sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Falklands ou Malvinas?


escoberta de petróleo e presença do príncipe William acirram disputa entre Argentina e Reino Unido pelas ilhas, 30 anos depois da guerra declarada pela ditadura militar
CAROLINA VICENTIN
O governo argentino luta para sair de uma crise financeira, enfrenta acusações sobre leis dúbias aprovadas pela presidente Cristina Kirchner e ainda precisa lidar com uma espinhosa disputa internacional. Nos últimos meses, a Argentina aumentou a munição na batalha verbal sobre o controle das Malvinas, geladas ilhas ao sul do continente que estão sob domínio britânico há décadas. Desde o fim da guerra pela posse do arquipélago, há quase 30 anos, os argentinos tentam levar o assunto à mesa de negociações, sem sucesso. Agora, com as Malvinas prestes a se tornarem um lucrativo campo de extração de petróleo, a troca de farpas entre os dois países ficou ainda maior. E, segundo analistas ouvidos pelo Correio, o impasse está longe de uma solução.
Prova disso foram as declarações de Cristina Kirchner no primeiro discurso após o fim da licença médica que a afastou do poder por 20 dias. Na quarta-feira à noite, a presidente rebateu as acusações do primeiro-ministro britânico, David Cameron, que classificou a postura argentina como “colonialista”. Para o governo de Londres, a tentativa de Buenos Aires de retomar o controle das ilhas fere o princípio da autodeterminação dos povos. Em uma pesquisa recente, os moradores das Malvinas afirmaram que querem continuar como cidadãos do Reino Unido. “Ninguém está pedindo que eles (os malvinenses) deixem de ser ingleses. Esses argumentos caem por si sós”, disse Cristina. “Vamos seguir com nossa política de sempre, para que seja cumprida a resolução das Nações Unidas sobre se sentar, dialogar e negociar.”
A mandatária já conseguiu importantes vitórias diplomáticas. Em novembro, os demais países do Mercosul, entre eles o Brasil, aceitaram não receber em seus portos navios com bandeiras das Ilhas Falkland — o nome inglês do território. “O apoio que a Argentina obteve foi extraordinário. Tanto o Mercosul como a Unasul (União das Nações Sul-Americanas) toparam restringir a navegação”, afirma Carlos Vidigal, professor de relações internacionais na Universidade de Brasília (UnB) e especialista em política argentina. “Foi a primeira vez que o país conseguiu uma posição sem dualidades por parte dos países sul-americanos”, lembra Juan Recce, diretor do Centro Argentino de Estudos Internacionais. “Trata-se de um revés que reivindica o poder de Davi frente ao gigante Golias”, exagera.
Príncipe a serviço
O Reino Unido não deixou por menos. O governo autorizou o aumento das atividades militares nas ilhas e, no mês que vem, o príncipe William desembarca por lá para seis semanas de exercícios aeronáuticos na região. Segundo o jornal britânico The Times, o príncipe fez lobby para que o deixassem viajar às Malvinas, nas proximidades do aniversário de 30 anos da guerra entre a Argentina e o Reino Unido pelo controle do território (leia o Para saber mais). “Isso não é um problema apenas para a Argentina, mas também para todos os países que são signatários de acordos de paz. Trata-se de uma potência militarizando uma região que não deveria ter presença tão ostensiva de forças de segurança”, critica o professor Hector Saint-Pierre, argentino, diretor do Centro de Estudos Latino-Americanos da Universidade Estadual Paulista (Unesp).
Assim como Saint-Pierre, muitos argentinos se sentem afrontados pelo domínio britânico nas Malvinas. Na semana passada, logo após as polêmicas declarações do premiê David Cameron, manifestantes foram para a frente da embaixada britânica em Buenos Aires e demonstraram repúdio à acusação de “colonialismo”. Eles também pediram a Cristina Kirchner que rompesse as relações diplomáticas com Londres. “Se há uma coisa em que peronistas, antiperonistas, comunistas e conservadores concordam é sobre o lema “las Malvinas son argentinas”", comenta o professor Mark Jones, da Universidade de Houston, especialista em questões latino-americanas. A reivindicação tem apoio de muitos governos de fora da América do Sul, exceto na Europa.
Sem guerra
Assim, é provável que a relação diplomática entre argentinos e britânicos fique cada vez pior. A tensão, no entanto, não deve provocar outra ofensiva armada. Além do risco da perda de vidas — algo que Cristina Kirchner não está disposta a enfrentar —, as forças armadas do país vizinho estão praticamente abandonadas. “O Exército está em tal estado de decomposição, em termos funcionais, que seria incapaz de ter algum êxito contra as bem treinadas forças britânicas”, diz o professor Jones. Engessados, os argentinos só têm como escolha continuar fazendo barulho. “Não existe uma solução próxima para esse problema. Ambos querem a soberania e, em termos históricos, quando há uma disputa assim, a coisa só se resolve por meio da força”, observa o professor da UnB Carlos Vidigal.

