quarta-feira, 14 de março de 2012

Argentina esteve perto de vencer guerra das Malvinas, aponta documentário


LONDRES - A Argentina esteve a ponto de derrotar a Grã-Bretanha na Guerra das Malvinas, mas não conseguiu alcançar esse objetivo por uma combinação de azar e de artilharia e munições com falhas, aponta um documentário transmitido em Londres pela emissora Channel 5.
Vista geral da costa de Port Stanley, nas Malvinas - Marcos Brindicci/Reuters
Marcos Brindicci/Reuters
Vista geral da costa de Port Stanley, nas Malvinas
Intitulado "The Great Falklands Gamble: Revealed" ("A grande aposta das Malvinas: revelada", em tradução livre), o documentário apresentou uma série de imagens de arquivo inéditas, entrevistas com ex-combatentes britânicos do conflito e análise sobre o futuro das ilhas. "A história será familiar para muitos, especialmente neste ano que se comemora o 30º aniversário da invasão argentina e, no entanto, há muitos detalhes novos", publicou nesta quarta-feira, 14, o jornal Daily Telegraph sobre o programa.
O documentário, dirigido e produzido pelo inglês Mark Fielder, gira em torno da teoria de que a Grã-Bretanha esteve muito perto de perder a guerra. "Seis navios britânicos foram alvo de bombas argentinas que não detonaram. Se tivessem explodido, a campanha britânica teria sido derrotada de imediato. Isso ajudou, como também o fato de que valentes soldados da Marinha e paraquedistas britânicos lutaram corpo a corpo até o final", destacou.
O brigadeiro Julian Thompson, que foi comandante das forças terrestres nas Malvinas durante o conflito, admitiu que, em caso de uma "nova invasão das ilhas, não poderíamos repeli-la novamente. Não poderíamos fazer o que fizemos de novo. Se os argentinos invadissem amanhã, não poderíamos recuperá-las sem um porta-aviões".
Detalhes 'chocantes'
Thompson contou no documentário que, durante a guerra, "o clima atroz nas ilhas, uma limitada Defesa aérea britânica, comunicações pobres em inclusive incompetência, colocaram em sério risco a campanha britânica".
A produção ainda narrou detalhes "chocantes" de navios britânicos destruídos por bombas argentinas, homens queimados, munições sendo impactadas contra barcos, ataques noturnos nas colinas de montanhas e combates sem piedade corpo a corpo, uma situação agravada com o despreparo de equipes e falta de helicópteros.
Nas últimas semanas, as tensões em torno do arquipélago voltaram a aumentar. O governo da Argentina denunciou recentemente diante da ONU a "militarização" do Atlântico Sul por parte da Grã-Bretanha depois do anúncio do iminente envio do destróier HMS Dauntless para a região e a chegada do príncipe William às Malvinas para uma missão de treinamento como piloto de helicópteros de busca e resgate.
Ansa ..segurança nacional

sexta-feira, 9 de março de 2012

“Caveiras” que pararam em greve são afastados do Bope até o fim da carreira


A PM afastou do Bope, até o fim da carreira, os 51 integrantes de sua Companhia Bravo, por terem se rebelado e se recusado a cumprir ordem de ir ao Quartel-General, aderindo à paralisação dos policiais militares, em 10 de fevereiro. A Bravo é uma das quatro companhias operacionais da unidade de elite da corporação, que atualmente tem cerca de 400 homensTodos os policiais transferidos do Bope vão perder a gratificação da unidade, de R$ 1.500 e – o pior, na opinião dos “caveiras” – ficarão fora do Bope até o fim da carreira, como exemplo para a tropa. As transferências aconteceram em três diferentes boletins internos. Foram afastados quatro subtenentes, 18 sargentos, 17 cabos e 12 soldados.


“O pior castigo é não poder ser mais do Bope. Nunca mais. Foi uma grave quebra de confiança e de lealdade, primeira palavra da canção do Bope”, afirmou um alto oficial da PM familiarizado com a situação. “No Bope, missão dada é missão cumprida. O policial do Bope não pode se negar a cumprir missão”, completou.


O afastamento eterno da unidade de operações especiais - uma espécie de "irmandade", com seus códigos próprios e camaradagem - é visto como um exílio dentro da corporação.


O Bope e o Choque são as tropas de reserva do Comando-Geral da PM e, portanto, consideradas unidades de confiança da chefia. No caso da greve, eram as duas unidades designadas pelo plano de contingência da corporação para compensar a eventual paralisação coletiva - foi o que ocorreu no dia seguinte. Assim, a perda de controle desses dois batalhões estratégicos poderia representar o êxito do movimento grevista.
Sanção dura, "exílio" tem intenção de servir como exemplo à tropa




Foto: Raphael Gomide Policiais do Bope fazem patrulhamento na principal via da Rocinha

A recusa à ordem do chefe de Estado-Maior Operacional e ex-comandante do Bope, coronel Pinheiro Neto, de se apresentar ao QG, foi considerada pela PM um ato de insubordinação, daí a punição dura.



Como o Bope é referência para os policiais, qualquer ação de seus membros tem grande repercussão sobre os colegas. A intenção é que a sanção sirva como exemplo para todos os policiais e para os oficiais jovens, a fim de desencorajar novas ações grevistas.



A determinação foi passada à equipe de plantão pelo comando da unidade, na noite em que PMs e bombeiros estavam reunidos na Cinelândia para declarar greve, que se iniciaria à meia-noite. A companhia se recusou a sair do quartel, em Laranjeiras.



De acordo com os policiais, eles não concordavam em reprimir os colegas de farda, pleiteando aumento salarial.


Eles justificam que queriam evitar afrontar os outros PMs e parecer estar contra eles e provocar, talvez, confusão.


Duas horas de discussões em tom duro, gritos e ameaças de punição


Foram necessárias duas horas de discussões intensas no batalhão entre os oficiais do comando da unidade e a companhia Bravo, em tom duro, com gritos de lado a lado e ameaças de punição até que a equipe aceitasse sair e ir até o QG.


