terça-feira, 24 de janeiro de 2012

EUA podem ter derrubado sonda russa que iria a Marte


Tudo começou com alegações de sabotagem, feitas por Vladimir Popovkin, presidente da agência espacial russa.
"As falhas frequentes de nossos lançamentos espaciais, que ocorrem em um momento quando eles estão voando sobre uma parte da Terra que não é visível da Rússia, onde nós não podemos ver as espaçonaves e não recebemos informações da telemetria, não estão claras para nós," afirmou ele.
"Nós não queremos acusar ninguém, mas já existem dispositivos muito poderosos capazes de influenciar as espaçonaves. A possibilidade de que eles tenham sido usados não pode ser descartada," completou.
Radar culpado
A até então bizarra sugestão de que os EUA teriam danificado a sonda espacial russa Phobos-Grunt, provocando seu mau funcionamento e sua queda, agora se transformou em uma alegação um pouco menos estranha.
Um jornal russo informou que um radar de uma base militar dos EUA pode ter acidentalmente danificado a sonda, levando à sua perda.
A nave, lançada em 9 de novembro com o objetivo de buscar amostras de solo da superfície da maior lua de Marte, Fobos, misteriosamente não conseguiu disparar o último estágio do seu foguete, ficando encalhada na órbita da Terra até sua reentrada na atmosfera, no domingo.
Mas quão plausível é a sugestão de que um radar seja o culpado pelo fracasso da sonda?
Qual é a acusação?
Nesta terça-feira, o jornal russo Kommersant citou uma fonte não identificada que afirmou que estão sendo realizados testes na Rússia para determinar se feixes de radar emitidos a partir de uma base militar dos EUA poderiam ter causado uma falha no sistema de energia da Phobos-Grunt, o que impediu seus motores de disparar.
Quais feixes de radar?
A fonte não identificada aponta o dedo para a estação de radar militar dos Estados Unidos no atol de Kwajalein, nas Ilhas Marshall, no Pacífico.
No momento do mau funcionamento da Phobos-Grunt, a fonte diz que a estação estava usando o seu radar para refletir sinais de asteroides, uma técnica padrão para produzir imagens de asteroides e medir suas distâncias.
Assim, qualquer dano infligido pelos EUA à Phobos-Grunt pode ter sido acidental, e não sabotagem, como havia sido sugerido anteriormente por Popovkin.
É possível que um radar danifique uma nave como a Phobos-Grunt?
De acordo com Boris Smeds, um ex-engenheiro de rádio da ESA (Agência Espacial Europeia), é altamente improvável.
Comunicações no espaço profundo, como as que se esperaria que a Phobos-Grunt usasse, usam frequências diferentes das frequências dos radares de observação do espaço, e receptores de naves espaciais são construídos para filtrar frequências indesejadas.
É apenas concebível que um receptor de rádio com filtros ruins na Phobos-Grunt tenha sido danificado por um feixe de radar da base militar dos EUA, mas é difícil imaginar como o dano poderia afetar o sistema de energia da nave.
Outras possibilidades para a culpa ser do radar
Smeds admite que um feixe de radar poderia interferir com a recepção de rádio, deixando uma nave espacial temporariamente "surda".
Ainda assim, o disparo do estágio superior da Phobos-Grunt deveria ser automático, pré-programado na nave espacial antes do lançamento, não dependendo da recepção de um sinal de rádio.
Será que algum dia vamos saber o que aconteceu com a Phobos-Grunt?
Yuri Koptev, presidente do conselho científico e técnico da Russian Technologies State Corporation e um ex-chefe da agência espacial russa, está presidindo uma investigação sobre a falha.
Os resultados deverão ser divulgados em 26 de Janeiro, e deverão ser submetidos a um pesado escrutínio.
A questão tornou-se politicamente tensa quando o presidente russo, Dmitry Medvedev, disse aos jornalistas no final de novembro que encargos financeiros, disciplinares, ou mesmo medidas criminais, poderiam ser usados para punir os responsáveis pelos fracassos recentes da Rússia no espaço.
Onde caiu?
Enquanto isso, as equipes de monitoramento ainda estão trabalhando para descobrir se a Phobos-Grunt atingiu a superfície, e se sim, onde.
As previsões iniciais da agência espacial russa afirmavam que a sonda cairia no Atlântico, a meio caminho entre o Brasil e a Europa.
Mas a reentrada deu-se mais de mil quilômetros a oeste do Chile, o que significa que destroços podem ter atingido qualquer ponto ao longo da América do Sul. 

