sábado, 14 de janeiro de 2012

Marinha russa continua exercícios no Mediterrânio


Depois de entrar no porto sírio de Tartus, navios da Marinha russa continuam exercícios da luta anti-submarina e anti-aérea. Os pilotos aperfeiçoam seus hábitos de combate no ar. Os caças Su-33 já fizeram 13 voos e helicópteros a bordo – três voos.
O porta-aviões Admiral Kuznetsov está reabastecendo aprovisionamento e água dos navios auxiliares, e no futuro próximo os navios russos vão continuar a sua navegação no Mar Mediterrânio.

Submarino Ekaternburgo voltará a entrar em serviço no verão de 2014


O submarino atômico Ekaterinburgo, danificado em resultado do incêndio, poderá voltar ao serviço no verão de 2014, anunciou hoje o vice-primeiro-ministro, Dmitri Rogozin, que exerce a tutela do ramo militar-industrial.
Como informamos, o incêndio tinha afetado, sobretudo, a primeira secção na qual se encontra a antena do sistema hidro-acústico, responsável pela navegação, a identificação de alvos e o guiamento de torpedos. As obras de reparação terão início em junho de 2012.
Lembre-se que o incêndio que deflagrou a bordo do submersível a 29 de dezembro, causou ferimentos em nove operários dos estaleiros navais de Murmansk, no norte da parte européia da Rússia.     

Quem é o autor da informação sobre um teste nuclear no Irã?


O presidente do parlamento iraniano Ali Larijani declarou durante a sua visita à Turquia que o Irã está pronto a encetar conversações sérias com o sexteto internacional de intermediários a respeito do seu programa nuclear. Ressaltou na ocasião que o programa nuclear do Irã tem um caráter exclusivamente pacífico. No entanto, o portal de analistas militares de Israel DEBKA afirma que o Irã pretende realizar o seu primeiro teste nuclear.
É difícil de avaliar, o quanto é verídica esta informação, pois mesmo uma carga nuclear pequena requer o urânio militar enriquecido ao nível de 90%. Por enquanto, o Irã é tecnologicamente incapaz de produzir este urânio. Aliás, teoricamente o urânio militar podia entrar no país por alguma outra via, explica Petr Topichkanov, pesquisador do Instituto de Economia Internacional e de Relações Internacionais junto da Academia de Ciências.
O Irã podia obter a quantidade de urânio, suficiente para uma explosão, na década de 90 do século passado ou em princípios dos anos 2000 através de redes internacionais ilegais de comércio em matériais e tecnologias nucleares. Uma das redes tem o nome do cientista paquistanês Abdul Kadir Han – o contrabando podia vir do Paquistão.
Ao mesmo tempo vale a pena recordar que o Irã – ao contrario de Israel e do Paquistão – tinha assinado o Tratado sobre a proibição geral de testes nucleares e declara-se coerentemente seguidor rigoroso do regime de não proliferação nuclear. Portanto, se Teerã intentar uma ação tão estrondosa, tem que sair de antemão do regime de respectivos acordos internacionais. Mas existe também uma outra variante, – afirma Petr Topichkanov. – O Irão pode não fazer isso mas realizar um teste às ocultas, explicando que se trata de uma explosão pacífica, efetuada para fins científicos. Ou realizar a explosão no território de um terceiro Estado, por exemplo, Paquistão ou República Popular Democrática da Coréia.
Quanto a Israel, os EUA e o Ocidente, o mais provável que a sua reação seja extremamente rígida – a ponto de infligir um golpe militar contra o Irã. Evgueni Satanovski, presidente do Instituto de estudo do Próximo Oriente e de Israel é da outra opinião:
Depois do teste nuclear, um ataque militar contra o Irã perde o sentido – neste caso ele obterá uma indulgência. Da mesma maneira como a obteve a Coréia do Norte, com a qual ninguém mexe precisamente porque este país possui uma ou duas – não se sabe – bombas nucleares. Mas Kadhafi que tinha renunciado ao programa nuclear, não sobreviveu. Saddam que não teve tempo para levar a cabo este programa, foi enforcado. A lição é simples: quem possui a arma nuclear, pode sobreviver, quem não a possui, não tem a única chance.
Quanto à publicação de analistas militares de Israel, esta pode ser umlance informativo do próprio Irã que tem realizado no quadro de certas combinações engenhosas uma campanha de atemorização de Israel e do Ocidente. Adverte desta maneira que tem tudo pronto para a explosão e não vale a pena chantageá-lo – ele está prestes a se tornar uma potência nuclear, reputa Evgueni Satanovski.
É impossível verificar a informação do portal israelita sobre a preparação de um teste nuclear. Normalmente, semelhantes informações são acessíveis somente ao pessoal dos sérvios de inteligência. Neste caso se trata de uma fuga de informação propositada no quadro da guerra de informações e de nervos em torno do Irã, afirmam os analistas da Voz da Rússia.

