores verticais do Sea Sparrow. O 
Mod 0 tem dois mísseis e é montado no convés; o Mod 1 tem dois mísseis no lado do hangar ou superestrutura; o Mod 2 tem 16 mísseis montados em conjuntos de quatro embaixo do convés; o Mod 3 é um sistema compacto de baixo peso em módulos de seis mísseis no convés.


Detalhes do Sea Sparrow de lançamento vertical.


Teste do Sea Sparrow a partir do USS Bradley em 1967-68 a partir de um lançador ASROC.


A recarga do Sea Sparrow é feita manualmente. O lançador é limitado a oito disparos e por isto não é recomendavel contra ataques de saturação.

Skyguard/Sparrow


A versão terrestre do RIM-7M Sea Sparrow  iniciou na década de 80 com o conjunto Oerlikon Contraves da suíça e a Raytheon Company Skyguard/Sparrow dos EUA combina os sistemas Skyguard e mísseis Sparrow. O objetivo é adicionar a capacidade de engajar alvos mais longe que os canhões que são usados contra alvos mais próximos.

Os EUA testou o Skyguard com o Sparrow em 1980 com o disparou um míssil AIM-7E e dois AIM-7F contra drones QT-38 para o AIM-7E e QF-86 para o AIM-7F. O AIM-7E passou dentro do raio letal enquanto primeiro AIM-7F acertou direto e o segundo atingiu a frente da fuselagem e o drone logo perdeu o controle. O sistema consiste de um Skyguard modificado com dois lançadores quádruplos de Sea Sparrow com um radar de iluminação.

Os compradores tem opção de escolher os mísseis entre o Sparrow americano e o Aspide italiano. O Skyguard/Aspide foi demonstrado em 1981 e adotado pela Espanha que já usava o Skyguard/Sparrow. Também foi usado pela Itália e Tailândia. O sistema Skyguard/Aspide entrou em serviço no Exército Italiano em 1983 e foi exportado para o Egito, Espanha (chamado de Toledo) e Grécia.

Em 1982 o Egito comprou 18 baterias Skyguard/Sparrow para equipar três Brigadas de Defesa Aérea para substituir os sistemas de mísseis russos. As entregas foram entre 1984 a 1987. O sistema é chamado localmente de Amoun com um radar Skyguard, dois canhões GDF-003 bitubos de 35mm e quatro lançadores quádruplo de mísseis Sparrow. Uma seção pode engajar três alvos de uma vez, sendo dois com canhões e um com mísseis. O tempo de reação é 4.5 segundos para os canhões e 8 segundos para o Sparrow. O alcance dos sensores óticos é de 15km e o radar 20km.

O Kuwait também recebeu seis sistemas Amoun para a Força Aérea. O Chipre comprou 12 baterias de Skyguard junto com 144 mísseis Aspide.

Em 1983 a Grécia comprou 20 baterias com os mísseis RIM-7M (280 mísseis) sendo chamado localmente de Velos (flecha). Junto foram adquiridos 44 canhões GDF-003 de 35mm e radares Super Giraffe e 12 Skyguard. As entregas foram em 1984. Em 1999 a Grécia iniciou uma modernização do Velos para uma extensão da vida útil em 15-20 anos. O canhão passou para o padrão NDF-C e recebeu um radar da banda Ka capaz de acompanhar 20 alvos contra 8 do sistema original e recebeu uma câmera IR. O sistema IFF passou para o padrão Mk XII.

A Espanha comprou 13 sistemas Spada e 200 mísseis Aspide no lugar do Sparrow mas com o sistema Skyguard e canhões bitubos de 35mm GDF-005. O custo foi de US$ 220 milhões com todos entregues até 1989. A Espanha comprou o Spada com o Aspide 2000 em 1998.
Sea SparrowSistema Skyguard grego com dois canhão GDF, lançador quádruplo de Sparrow e radar Giraffe.

SkyGuard
Radar Skyguard e lançador quádruplo do Sparrow.

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SN-BR - Marinha do Brasil inicia Projeto do Submarino de Propulsão Nuclear


No dia 6 de julho, às 10h30, foi realizada a cerimônia de início do Projeto do Submarino com Propulsão Nuclear Brasileiro, no auditório principal do Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP). Com as presenças do Comandante da Marinha do Brasil, Almirante-de-Esquadra Julio Soares de Moura Neto; do Diretor-Geral do Material da Marinha, Almirante-de-Esquadra Arthur Pires Ramos; e do Coordenador-Geral do Programa de Desenvolvimento de Submarino com Propulsão Nuclear, Almirante-de-Esquadra (Refº) José Alberto Accioly Fragelli, o evento marcou uma importante etapa do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB), em que será desenvolvido o primeiro submarino de propulsão nuclear brasileiro.

No evento também foi inaugurado o Escritório Técnico de Projetos em São Paulo, que foi especialmente equipado com avançados recursos de Tecnologia da Informação (TI) e uma sala de videoconferência, visando atender às necessidades que um projeto dessa magnitude demanda.

O Programa, que está inserido no escopo de contrato firmado entre a Marinha e a empresa francesa DCNS, exceto a parte nuclear da planta de propulsão, engloba ainda a construção de um estaleiro e base naval, na região de Itaguaí (RJ), e quatro submarinos convencionais. Entre os benefícios para o país estão o fortalecimento da indústria nacional e o aprimoramento da qualificação técnica de profissionais brasileiros que trabalharão no PROSUB, garantindo ao Brasil a capacidade de desenvolver e construir seus próprios submarinos no futuro, de forma independente.