Inovação Tecnológica 

AMX da FAB armado em voo de prova

Segurança Nacional   Da  Agradecimento Ha  RUBENS BARBOSA FILHO LEITOR E COLABORADOR DO  Blog Forças de Defesa, FOTO DO AMX ARMADO E  DE AUTORIA DE RUBENS BARBOSA FILHO  "capa" do blog segurança nacional 

Raupp assume hoje ministério


Ministro tem como primeira missão definir novos diretores de AEB e Inpe; sindicato cobra reposição de pesquisadores
Arthur Costa
São José dos Campos/abr

Ex-diretor do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e do Parque Tecnológico de São José dos Campos, Marco Antônio Raupp toma posse hoje como novo ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação.
A cerimônia está programada para começar às 11h. Às 15h, ele recebe o cargo de Aloizio Mercadante (PT), que assume a pasta de Educação no lugar de Fernando Haddad (PT), que deixa o governo para se dedicar à sua candidatura à Prefeitura de São Paulo.
Uma das primeiras medidas de Raupp como ministro deve ser indicar seu sucessor na presidência da AEB (Agência Espacial Brasileira), cargo que o físico ocupava desde março de 2011.
A expectativa é que o diretor de Satélites, Aplicações e Desenvolvimento da AEB, Thyrso Villela Neto, assuma interinamente a agência --ele tem sido o substituto eventual de Raupp.
“O professor Thyrso tem uma respeitabilidade muito grande dentro da comunidade científica, com bons trabalhos publicados. Só não tem aquele traquejo político”, disse o presidente do SindCT (Sindicato Nacional dos Servidores Públicos Federais na Área de Ciência e Tecnologia do Setor Aeroespacial), Ivanil Elisário Barbosa.

Experiência. Além do cargo que ocupa na AEB, Thyrso é pesquisador titular da Divisão de Astrofísica do Inpe. Ele trabalhou no Laboratório de Ciências Espaciais da Universidade da Califórnia, em Berkeley (EUA) e foi presidente da Sociedade Astronômica Brasileira entre 2000 e 2002.

Escolha. A comunidade científica também aguarda o anúncio por Raupp sobre quem será o novo diretor do Inpe.
Depois de analisar uma lista com três candidatos, o então ministro Mercadante disse, na semana passada, durante visita ao Cemaden (Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), em Cachoeira Paulista, que a decisão sobre o novo diretor da instituição já estava tomada.
O presidente do SindCt não acredita que a mudança de comando no ministério altere a decisão. “Raupp participou da decisão (de Mercadante) por estar prestigiado dentro do ministério, prova disto é sua indicação. Não acredito que seu pensamento seja diferente”, afirmou Barbosa.
O VALE apurou que a lista com os três possíveis nomes à direção do Inpe seria formada por Petrônio Noronha de Souza, Márcio Quintino da Silva e Leonel Fernando Perondi.
Petrônio Noronha é o atual chefe do LIT (Laboratório de Integração e Testes). Perondi já foi diretor-substituto entre 2000 e 2005 e Quirino foi coordenador do Programa de Satélites do Inpe.

Desafios. À frente do MCTI, Raupp tentará resolver problemas conhecidos nas instituições de pesquisa. O principal deles, aponta o SindCT, é o déficit de profissionais no Inpe e no DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial), de 1.600 pessoas.
“Daqui a três anos, o número de profissionais nas duas instituições será um terço do que é hoje. Aqueles que estão prestes a se aposentar precisam transmitir conhecimento para os mais novos”, afirmou Barbosa.

FUTURO
2012 pode definir sucesso de projetos
Raupp assume o MCTI em momento decisivo para projetos considerados prioritários no setor. Este ano, o Inpe terá que lançar o Cbers-3, quarto satélite sino-brasileiro, que deveria ter entrado em órbita em 2007. Caso o prazo não seja cumprido, o governo chinês --que já pressionou o Inpe-- pode cancelar a parceria com o Inpe, instituto que gerencia o projeto.