Pelo menos três pessoas morreram em naufrágio no Mediterrâneo

Ao  menos três pessoas morreram e dezenas ficaram feridas no naufrágio de um navio que levava mais de 4.000 passageiros na noite desta sexta-feira, 13, na costa da Itália, segundo informações das agências de notícias. O incidente aconteceu nas proximidades da ilha italiana de Giglio, em águas da região da Toscana, informaram diversos meios da imprensa italiana. Mas, segundo a imprensa local, o número de mortos pode chegar a oito.
Ao menos 46 brasileiros estavam a bordo, informou na manhã deste sábado, 14, a companhia dona da embarcação, a Costa Cruzeiros. O Itamaraty também confirmou a presença de brasileiros. A assessoria de imprensa do Ministério das Relações Exteriores relatou que alguns turistas resgatados entraram em contato com o consulado brasileiro em Milão, mas não há, até agora, nenhuma informação sobre feridos ou desaparecidos no acidente. Segundo o Itamaraty, caso um cidadão fosse vítima, o procedimento normal seria que autoridades italianas contatassem o governo brasileiro para informar sobre o caso, o que não ocorreu.

O "Costa Concordia" se dirigia do porto de Civitavecchia ao nortista de Savona, ambos na Itália.
O cruzeiro de luxo levava 4.200 pessoas segundo a operadora Costa Cruises, sendo 3.200 passageiros e 1 mil tripulantes, e encalhou perto da Toscana. Não há ainda informações sobre a causa do acidente.
Cenas do Titanic foram revividas a bordo do navio. A embarcação fazia um cruzeiro pelo Mediterrâneo, que saiu da cidade costeira italiana de Savona, com escalas previstas em Civitavecchia, Palermo, Cagliari, Palma de Mallorca, Barcelona e Marsella, segundo nota da companhia de navegação. A bordo viajavam cerca de mil passageiros de nacionalidade italiana, outros 500 alemães e cerca de 160 franceses, além de cerca de mil pessoas da tripulação e passageiros de outras nacionalidades.
Duas horas após zarpar de Civitavecchia, às 21h30 (hora local), quando o barco estava nas cercanias da ilha de Giglio e a maioria dos passageiros jantava, a luz foi cortada e se sentiu um golpe e um grande estrondo, relataram depois os náufragos à imprensa italiana. Apesar de os passageiros terem sido avisados pelo capitão de que se tratava de um problema elétrico, eles perceberam que o navio estava inclinando e pouco depois foram convidados a vestir seus coletes salva-vidas e a se dirigir às lanchas de emergência. A ilha de Giglio é pequena demais para hospedar todos e a empresa responsável pelo navio iniciou um plano para transportá-los ao elegante porto de Santo Stefano.
 A companhia Costa Crociere, proprietária do navio Costa Concordi, afirmou que ainda "não é possível definir a causa do problema ocorrido". (Com ifnformações da Efe)


Lanchas do Irã provocam navios dos EUA no Estreito de Ormuz


Lanchas de bandeira iraniana se aproximaram de um navio militar americano e outro da Guarda Costeira dos Estados Unidos "com um comportamento provocativo" no Estreito de Ormuz no início deste mês, informou nesta sexta-feira a emissora CNN.
O USS New Orleans, um navio anfíbio de transporte que navegava pelo Estreito de Ormuz na sexta-feira da semana passada, foi rodeado por três lanchas da Marinha iraniana até se situar a menos de 500 m da embarcação.
Os iranianos não responderam aos sinais de bandeira nem às advertências de rádio do New Orleans, e a falta de resposta significa o desprezo dos protocolos marítimos, disse um militar americano à CNN, que transmitiu imagens do incidente fornecidas pela Marinha.
O porta-voz do Pentágono, John Kirby, usou sua conta no Twitter nesta sexta-feira para dizer que "as interações entre Estados Unidos e os navios da Guarda Revolucionária Iraniana são rotina", e acrescentou que "a postura do Irã é previsível e nossa vigilância, constante".
No mesmo dia, uma unidade da Guarda Costeira americana foi provocada por um navio e outras pequenas embarcações da Marinha iraniana a 120 km da cidade do Kuwait.
Segundo o militar americano, o pessoal iraniano a bordo das lanchas parecia portar fuzis AK-47 e pelo menos uma câmera de vídeo. Passado um tempo, a comunicação com o navio iraniano foi restabelecida e as embarcações menores foram se afastando.
Embora a Marinha dos EUA tenha abordagens rotineiras com forças navais iranianas há anos, os militares dizem observar uma ação mais agressiva nas últimas semanas por parte das embarcações da República Islâmica.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Sétimo destacamento de navios russos chegou ao golfo de Áden


O sétimo destacamento de navios da Frota do Pacífico da Rússia, liderado pelo navio anti-submarino grande Admiral Tributs, chegou ao golfo de Áden. Mais de uma metade dos marinheiros, que fazem parte da tripulação do grupo naval, já têm experiência em manter a segurança de navegação nessa região de atividade intensa de piratas somalis.
O sexto destacamento tem controlado a região no decorrer de cerca de 4 meses. No total, durante a sua participação na missão naval militar internacional no golfo de Áden, a Frota do Pacífico conduziu em caravanas cerca de 130 embarcações de comércio de vários países.