Leia também: Movimento grevista opõe oficiais a praças na PM do Rio



Foto: AE Ampliar Bope no Morro São João

Como punição, quase a metade desses PMs foi remanejada para lugares distantes da capital, onde atuavam, indo para Campos dos Goytacazes (a 284km do Rio) e Macaé (a 188km do Rio).



Para o comando da PM e do Bope, esse episódio vai ficar marcado negativamente na história da unidade, assim como o caso do ônibus 174, quando, após horas de negociação, a refém Geisa Firmo Gonçalves foi morta, após um atirador do Bope errar os disparos contra o seqüestrador, Sandro Nascimento. Preso sem ter sido baleado, Sandro acabou morto por policiais do Bope, por asfixia, dentro do camburão que o levava preso.


Perder uma equipe experiente, cortando na própria carne, está sendo traumático para o Bope. Os PMs afastados tinham anos de Bope e estiveram envolvidos em praticamente todas as grandes ações da unidade de elite. A ideia da PM é que “ninguém é insubstituível” e que se for necessário desmontar o Bope, isso será feito.


Leia também: Novo Caveirão do Bope deve ser o Maverick, da África do Sul



Foto: Raphael Gomide Ampliar Cabo do Bope, com a farda camuflada que substituirá a preta, em operações diurnas


Mais de 170 PMs de Volta Redonda, que se aquartelaram, são transferidos para a Baixada


O comando da corporação também transferiu mais de 170 policiais de Volta Redonda que se aquartelaram durante a paralisação, recusando-se a sair da unidade. Além do Bope, foi o mais problemático caso durante a crise, resolvida com o endurecimento do regulamento militar, ameaças de expulsão sumária e de prisão.


Policiais do Bope e do Choque precisaram ser enviados a Volta Redonda para assumir os postos de policiamento ostensivo na cidade.
segurança nacional

Destroços do Titanic são mapeados de forma completa pela 1ª vez

Uma equipe de expedição usou imagens de sonda e cerca de 130 mil fotos tiradas por robôs submarinos para criar o mapa, que mostra o local no qual centenas de objetos e partes do navio caíram após colidir com o iceberg, em uma tragédia que deixou mais de 1,5 mil mortos.


Exploradores do Titanic - que naufragou em sua viagem inaugural, que seria de Southampton, na Inglaterra, para Nova York, nos Estados Unidos – sabem há mais de 25 anos onde estão a proa (parte da frente) e a popa do navio. Mas mapas anteriores do solo ao redor dos destroços eram incompletos, de acordo com Parks Stephenson, historiador consultado durante a última expedição.


Segundo ele, estudar o local com os mapas antigos era como tentar navegar em um quarto escuro com uma lanterna fraca. “Com o mapa sonar, é como se de repente tudo se iluminasse e você pudesse passar de cômodo a cômodo com uma lupa, documentando tudo”, afirmou. “Algo assim nunca tinha sido feito no local onde está o Titanic.”


O mapeamento foi feito em 2010, durante uma expedição ao Titanic liderada pela RMS Titanic Inc., a dona legal dos destroços, em conjunto com o Instituto Oceanográfico Woods Hole, de Falmouth, em Massachusetts, e o Instituto Waitt, de La Jolla, na Califórnia.


Eles foram acompanhados por uma equipe da emissora History Channel e da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica. Detalhes sobre as descobertas feitas ainda não foram revelados e serão contados em um documentário de duas horas que a rede exibirá em 15 de abril, exatamente cem anos após o naufrágio.

As 130 mil fotos em alta resolução tiradas por robôs foram unidas por um programa de computador, criando um detalhado mosaico dos destroços. O primeiro mapeamento do Titanic foi feito logo após sua descoberta, em 1985, usando fotos tiradas com câmeras instaladas em um veículo operado por controle remoto que não se aventurou muito além da proa e da popa.



Com o passar dos anos, os mapeamentos foram ficando mais sofisticados. Na última versão é possível ver, por exemplo, um grande pedaço da lateral do navio, com peso estimado em mais de 40 toneladas, pedaços do casco, uma porta giratória e cinco caldeiras.


A análise dos destroços pode ajudar pesquisadores a responder questões sobre como o navio se partiu ao meio, como naufragou e quais falhas de construção tiveram papel crucial na tragédia.


O vice-presidente da rede History Channel, Dirk Hoogstra, se recusou a responder quais novas teorias estão sendo levantadas. “Temos uma visão de todo o local que não tínhamos antes”, afirmou. “Vamos poder reconstituir o naufrágio exatamente como aconteceu. Será inovador, de cair o queixo.”