SAIBA MAIS
PosseÀs 15h, Marco Antônio Raupp recebe cargo de ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação de Aloizio Mercadante, que assume então a pasta de Educação às 17h

AEBCargo até agora ocupado por Raupp poderá ser entregue interinamente ao atual diretor de Satélites, Aplicações e Desenvolvimento da AEB, Thyrso Villela Neto

Currículo
Thyrso é pesquisador da Divisão de Astrofísica do Inpe, trabalhou no laboratório de Ciências Espaciais da Universidade da Califórnia, em Berkeley (EUA) e foi presidente da Sociedade Astronômica Brasileira entre 2000 e2002 

INPE

Uma das primeiras medidas de Raupp será o anúncio do novo diretor do Inpe, definida desde a última semana

Militares do Exército Brasileiro testam nos Pelotões Especiais de Fronteira da Amazônia o novo fuzil fabricado pela Imbel


Mais leve e potente, novo armamento já é testado pelos militares;
objetivo é facilitar operações e melhorar a vigilância


Militares do Exército Brasileiro testam nos Pelotões Especiais de Fronteira da Amazônia o novo fuzil fabricado pela Imbel (Indústria de Material Bélico do Brasil), que tem unidade em Piquete.
Batizado de IA2, o fuzil de calibre 5,56 mm irá equipar as Forças Armadas e as forças de segurança pública.
A intenção é substituir os fuzis FAL (Fuzil Automático Leve) de 7,62 mm, também fabricados pela Imbel, usados pelos militares há 30 anos. O VALE conheceu o novo armamento no Pelotão Especial de Fronteira de Normandia, em Roraima.
Melhor. Segundo o sargento Eriberto Teixeira da Silva, 38 anos, a arma pesa metade do FAL, tem maior capacidade de tiro e carrega mais munição, além de tornar mais difícil qualquer tipo de incidente.
“A arma tem várias características que auxiliam o combatente. A utilização dela é melhor para o ambiente hostil da selva na comparação com o FAL”, disse o militar.
Enquanto o FAL leva 20 munições no carregador, o IA2 é capaz de guardar 30 balas, menores que aquelas usadas no fuzil mais antigo. A nova munição tem sido utilizada pelas principais Forças Armadas.
Custos. A fabricação do novo fuzil será feita na unidade da Imbel em Itajubá (MG), com capacidade para produzir 20 mil armas por ano.
Os custos de fabricação, manutenção e treinamento são reduzidos em razão de a maioria das peças ser similar às do fuzil FAL.
Desenvolvimento. Segundo Haroldo Leite Ribeiro, diretor de Mercado da Imbel, e Paulo Roberto Costa, chefe da Fábrica de Itajubá, o IA2 é um aprimoramento do fuzil MD97 por causa das novas necessidades operacionais das forças de defesa e de segurança.
A nova arma foi apresentada oficialmente na LAAD (Feira Latino-Americana de Defesa e Segurança), no Rio de Janeiro, em abril deste ano.
Antes de ser entregue para testes pelo Exército Brasileiro, disseram os executivos da Imbel, o fuzil foi testado na fábrica de Itajubá.
“Os protótipos dos fuzis foram entregues ao Exército em junho e já concluíram a avaliação técnica, estando em fase final da avaliação operacional, a qual acontece nos diversos ambientes operacionais do país, inclusive na selva”, afirmou Costa.
O armamento precisa de autorização do Exército para ser fabricado e comercializado. “Tão logo haja a certificação do fuzil, a Imbel iniciará a sua produção”, disse Ribeiro.
Segundo os executivos, o fuzil IA2 foi concebido para utilização em locais onde exige-se precisão nos tiros em curta e média distâncias, como na selva e nas zonas urbanas, facilidade na portabilidade e menor peso. “Essas são as características mais importantes do armamento”, completou Costa.
O sargento Fagner Henrique de Morais (esq.) segura o velho FAL, enquanto o sargento Eriberto Teixeira da Silva empunha o novíssimo IA2, ainda em fase de testes na selva
Detalhe da munição 7.62 mm do FAL (esq.) e a 5.56 mm do IA2