Este ano, o PROSUB já deu um importante passo em sua parte nuclear com a inauguração da primeira das quatro fábricas da Unidade Produtora de Hexafluoreto de Urânio (USEXA) e do Centro de Instrução e Adestramento Nuclear ARAMAR (CIANA), em Sorocaba (SP), que representaram o domínio do ciclo do combustível nuclear para o país. Atualmente, apenas cinco países - China, Estados Unidos, França, Inglaterra e Rússia - detêm este domínio tecnológico. Com este empreendimento, o Brasil passa a integrar a seleta lista, uma vez que o reator nuclear e a propulsão do SN-BR serão desenvolvidos no país.


Projeto do Submarino Nuclear Brasileiro – SN-BR

O trabalho de Projeto, que foi iniciado no dia 6 de julho, percorrerá um longo caminho. Serão três anos para alcançar o projeto básico do submarino de propulsão nuclear, para então ter início a fase do projeto detalhado, simultaneamente com a construção do submarino, em 2016, no estaleiro da Marinha que está sendo construído na cidade de Itaguaí.

Considerado um dos mais complexos meios navais já idealizados pelo homem, o submarino de propulsão nuclear possui significativas vantagens táticas e estratégicas. Seu reator nuclear, por ser uma fonte quase inesgotável de energia, confere-lhe enorme autonomia, podendo desenvolver velocidades elevadas por longos períodos de navegação, ampliando significativamente sua mobilidade e permitindo-lhe patrulhar áreas mais extensas dos oceanos. Além disso, por operar ininterruptamente mergulhado, em completa independência do ar atmosférico, este tipo de submarino é praticamente indetectável, inclusive por satélites.
O Submarino Nuclear Brasileiro (SN-BR) será totalmente projetado e construído no Brasil, empregando os mesmos métodos, técnicas e processos de construção desenvolvidos pelos franceses. Parte significativa dos equipamentos desenvolvidos para os quatro submarinos convencionais, de propulsão diesel-elétrica, será aproveitada no SN-BR. Estima-se que cada um dos submarinos a ser produzido no Brasil contará com mais de 36 mil itens a serem fabricados aqui, por mais de 100 empresas brasileiras. Entre esses equipamentos estão válvulas de casco, motores elétricos, sistema de combate, bombas hidráulicas, quadros elétricos, sistemas de controle e baterias de grande porte, dentre outros. O processo de capacitação da indústria de defesa nacional, envolvendo transferência de tecnologia e expressiva nacionalização de equipamentos, possibilitará que a qualificação alcançada pelos profissionais brasileiros possa ser utilizada em diversos outros segmentos da indústria nacional.

O Programa de Desenvolvimento de Submarinos irá gerar, durante as obras de construção em andamento, mais de 9 mil empregos diretos e outros 27 mil indiretos. Para o período de construção dos submarinos projeta-se, na área de construção naval militar, a criação de cerca de 2 mil empregos diretos e 8 mil indiretos permanentes, com utilização expressiva de mão-de-obra local.
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A DEFESA EM DEBATE - Projeto do Submarino Nuclear Brasileiro: ciência, tecnologia, cerceamento e soberania nacional

Hoje, 6 de julho de 2012, realiza-se no Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP), a Aula Magna que marca o início do Projeto do Submarino de Propulsão Nuclear Brasileiro. Presentes na cerimônia, o Comandante da Marinha, Almirante-de-Esquadra Júlio Soares de Moura Neto, o Diretor-Geral do Material da Marinha, Almirante-de-Esquadra Arthur Pires Ramos, o Diretor do CTMSP, Vice-Almirante Carlos Passos Bezerril, o Coordenador-Geral do PROSUB, Almirante-de-Esquadra José Alberto Accioly Fragelli, do Vice-Presidente Executivo da DCNS, Bernard Planchais, e demais autoridades.

O projeto do submarino nuclear brasileiro remonta a década de 1970, durante a gestão de Ernesto Geisel (1974-1979). Coube ao engenheiro nuclear, recém chegado do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos, CC Othon Luiz Pinheiro da Silva, em março de 1979, pôr em prática o projeto do submarino nuclear brasileiro. Como primeira constatação das dificuldades para viabilizar o projeto, a Marinha do Brasil (MB) chegou a conclusão de que, sem o domínio do ciclo do combustível nuclear, não teria como dar o próximo passo: construir o reator nuclear para propulsão naval.

Em um périplo de, aproximadamente, 20 anos, a MB dominou o ciclo do combustível nuclear e pôde dar início a construção do reator nuclear que será comportado no submarino.

Pergunta: por que o Brasil assinou um Acordo Militar com a França, em 7 de setembro de 2009, para aquisição de submarinos convencionais e nuclear condicionando a compra à transferência de tecnologia estratégica?

Com a aquisição dos submarinos da classe Oberon, a MB aprendeu com os ingleses a operar submarinos. Com a aquisição dos submarinos alemãs modelo IKL, a MB aprendeu a construir submarinos. A partir de então, a maior dificuldade da MB em dominar as etapas no desenvolvimento de submarinos passou a ser a de projetá-los.

Há várias formas de obter tecnologia, seja por desenvolvimento autônomo, importação de cérebros, cooperação tecnológica internacional e transferência de tecnologia.