Com AP...segurança nacional

Marinha dá os primeiros passos para ter seu submarino nuclear

LYNE SANTOS Após ingressar na seleta lista de países com um portaaviões, o Brasil vai integrar um grupo ainda mais restrito, o das nações com um submarino nuclear. A previsão é que a embarcação esteja pronta para os primeiros testes de mar em 2023. Atualmente, o projeto passa pelas fases de construção do protótipo do reator nuclear e produção do combustível, que devem ser concluídas em dois anos. Essas etapas são desenvolvidas no Centro Experimental de Aramar (CEA), unidade da Marinha localizada na cidade de Iperó, a 125 quilômetros de São Paulo. No local, visitado pela Reportagem de A Tribuna, é feita parte das atividades de pesquisa da Armada. OCEA também abrigará instalações onde serão testados os equipamentos nucleares a serem implantados no submarino. Um dos futuros prédios, por exemplo, será um protótipo, em terra, do próprio veículo. De acordo com o projeto, nesse imóvel, serão recriados os ambientes da embarcação e será testado seu reator, responsável pela produção de energia que a movimentará. "O nosso reator protótipo será utilizado para testar o projeto, ver se ele funciona de fato. Se funcionar, vamos reproduzi-lo exatamente igual e colocar a bordo do submarino. Se não, vamos fazer as modificações apropriadas para que a segurança e o desempenho sejam aqueles requeridos", explicou o superintendente do Programa de Desenvolvimento de Submarino com Propulsão Nuclear da Marinha do Brasil, o contra-almirante e engenheiro naval Luciano Pagano Junior. Será a primeira vez que o Brasil construirá integralmente um reator nuclear. Os principais equipamentos para sua montagem foram adquiridos ao longo dos anos, já que a ideia de ter um submarino com esse tipo de propulsão surgiu no País há mais de duas décadas. O primeiro submarino nuclear do mundo foi o Nautilus, fabricado pelos Estados Unidos em 1954. Quase 60 anos depois, apenas cinco países contam com esse tipo de embarcação ¬ Rússia, China, Inglaterra e França, além dos Estados Unidos. Todos integram o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). A Índia também tem um projeto em andamento. O grupo é mais seleto do que o dos países com porta-aviões, tipo de embarcação presente nas marinhas de dez nações atualmente. SUBMARINOS Segundo o contra-almirante Pagano Júnior, o submarino brasileiro será montado no estaleiro em construção nas proximidades do Porto de Itaguaí, às margens da Baía de Sepetiba, no litoral sul do Rio de Janeiro. Na área, também será implantada uma base naval. A estimativa da Marinha é que os empreendimentos sejam finalizados em meadosde2015. Ao todo, serão investidos 6,7 bilhões (cerca de R$ 15,4 bilhões, com base na cotação de ontem) na implantação de todo o projeto. Esse montante inclui os gastos com a construção da base naval, do estaleiro, do submarino nuclear (sem o reator) e de quatro submarinos convencionais. Estes últimos vão substituir os que a Marinha tem hoje e já estão comida de avançada ¬ Tupi, Tamoio, Timbira, Tapajó e Tikuna. O primeiro deve ser lançado ao mar em 2017. Assim como o submarino nuclear, os convencionais serão fabricados a partir de um contrato firmado com a França em 2008. Pelo acordo, os franceses são responsáveis pela construção dos equipamentos e da tecnologia não-nuclear. MOTOR A principal diferença entre os submarinos convencionais e os de propulsão nuclear está no motor. Enquanto o primeiro se movimenta graças a um motor a diesel, o segundo utiliza um reator nuclear. O submarino brasileiro não usará armamento nuclear. Isso se deve, principalmente, ao Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), assinado pelo País em 1968 e que impede a uso dessas armas pela nação. De acordo com contra-almirante Pagano Junior, a construção de um submarino nuclear garante à Marinha novas condições para defender o mar territorial brasileiro. Para ele, a embarcação é um instrumento de trabalho de qualidade e eficiência. "É mais ou menos como você defender o seu forte apache com ar coe flecha e, em seguida, passar para armas de fogo", exemplificou. São as características do motor que asseguram as principais vantagens dessa embarcação. O equipamento permite que o submarino permaneça meses submerso e ainda atinja uma maior velocidade. Os diferenciais são essenciais no caso de fuga ou perseguição a um inimigo. O tempo que ele ficará embaixo d'água dependerá apenas do estresse da tripulação. "A vantagem do submarino em um conflito é que ele não é detectável enquanto está submerso. Já quando está fora, é totalmente vulnerável. O tempo de submersão é a proteção do submarino", explicou. O oficial reiterou ainda que o submarino é um fator inibidor para possíveis inimigos. "Do ponto de vista do que se entende que é o poder naval, o exercício da capacidade de defender, o submarino é peça fundamental". segurança nacional

Submarino pesquisa epicentro de terremoto devastador no Japão


Cientistas alemães e japoneses iniciaram uma missão para observar com um submarino a fossa do Japão, zona de deslizamentos de placas tectônicas onde se originou os violentos terremoto e tsunami que arrasaram o nordeste do arquipélago há um ano.


Os pesquisadores utilizam um veículo equipado com câmeras e toda uma série de instrumentos que vão sondar o fundo do mar até 7 mil metros de profundidade.


Este aparelho rastreará as imediações do epicentro dos tremores sísmicos de magnitude 9 que causaram um maremoto de mais de 15 metros no litoral pacífico do arquipélago, com um balanço de 19 mil mortos, e danos à central nuclear de Fukushima Daiichi.


"Queremos colocar instrumentos no solo oceânico para cartografar a zona e comprovar as grandes mudanças provocadas pelo terremoto", explicou Gerold Wefer, diretor projeto. Os dados recolhidos durante um mês na falha que se estende por centenas de quilômetros devem ajudar a compreender o mecanismo dos terremotos e tsunamis suscetíveis de serem reproduzidos.


Esta missão começa quando o Japão vai homenagear as vítimas do histórico desastre ocorrido em 11 de março de 2011, às 14H46 local (02h46 de Brasília). Segundo Wefer, diretor do Centro de Mudanças Ambientais da Universidade de Bremen, os cientistas vão ver "enormes fissuras nas rochas".


"O terremoto os deixou em pedaços e foram liberados fluidos e gás no Oceano", explica. O aparelho utilizado, de 5,5 metros de extensão, parece um submarino de pequenas dimensões e possui sonares de exploração multi-haz.


A embarcação de onde será lançado o veículo submergível está equipado com ecossensores e permitirá levantar vários mapas das profundidades submarinas da fossa do Japão que cerca a principal ilha de Honshu.

As novas representações geográficas serão comparadas com as realizadas antes do "grande tremor do leste" (nome oficial da catástrofe de 11 de março) para analisar o ocorrido sob o mar no momento das trepidações telúricas.


O epicentro do tremor foi situado no Pacífico, a 130 km das costas de Honshu, onde a placa tectônica oceânica se desliza debaixo da placa euroasiana que sustenta o Japão.


O submarino radioguiado de 3,5 toneladas vai instalar instrumentos que depois permitirão medir com mais precisão os movimentos terrestres nesta zona de forte atividade.


A missão também recolherá mostras de sedimentos da região da fossa, na esperança de realizar estimativas da possibilidade de novos tremores fortes.


