sexta-feira, 9 de março de 2012

Submarino pesquisa epicentro de terremoto devastador no Japão


Cientistas alemães e japoneses iniciaram uma missão para observar com um submarino a fossa do Japão, zona de deslizamentos de placas tectônicas onde se originou os violentos terremoto e tsunami que arrasaram o nordeste do arquipélago há um ano.


Os pesquisadores utilizam um veículo equipado com câmeras e toda uma série de instrumentos que vão sondar o fundo do mar até 7 mil metros de profundidade.


Este aparelho rastreará as imediações do epicentro dos tremores sísmicos de magnitude 9 que causaram um maremoto de mais de 15 metros no litoral pacífico do arquipélago, com um balanço de 19 mil mortos, e danos à central nuclear de Fukushima Daiichi.


"Queremos colocar instrumentos no solo oceânico para cartografar a zona e comprovar as grandes mudanças provocadas pelo terremoto", explicou Gerold Wefer, diretor projeto. Os dados recolhidos durante um mês na falha que se estende por centenas de quilômetros devem ajudar a compreender o mecanismo dos terremotos e tsunamis suscetíveis de serem reproduzidos.


Esta missão começa quando o Japão vai homenagear as vítimas do histórico desastre ocorrido em 11 de março de 2011, às 14H46 local (02h46 de Brasília). Segundo Wefer, diretor do Centro de Mudanças Ambientais da Universidade de Bremen, os cientistas vão ver "enormes fissuras nas rochas".


"O terremoto os deixou em pedaços e foram liberados fluidos e gás no Oceano", explica. O aparelho utilizado, de 5,5 metros de extensão, parece um submarino de pequenas dimensões e possui sonares de exploração multi-haz.


A embarcação de onde será lançado o veículo submergível está equipado com ecossensores e permitirá levantar vários mapas das profundidades submarinas da fossa do Japão que cerca a principal ilha de Honshu.

As novas representações geográficas serão comparadas com as realizadas antes do "grande tremor do leste" (nome oficial da catástrofe de 11 de março) para analisar o ocorrido sob o mar no momento das trepidações telúricas.


O epicentro do tremor foi situado no Pacífico, a 130 km das costas de Honshu, onde a placa tectônica oceânica se desliza debaixo da placa euroasiana que sustenta o Japão.


O submarino radioguiado de 3,5 toneladas vai instalar instrumentos que depois permitirão medir com mais precisão os movimentos terrestres nesta zona de forte atividade.


A missão também recolherá mostras de sedimentos da região da fossa, na esperança de realizar estimativas da possibilidade de novos tremores fortes.


"As previsões de terremotos são extremamente difíceis com as tecnologias e os dados atuais", recorda Shuichi Kodaira, do Instituto de Pesquisa sobre a Evolução da Terra na Agência japonesa de Tecnologias Marinhas e Terrestres.


"Mas o que podemos fazer, no entanto, é tentar entender a história e a ocorrência dos grandes terremotos na fossa do Japão utilizando dados desta expedição e de outras anteriores", acrescentou.


Os cientistas advertem que o Japão parece ter entrado numa nova etapa de acúmulo de tensões que poderão provocar outro terremoto devastador.

segurança nacional

A segunda tempestade magnética em 24 horas atinge a Terra


A segunda tempestade magnética em 24 horas está atingindo a Terra. As perturbações magnéticas ocorrem quando um grande fluxo de radiação emitida pelo Sol atinge a atmosfera da Terra.

A anterior tempestade magnética terminou na noite de quinta-feira, associada à erupções solares de 5 de março.

Neste momento, continua a tempestade de prótons que começou ontem. O nível do fluxo de prótons é significativamente superior ao de segurança, o que representa uma ameaça real para o funcionamento de dispositivos espaciais, incluindo satélites.segurança nacional