O Brasil optou por buscar parcerias tecnológicas que estivessem, naquele momento, construindo submarinos convencionais e nucleares. Seguindo um processo de eliminação, restou como opção a Rússia e a França. Neste processo seletivo, a MB analisou as seguintes considerações: capacidade para desenvolver tecnologia própria, emprego de métodos e processos familiarizados com os empregados no Ocidente e de mais fácil absorção pelos técnicos e engenheiros brasileiros, ter fornecedor e ter comprador de material de defesa e, principalmente, contratualmente, aceitar transferir tecnologia de projeto de submarinos convencionais e nucleares. O fato de a França exporta submarinos convencionais da classe scorpène para o Chile, a Malásia e a Índia e, principalmente, aceitar as condições de transferência de tecnologia exigidas pelo Brasil a tornou parceira ideal para a realização dos objetivos políticos e militares brasileiros. E assim, neste contexto, a França, desde 2010, está ensinando técnicos e engenheiros da MB e de empresas brasileiras partícipes a projetar submarinos.

Em 16 de setembro de 2010, na cidade francesa de Lorient, a estatal DCNS inaugurou a Escola de Projeto de Submarinos, construída, especialmente, para cooperar com a MB na absorção de conhecimento científico e tecnológico de projeto de submarinos. Nesta Escola, já estão sendo formados grupos de engenheiros da MB e de empresas brasileiras envolvidas que, retornando ao Brasil, serão responsáveis pela disseminação do conhecimento científico e tecnológico absorvido. Importante ressaltar o valor desta absorção e disseminação do conhecimento na formação de uma comunidade científica altamente qualificada e coesa. A título de comparação e exemplificação, graças a uma comunidade científica semelhante, formada pela MB, no Centro Experimental Aramar, ao longo da década de 1980, que, na década seguinte, ao ser transferida a equipe e o conhecimento lá desenvolvidos, as Indústrias Nucleares do Brasil (INB) puderam absorver este conhecimento e desenvolver e produzir combustível nuclear para os reatores nucleares brasileiros.

O primeiro submarino convencional da classe scorpène já está sendo construído nas instalações da DCNS, em Cherbourg, na França. A expectativa é que, este primeiro submarino tenha sua construção concluída no estaleiro de submarinos, em Itaguaí, município do Rio de Janeiro, o qual também ainda está sendo construído por meio de um consórcio entre a DCNS e a empresa privada brasileira Odebrecht.

O PROSUB é constituído por quatro submarinos convencionais e um nuclear. A principal missão da DCNS é auxilia a MB a projetar o casco resistente do futuro submarino de propulsão nuclear brasileiro, o qual será construído no futuro estaleiro de submarinos, em Itaguaí. Embora a MB esteja, tecnicamente, satisfeita com os seus submarinos modelo IKL, esta força cedeu preferência no fechamento dos contratos com os franceses em função do casco hidrodinâmico do projeto francês derivar do submarino nuclear classe Rubis. Assim, além do modelo do casco do submarino convencional francês se destacar pela relativa facilidade de transição para o nuclear, todos os submarinos da classe Rubis em operação da Marinha francesa empregam tecnologias que são utilizadas nos submarinos nucleares franceses, como o sistema de combate SUBTICS, sensores, armamentos, sistema de controle da plataforma etc, os quais também terão seus conhecimentos absorvidos pelos cientistas, técnicos e engenheiros brasileiros.

Como mencionado, exceto, o primeiro, os demais submarinos serão construídos no Brasil. A expectativa é que o índice de nacionalização seja elevado. O Ministério da Defesa (MD) abriu concorrência para que empresas nacionais se candidatassem nos itens a ser nacionalizados. Coube à DCNS avaliar e selecionar as empresas que se candidataram e à MB coube acompanhar e supervisionar todo este processo de seleção.  

Se por um lado 2009 foi um ano generoso para o setor naval do Programa Nuclear Brasileiro (PNB), para o setor de saúde que também se beneficia deste Programa não foi. Por acomodação e falta de visão estratégica, o Governo brasileiro sentiu o impacto e as consequências que a dependência e o cerceamento tecnológico nuclear geraram para a sociedade e para os cofres públicos. Neste ano, a empresa canadense MDS Nordion que fornecia tecnécio para os institutos de pesquisas da CNEN, sem aviso prévio e alegando problemas no reator, cortou o suprimento deste radiofármacos. Semanalmente, o IPEN fornece geradores de tecnécio para aproximadamente 300 clínicas e hospitais em todo o Brasil. Além dos poucos países que fornecem este radiofármaco não atender a demanda internacional, o seu preço aumentou em 200%. Como solução paliativa, o Ministério da Saúde resolveu importar o tecnécio da Argentina, da África do Sul e de Israel. Como solução definitiva, o Ministério da Saúde decidiu envolver o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e, em comum acordo, com a Argentina, puseram em prática o plano de construir um reator de pesquisa chamado de multipropósito (RMB), um para cada país.

O arraste tecnológico advindo desta construção, além de beneficiar a medicina nuclear, beneficiará outros setores, como o de engenharia de alimentos, o de energia, a indústria e o setor naval. Sua implantação permitirá agregar pesquisadores de diversas áreas, possibilitando a criação de um núcleo de conhecimento capacitado, integrado e coeso. Foi visando estes benefícios que a MB cedeu parte de seu terreno, ao lado do Centro Experimental Aramar, em Iperó, interior do estado de São Paulo, para que o MCT construísse o RMB. Este reator, além de realizar testes de irradiação de materiais e combustíveis nucleares, tem um caráter estratégico, pois, contribuirá na produção de tecnécio-99, radiofármaco gerado por aceleradores de partículas feitos de molibdênio, metal raro, ultra resistente, que suporta temperaturas elevadas e resiste à corrosão. Como as reservas oficiais de molibdênio são insignificantes, o Brasil é extremamente dependente da importação de produtos gerados a partir deste metal para o suprimento de suas necessidades. Dados de 2007, do Departamento Nacional de Produção Mineral acusaram que as importações brasileiras de molibdênio totalizaram cerca de 10.415 toneladas, o que significou um gasto de US$ 301,64 milhões. Só a China possui três das seis maiores minas de molibdênio do mundo e os EUA detêm as outras três das seis maiores minas em operação. A produção de molibdênio na América Latina se concentra nas minas chilenas e algumas poucas peruanas.