"As previsões de terremotos são extremamente difíceis com as tecnologias e os dados atuais", recorda Shuichi Kodaira, do Instituto de Pesquisa sobre a Evolução da Terra na Agência japonesa de Tecnologias Marinhas e Terrestres.


"Mas o que podemos fazer, no entanto, é tentar entender a história e a ocorrência dos grandes terremotos na fossa do Japão utilizando dados desta expedição e de outras anteriores", acrescentou.


Os cientistas advertem que o Japão parece ter entrado numa nova etapa de acúmulo de tensões que poderão provocar outro terremoto devastador.

segurança nacional

A segunda tempestade magnética em 24 horas atinge a Terra


A segunda tempestade magnética em 24 horas está atingindo a Terra. As perturbações magnéticas ocorrem quando um grande fluxo de radiação emitida pelo Sol atinge a atmosfera da Terra.

A anterior tempestade magnética terminou na noite de quinta-feira, associada à erupções solares de 5 de março.

Neste momento, continua a tempestade de prótons que começou ontem. O nível do fluxo de prótons é significativamente superior ao de segurança, o que representa uma ameaça real para o funcionamento de dispositivos espaciais, incluindo satélites.segurança nacional

Mísseis de cruzeiro: instrumento universal da aviação de longo alcance da Rússia

A Rússia está desenvolvendo o componente aéreo das Forças Estratégicas. Bombardeiros modernizados munidos de novos armamentos entram em dotação da Força Aérea. Mísseis contemporâneos alargam as potencialidades da aviação de longo alcance, assegurando a sua utilização em diversas ações militares.
De cacete para espada
Em fevereiro de 2012, a Força Aérea da Rússia recebeu o primeiro bombardeiro modernizado Tu-22M3M. Estes aviões, munidos de novos armamentos e equipamentos, serão um elemento importante da potência combativa da aviação militar nacional nos anos 2020 – 2030. Para além de aviões Tu-22M, a Rússia continua a modernização de aviões Tu-160 e Tu-95MS.
A aviação de longo alcance é considerada com a parte mais flexível da tríade nuclear. A possibilidade de utilizar diferentes meios de destruição e, como consequência, a possibilidade de atingir alvos diversos, a capacidade de mudar alvos já depois do despegue tornam a aviação de longo alcance um instrumento universal.
Mísseis de cruzeiro X-55 (Kh-55), desenvolvidos no início dos anos 80, e os seus análogos constituem hoje uma base da reserva de munições dos bombardeiros pesados Tu-95 e Tu-160. O X-55, munido de uma ogiva termonuclear e com um raio de ação até 2500 km, é um instrumento bastante flexível de guerra nuclear – um desvio provável circular de menos de 20 metros e uma carga potente de 200 quilotoneladas permitem a estes mísseis destruir alvos altamente protegidos com uma probabilidade próxima de 100 por cento.
Para conflitos não nucleares, foi elaborada uma versão deste míssil, conhecido como X-55 (Kh-5), com uma carga de combate explosiva de 400 quilogramas. O raio de ação do míssil diminuiu para 500-600 quilómetros à conta de um peso maior da carga de combate não nuclear. O X-55 poderia ser um instrumento universal da aviação de longo alcance, mas após a desintegração da União Soviética a sua produção diminuiu bruscamente.
O par de mísseis X-101/X-102 (Kh-101/Kh-102) é considerado como armamento prometedor para bombardeiros pesados. O X-101 tem uma carga de combate não nuclear, enquanto o X-102 dispõe de uma “carga especial”. São mísseis subsônicos com uma velocidade de cruzeiro de 200 e uma velocidade máxima de cerca de 270 metros por segundo. O desvio provável circular do X-101 constitui 10 metros, o que permite considerá-lo como arma de alta precisão. O raio de ação deste míssil supera 5000 quilómetros, dificultando fortemente o seu descobrimento e a interceção.
Este míssil passou por testes recentemente e, por enquanto, a quantidade de X-101 não é relativamente grande nos arsenais da aviação de longo alcance. No entanto o processo de renovação continua.
Assassino de porta-aviões
Uma das missões principais da aviação de longo alcance nacional foi sempre derrotar alvos marítimos do eventual inimigo, em primeiro lugar de porta-aviões da Força Naval dos Estados Unidos. Tal atenção em relação a porta-aviões é evidente: tendo a bordo 30-50 aviões de ataque, os porta-aviões tornam-se arma estratégica perto do litoral russo. No caso de um conflito hipotético, a sua neutralização é uma tarefa de primeira ordem.
O míssil de cruzeiro X-22, desenvolvido no fim dos anos 60, continua a ser hoje o armamento principal contra alvos navais dos bombardeiros Tu-22M3. Tendo uma alta velocidade, um longo raio de ação e uma carga potente, o X-22 continua a ser até hoje uma arma eficaz, mas, nos próximos anos, todos os mísseis deste tipo serão retirados devido à sua idade.
Segundo os dados disponíveis, os mísseis X-22 devem ser substituídos pelos X-32, muito semelhantes pelas caraterísticas principais. A velocidade máxima do X-32 constituirá cerca de 4000 quilómetros por hora, não sendo muito diferente em comparação com o seu antecessor, mas o raio de ação deve crescer muito – de 400-600 para 800-1000 quilómetros. Como se espera, os X-32 entrarão em dotação em 2020.
Contudo, este raio de ação pode ser alcançado com a ajuda da indicação externa de alvos, o que subentende automaticamente a necessidade do desdobramento do respetivo agrupamento de satélites e/ou a existência de aviões especializados de que a aviação nacional não dispõe após a retirada dos Tu-95RTs da Força Aérea. Podemos esperar que estes problemas sejam resolvidos antes de os novos mísseis entrarem em dotação.voz da Russia...SEGURANÇA NACIONAL