Mísseis de cruzeiro: instrumento universal da aviação de longo alcance da Rússia

A Rússia está desenvolvendo o componente aéreo das Forças Estratégicas. Bombardeiros modernizados munidos de novos armamentos entram em dotação da Força Aérea. Mísseis contemporâneos alargam as potencialidades da aviação de longo alcance, assegurando a sua utilização em diversas ações militares.
De cacete para espada
Em fevereiro de 2012, a Força Aérea da Rússia recebeu o primeiro bombardeiro modernizado Tu-22M3M. Estes aviões, munidos de novos armamentos e equipamentos, serão um elemento importante da potência combativa da aviação militar nacional nos anos 2020 – 2030. Para além de aviões Tu-22M, a Rússia continua a modernização de aviões Tu-160 e Tu-95MS.
A aviação de longo alcance é considerada com a parte mais flexível da tríade nuclear. A possibilidade de utilizar diferentes meios de destruição e, como consequência, a possibilidade de atingir alvos diversos, a capacidade de mudar alvos já depois do despegue tornam a aviação de longo alcance um instrumento universal.
Mísseis de cruzeiro X-55 (Kh-55), desenvolvidos no início dos anos 80, e os seus análogos constituem hoje uma base da reserva de munições dos bombardeiros pesados Tu-95 e Tu-160. O X-55, munido de uma ogiva termonuclear e com um raio de ação até 2500 km, é um instrumento bastante flexível de guerra nuclear – um desvio provável circular de menos de 20 metros e uma carga potente de 200 quilotoneladas permitem a estes mísseis destruir alvos altamente protegidos com uma probabilidade próxima de 100 por cento.
Para conflitos não nucleares, foi elaborada uma versão deste míssil, conhecido como X-55 (Kh-5), com uma carga de combate explosiva de 400 quilogramas. O raio de ação do míssil diminuiu para 500-600 quilómetros à conta de um peso maior da carga de combate não nuclear. O X-55 poderia ser um instrumento universal da aviação de longo alcance, mas após a desintegração da União Soviética a sua produção diminuiu bruscamente.
O par de mísseis X-101/X-102 (Kh-101/Kh-102) é considerado como armamento prometedor para bombardeiros pesados. O X-101 tem uma carga de combate não nuclear, enquanto o X-102 dispõe de uma “carga especial”. São mísseis subsônicos com uma velocidade de cruzeiro de 200 e uma velocidade máxima de cerca de 270 metros por segundo. O desvio provável circular do X-101 constitui 10 metros, o que permite considerá-lo como arma de alta precisão. O raio de ação deste míssil supera 5000 quilómetros, dificultando fortemente o seu descobrimento e a interceção.
Este míssil passou por testes recentemente e, por enquanto, a quantidade de X-101 não é relativamente grande nos arsenais da aviação de longo alcance. No entanto o processo de renovação continua.
Assassino de porta-aviões
Uma das missões principais da aviação de longo alcance nacional foi sempre derrotar alvos marítimos do eventual inimigo, em primeiro lugar de porta-aviões da Força Naval dos Estados Unidos. Tal atenção em relação a porta-aviões é evidente: tendo a bordo 30-50 aviões de ataque, os porta-aviões tornam-se arma estratégica perto do litoral russo. No caso de um conflito hipotético, a sua neutralização é uma tarefa de primeira ordem.
O míssil de cruzeiro X-22, desenvolvido no fim dos anos 60, continua a ser hoje o armamento principal contra alvos navais dos bombardeiros Tu-22M3. Tendo uma alta velocidade, um longo raio de ação e uma carga potente, o X-22 continua a ser até hoje uma arma eficaz, mas, nos próximos anos, todos os mísseis deste tipo serão retirados devido à sua idade.
Segundo os dados disponíveis, os mísseis X-22 devem ser substituídos pelos X-32, muito semelhantes pelas caraterísticas principais. A velocidade máxima do X-32 constituirá cerca de 4000 quilómetros por hora, não sendo muito diferente em comparação com o seu antecessor, mas o raio de ação deve crescer muito – de 400-600 para 800-1000 quilómetros. Como se espera, os X-32 entrarão em dotação em 2020.
Contudo, este raio de ação pode ser alcançado com a ajuda da indicação externa de alvos, o que subentende automaticamente a necessidade do desdobramento do respetivo agrupamento de satélites e/ou a existência de aviões especializados de que a aviação nacional não dispõe após a retirada dos Tu-95RTs da Força Aérea. Podemos esperar que estes problemas sejam resolvidos antes de os novos mísseis entrarem em dotação.voz da Russia...SEGURANÇA NACIONAL

Itamaraty avalia suspensão de bloqueio de contas brasileiras na Itália

BRASÍLIA – O Ministério das Relações Exteriores e a Advocacia Geral da União (AGU) analisam medida judicial contra o bloqueio das contas bancárias usadas pela Embaixada do Brasil e consulados na Itália.O bloqueio foi pedido por uma firma italiana que elaborou projetos para o trem-bala Rio-São Paulo, mas não recebeu o pagamento devido pela estatal Valec Engenharia, Construções e Ferrovias, ligada ao Ministério dos Transportes. A estatal não comentou o caso.
Segundo o Itamaraty, o caso é apenas “uma questão jurídica que não afeta a relação Brasil-Itália”. Conforme a decisão de recurso, o governo brasileiro poderá ter que contratar escritório de advocacia italiano para a ação judicial.
Conforme notícia publicada nesta sexta-feira, 9, pelo Estado, em setembro do ano passado o Tribunal de Arezzo, na Toscana, condenou o Brasil a pagar R$ 36,4 milhões. O país não apresentou recurso à época.segurança nacional

EUA poderiam estrear superbomba em conflito com o Irã

WASHINGTON - Uma bomba "arrasa-bunker" de 13,6 toneladas, capaz de perfurar uma camada de até 65 metros de concreto antes de explodir, é uma "grande arma" a ser usada em um eventual conflito dos Estados Unidos com o Irã, disse um general norte-americano da Força Aérea na quinta-feira.O chefe-adjunto do Estado Maior da Força Aérea para operações, Herbert Carlisle, afirmou que a superbomba, que os militares começaram a receber no ano passado, é parte do arsenal disponível caso os EUA queiram bombardear países como o Irã, que possui instalações militares subterrâneas.
Washington suspeita que Teerã esteja desenvolvendo armas nucleares e não descarta uma opção militar contra isso, embora diga priorizar a pressão diplomática. O Irã diz que seu programa nuclear se destina apenas à geração de energia para fins civis.
"O explosivo penetrador em massa é uma grande arma. Continuamos a melhorá-la. Ela tem uma grande capacidade agora e vamos continuar a aprimorá-la. Ela é parte do nosso arsenal e será um potencial se precisarmos dela nesse tipo de cenário", disse Carlisle numa conferência sobre programas de defesa dos EUA.
O secretário de Defesa norte-americano, Leon Panetta, disse em entrevista publicada na quinta-feira pelo National Journal que o planejamento para uma eventual ação militar contra o Irã começou há "muito tempo".