O RMB garantirá a autossuficiência e a independência tecnológica na produção do molibdênio. Além destas questões, há intrinsecamente neste processo uma questão de soberania nacional, a medida que o casco resistente dos submarinos, em especial, os de origem ocidental, são constituídos por uma liga metálica composta por níquel, cobre e molibdênio (HY-80). O casco resistente dos modelos alemãs são mais resistentes do que os dos franceses, a medida que os primeiros são constituídos pela liga metálica HY-100. Isso permite que os submarinos convencionais e nucleares possam mergulhar ainda mais fundo, cumprindo a finalidade de não serem detectados por forças hostis sem comprometer o casco resistente.

Há países, como o Japão, que restringem severamente a exportação de aços que possam ser aplicados com fins militares. Um boicote conjunto de fornecedores internacionais de aços estratégicos significaria o estrangulamento de qualquer programa militar que dependesse da importação destas ligas metálicas. Alguns especialistas afirmam que o Brasil, nas décadas de 1980 e 1990, só assinou os contratos para a aquisição de submarinos modelo IKL mediante o comprometimento alemão em fornecer o molibdênio para a construção dos cascos resistentes dos 4 submarinos convencionais que foram construídos em território brasileiro. Se esta afirmação é verdadeira ou não, o fato é que, a MB se beneficiará demasiadamente com a construção do RMB. Independente de haver o comprometimento da França, neste novo Acordo Militar, o fato é que, ao transferir a tecnologia de projeto, os cientistas, técnicos e engenheiros brasileiros adaptarão os conhecimentos absorvidos na Escola de Projeto, na França, nos submarinos que serão construídos em território nacional. Isso permitirá, inclusive, que os brasileiros possam escolher as ligas metálicas que melhor atendam aos interesses estratégicos da empreitada, a medida que já existem submarinos utilizando novos tipos de ligas metálicas, com menores custos e com soldabilidade muito superior que os da série HY, permitindo assim, uma redução de até 50% nos custos totais de construção das embarcações navais. As ligas metálicas oriundas da família HSLA-80 são exemplo disso. Nos EUA, por exemplo, já se utiliza este tipo de liga metálica na construção de algumas classes de submarinos.  

Percebe-se assim que, não foi a toa que a MB cedeu seu terreno, ao lado de Aramar para que o MCT construísse o RMB, garantindo benefícios científicos e tecnológicos na irradiação de material e combustível nuclear para o reator de propulsão naval e burlando o cerco tecnológico dos países que mantém a estrutura realista do sistema internacional.

A conclusão que se pode chegar com este texto é que, graças a sua participação no RMB, a MB tornará possível o sonho de projetar, construir e operar o submarino nuclear brasileiro, reduzirá as vulnerabilidades científicas e tecnológicas, contribuirá com a consolidação das políticas de cooperação e integração na América do Sul e fortalecerá a soberania do Estado nas águas jurisdicionais brasileiras.
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Tropas sírias bombardearam cinco caminhões turcos

 As tropas sírias bombardearam cinco caminhões turcos na região de Aleppo, perto da fronteira com a Turquia, informou hoje a agência noticiosa DHA. Em consequência do ataque, os caminhões pegaram fogo e seus motoristas fugiram.
Segundo a agência, grupos de oposicionistas sírios teriam prestado proteção aos motoristas e os conduziram à fronteira e, seguidamente, ao território turco. Outros pormenores do incidente não foram informados.
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Irã exige à Rússia 4 bilhões de dólares


O Ministério da Defesa do Irã estimou que a falha da entrega de sistemas russos de mísseis antiaéreos S-300 custou ao país 3.985 bilhões de dólares, informa o jornal Izvestia.

Este montante está indicado na queixa do lado iraniano contra aRosoboronexport, entregada ao Tribunal de Arbitragem de Genebra, e inclui todas as penalidades sobre as entregas de armas russas para Teerã. A Rússia se recusou a fornecer ao Irã os sistemas S-300, em 2010, quando contra o país foram impostas sanções da ONU.
No Irã, há um grande número de equipamentos militares de fabricação soviética que não podem funcionar sem munições e peças suplentes, e o fabricante era obrigado a fornecê-las.
No entanto, o principal objetivo do Irã, provavelmente, não é receber uma grande soma, mas renovar o contrato de fornecimento de sistemas de mísseis anti-aéreos. E a quantia em disputa está deliberadamente exagerada para que a Rússia possa explicar a retomada das entregas de S-300 com relutância em perder muito dinheiro.

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Administração Nacional de Oceanos dos EUA nega existência das sereias


A Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (NOAA) precisou negar, em comunicado, a existência das sereias, depois que um documentário de televisão causou confusão entre alguns telespectadores.

"Não temos evidência alguma de que se tenham encontrado humanoides aquáticos", informa a NOAA no site do Serviço Nacional Oceanográfico (NOS), que se encarrega de enfrentar problemas como a mudança climática e a poluição nas áreas litorâneas.