Itamaraty avalia suspensão de bloqueio de contas brasileiras na Itália

BRASÍLIA – O Ministério das Relações Exteriores e a Advocacia Geral da União (AGU) analisam medida judicial contra o bloqueio das contas bancárias usadas pela Embaixada do Brasil e consulados na Itália.O bloqueio foi pedido por uma firma italiana que elaborou projetos para o trem-bala Rio-São Paulo, mas não recebeu o pagamento devido pela estatal Valec Engenharia, Construções e Ferrovias, ligada ao Ministério dos Transportes. A estatal não comentou o caso.
Segundo o Itamaraty, o caso é apenas “uma questão jurídica que não afeta a relação Brasil-Itália”. Conforme a decisão de recurso, o governo brasileiro poderá ter que contratar escritório de advocacia italiano para a ação judicial.
Conforme notícia publicada nesta sexta-feira, 9, pelo Estado, em setembro do ano passado o Tribunal de Arezzo, na Toscana, condenou o Brasil a pagar R$ 36,4 milhões. O país não apresentou recurso à época.segurança nacional

EUA poderiam estrear superbomba em conflito com o Irã

WASHINGTON - Uma bomba "arrasa-bunker" de 13,6 toneladas, capaz de perfurar uma camada de até 65 metros de concreto antes de explodir, é uma "grande arma" a ser usada em um eventual conflito dos Estados Unidos com o Irã, disse um general norte-americano da Força Aérea na quinta-feira.O chefe-adjunto do Estado Maior da Força Aérea para operações, Herbert Carlisle, afirmou que a superbomba, que os militares começaram a receber no ano passado, é parte do arsenal disponível caso os EUA queiram bombardear países como o Irã, que possui instalações militares subterrâneas.
Washington suspeita que Teerã esteja desenvolvendo armas nucleares e não descarta uma opção militar contra isso, embora diga priorizar a pressão diplomática. O Irã diz que seu programa nuclear se destina apenas à geração de energia para fins civis.
"O explosivo penetrador em massa é uma grande arma. Continuamos a melhorá-la. Ela tem uma grande capacidade agora e vamos continuar a aprimorá-la. Ela é parte do nosso arsenal e será um potencial se precisarmos dela nesse tipo de cenário", disse Carlisle numa conferência sobre programas de defesa dos EUA.
O secretário de Defesa norte-americano, Leon Panetta, disse em entrevista publicada na quinta-feira pelo National Journal que o planejamento para uma eventual ação militar contra o Irã começou há "muito tempo".

Israel também cogita atacar as instalações militares do Irã, mas seu primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, disse que isso não deve ocorrer "nos próximos dias ou semanas". segurança nacional

Itália bloqueia contas do Brasil em ação envolvendo trem-bala


A Justiça da Itália condenou, na última quarta-feira, o governo brasileiro a pagar cerca de R$ 36 milhões e bloqueou contas bancárias que servem ao Itamaraty no país para cobrir o rombo de um suposto calote aplicado pela Valec - estatal que cuida das ferrovias - em empresa italiana que elaborou projetos para o trem-bala Rio-São Paulo.

A condenação, em uma ação judicial que discute um débito de aproximadamente R$ 608 milhões, partiu do Tribunal de Arezzo, na Toscana, e impede o uso de recursos pela Embaixada do Brasil em Roma e seus consulados, o que impõe restrições ao pagamento de pessoal e despesas de custeio. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Segundo os autos, o Brasil não apresentou defesa à sentença que lhe impôs o débito, em setembro do ano passado, o que poderia ter revertido a decisão. Como não pagou o valor em 60 dias após a notificação, a Justiça expediu mandato de bloqueio e penhora dos recursos, o que vem ocorrendo desde janeiro.

Diante do problema de repercussões diplomáticas, o Itamaraty preferiu não pressionar politicamente o governo italiano. O jornal apurou que, devido ao desgaste do caso Cesare Battisti, a opção, por ora, foi por fazer apenas gestões para resolver o assunto no âmbito da Justiça. Sediada em Terranuova Bracciolini, a Italplan Engineering alega nos autos que recebeu da Valec em 2005, após processo de seleção, a tarefa de elaborar o projeto básico, o estudo de avaliação econômico-financeira e o projeto ambiental para o trem de alta velocidade.

Seus advogados alegam que um escritório foi montado em Brasília e que as equipes italianas foram postas quase que integralmente a serviço do trem-bala, mas, ao ser apresentada a conta, em 2009, a Valec havia desistido de usar os projetos e se negou a pagar por eles.
terra segurança nacional