Israel também cogita atacar as instalações militares do Irã, mas seu primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, disse que isso não deve ocorrer "nos próximos dias ou semanas". segurança nacional

Itália bloqueia contas do Brasil em ação envolvendo trem-bala


A Justiça da Itália condenou, na última quarta-feira, o governo brasileiro a pagar cerca de R$ 36 milhões e bloqueou contas bancárias que servem ao Itamaraty no país para cobrir o rombo de um suposto calote aplicado pela Valec - estatal que cuida das ferrovias - em empresa italiana que elaborou projetos para o trem-bala Rio-São Paulo.

A condenação, em uma ação judicial que discute um débito de aproximadamente R$ 608 milhões, partiu do Tribunal de Arezzo, na Toscana, e impede o uso de recursos pela Embaixada do Brasil em Roma e seus consulados, o que impõe restrições ao pagamento de pessoal e despesas de custeio. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Segundo os autos, o Brasil não apresentou defesa à sentença que lhe impôs o débito, em setembro do ano passado, o que poderia ter revertido a decisão. Como não pagou o valor em 60 dias após a notificação, a Justiça expediu mandato de bloqueio e penhora dos recursos, o que vem ocorrendo desde janeiro.

Diante do problema de repercussões diplomáticas, o Itamaraty preferiu não pressionar politicamente o governo italiano. O jornal apurou que, devido ao desgaste do caso Cesare Battisti, a opção, por ora, foi por fazer apenas gestões para resolver o assunto no âmbito da Justiça. Sediada em Terranuova Bracciolini, a Italplan Engineering alega nos autos que recebeu da Valec em 2005, após processo de seleção, a tarefa de elaborar o projeto básico, o estudo de avaliação econômico-financeira e o projeto ambiental para o trem de alta velocidade.

Seus advogados alegam que um escritório foi montado em Brasília e que as equipes italianas foram postas quase que integralmente a serviço do trem-bala, mas, ao ser apresentada a conta, em 2009, a Valec havia desistido de usar os projetos e se negou a pagar por eles.
terra segurança nacional