Desta vez, no entanto, as autoridades tiveram que esclarecer outro tipo de dúvida dos cidadãos, já que a veiculação do documentário de ficção "Sereias: O corpo achado", no "Discovery Channel", em maio, gerou dúvidas entre os espectadores, que consultaram a agência federal sobre os seres mitológicos.

O canal de TV a cabo afirma, na apresentação do documentário em seu site, que o programa traz "uma imagem extremamente convincente da existência das sereias, a aparência que têm e por quê permaneceram ocultas... até agora".

O programa mescla fatos reais e fenômenos não explicados com a história de dois cientistas que dizem ter encontrado os restos de uma criatura marinha nunca antes identificada; analisando como as sereias podem ter evoluído a partir da árvore genealógica humana primitiva.

Em sua nota sobre "Fatos sobre o Oceano", o órgão oficial afirma, por outro lado, que os seres metade humanos, metade peixes, são "lendárias criaturas marinhas" que fazem parte da cultura marinha oral desde tempos imemoráveis.

Em uma retrospectiva histórica, a NOAA lembra que na "Odisseia" o poeta grego Homero já falava das sereias e, na cultura do Extremo Oriente imaginava-se que eram as mulheres de grandes dragões marítimos, enquanto os aborígines da Austrália se referiam a seu canto hipnótico.

Diante da falta de evidências de sua existência "por que, então, ocupam o inconsciente coletivo de quase todos os povos litorâneos?", se pergunta o serviço oceanográfico, que considera que "é melhor deixar a questão para historiadores, filósofos e antropólogos".
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quinta-feira, 5 de julho de 2012

Alcântara: Chegam os tanques de combustíveis do Cyclone 4


Os primeiros equipamentos terrestres de grande porte destinados ao sítio de lançamento da empresa brasileiro-ucraniana Alcântara Cyclone Space (ACS) começam a chegar, na próxima semana, ao porto de Itaqui, no Maranhão.

A ACS foi criada para oferecer ao mercado mundial lançamentos seguros, econômicos e competitivos, por meio do foguete Cyclone-4, considerado de alta confiabilidade, a partir do Centre de Alcântara, apreciado como um local privilegiado para orbitar satélites.

A primeira carga a ser desembarcada é constituída de 15 tanques de combustível para o sistema de abastecimento do LC (Líquido Combustível) e seus assessórios de montagem. Para o transporte de todo esse material serão utilizadas cerca de 20 carretas e guindastes com capacidade entre 30 e 40 toneladas.

O primeiro voo do Cyclone 4 – o chamado “voo de qualificação” – está previsto para o final de 2013. O prédio (TC-100) para a montagem, integração e teste da carga útil, situado no Complexo Técnico do Sítio de Lançamento, está entre as partes mais adiantadas da obra. Lá serão preparados os satélites que sairão já encapsulados da unidade de carga útil  para se acoplarem aos estágios propulsores do Cyclone-4 no prédio vizinho, o TC-200.

Outra obra adiantada é o TC-200, a ser usado para montagem, integração e teste do veículo lançador. Ali será montado o Cyclone-4, um gigante de 40 metros de comprimento, três metros de diâmetro e coifa (ponta) com quatro metros de largura. Ele é capaz de lançar 5.300 kg em órbita baixa (até 500 km de altitude), 1.600 kg em órbita de transferência geoestacionária e 3.800 kg em órbita heliossíncrona (órbitas especiais projetadas para que, quando o satélite sobrevoa o ponto de interesse, seja sempre dia).

O Centro de Lançamento de Alcântara (CLA) e o Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI) têm mantido a média seis a oito lançamentos por ano desde 2008. Somente entre março e abril deste ano, o CLA lançou três foguetes de treinamento básico. Para agosto, está previsto o lançamento de um foguete de treinamento intermediário e, até o fim do ano, outro foguete de treinamento básico.
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Submarino do Irã pode alimentar temores nucleares do Ocidente


FREDRIK DAHL - Reuters
O anúncio do Irã de que planeja construir seu primeiro submarino abastecido por energia nuclear alimentou especulações de que isso poderia servir de pretexto para o Estado islâmico produzir urânio altamente enriquecido e se aproximar do material potencial para bomba atômica.
Especialistas ocidentais duvidam que o Irã -que está sob um embargo de armas da ONU- tem a capacidade para a qualquer momento em breve fazer o tipo de embarcação subaquática sofisticada que somente as potências mais poderosas do mundo têm atualmente.
Mas eles dizem que o Irã poderia usar o plano para justificar mais atividade atômica, porque os submarinos nucleares podem ser alimentados por urânio refinado a um nível que também seria adequado para o núcleo explosivo de uma ogiva nuclear.
"Tais submarinos usam frequentemente UAE (urânio altamente enriquecido)", disse o ex-inspetor-chefe nuclear da ONU Olli Heinonen, acrescentando que era pouco provável que o Irã fosse buscar o combustível no exterior por causa da disputa internacional sobre seu programa nuclear.
O país poderia, então, "citar a falta de fornecedores de combustíveis estrangeiros como justificativa para continuar em seu caminho de enriquecimento de urânio", afirmou Heinonen, atualmente no Centro Belfer para Ciência e Assuntos Internacionais da Universidade de Harvard.
Qualquer movimento por parte do Irã para enriquecer o urânio a um grau maior de pureza iria alarmar os Estados Unidos e seus aliados, que suspeitam que o país esteja tentando desenvolver a capacidade para fazer bombas nucleares e querem que ele interrompa seu programa nuclear. Teerã nega qualquer ambição de armas atômicas.
Isso também poderia complicar ainda mais os esforços diplomáticos para resolver a disputa que já dura uma década sobre o programa nuclear de Teerã e pode aumentar os temores de um confronto militar.
Várias rodadas de conversações entre o Irã e seis potências mundiais este ano até agora não conseguiram fazer progressos significativos, especialmente sobre sua exigência de que a República Islâmica diminua seu controverso trabalho de enriquecimento.
"O Irã está usando este anúncio submarino para criar poder de barganha", disse Shashank Joshi, pesquisador sênior e especialista em Oriente Médio no Royal United Services Institute.
"Ele pode negociar fora esses 'planos' para concessões, ou utilizar os planos como um pretexto útil para a sua atividade de enriquecimento."
O vice-comandante da Marinha iraniana, Abbas Zamini, foi citado no mês passado como tendo dito que "os passos preliminares em fazer um submarino atômico já começaram".
Ele não disse como um navio desse tipo poderia ser abastecido, mas os especialistas afirmaram que pode exigir alto grau de urânio.
(Reportagem adicional de Yeganeh Torbati e Marcus George, em Dubai) 
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quarta-feira, 4 de julho de 2012