segunda-feira, 5 de março de 2012

Brasil deve aumentar seu poderio militar, diz americano


O Brasil deve aumentar seu poderio militar porque só soft power (poder brando) não basta, e uma maior capacidade brasileira em defesa abre a possibilidade de cooperação com os EUA. É o que sugere Richard Haass, que fez carreira na diplomacia americana, ocupando postos importantes em governos republicanos, e desde 2003 preside o Council on Foreign Relations, centro de estudos influente na política externa do seu país.
Ele falou à Folha após viagem de estudos de uma semana em que liderou uma delegação de 19 pessoas por Rio, São Paulo e Brasília, incluindo reuniões com a presidente Dilma Rousseff e o chanceler Antonio Patriota.
Abaixo, a íntegra da entrevista:
FOLHA - Em que essa viagem mudou ou não sua percepção do Brasil?
RICHARD HAASS - Tenho vindo aqui há 15, 20 anos. É difícil não ficar impressionado com o sucesso econômico. O que realmente me impressionou é que parei de pensar no Brasil como um país em desenvolvimento; o vejo como um país maduro. Seus desafios econômicos e sociais me lembram os EUA: a infraestrutura obsoleta, a educação, o capital humano, o peso dos impostos e da estrutura regulatória.
Outra coisa é como é boa relação entre EUA e Brasil. Não significa que concordamos em tudo, mas o nível de conforto é alto.
FOLHA - O subsecretário de Estado William Burns descreveu o Brasil como uma "potência global emergente". Usaria a mesma descrição?
HAASS - A resposta curta é sim. A palavra emergente é difícil. Em alguma medida, o Brasil já chegou lá. Economicamente, o Brasil já é uma potência mundial. Diplomaticamente, tem assumido um papel maior. Militarmente, ainda é modesto, e tem que decidir que tipo de capacidade o país quer, que papel quer desempenhar.
FOLHA - Sobre o que foi a conversa com a Dilma, sobre a relação bilateral?
HAASS - Foi bastante sobre isso, e também sobre a visão dela sobre a América. Como americano, achei alentador. Nos EUA temos um debate permanente sobre se estamos em declínio. É bom ter uma conversa com sua presidente em que ela se mostrou tão confiante e positiva sobre a capacidade de os EUA superarem seus problemas, nossa flexibilidade, nossa abertura, nossa criatividade, nossa tradição de inovação, a capacidade de adaptação. Às vezes em nossos debates internos esquecemos disso.
FOLHA - Dilma tem ressaltado a vontade de aprofundar o intercâmbio com os EUA em educação, inovação. Isso é suficiente para a relação? Toda a viagem de Burns girou em torno da decisão da Força Aérea de cancelar a licitação vencida pela Embraer.
HAASS - Sempre haverá dificuldades sobre essa ou aquela decisão, mas fora do governo coisas como essas parecem pequenas, uma distração em relação ao quadro maior de uma relação cada vez maior entre dois países que enfrentam desafios comuns em suas economias, suas sociedades.
FOLHA - Aprofundar a parceria em defesa é importante para a relação bilateral?
HAASS - Apoio uma relação maior entre os dois países no campo da defesa. Gosto da ideia de que o Brasil desenvolva maiores capacidades nessa área. Isso abre a possibilidade de que o Brasil e os EUA possam ter parcerias em desafios na Ásia, no Oriente Médio ou na América Latina. Não vamos concordar sempre, mas se o Brasil não tem essa capacidade e se nós não temos a cooperação, mesmo se concordarmos, não podemos fazer muito.
Gosto da ideia de o Brasil gradualmente desenvolver maior poder militar. Precisamos de parceiros. Não precisa ser um aliado, pode manter sua independência, mas ter uma uma colaboração seletiva quando vermos coisas do mesmo modo, e a defesa é parte disso.
As pessoas aqui gostam de falar de soft power, muito bem. Mas há épocas no mundo em que você precisa se voltar para o poder duro. Às vezes a economia e a diplomacia são suficientes, mas às vezes nenhuma das duas funciona, e você precisa usar a força militar. Nessas ocasiões, esperaria que houvesse ao menos a possibilidade de cooperação entre Brasil e EUA.
FOLHA - Uma pergunta que se faz aqui é se o Brasil pode ser uma potência mundial sem armas nucleares, como as potências atuais têm. Qual a sua opinião?
HAASS - Um país pode ser um poder regional ou global sem armas nucleares. Pense no Japão, na Alemanha, na Turquia e na África do Sul. Em segundo lugar, ter armas nucleares não torna um país uma potência necessariamente. Veja o caso da Coreia do Norte e do Paquistão.
Finalmente, a maioria dos países que são potências e têm armas nucleares são potências por outras razões. Isso se aplica aos EUA, à China e a outros. O Brasil pode se tornar uma potência global sem armas nucleares. Não vejo nenhuma razão estratégica para que o Brasil as desenvolva. Não aumentaria a segurança do país, mas complicaria muitas de suas relações e drenaria recursos.
FOLHA - Por suas conversas aqui, considera que há consenso sobre o papel que o Brasil deve desempenhar no mundo?
HAASS - Consenso é uma palavra muito forte. Acho que há um debate sobre as prioridades internas e internacionais. Não é surpreendente porque a ideia de o Brasil ser um ator global e não regional é relativamente nova.
Um exemplo: agora vocês têm a realidade desses grandes recursos petrolíferos na costa. Isso tem consequências, o Brasil vai ter que repensar como dar segurança a esses grandes investimentos.
FOLHA - Por que, apesar de ainda haver divergências entre os dois países sobre o Irã, a tensão não é a mesma de dois anos atrás?
HAASS - Em parte é porque, quando a relação melhora, você aprende a discordar. Também acho que o critério de uma relação não é se você concorda todo o tempo, isso é impossível. Mas você faz com que as áreas em que você discorda não travem o caminho daquelas em que você coopera. Acho que há mais áreas de concordância na economia e na diplomacia. Na Síria há bastante concordância.
Muitos americanos no negócio, entre aspas, da política externa, não pensávamos no Brasil há 20 anos. Isso mudou e essa é uma da razões pelas quais o Council on Foreign Relations está no Brasil agora, porque é importante globalmente. A relação está se tornando mais ampla e profunda.
FOLHA - O sr. teme uma nova guerra no Oriente Médio antes do fim do ano?
HAASS - É uma possibilidade. No caso do Irã, uma possibilidade real. Escrevi um artigo em que argumentei que, além de continuar pressionando com sanções, deveríamos oferecer uma proposta diplomática ampla. Não sei se o Irã vai aceitar, e se não aceitar, acho que as chances de um ataque por Israel, pelos EUA ou por outro país é uma possibilidade real. Claro que é passo arriscado e custoso, mas ninguém deve subestimar o custo de o Irã ter armas nucleares.
FOLHA - O Brasil consultou o secretário-geral da ONU sobre a legalidade de um ataque ao Irã. O sr. conversou sobre esses temas com o Patriota?
HAASS - Um ataque às instalalações nucleares do Irã seria o se chama de ataque preventivo. É controvertido legalmente, diplomaticamente. A questão é se, apesar disso, dada a trajetória do Irã, dada a implicação potencial de uma bomba iraniana, ainda vale a pena fazer. Para mim a lei internacional não é preto e branco, tem muito cinza. Um líder israelense pode pensar que tem que pesar a lei, mas também a segurança de seu país. Os EUA têm que pensar em seu compromisso com Israel, sua oposição à proliferação nuclear, o preço e a oferta de petróleo, a criação de um precedente nas relações internacionais sobre o uso da força. Há toda uma gama de considerações, e não será uma decisão fácil para ninguém.
FOLHA - O Brasil deveria voltar a ser chamado para as negociações com o Irã?
HAASS - Não vejo razão no momento. O Irã tem uma linha de comunicação clara com a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica). No momento o problema não é a falta de mediadores, mas a recusa do Irã em cumprir suas obrigações internacionais. Se o P5+1 (as cinco potências do Conselho de Segurança) e a ONU estiverem dispostos a pôr na mesa uma oferta razoável, que não seja para humillhar o Irã mas permita que o país tenha atividades limitadas nessa área, desde que coopere com os inspetores internacionais, não precisamos do Brasil ou de outro país nas negociações. Não queremos ter uma situação em que temos cinco mediadores e os iranianos escolham qual querem, e usam a situação para ganhar tempo. Isso não é uma crítica ao Brasil, acho que há clareza sobre o que é necessário e a verdadeira questão é se o Irã está disposto a compromissos.
FOLHA - A força-tarefa do CFR recomendou que os EUA apoiem a candidatura brasileira ao Conselho de Segurança da ONU. Isso lhe pareceu importante para os brasileiros?
HAASS - O assunto aparece algumas vezes, mas não sempre. Para alguns é importante como um símbolo, para outros por causa da substância, porque o Brasil estaria numa posição de maior influência. Para outros não tem tanta importância.
Para ser honesto, eu tenho duas posições sobre isso. Eu acho que Brasil, Índia e Japão deveriam ter cadeiras permanentes no Conselho de Segurança, que não reflete mais a realidade geopolítica.
Por outro lado, por causa dos vetos e com mais países, a inação que às vezes existe hoje vai continuar. Não acho que se deve equiparar a ONU com multilateralismo. O Brasil não precisa ser membro do CS para ter um papel importante no mundo.
FOLHA - Os EUA anunciaram prioridade para o Pacífico, por causa da China. Como o Brasil se encaixa nisso?
HAASS - Há um ajuste na política externa americana, de afastamento do Grande Oriente Médio e aproximação com a Ásia-Pacífico, onde acredito que muito do século 21 será traçado e decidido. Para os EUA fazerem isso, precisamos pôr a economia interna em ordem e ter parceiros para trabalhar conosco na região. O Brasil é um parceiro potencial. Também precisamos que este hemisfério permaneça estável. Parte da capacidade de nos envolvermos mais com a Ásia depende da estabilidade das Américas. Há poucas grandes potências na história com vizinhanças pacíficas e estáveis. Nós temos, em grande medida. É uma exceção extraordinária e um luxo em termos históricos. Mas é também algo que deve continuar a ser trabalhado pelo Brasil e os EUA. Para mim tudo isso reforça o argumento de que Brasil e EUA devem ter um diálogo estratégico.
FOLHA - Já se falou muito na perspectiva de uma rivalidade crescente entre Brasil e EUA. Acredito nisso?
HAASS - De jeito nenhum. Brasil e EUA enfrentam desafios e oportunidades. De certa maneira, ou vamos ter sucesso juntos ou vamos fracassar juntos, seja no hemisfério ou além.folha segurança nacional