segunda-feira, 5 de março de 2012

Brasil deve aumentar seu poderio militar, diz americano


O Brasil deve aumentar seu poderio militar porque só soft power (poder brando) não basta, e uma maior capacidade brasileira em defesa abre a possibilidade de cooperação com os EUA. É o que sugere Richard Haass, que fez carreira na diplomacia americana, ocupando postos importantes em governos republicanos, e desde 2003 preside o Council on Foreign Relations, centro de estudos influente na política externa do seu país.
Ele falou à Folha após viagem de estudos de uma semana em que liderou uma delegação de 19 pessoas por Rio, São Paulo e Brasília, incluindo reuniões com a presidente Dilma Rousseff e o chanceler Antonio Patriota.
Abaixo, a íntegra da entrevista:
FOLHA - Em que essa viagem mudou ou não sua percepção do Brasil?
RICHARD HAASS - Tenho vindo aqui há 15, 20 anos. É difícil não ficar impressionado com o sucesso econômico. O que realmente me impressionou é que parei de pensar no Brasil como um país em desenvolvimento; o vejo como um país maduro. Seus desafios econômicos e sociais me lembram os EUA: a infraestrutura obsoleta, a educação, o capital humano, o peso dos impostos e da estrutura regulatória.
Outra coisa é como é boa relação entre EUA e Brasil. Não significa que concordamos em tudo, mas o nível de conforto é alto.
FOLHA - O subsecretário de Estado William Burns descreveu o Brasil como uma "potência global emergente". Usaria a mesma descrição?
HAASS - A resposta curta é sim. A palavra emergente é difícil. Em alguma medida, o Brasil já chegou lá. Economicamente, o Brasil já é uma potência mundial. Diplomaticamente, tem assumido um papel maior. Militarmente, ainda é modesto, e tem que decidir que tipo de capacidade o país quer, que papel quer desempenhar.
FOLHA - Sobre o que foi a conversa com a Dilma, sobre a relação bilateral?
HAASS - Foi bastante sobre isso, e também sobre a visão dela sobre a América. Como americano, achei alentador. Nos EUA temos um debate permanente sobre se estamos em declínio. É bom ter uma conversa com sua presidente em que ela se mostrou tão confiante e positiva sobre a capacidade de os EUA superarem seus problemas, nossa flexibilidade, nossa abertura, nossa criatividade, nossa tradição de inovação, a capacidade de adaptação. Às vezes em nossos debates internos esquecemos disso.
FOLHA - Dilma tem ressaltado a vontade de aprofundar o intercâmbio com os EUA em educação, inovação. Isso é suficiente para a relação? Toda a viagem de Burns girou em torno da decisão da Força Aérea de cancelar a licitação vencida pela Embraer.
HAASS - Sempre haverá dificuldades sobre essa ou aquela decisão, mas fora do governo coisas como essas parecem pequenas, uma distração em relação ao quadro maior de uma relação cada vez maior entre dois países que enfrentam desafios comuns em suas economias, suas sociedades.
FOLHA - Aprofundar a parceria em defesa é importante para a relação bilateral?
HAASS - Apoio uma relação maior entre os dois países no campo da defesa. Gosto da ideia de que o Brasil desenvolva maiores capacidades nessa área. Isso abre a possibilidade de que o Brasil e os EUA possam ter parcerias em desafios na Ásia, no Oriente Médio ou na América Latina. Não vamos concordar sempre, mas se o Brasil não tem essa capacidade e se nós não temos a cooperação, mesmo se concordarmos, não podemos fazer muito.
Gosto da ideia de o Brasil gradualmente desenvolver maior poder militar. Precisamos de parceiros. Não precisa ser um aliado, pode manter sua independência, mas ter uma uma colaboração seletiva quando vermos coisas do mesmo modo, e a defesa é parte disso.
As pessoas aqui gostam de falar de soft power, muito bem. Mas há épocas no mundo em que você precisa se voltar para o poder duro. Às vezes a economia e a diplomacia são suficientes, mas às vezes nenhuma das duas funciona, e você precisa usar a força militar. Nessas ocasiões, esperaria que houvesse ao menos a possibilidade de cooperação entre Brasil e EUA.
FOLHA - Uma pergunta que se faz aqui é se o Brasil pode ser uma potência mundial sem armas nucleares, como as potências atuais têm. Qual a sua opinião?
HAASS - Um país pode ser um poder regional ou global sem armas nucleares. Pense no Japão, na Alemanha, na Turquia e na África do Sul. Em segundo lugar, ter armas nucleares não torna um país uma potência necessariamente. Veja o caso da Coreia do Norte e do Paquistão.
Finalmente, a maioria dos países que são potências e têm armas nucleares são potências por outras razões. Isso se aplica aos EUA, à China e a outros. O Brasil pode se tornar uma potência global sem armas nucleares. Não vejo nenhuma razão estratégica para que o Brasil as desenvolva. Não aumentaria a segurança do país, mas complicaria muitas de suas relações e drenaria recursos.
FOLHA - Por suas conversas aqui, considera que há consenso sobre o papel que o Brasil deve desempenhar no mundo?
HAASS - Consenso é uma palavra muito forte. Acho que há um debate sobre as prioridades internas e internacionais. Não é surpreendente porque a ideia de o Brasil ser um ator global e não regional é relativamente nova.
Um exemplo: agora vocês têm a realidade desses grandes recursos petrolíferos na costa. Isso tem consequências, o Brasil vai ter que repensar como dar segurança a esses grandes investimentos.
FOLHA - Por que, apesar de ainda haver divergências entre os dois países sobre o Irã, a tensão não é a mesma de dois anos atrás?
HAASS - Em parte é porque, quando a relação melhora, você aprende a discordar. Também acho que o critério de uma relação não é se você concorda todo o tempo, isso é impossível. Mas você faz com que as áreas em que você discorda não travem o caminho daquelas em que você coopera. Acho que há mais áreas de concordância na economia e na diplomacia. Na Síria há bastante concordância.
Muitos americanos no negócio, entre aspas, da política externa, não pensávamos no Brasil há 20 anos. Isso mudou e essa é uma da razões pelas quais o Council on Foreign Relations está no Brasil agora, porque é importante globalmente. A relação está se tornando mais ampla e profunda.
FOLHA - O sr. teme uma nova guerra no Oriente Médio antes do fim do ano?
HAASS - É uma possibilidade. No caso do Irã, uma possibilidade real. Escrevi um artigo em que argumentei que, além de continuar pressionando com sanções, deveríamos oferecer uma proposta diplomática ampla. Não sei se o Irã vai aceitar, e se não aceitar, acho que as chances de um ataque por Israel, pelos EUA ou por outro país é uma possibilidade real. Claro que é passo arriscado e custoso, mas ninguém deve subestimar o custo de o Irã ter armas nucleares.
FOLHA - O Brasil consultou o secretário-geral da ONU sobre a legalidade de um ataque ao Irã. O sr. conversou sobre esses temas com o Patriota?
HAASS - Um ataque às instalalações nucleares do Irã seria o se chama de ataque preventivo. É controvertido legalmente, diplomaticamente. A questão é se, apesar disso, dada a trajetória do Irã, dada a implicação potencial de uma bomba iraniana, ainda vale a pena fazer. Para mim a lei internacional não é preto e branco, tem muito cinza. Um líder israelense pode pensar que tem que pesar a lei, mas também a segurança de seu país. Os EUA têm que pensar em seu compromisso com Israel, sua oposição à proliferação nuclear, o preço e a oferta de petróleo, a criação de um precedente nas relações internacionais sobre o uso da força. Há toda uma gama de considerações, e não será uma decisão fácil para ninguém.
FOLHA - O Brasil deveria voltar a ser chamado para as negociações com o Irã?
HAASS - Não vejo razão no momento. O Irã tem uma linha de comunicação clara com a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica). No momento o problema não é a falta de mediadores, mas a recusa do Irã em cumprir suas obrigações internacionais. Se o P5+1 (as cinco potências do Conselho de Segurança) e a ONU estiverem dispostos a pôr na mesa uma oferta razoável, que não seja para humillhar o Irã mas permita que o país tenha atividades limitadas nessa área, desde que coopere com os inspetores internacionais, não precisamos do Brasil ou de outro país nas negociações. Não queremos ter uma situação em que temos cinco mediadores e os iranianos escolham qual querem, e usam a situação para ganhar tempo. Isso não é uma crítica ao Brasil, acho que há clareza sobre o que é necessário e a verdadeira questão é se o Irã está disposto a compromissos.
FOLHA - A força-tarefa do CFR recomendou que os EUA apoiem a candidatura brasileira ao Conselho de Segurança da ONU. Isso lhe pareceu importante para os brasileiros?
HAASS - O assunto aparece algumas vezes, mas não sempre. Para alguns é importante como um símbolo, para outros por causa da substância, porque o Brasil estaria numa posição de maior influência. Para outros não tem tanta importância.
Para ser honesto, eu tenho duas posições sobre isso. Eu acho que Brasil, Índia e Japão deveriam ter cadeiras permanentes no Conselho de Segurança, que não reflete mais a realidade geopolítica.
Por outro lado, por causa dos vetos e com mais países, a inação que às vezes existe hoje vai continuar. Não acho que se deve equiparar a ONU com multilateralismo. O Brasil não precisa ser membro do CS para ter um papel importante no mundo.
FOLHA - Os EUA anunciaram prioridade para o Pacífico, por causa da China. Como o Brasil se encaixa nisso?
HAASS - Há um ajuste na política externa americana, de afastamento do Grande Oriente Médio e aproximação com a Ásia-Pacífico, onde acredito que muito do século 21 será traçado e decidido. Para os EUA fazerem isso, precisamos pôr a economia interna em ordem e ter parceiros para trabalhar conosco na região. O Brasil é um parceiro potencial. Também precisamos que este hemisfério permaneça estável. Parte da capacidade de nos envolvermos mais com a Ásia depende da estabilidade das Américas. Há poucas grandes potências na história com vizinhanças pacíficas e estáveis. Nós temos, em grande medida. É uma exceção extraordinária e um luxo em termos históricos. Mas é também algo que deve continuar a ser trabalhado pelo Brasil e os EUA. Para mim tudo isso reforça o argumento de que Brasil e EUA devem ter um diálogo estratégico.
FOLHA - Já se falou muito na perspectiva de uma rivalidade crescente entre Brasil e EUA. Acredito nisso?
HAASS - De jeito nenhum. Brasil e EUA enfrentam desafios e oportunidades. De certa maneira, ou vamos ter sucesso juntos ou vamos fracassar juntos, seja no hemisfério ou além.folha segurança nacional