Nasa homenageia astronautas mortos em missões espaciais


Efe
 A Nasa (agência espacial americana) lembrou os astronautas mortos nas missões Apolo I e nas naves Challenguer e Columbia, assim como os funcionários que perderam a vida em prol da exploração espacial.

Como em todos os anos, na última semana de janeiro, a agência espacial americana quer "homenagear suas vidas e lembranças", disse o diretor da Nasa, Charles Bolden.

Bolden declarou que, toda vez que os homens e mulheres da Nasa sobem em uma nave espacial, não só empreendem um caminho para realizar "grandes descobertas" e abrem a possibilidade de "ampliar os limites das realizações humanas", como também arriscam suas próprias vidas.

O diretor da Nasa fará a homenagem junto com o diretor do Centro Espacial Kennedy e o ex-astronauta Robert Cabana, no memorial Space Mirror Memorial, em Cabo Canaveral, na Flórida.

Bolden espera que estes sacrifícios sirvam de inspiração para as próximas gerações e pediu aos funcionários da Nasa para que façam ouvir sua opinião e se dirijam a seus superiores para que "a segurança seja sempre prioridade".

As falhas humanas estiveram entre as causas de algum destes acidentes. Os três tripulantes do Apolo I, Gus Grissom, Ed White e Roger Chaffee morreram no dia 27 de janeiro de 1967 em um incêndio no módulo de comando durante um teste do dispositivo.

Apesar do desastre, o programa continuou para levar à Lua, em 16 de julho de 1969, na nave Apolo 11, os astronautas Neil Armstrong, Buzz Aldrin e Michael Collins.

Já a nave Challenger se desintegrou em 28 de janeiro de 1986, pouco mais de um minuto após seu lançamento no Centro Espacial Kennedy. Entre os sete tripulantes que morreram estava Christa McAuliffe, uma professora que fazia parte de um projeto da Nasa para levar a ciência aos estudantes.

A tragédia causou um grande impacto na sociedade americana, o que levou a Nasa a realizar uma revisão em todos os seus sistemas e procedimentos centrada na segurança.

No entanto, em fevereiro de 2003, os Estados Unidos enfrentaram outra tragédia espacial, quando os sete tripulantes da nave Columbia morreram no momento em entraram na atmosfera terrestre.

O presidente americano, Barack Obama, também falou sobre os astronautas e suas famílias e, em comunicado, destacou que aqueles que perderam sua vida em nome da exploração espacial "nos ajudaram a chegar até aqui e é nosso dever honrá-los (...) concentrando-se no futuro".

"A perda destes pioneiros é sentida todos os dias por suas famílias, amigos e colegas, mas nos consolamos ao saber que seu espírito seguirá nos inspirando para novas metas", continuou.

A Nasa está se preparando para realizar voos além da órbita terrestre e alcançar um asteroide, em 2025, além de realizar os primeiros voos tripulados a Marte, em 2030.