Índia faz teste bem-sucedido do míssil “BrahMos”


A Índia ensaiou com sucesso o míssil supersônico BrahMos. Trata-se do míssil de cruzeiro mais rápido do mundo fabricado pela Índia juntamente com a Rússia.
O míssil já se encontra ao serviço das tropas terrestres e de navios de superfície da Marinha de Guerra da Índia. Em desenvolvimento estão suas versões de lançamento aéreo e submarino.segurança nacional

Marinha recupera chata de óleo naufragada na Antártida


A Marinha informou neste domingo que reflutuou e levou para terra a chata de óleo carregada com 10 mil litros de combustível que havia naufragado no final de 2011 no Continente Antártico, perto da Estação Comandante Ferraz.
As operações de resgate da embarcação "não causaram nenhum dano ao meio ambiente" e foram concluídas no último sábado, informou a Marinha em uma nota oficial. A mesma nota ressaltava que o resgate contou com apoio da Petrobras, que, por sua vez, deverá transportar o óleo recuperado para o Rio de Janeiro.
A embarcação, que naufragou por motivos ainda não determinados, transportava combustível para a Estação Antártica Comandante Ferraz. Na última semana, essa mesma base, dedicada à pesquisa científica, foi praticamente destruída por causa de um incêndio, que, aparentemente, foi iniciado nos geradores de energia.
No acidente morreram o suboficial da Marinha Carlos Alberto Vieira Figueiredo e o sargento Roberto López dos Santos, enquanto o também sargento Luciano Gomes Medeiros sofreu alguns ferimentos e já está fora de perigo. No momento do incêndio, a base continha 59 pessoas, entre militares e cientistas, que foram socorridos pelas equipes de estações vizinhas, como as do Chile, Argentina e Polônia, entre outras.segurança nacional