Índia faz teste bem-sucedido do míssil “BrahMos”


A Índia ensaiou com sucesso o míssil supersônico BrahMos. Trata-se do míssil de cruzeiro mais rápido do mundo fabricado pela Índia juntamente com a Rússia.
O míssil já se encontra ao serviço das tropas terrestres e de navios de superfície da Marinha de Guerra da Índia. Em desenvolvimento estão suas versões de lançamento aéreo e submarino.segurança nacional

Marinha recupera chata de óleo naufragada na Antártida


A Marinha informou neste domingo que reflutuou e levou para terra a chata de óleo carregada com 10 mil litros de combustível que havia naufragado no final de 2011 no Continente Antártico, perto da Estação Comandante Ferraz.
As operações de resgate da embarcação "não causaram nenhum dano ao meio ambiente" e foram concluídas no último sábado, informou a Marinha em uma nota oficial. A mesma nota ressaltava que o resgate contou com apoio da Petrobras, que, por sua vez, deverá transportar o óleo recuperado para o Rio de Janeiro.
A embarcação, que naufragou por motivos ainda não determinados, transportava combustível para a Estação Antártica Comandante Ferraz. Na última semana, essa mesma base, dedicada à pesquisa científica, foi praticamente destruída por causa de um incêndio, que, aparentemente, foi iniciado nos geradores de energia.
No acidente morreram o suboficial da Marinha Carlos Alberto Vieira Figueiredo e o sargento Roberto López dos Santos, enquanto o também sargento Luciano Gomes Medeiros sofreu alguns ferimentos e já está fora de perigo. No momento do incêndio, a base continha 59 pessoas, entre militares e cientistas, que foram socorridos pelas equipes de estações vizinhas, como as do Chile, Argentina e Polônia, entre outras.segurança nacional