Israel defende combate imediato ao programa nuclear iraniano


Efe
DAVOS - O ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, disse nesta sexta-feira, 27, durante debate no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, que não enfrentar o Irã agora para evitar que o país construa armas nucleares "será muito mais perigoso e custoso, tanto em termos de dinheiro como de vidas"."Um Irã com armas nucleares não é um perigo só para o Oriente Médio, mas para o mundo inteiro", afirmou Barak, que aplaudiu as recentes sanções econômicas aprovadas pela União Europeia (UE) contra Teerã. Apesar disso, o ministro pediu "uma diplomacia mais agressiva". O ex-primeiro-ministro israelense disse que "com exceção da China e Rússia, todos estamos de acordo de que não há outra opção do que enfrentar o Irã".
Barak admitiu, no entanto, que a questão não é simples e que Teerã adota uma estratégia para ganhar tempo e dividir a unidade internacional. "Os iranianos não são jogadores de gamão, mas de xadrez. Procuram deixar seu programa nuclear numa zona de impunidade para que seja impossível conhecer o autêntico alcance de seus progressos", disse Barak. "Quando tiverem certeza que ninguém pode fazer nada contra eles, considerarão dar o passo definitivo", acrescentou.
Para Barak, o relatório publicado em novembro pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) é a evidência de que o Irã tem um programa nuclear com o objetivo de construir armamentos.
O israelense participou de um seminário no qual se perguntava o que ocorreria se o Irã tivesse uma bomba atômica. "Arábia Saudita vai querer ter armas nucleares, assim como Turquia e o Egito", previu Barak, que alertou para o perigo das armas nucleares caírem em mãos de grupos terroristas. "O Irã patrocina o terrorismo no Iraque, Índia, Paquistão, Líbano e nos territórios palestinos, portanto podemos imaginar o que acontecerá", opinou.
ONU
Também em Davos, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, disse que o Irã tem a responsabilidade "política e legal" de se submeter totalmente às resoluções do Conselho de Segurança e provar que seu programa nuclear é "genuinamente para propósitos pacíficos". Ele destacou que o regime iraniano não cumpriu nenhuma das duas coisas, apesar de ter a obrigação de fazê-lo por ser um Estado membro das Nações Unidas.

Fotos inéditas da Nasa mostram fase pioneira da exploração espacial


A Nasa divulgou imagens inéditas do projeto Gemini (entre 1964 e 1966), que foi a segunda série de voos tripulados ao espaço.
O projeto foi realizado logo após as missões Mercury, que colocaram os primeiros astronautas americanos em órbita.
As duas missões foram importantes para se acumular conhecimento que levou ao projeto Apollo, responsável pela primeira ida do homem à Lua, em 1969.
As 12 missões Gemini ajudaram a Nasa a entender os efeitos que o espaço tem nos homens. Além disso, foram desenvolvidas técnicas para acoplamento de veículos no espaço.
Entre as fotos, está um autorretrato inédito do lendário astronauta Buzz Aldrin durante uma caminhada espacial em novembro de 1966.
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Fragata brasileira amplia combate ao contrabando de armas no Líbano


A incorporação da fragata F-45 União, enviada em 6 de outubro de 2011 pela Marinha do Brasil, ampliou a capacidade operacional da Força-Tarefa Marítima (FTM) que integra a Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Unifil). O total de navios encaminhados para inspeção subiu 94,86% desde a chegada do navio brasileiro ao teatro de operações.

As principais missões da fragata União são evitar o contrabando de armas e oferecer condições de treinamento para a Marinha do Líbano.

Segundo o procedimento adotado pela ONU, cabe à FTM detectar e interrogar os navios que se aproximam da costa libanesa. As embarcações suspeitas são acompanhadas até um porto para serem examinadas pela força naval daquele país.

A chegada do navio brasileiro também permitiu a ampliação do número de cascos em operação diária, que saltou de 2,5 para 3,7. Por seu maior porte, a União, capitânia da força, pode permanecer em operação mesmo em condições adversas de tempo e de mar, normais durante o inverno no Mediterrâneo Oriental, que obrigam os navios menores a buscar abrigo.

Graças aos sensores da fragata brasileira, o número de detecções de violações ao espaço aéreo libanês também aumentou. O navio está equipado com uma aeronave AH-11A Super Linx, um Grupo de Mergulhadores de Combate (GruMeC) e um Destacamento de Fuzileiros Navais.

Participam da MTF nove navios cedidos por seis países – Alemanha, Bangladesh, Brasil, Grécia, Indonésia e Turquia. Desde o início de suas operações, em 15 de outubro de 2006, a MTF abordou cerca de 36 mil navios. Desse total, 900 embarcações suspeitas foram encaminhadas às autoridades libanesas para investigações ou inspeções mais detalhadas.

Cerimônia de incorporação

Em reconhecimento à participação brasileira, a capa da edição de dezembro da revista Litani, publicada pela própria Unifil, traz uma imagem da fragata F-45 União, com sua tripulação formada no convés. O registro foi realizado durante a cerimônia de incorporação da unidade à Força-Tarefa Marítima, realizada no porto de Beirute em 14 de novembro último.