Programa espacial brasileiro evolui com lançamentos de satélites


Se durante a Guerra Fria a corrida espacial envolvia apenas os Estados Unidos e a antiga União Soviética, atualmente esse quadro apresenta mudanças. "Naturalmente, as grandes potências estão recebendo concorrência de outros países, mesmo que atualmente o mercado aeroespacial seja basicamente dominado por Rússia, Estados Unidos e Europa. Assim, países como Ucrânia, Índia e China estão entrando nessa disputa também", afirma o professor de engenharia mecânica da Universidade de Brasília (UnB) Carlos Alberto Gurgel Veras.
Dentro desse aumento de importância dos países emergentes no mercado aeroespacial, qual o papel do Brasil? "O País está entrando no mercado em um nicho, lançando satélites comerciais em órbitas mais baixas, mas com a vantagem de ter a melhor posição geográfica para a atividade. Nós podemos lançar sete satélites por ano, no máximo, e não temos condições de fazer o lançamento de satélites muito grandes", detalha Veras.
Para entender o avanço da participação do Brasil na área é preciso voltar às origens da Agência Espacial Brasileira (AEB), fundada em 1994, durante o governo Itamar Franco, para substituir a Comissão Brasileira de Atividades Espaciais (COBAE), com caráter militar, criada na década de 1970. Com o fim da Guerra Fria e da bipolaridade entre Estados Unidos e União Soviética, muda o contexto mundial e surge a necessidade do País ter um órgão de instância civil para lidar com a cooperação internacional na área espacial, que até então era responsabilidade do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), entidade focada principalmente na área de pesquisas.
Inicialmente, a AEB era vinculada diretamente à Presidência da República, mas, a partir do governo Fernando Henrique Cardoso, passou a fazer parte do Ministério da Ciência e Tecnologia, enfrentando dificuldades para coordenar, com cerca de 50 pessoas, o projeto espacial de um país com pouca experiência na área. "A agência enfrentou vários problemas para exercer a tarefa de executar a política espacial brasileira, pois precisava de gente especializada, o que conseguiu pouco no início, fator determinante para que não tivesse muita força durante vários anos. Com a crise no governo FHC, as verbas diminuíram, e só depois, por volta de 2004, a situação começou a melhorar, com mais verba do que antes", relata José Monserrat Filho, chefe da Assessoria de Cooperação Internacional da AEB.
Atualmente, após projetos de parceria com potências e empresas estrangeiras nas décadas de 70, 80 e 90, com um projeto de cooperação com a China - iniciado em 1988, interrompido durante o governo Collor e retomado na gestão seguinte - o País tem planos de aumentar suas atividades espaciais. Dentro dessa diretriz, estão fora de cogitação interesses militares e tentativas de explorar o espaço ou mandar o primeiro brasileiro à Lua.
"Em 1988, o Brasil fez um acordo de assessoramento remoto com a China, e, desde então, lançamos três satélites - em 1999, 2003 e 2007. O próximo, CBERS 3, deve ser lançado em 2012 e, em 2014, será lançado o CBERS 4. A nossa grande missão é aumentar consideravelmente a atividade espacial brasileira: enquanto cinco satélites foram lançados em 19 anos, nós queremos lançar quatro em quatro anos. Missões à Lua, por exemplo, não são nossa prioridade, e o programa espacial brasileiro na era civil não tem fins militares, tampouco temos programas tripulados. A atividade espacial tem de atender às necessidades do País, melhorando o desempenho da indústria e a vida das pessoas. Se no passado, o poder militar foi indispensável para um país se tornar uma grande potência, hoje isso provavelmente não é mais verdade", conta Monserrat Filho.
Gurgel Veras afirma que, apesar de não ter interesses de realizar viagens à Lua, o País tem recursos para criar o seu próprio satélite e crescer dentro do quadro espacial mundial. "O Brasil quer se colocar entre as dez maiores potências da área, e, para isso, é necessário ter um programa espacial, pois todas as demais têm, mudando a imagem que ainda passamos de país agrícola e atrasado nesse quesito", analisa.
Diferentemente do Brasil, a China segue firme em seu objetivo de mandar um homem à Lua entre 2020 e 2030. Mas, depois de tantas expedições que já mostraram tudo o que se poderia saber sobre o solo lunar, qual a necessidade real de uma viagem tripulada ao satélite? "Os chineses querem ir à Lua simplesmente para mandar uma mensagem política e econômica ao mundo de que só eles e os Estados Unidos foram lá, e que eles são tão bons quanto os americanos. É muito mais para se posicionar como uma liderança mundial, é pura propaganda; e como não falta dinheiro a eles, a China vai mesmo mandar um homem para a Lua", declara o professor de Engenharia Mecânica da UnB.
Outras potências da área, como os russos, apesar de poderem, não têm interesse em tripular uma viagem à Lua. "Eles não se interessam por isso. Se quisessem, já teriam conseguido também. Com um pouco de tempo, eles poderiam mandar uma nave para o espaço e depois mandar suprimento para lá, mas não é algo que lhes parece importante", afirma Veras.
Além dos interesses ambiciosos dos ricos países emergentes, o professor aponta outras interessadas em crescer dentro do setor aeroespacial. "Novas empresas americanas, criadas por bilionários da internet, como o cofundador da Space X Elon Musk, estão entrando com tudo no mercado, fazendo contato com a Nasa (a agência espacial americana) e produzindo foguetes poderosos", assegura.segurança nacional

Obama admite possível ataque a Irã, mas prioriza sanção

Falando a um poderoso grupo de lobby pró-Israel, o Aipac (American Israel Public Affairs Committee), Obama pediu a Israel mais tempo para permitir que as sanções possam isolar o Irã. Ele tentou conter as sinalizações de guerra contra o Irã e rechaçou um ataque unilateral israelense contra as instalações nucleares do Irã.
AE - Agência Estado
"Pela segurança de Israel, a segurança da América e a paz e a segurança do mundo, agora não é o momento para turbulência", afirmou Obama a milhares de pessoas na conferência anual do Comitê de Relações Públicas americano-israelenses. "Agora é o momento para que deixemos a pressão aumentar e sustentar a ampla coalização internacional que construímos".
Citando o ex-presidente Theodore Roosevelt, Obama afirmou que iria "falar suavemente, mas carregar um grande porrete" e alertou o Irã para que não teste os Estados Unidos.
O discurso de Obama, bastante esperado, ocorreu um dia antes de seu encontro na Casa Branca com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que planejou se pronunciar à conferência na noite de segunda-feira.
Três candidatos à presidente dos Estados Unidos do Partido Republicano, Mitt Romney, Rick Santorum e Newt Gingrich, devem falar à conferência via satélite na terça-feira.
As informações são da Associated Press ..segurança nacional
WASHINGTON - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou neste domingo, 4, que o país não vai hesitar em atacar o Irã com forças militares para evitar que o país persa adquira armas nucleares, mas alertou que "muita conversa solta sobre guerra" recentemente tem apenas ajudado Teerã e elevado o preço do petróleo.