Programa espacial brasileiro evolui com lançamentos de satélites


Se durante a Guerra Fria a corrida espacial envolvia apenas os Estados Unidos e a antiga União Soviética, atualmente esse quadro apresenta mudanças. "Naturalmente, as grandes potências estão recebendo concorrência de outros países, mesmo que atualmente o mercado aeroespacial seja basicamente dominado por Rússia, Estados Unidos e Europa. Assim, países como Ucrânia, Índia e China estão entrando nessa disputa também", afirma o professor de engenharia mecânica da Universidade de Brasília (UnB) Carlos Alberto Gurgel Veras.
Dentro desse aumento de importância dos países emergentes no mercado aeroespacial, qual o papel do Brasil? "O País está entrando no mercado em um nicho, lançando satélites comerciais em órbitas mais baixas, mas com a vantagem de ter a melhor posição geográfica para a atividade. Nós podemos lançar sete satélites por ano, no máximo, e não temos condições de fazer o lançamento de satélites muito grandes", detalha Veras.
Para entender o avanço da participação do Brasil na área é preciso voltar às origens da Agência Espacial Brasileira (AEB), fundada em 1994, durante o governo Itamar Franco, para substituir a Comissão Brasileira de Atividades Espaciais (COBAE), com caráter militar, criada na década de 1970. Com o fim da Guerra Fria e da bipolaridade entre Estados Unidos e União Soviética, muda o contexto mundial e surge a necessidade do País ter um órgão de instância civil para lidar com a cooperação internacional na área espacial, que até então era responsabilidade do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), entidade focada principalmente na área de pesquisas.
Inicialmente, a AEB era vinculada diretamente à Presidência da República, mas, a partir do governo Fernando Henrique Cardoso, passou a fazer parte do Ministério da Ciência e Tecnologia, enfrentando dificuldades para coordenar, com cerca de 50 pessoas, o projeto espacial de um país com pouca experiência na área. "A agência enfrentou vários problemas para exercer a tarefa de executar a política espacial brasileira, pois precisava de gente especializada, o que conseguiu pouco no início, fator determinante para que não tivesse muita força durante vários anos. Com a crise no governo FHC, as verbas diminuíram, e só depois, por volta de 2004, a situação começou a melhorar, com mais verba do que antes", relata José Monserrat Filho, chefe da Assessoria de Cooperação Internacional da AEB.
Atualmente, após projetos de parceria com potências e empresas estrangeiras nas décadas de 70, 80 e 90, com um projeto de cooperação com a China - iniciado em 1988, interrompido durante o governo Collor e retomado na gestão seguinte - o País tem planos de aumentar suas atividades espaciais. Dentro dessa diretriz, estão fora de cogitação interesses militares e tentativas de explorar o espaço ou mandar o primeiro brasileiro à Lua.
"Em 1988, o Brasil fez um acordo de assessoramento remoto com a China, e, desde então, lançamos três satélites - em 1999, 2003 e 2007. O próximo, CBERS 3, deve ser lançado em 2012 e, em 2014, será lançado o CBERS 4. A nossa grande missão é aumentar consideravelmente a atividade espacial brasileira: enquanto cinco satélites foram lançados em 19 anos, nós queremos lançar quatro em quatro anos. Missões à Lua, por exemplo, não são nossa prioridade, e o programa espacial brasileiro na era civil não tem fins militares, tampouco temos programas tripulados. A atividade espacial tem de atender às necessidades do País, melhorando o desempenho da indústria e a vida das pessoas. Se no passado, o poder militar foi indispensável para um país se tornar uma grande potência, hoje isso provavelmente não é mais verdade", conta Monserrat Filho.
Gurgel Veras afirma que, apesar de não ter interesses de realizar viagens à Lua, o País tem recursos para criar o seu próprio satélite e crescer dentro do quadro espacial mundial. "O Brasil quer se colocar entre as dez maiores potências da área, e, para isso, é necessário ter um programa espacial, pois todas as demais têm, mudando a imagem que ainda passamos de país agrícola e atrasado nesse quesito", analisa.
Diferentemente do Brasil, a China segue firme em seu objetivo de mandar um homem à Lua entre 2020 e 2030. Mas, depois de tantas expedições que já mostraram tudo o que se poderia saber sobre o solo lunar, qual a necessidade real de uma viagem tripulada ao satélite? "Os chineses querem ir à Lua simplesmente para mandar uma mensagem política e econômica ao mundo de que só eles e os Estados Unidos foram lá, e que eles são tão bons quanto os americanos. É muito mais para se posicionar como uma liderança mundial, é pura propaganda; e como não falta dinheiro a eles, a China vai mesmo mandar um homem para a Lua", declara o professor de Engenharia Mecânica da UnB.
Outras potências da área, como os russos, apesar de poderem, não têm interesse em tripular uma viagem à Lua. "Eles não se interessam por isso. Se quisessem, já teriam conseguido também. Com um pouco de tempo, eles poderiam mandar uma nave para o espaço e depois mandar suprimento para lá, mas não é algo que lhes parece importante", afirma Veras.
Além dos interesses ambiciosos dos ricos países emergentes, o professor aponta outras interessadas em crescer dentro do setor aeroespacial. "Novas empresas americanas, criadas por bilionários da internet, como o cofundador da Space X Elon Musk, estão entrando com tudo no mercado, fazendo contato com a Nasa (a agência espacial americana) e produzindo foguetes poderosos", assegura.segurança nacional