Ataque israelense à usina nuclear no Iraque

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Irã diz que pode acertar Israel minutos após um ataque


AE - Agência Estado
O Irã declarou nesta quarta-feira que pode destruir bases americanas e atacar Israel minutos após sofrer um ataque. A ameaça velada aconteceu durante um exercício militar que incluiu o disparo de mísseis balísticos. Israel e os Estados Unidos vêm indicando a possibilidade de ataque militares contra o Irã caso a diplomacia e sanções econômicas não forcem o país a encerrar seu programa nuclear.
Em entrevista para a agência de notícias semioficial Fars, o general Ami Ali Hajizadeh, da Guarda Revolucionária, afirmou que as bases americanas estão ao alcance dos mísseis iranianos. Ele referiu-se a Israel como "territórios ocupados". "Medidas foram tomadas para que possamos destruir todas a bases nos primeiros minutos de um ataque", disse Hajizadeh, chefe da agência aeroespacial.
Israel e Washington não comentaram as declarações. O general disse também foram testados com sucesso mísseis que podem atingir navios de guerra dos EUA no Golfo Pérsico. As informações são da Associated Press.
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Aterrou o drone espacial experimental norte-americano


O aparelho espacial experimental não-tripulado, que pelo aspeto faz lembrar o shuttle americano em miniatura, aterrizou com sucesso no cosmódromo de uma base militar no estado da Califórnia, informa o Spaceflight Now.
O drone X-37B Orbital Test Vehicle 2 (OTV-2) permaneceu na órbita terrestre 468 dias e 13 horas, tendo dado mais de 7000 voltas à Terra.
Segundo a agência Associated Press, o aparelho servirá de plataforma de teste para sensores e sistemas para satélites. Segundo os comunicados oficiais, o trabalho com o segundo aparelho X-37B terá em consideração a experiência da missão anterior.
Os outros pormenores do lançamento do aparelho, assim como os detalhes da missão, são mantidos em segredo, acrescenta a agência.
fonte: Voz da Rússia segurança nacional blog

Irã possui plano para destruir 35 bases dos EUA caso seja atacado


O Irã já possui planos detalhados para destruir as 35 bases dos EUA no Oriente Médio, no Golfo Pérsico e na Ásia Central caso seja atacado, afirmou nesta quarta-feira o general Amir Ali Hayizadeh, comandante da Força Aeroespacial dos Guardiães da Revolução.
"Tomamos todas as medidas necessárias para situar essas bases e desdobrar mísseis para destruir todas elas nos primeiros minutos de um possível ataque (contra o Irã)", advertiu Hayizadeh em declarações divulgadas pela agência local Fars.
Hayizadeh fez essas declarações, que detalhava os planos do Irã diante de um eventual ataque dos Estados Unidos contra seu território, no final de um exercicio militar de três dias. Neste, os Guardiães da Revolução testaram diversos tipos de mísseis de fabricação nacional.
O comandante explicou que os Estados Unidos "tem 35 bases ao redor do Irã" e acrescentou que "todas elas estão ao alcance dos mísseis, assim como a terra ocupada da Palestina (Israel)".
Segundo ele, as manobras de mísseis que foram realizadas nos últimos dias tinham o objetivo de destruir réplicas de hipotéticas bases dos EUA na região, assegurando que o resultado dos testes tinha sido um grande êxito.
O site dos Guardiães da Revolução Sepah News informou nesta quarta que dentro dessas manobras foram usados mísseis do tipo "Golfo Pérsico" (antinavios) contra alvos marítimos, com o apoio de aviões de combate e aeronaves não tripuladas.
Ontem, os guardiães da Revolução asseguraram que tinham destruído sete hipotéticas bases das "forças alheias à região" em manobras aéreas e com lançamento de mísseis de até 1,3 mil km de alcance, embora Hayizadeh tenha feito questão de ressaltar que o país dispõe de mísseis que superam 2 mil km.
O Irã está submetido a sanções da ONU, dos EUA e da UE por causa de seu programa nuclear, sendo que Washington e Tel Aviv ameaçaram atacar o território iraniano caso não haja uma paralisação de suas atividades atômicas. Neste caso, Teerã respondeu que daria uma resposta "arrasadora" e que também poderia fechar o estratégico Estreito de Ormuz.
Enquanto alguns países, liderados pelos EUA, suspeitam que o programa nuclear iraniano possui uma vertente armamentista destinada a fabricação de armas atômicas, Teerã assegura que seu programa é exclusivamente civil, pacífico e ainda respeita o Tratado de Não-Proliferação (TNP) nuclear.
Ontem, em sua entrevista coletiva semanal, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Ramin Mehmanparast, comentou as manobras realizadas e disse que a mensagem desses exercícios é que "Irã tem total autoridade e preparação para garantir a segurança no Golfo Pérsico e no tráfego de petroleiros no Estreito de Ormuz".
O presidente da Comissão de Segurança Nacional e Política Externa do Parlamento do Irã, Alaedin Boruyerdi, disse que Teerã considera a presença de forças estrangeiras na região "prejudicial" para a segurança, acrescentando que as manobras com mísseis mostram a capacidade do Irã para manter a estabilidade na área.
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Farnborough 2012