Rússia pretende enviar homem à Lua


A Rússia planeja enviar o homem à Lua depois de várias missões não tripuladas ao satélite natural da Terra, declarou nesta terça-feira o diretor-geral do consórcio aeroespacial Lavochkin, Victor Khartov.
"Existe no mundo um renascimento do interesse pela Lua. A Rússia também tem projetos neste sentido. Foram eleitos os locais para a aterrissagem das duas primeiras missões, os polos norte e sul do satélite", disse Khartov, citado pela agência "Interfax".As duas primeiras missões não tripuladas - Luna Resurs e Luna Glob - são a repetição dos passos que já foram dados no passado, nos tempos da então União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, mas as experiências adquiridas se perderam e devem ser recuperadas, explicou o construtor-geral do consórcio.
O projeto "Lunas-Resurs" será executado em conjunto com a Índia, que irá fornecer à missão o foguete portador e o veículo lunar que será depositado na superfície da Lua por um módulo de descenso fabricado pela Rússia.
Feito exclusivamente pelos russos, o "Luna-Glob", prevê o lançamento e aterrissagem de um aparelho que uma vez no terreno irá recolher amostras de pó lunar, da mesma forma que a terceira missão, "Luna-Grunt", que ao contrário de sua antecessora "irá trazer amostras de terra lunar de maneira seletiva", de acordo com o cientista russo.
Assim que todas as missões não tripuladas forem concluídas, a indústria aeroespacial russa dará início aos preparativos para enviar uma nave tripulada ao satélite.
"Para isso, primeiro deve ser preparada a infraestrutura. O tempo das visitas passou", disse Khartov em alusão à missão americana de 1969, acrescentando que "é preciso se apressar e completar as funções concretas".

Cargueiro russo se desacopla da estação espacial


Efe
 O cargueiro russo Progress M-13M se desacoplou com êxito da Estação Espacial Internacional, informou o Centro de Controle de Voos Espaciais da Rússia.

A nave de carga, que estava acoplada ao segmento russo da estação, se separou da plataforma orbital às 02:10, horário de Moscou (22:10 GMT).

Antes de mergulhar nas águas do Pacífico, o cargueiro colocará em órbita um micro-satélite de investigação científica, o Chibis-m, destinado ao estudo de tempestades em diversos espectros de emissões eletromagnéticas.

Para lançar o satélite, que pesa 40 quilos, a nave deverá elevar a altitude de sua órbita até 500 quilômetros, manobra que não oferece riscos à plataforma espacial.

A tripulação atual da estação está composta por seis astronautas: os russos Oleg Kononenko, Antón Shkaplerov e Anatoli Ivanishin, os americanos Donald Pettit e Daniel Burbank e o holandês André Kuipers, da Agência Espacial Europeia.

Sol lança tempestade geomagnética sobre a Terra nesta terça-feira


REUTERS
A tempestade geomagnética mais forte em mais de seis anos deve atingir a Terra na terça-feira, e pode afetar as rotas aéreas, redes de energia e satélites, disse o Centro de Previsão Meteorológica Espacial dos Estados Unidos.
A ejeção de massa coronal - uma grande parte da atmosfera do Sol - foi lançada em direção à Terra no domingo, conduzindo partículas solares energizadas a cerca de 2.000 quilômetros por segundo, cerca de cinco vezes mais rápido do que costumam viajar as partículas solares, disse Terry Onsager, do Centro.
"Quando nos atingir será como um grande aríete que empurra o campo magnético da Terra", disse Onsager, de Boulder, no Colorado. "Essa energia faz com que o campo magnético da Terra flutue".
Essa energia também pode interferir em comunicações de alta frequência de rádio, usadas pelas empresas aéreas para navegar próximo ao Polo Norte em voos entre a América do Norte, Europa e Ásia, portanto algumas rotas podem ser mudadas, disse Onsager.
Também pode afetar redes de energia e operações por satélite, disse o Centro em um comunicado. Astronautas a bordo da Estação Espacial Internacional podem ser aconselhados a buscar abrigo em partes específicas da aeronave para evitar uma dose solar reforçada de radiação, disse Onsager.
O Centro de Meteorologia Espacial disse que a intensidade da tempestade geomagnética seria provavelmente moderada ou forte, nos níveis dois e três de uma escala de cinco níveis, sendo o cinco o mais extremo.
(Por Deborah Zabarenko)