Obama admite possível ataque a Irã, mas prioriza sanção

Falando a um poderoso grupo de lobby pró-Israel, o Aipac (American Israel Public Affairs Committee), Obama pediu a Israel mais tempo para permitir que as sanções possam isolar o Irã. Ele tentou conter as sinalizações de guerra contra o Irã e rechaçou um ataque unilateral israelense contra as instalações nucleares do Irã.
AE - Agência Estado
"Pela segurança de Israel, a segurança da América e a paz e a segurança do mundo, agora não é o momento para turbulência", afirmou Obama a milhares de pessoas na conferência anual do Comitê de Relações Públicas americano-israelenses. "Agora é o momento para que deixemos a pressão aumentar e sustentar a ampla coalização internacional que construímos".
Citando o ex-presidente Theodore Roosevelt, Obama afirmou que iria "falar suavemente, mas carregar um grande porrete" e alertou o Irã para que não teste os Estados Unidos.
O discurso de Obama, bastante esperado, ocorreu um dia antes de seu encontro na Casa Branca com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que planejou se pronunciar à conferência na noite de segunda-feira.
Três candidatos à presidente dos Estados Unidos do Partido Republicano, Mitt Romney, Rick Santorum e Newt Gingrich, devem falar à conferência via satélite na terça-feira.
As informações são da Associated Press ..segurança nacional
WASHINGTON - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou neste domingo, 4, que o país não vai hesitar em atacar o Irã com forças militares para evitar que o país persa adquira armas nucleares, mas alertou que "muita conversa solta sobre guerra" recentemente tem apenas ajudado Teerã e elevado o preço do petróleo.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Israel diz que Irã deve saber que opção militar é possível


O vice-primeiro-ministro e ministro de Serviços de Inteligência, Dan Meridor, defendeu um aumento das sanções para pôr fim ao programa nuclear do Irã e afirmou que o país deve perceber que se não modificar sua política, um ataque militar "é uma possibilidade real".
"Os iranianos devem saber que é sério, que se não modificarem sua política, será uma possibilidade real", indicou Meridor em entrevista publicada nesta sexta-feira pelo jornal francês Le Monde, sem responder à questão de quanto tempo resta para que essa ação seja tomada.
O ministro também não quis dar mais detalhes sobre a "opção militar". "Não porque não exista, pelo contrário, mas porque talvez seja inclusive contraproducente falar publicamente", afirmou.
Quanto à pergunta de se Israel decidirá sozinho pelo ataque, explicou que "o melhor para qualquer país não é atuar de maneira solitária" e que neste caso "não é correto apresentar esta questão como um problema unicamente para Israel".
"Se pudermos atuar coletivamente, é preferível, mas não acho que a comunidade internacional atuará por nós, ninguém lutará por nós, temos que nos defender sozinhos", acrescentou Meridor.
Com relação à pressão internacional contra os planos nucleares do Irã, acusado de querer produzir a bomba atômica, considerou "inegável" que por enquanto não tenha apresentado resultados, o que não significa que não serão obtidos.
"Se as sanções enviam claramente aos iranianos a mensagem determinada e persistente de que não obterão a bomba e que o preço que devem pagar não para de aumentar, tendo a pensar que podem reconsiderar sua decisão", afirmou o ministro israelense e membro do partido conservador Likud.

Tanques de guerra 'verdes' são testados nos Estados Unidos


Um tanque de guerra "verde", que usa um motor híbrido, movido a diesel e eletricidade, já estaria sendo testado pelo Exército americano, de acordo com informações da empresa de defesa e tecnologia BAE Systems, que desenvolveu o veículo.
A empresa afirmou que o novo tanque é entre 10% e 20% mais eficiente no uso de combustível e mais rápido do que os carros de combate convencionais, impulsionados por diesel.
O veículo pesará 63 toneladas, transportará 12 soldados e integrará os planos futuros de combate dos Estados Unidos.
O novo Veículo de Combate por Terra (GCV na sigla em inglês) terá um motor diesel gerador de eletricidade incorporado a um tanque mais rápido do que o tradicional. Segundo o fabricante, ele será mais eficiente, ágil e terá mais força de aceleração graças a seu sistema elétrico que permitirá ainda a incorporação de novas tecnologias.
A ideia também é que o tanque possa ser usado como uma espécie de gerador elétrico em acampamentos militares.
Outra vantagem, assegura a empresa, é que ele será bem mais silencioso que os tanques impulsionados por diesel, o que ajudaria em manobras táticas. Além disso, teria uma durabilidade de 30 a 40 anos e sua tecnologia será adaptada a desenvolvimentos futuros que permitam aumentar sua eficiência.
'Vida ou morte'
O preço ainda não está definido, mas alguns analistas calculam que ficará entre US$ 12 milhões e US$ 17 milhões por veículo, quase quatro vezes mais do que custam os tanques atuais.
Se a transição for efetivada, eles devem substituir os atuais veículos Stryker e Bradley usados pelo Exército americano. Dispor de veículos eficientes em termos de energia é estrategicamente importante para os militares dos EUA.
Os custos com combustível são consideráveis. Mas em conflitos como os do Iraque e Afeganistão, contar com fontes de energia alternativa também é uma questão de vida ou morte.
Como disse em 2012 o general aposentado Steve Anderson, que serviu como chefe de logística no Iraque, cerca de mil soldados morreram no Iraque e no Afeganistão enquanto transportavam combustível.
Anderson também calculou que o Departamento de Defesa gastou cerca de US$ 20 milhões no Iraque em barracas e estruturas móveis dos acampamentos. A maior parte deste dinheiro foi usado para comprar o combustível usado para resfriar ou aquecer os locais.
Ambiente 
Para o ambiente, a escolha destes veículos pode ser uma boa notícia. "A mudança do Exército americano para veículos elétricos e tecnologias verdes é importante", diz Miriam Pemberton, do International Study Center de Washington.
"Tudo o que os militares americanos façam para reduzir suas emissões terá um impacto significativo", afirma. "Este impacto seria ainda maior se os militares priorizassem tecnologias que pudessem ser usadas para fins civis."
"Isso asseguraria que a mudança contribuiria para reduzir as emissões em toda a nossa economia. Os próprios militares consideram as mudanças climáticas como uma das maiores ameaças para a segurança", completa ela.defesa net segurança nacional