A Embraer participará do 48° Show Aéreo Internacional Farnborough, na Inglaterra, promovendo toda sua linha de produtos para os mercados de aviação comercial, executiva e de defesa e segurança. O evento acontece de 9 a 15 de julho no Aeroporto de Farnborough, próximo a Londres.  A Embraer estará localizada no chalé A17/18. A Embraer Defesa e Segurança (EDS) realizará uma coletiva de imprensa liderada pelo seu presidente, Luiz Carlos Aguiar, na terça-feira, dia 10 de julho, às 13h45, na sala CODY do Media Center, localizada no Hall 1.
O jato AEW & C ERJ-145 na versão operada pela Força Aérea Indiana (Foto: EDS)
Segundo a EDS, a companhia promoverá soluções integradas que combinam alta tecnologia e eficiência operacional a custos competitivos de aquisição e operação. O portfólio da EDS inclui aviões militares, tecnologias de radar de última geração, veículos aéreos não-tripulados (VANT) e avançados sistemas de informação e comunicação, como por exemplo, as aplicações de Comando, Controle, Comunicações, Computação, Inteligência, Vigilância e Reconhecimento (C4ISR). Os produtos da EDS incluem o turboélice de treinamento avançado e ataque eleve EMB-314 Super Tucano, sua linha plataformas aéreas de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento (ISR) baseadas no bem-sucedido jato regional ERJ 145, jatos comerciais e executivos customizados para o transporte de autoridades governamentais, o jato de transporte militar e reabastecimento aéreo KC-390 atualmente em desenvolvimento, programas específicos de modernização de aeronaves empregadas por forças armadas, bem como soluções logísticas integradas para clientes e o TOSS (Training and Operations Support System), avançado sistema de treinamento e suporte à operação.
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CIENTISTAS ANUNCIAM DESCOBERTA DO QUE PODERIA SER “PARTÍCULA DE DEUS” E ABREM NOVA ERA NA FÍSICA


GENEBRA – Uma corrida bilionária que já durou meio século pode estar chegando ao seu fim e a ciência estaria a um passo de uma de suas maiores descobertas: a existência da “partícula de Deus”. Na manhã desta quarta-feira, 4, o Centro Europeu de Pesquisas Nucleares (Cern) anunciou em Genebra o que é a mais importante prova da existência da partícula que, para muitos, fecharia a explicação sobre a formação do Universo. A apresentação apontou a descoberta de uma nova partícula subatômica que poderia ser o bóson de Higgs, abrindo uma nova era para a Física.
“Atingimos um marco no nosso entendimento da natureza”, declarou Rolf Heuer, diretor do Cern. “A descoberta é consistente com o bóson de Higgs”, disse.
A teoria é que é essa partícula que garante massa a todas as demais e, portanto, central na explicação do Universo. Conhecida fora do mundo da ciência como “partícula de Deus”, trata-se da última fronteira não resolvida pela física. Nos anos 60, Peter Higgs desenvolveu uma teoria na qual uma energia invisível preencheria um vácuo no espaço. Ao se moverem, partículas são puxadas uma contra as outras, dando massa a um âtomo. Já as partículas da luz não sentem essa atração e não contam com massa. Sem a partícula responsável por unir as demais, átomos não conseguiram ser formados no início do Universo e a vida como a conhecemos hoje simplesmente não existiria. O problema é que sua partícula hipotética – o bóson de Higgs – jamais foi encontrada, pelo menos até hoje.
Depois de acumular dados de milhares de choques de partículas no acelerador subterrâneo construído entre a Suíça e França e que custou US$ 8 bilhões, os cientistas praticamente confirmam a existência de sinais da partícula. Dois experimentos diferentes – os detectores Atlas e o CMS- se lançaram na corrida pela partícula no Cern e hoje estão comparando seus resultados.
Joe Incandela, porta-voz do CMS, confirmou que seu experimento detectou fortes sinais do bóson. “São resultados muito sólidos”, disse. Ao mostrar a tabela, ele mesmo confessou: “nem posso acreditar”. “São indícios muito fortes”, disse. A margem de erro ou variação no dado é de um a cada 1 milhão de eventos.
No Cern, cientistas insistem que o resultado final e a revelação sobre o “Santo Graal” da física só teria como rival a descoberta da estrutura do DNA, há 60 anos. “Essa é a semana mais excitante da história da física”, declarou Joe Lykken, do Fermi National Accelerator Lab (Fermilab) que conduziu as pesquisas nos Estados Unidos nesta semana. Se for confirmada sua existência, a descoberta abrirá o caminho para detalhar o funcionamento de átomos e do próprio Universo.
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EUA aumentam forças no Golfo Pérsico em recado para o Irã