Presidido pelo comandante da FTM, contra-almirante Luiz Henrique Caroli, o evento contou com a presença do embaixador do Brasil em Beirute, Paulo Roberto Campos Tarrisse da Fontoura, acompanhado de diplomatas e funcionários da Embaixada do Brasil.

A Litani é uma publicação mensal de fotos e pequenos artigos que tem como propósito divulgar as atividades e eventos realizados pelos contingentes dos 35 países que compõem os destacamentos terrestre e marítimo da Unifil. O rio Litani, localizado junto à fronteira com Israel, deu nome à revista, editada para o público interno da missão.

Modificações

Antes de partir, a fragata recebeu algumas modificações para se adequar às novas funções. Para comandar a força-tarefa, ela recebeu dois sistemas de comunicação de dados, um operando na Banda X e outro na Banda Ku, e dois sistemas de comunicação por satélite.

Uma lancha inflável de casco rígido substituiu a baleeira de bombordo, para permitir a abordagem de navios suspeitos.

Quatro metralhadoras de calibre 12,7 mm foram distribuídas nos bordos para complementar o armamento da fragata, formado por um canhão de 4,5 polegadas, dois canhões antiaéreos de 40 mm, mísseis antinavio e antiaéreos.

Arma não-letal

Nas asas do passadiço foi instalado, em cada bordo, um tripé fixo para sustentar um sistema LRAD (Long Range Acoustic Device - Aparelho Acustico de Longo Alcance). Esta é uma arma não-letal constituída de autofalante direcional de grande potência.

O sistema pode ser usado de duas maneiras distintas: para mandar mensagens audíveis para pessoas localizadas até 3 mil metros de distância e que, por alguma razão, não respondam aos contatos por rádio; ou para causar desconforto por meio de fortes ondas sonoras dirigidas a tripulantes de embarcações que se aproximem da União sem autorização.

Fotos: Marinha do Brasil
Ministério da Defesa

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Índia apresentará novo míssil balístico


Na parada no Dia da República, que terá lugar em 26 de janeiro na capital indiana, o público poderá ver pela primeira vez o novo míssil balístico Agni-4, que passou por testes com êxito em novembro de 2011.
O grupo de mísseis Agni é a base dos arsenais indianos de defesa nuclear e inclui os mísseis balísticos Agni-1 (com alcance de 700-1200 km), Agni-2 (com alcance de 2000-2500 km), Agni-3 (com alcance de 3500-5000 km) e Agni-4 (com alcance de 3200-3700 km).
Além disso, para fevereiro de 2012 está planejado o primeiro teste do novo míssil balístico intercontinental indiano Agni-5 e, se tudo decorrer bem, a Índia, como a Rússia, os EUA e a China terá em sua disposição os meios de mísseis intercontinentais de transporte das armas nucleares.

China atacará a Índia em julho de 2012


O coronel aposentado do exército indiano, Anil Athale, publicou um artigo que prevê o início da invasão chinesa na Índia em Junho-Julho de 2012. No entanto, esta visão sobre o futuro das relações Indo-Chineses é bastante comum entre os analistas indianos no últimos anos.
Muitos têm advertido da inevitabilidade da invasão chinesa. O objetivo mais atraente, na opinião dos especialistas, é ocupar territórios do Noroeste da Índia. Neste caso não se trata de uma guerra total, mas antes de um ataque curto e feroz.
A base do suposto conflito é a concorrência feroz entre os dois gigantes asiáticos por recursos naturais. A China não pretende ceder o título de “oficina do mundo” à Índia, onde começou o processo de industrialização.
O mito de que as duas economias vão se complementar de alguma forma é falso. Além disso, a estreita aliança da Índia com os Estados Unidos e com as potências ocidentais pode levar a um avanço tecnológico de tal nível, com o qual dentro de alguns anos os chineses não conseguirão lidar.
Nos últimos anos, o exército indiano levou a cabo vários exercícios com objetivo de se preparar para repelir a invasão chinesa no Himalaia. Os militares, no entanto, não estão esperando um ataque antes de 2017. Chamam a atual onda de especulações de guerra de informação com a China, que está tentando colocar a Índia de joelhos sem usar força militar.