Perda na Antártida é menor do que se imaginava, diz secretário


Agência Brasil
 O prejuízo material causado pelo incêndio de sábado (25) na Estação Comandante Ferraz às pesquisas feitas por cientistas brasileiros na Antártica pode ser menor do que o avaliado inicialmente. “A perda é menor que nós imaginávamos”, disse o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Carlos Afonso Nobre.

Ao sair da primeira parte da reunião que está sendo realizada hoje em Brasília com coordenadores de projetos de científicos para avaliar o andamento das pesquisas na Antártica, Simões informou que um comunicado deverá ser divulgado no final da tarde. De manhã, os pesquisadores apresentaram seis tópicos que deverão ser de detalhados, entre eles, a contabilização de perdas, a situação dos laboratórios na estação, a reposição de equipamentos e a manutenção de bolsas dos pesquisadores.

De acordo com o geólogo Jefferson Simões, diretor do Centro Polar Climático da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e delegado brasileiro no Comitê Científico Internacional de Pesquisa na Antártica, 19 dos 33 projetos mantidos não foram afetados em nada, e os dados perdidos nas áreas atingidas pelo incêndio dizem respeito aos anos de 2011 e 2012. O Brasil faz pesquisas na área há 27 anos.

Há projetos de pesquisa em estação remota no interior da Antártica (para monitoramento climático), em navio (pesquisa oceanográfica), em acampamentos (pesquisas geológicas) e em uma ilha a 200 quilômetros da estação (pesquisa sobre biodiversidade).

“Diferentemente do que foi anunciado, nenhum projeto parou”, afirmou Simões, ao lembrar que os dados e materiais colhidos, assim como as informações transmitidas por satélite, são analisados em laboratórios com sede nas universidades e institutos de pesquisa do Brasil.

Também participam da reunião pesquisadores ligados às universidades Federal do Rio de Janeiro, Estadual do Rio de Janeiro, de Brasília, de São Paulo e Federal do Rio Grande, além de representantes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.

No início da reunião, os pesquisadores fizeram um minuto de silêncio em homenagem aos militares da Marinha mortos no incêndio na Antártica, Carlos Alberto Vieira Figueiredo e Roberto Lopes dos Santos, que foram promovidos postumamente a segundo-tenente.

Na próxima terça-feira (6), às 8h30, Jefferson Simões participará de audiência pública no Senado sobre a Estação Comandante Ferraz. Também estarão presentes os ministros da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, e da Defesa, Celso Amorim, e o comandante da Marinha, Júlio Soares de Moura Neto.
segurança nacional

Alcântara simulará lançamento de foguete


O Comandante do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), tenente-coronel César Demétrio Santos, anunciou ontem que a unidade fará uma simulação de lançamento do foguete lançador de satélite nacional VLS-1. O anúncio foi feito durante a comemoração dos 29 anos de fundação do centro espacial.
A operação de lançamento simulada não tem data marcada, mas está previsto o uso de um foguete inerte (sem combustível) em escala real para treinar os procedimentos de montagem do veículo, preparação de carga útil e operação de lançamento.
É a primeira vez que um foguete do tamanho do VLS-1 será testado em Alcântara desde o acidente com VLS-1 V03, em agosto de 2003, que matou 23 engenheiros e técnicos do Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE). Desde então, o programa para desenvolver tecnologia de construção de veículos espaciais complexos, como o VLS-1, está virtualmente parado.
A previsão inicial era que o programa do VLS-1 seria retomado em 2009, mas falta de recursos fez com que ele fosse adiado por vários anos. Antes duas outras tentativas de lançar o VLS-1 de Alcântara fracassaram.
A Torre de Móvel de Integração (TMI), perdida no acidente de 2003 e onde o VLS-1 é montado e lançado, foi reconstruída com modificações, como torres para prevenir descargas atmosféricas. Missões menores com foguetes de teste têm sido feitas para manter a proficiência dos técnicos do CLA na operação de lançamentos espaciais.
Outros projetos. O comandante do CLA também anunciou que em 12 dias começa a primeira campanha de lançamento real de veículos espaciais brasileiros em 2012. A previsão é de que seja lançado um VSB-30 no dia 16 de março.
"Nosso foco para o biênio 2012 e 2013 é a preparação de foguetes e veículos de lançamento. Além disso, temos outros projetos no âmbito social, como é o caso do Alcântara Sustentável, que visa ao desenvolvimento dessa região", disse Santos.segurança nacional