Thom Shanker, Eric Schmitt e David E. Sanger, The New York Times
WASHINGTON - Os Estados Unidos deslocaram discretamente reforços militares para o Golfo Pérsico para impedir os militares iranianos de fechar o Estreito de Ormuz e aumentar o número de jatos com capacidade de atacar regiões longínquas do Irã, caso persista o impasse sobre seu programa nuclear.Os elementos mais visíveis do reforço norte-amerciano são os navios da Marinha designados para aumentar a capacidade de patrulhamento do Estreito de Ormuz - e de reabrir o canal caso o Irã tente miná-lo para impedir que Arábia Saudita e outros exportadores de petróleo enviem seus petroleiros pela passagem vital. Além disso, a Marinha dobrou o número de navios caça-minas designados para a região para oito, o que oficiais descrevem como uma medida puramente defensiva.
"A mensagem ao Irã é: nem pensem nisso", disse uma autoridade do Departamento de Defesa norte-amerciano. "Nem pensem em fechar o estreito. Nós limparemos as minas. Nem pensem em enviar suas lanchas para assediar nossos navios ou embarcações comerciais. Nós as mandaremos para o fundo do Golfo." Como outros entrevistados, a autoridade falou sob a condição de anonimato em razão da situação diplomática e militar.
Os deslocamentos fazem parte de um esforço para fortalecer a presença militar americana na região do Golfo, tranquilizando Israel. Mas isso pode gerar uma reação violenta do Irã, com o deslocamento da Guarda Revolucionária islâmica, em um momento em que os Estados Unidos e seus aliados aplicam um embargo sobre as exportações de petróleo do Irã, com o propósito de obrigar o país a levar a sério as negociações sobre uma forte limitação de seu programa nuclear.
Desde o fim da primavera no Hemisfério Norte, aviões furtivos F-22 e os mais antigos F-15C foram deslocados para duas bases separadas no Golfo Pérsico como um reforço aos jatos de combate e aos porta-aviões que se revezam na vigilância da área. Os aviões de ataque adicionais dão aos EUA maior capacidade militar contra as baterias de mísseis costeiros que poderiam ameaçar as embarcações.
Ponce
Além disso, a Marinha, após um programa de desenvolvimento intensivo, deslocou um transporte marítimo anfíbio convertido, chamado de Ponce, para o Golfo Pérsico, com a intenção de ser a primeira base flutuante do Pentágono para operações militares ou ajuda humanitária.
A missão inicial do Ponce, segundo oficiais do Pentágono, é servir de base logística e centro de operações de limpeza de minas. No entanto, com instalações médicas, deque para helicópteros e alojamento para tropas de combate, ele poderá ser usado como base para forças de Operações Especiais e realizar uma série de missões, entre elas, reconhecimento e contraterrorismo, a partir de águas internacionais.
Para o presidente dos EUA, Barack Obama, a combinação de negociações, novas sanções centradas nas receitas de petróleo do Irã e aumento da pressão militar é a mais recente - e talvez mais vital - política de "via dupla" contra o Irã. No meio da campanha eleitoral, em que seu oponente, Mitt Romney, o acusou de ser "fraco" no tratamento da questão nuclear iraniana, Obama busca projetar firmeza sem precipitar uma crise na região.
Ao mesmo tempo, o presidente precisa sinalizar apoio a Israel, mas sem instigar um ataque às instalações nucleares iranianas, o que poderia desencadearia uma guerra sem comprometer significativamente o programa iraniano.
Essa sinalização, delicada tanto para o Irã como para Israel é uma dança complexa. O senador John Kerry, democrata de Massachusetts e presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado, disse que o governo precisa alcançar um equilíbrio entre posicionar forças suficientes para dissuadir o Irã e não indicar que um ataque a sítios nucleares é iminente ou inevitável.
"É preciso administrar várias expectativas", disse Kerry em uma entrevista. "As pessoas precisam saber que estamos falando sério, mas é preciso deixar espaço, também, para uma solução pacífica. É muito importante não dar passos que enviem as mensagens erradas aqui."
Há poucas evidências de que a maior pressão esteja causando o efeito desejado. As negociações com o Irã estão estagnadas, embora estivesse programada para ontem a reunião de um grupo de especialistas iranianos, americanos e europeus em Istambul para analisar uma recente proposta americana e resposta iraniana. Por enquanto, porém, o Irã resisti a todos os esforços para obrigá-lo a desistir do enriquecimento de urânio, tendo começado a produção de um tipo de material com teor de concentração próximo do necessário para se criar uma bomba.
Resposta
Em resposta ao endurecimento das sanções ocidentais, o Irã anunciou na segunda-feira que analisaria um projeto de lei para interromper o tráfego no Estreito de Ormuz bem. A lei propõe que os militares bloqueiem qualquer navio petroleiro em rota para países que já não compram o petróleo bruto iraniano por causa do embargo. Autoridades militares e do Pentágono reconhecem que o Irã tem capacidade para fechar o estreito, ao menos temporariamente.
Guerra com Iraque
A ameaça iraniana mais importante ao transporte marítimo ocorreu durante sua guerra de desgaste com o Iraque nos anos 1980. O Irã atacou petroleiros e outros meios de transporte comerciais para interromper as receitas de petróleo do Iraque e ameaçar os transportes de outros Estados árabes vistos como de apoio a Bagdá. O Irã também plantou minas na tentativa de bloquear o trânsito, acarretando operações de limpeza e ataques à Marinha iraniana por navios de guerra americanos.
Tradução de Celso Paciornik o Estado de Saõ paulo The New York Times
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