EUA enviaram aviões no Mar da Arábia


O grupo aeronaval da Marinha dos EUA, liderado pelo porta-aviões nuclear Carl Vinson, entrou no Oceano Índico e dirige-se ao Mar Arábico, informou o Comando Central das Forças Armadas dos EUA.
O grupo aeronaval vai fornecer apoio aéreo às tropas da OTAN no Afeganistão, vai participar em exercícios e operações conjuntos com aliados e parceiros regionais, diz o comunicado. Além disso, o grupo aeronaval, constituído por um porta-aviões com 90 aviões e helicópteros a bordo, pelo cruzador de mísseis Banker Hill e pelo destróier antimísseis Halsey, garantirá a segurança da navegação na região.
No momento, o grupo naval norte-americano liderado pelo porta-aviõesJohn Stennis já está no Mar da Arábia.

Força Aérea russa receberá novos Yak-130


Força Aérea russa receberá mais de 50 Yak-130, aviões treinadores de combate novos, no âmbito do programa estatal de armas até 2020, informou o porta-voz da Força Aérea.
No final de 2011, o Ministério da Defesa assinou um contrato com a Corporação Unida de Constução Aeronáutica de compra de 55 Yak-130. Esta é uma continuação de um programa de escala de substituir a frota de aviões de treinamento da Força Aérea constituida de aviões treinadores L-39 da produção tcheca, com Yak-130 russo.
O Yak-130 é um jato de dois assentos da nova geração destinado à educação e formação de pessoal de voo, bem como para o uso operacional em condições climáticas adversas e simples, para alvos aéreos e terrestres.

Israel fornece armas no valor de 1 bilhão a um país asiático


O consórcio Indústria Israelita firmou com um país asiático um contato no valor de 1 bilhão de dólares visando o fornecimento de aviões não tripulados, informa a Rádio de Israel. O nome de um país asiático não foi tornado público, embora a revista econômicaGlobs tenha apontado para o facto de conversações intensivas com a Índia.
Curioso referir ainda que as informações sobre a assinatura do contrato coincidiu com a visita do chefe da diplomacia indiana que chegou a Israel a fim de participar numa série de eventos alusivos ao 20o aniversario do estabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países.

Israel prepara-se para um ataque de míssil em massa



Foto: EPA




Israel pode sofrer uma série de ataques de míssil verdadeiramente duradoura e doentia. Por todo o território do país cada dia ao longo de dois meses podem explodir até a 300 mísseis israelenses Shabab-3 e mísseis sírios Scud C. Como informa o jornal  Jerusalem Post, a situação foi avaliada assim pelo comando supremo do Exército de Israel.
Pela primeira vez os militares dizem que a capital do país Jerusalém também arrisca a ser alvo de mísseis. Anteriormente, considerava-se que a existência de um número significativo da população árabe e  monumentos sagrados muçulmanos ia salvar a cidade contra ataques de mísseis.
Israel espera conseguir ter criado e instalado antes do início do conflito potencial um número suficiente de baterias de defesa antimíssil em volta das grandes cidades. Contudo, isso não irá acontecer antes do fim do ano 2013 e os sistemas de defesa antimíssil existentes não garantem uma defesa completa em caso de um ataque de míssil em massa.

Sistemas de mísseis antiaéreos C-400 entram em serviço em abril na região de Kaliningrado


Os complexos de mísseis antiaéreos C-400 entra em serviço em abril de 2012 na região de Kaliningrado, revelou hoje o comandante em chefe da Esquadra do Báltico, Viktor Tchirkov.
Nesta fase, acrescentou, estão a ser preparados os terrenos, devendo o sistema C-400 ser instalado na parte central da região para poder protegê-la pelo perímetro.
Cumpre acentuar que a medida referida se efetua de acordo com o programa nacional de modernização de armamentos. O complexo de mísseis C-400 irá substituir os sistemas antigos C-200.

Estação espacial corrigirá órbita para desviar de lixo espacial


Efe
 A Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) corrigirá sua órbita às 14h10 (horário de Brasília) desta sexta-feira , 13, para evitar a colisão com um fragmento do satélite americano Iridium-33, antecipou o Centro de Controle de Voos Espaciais (CCVE) russo."A correção da órbita será realizada com os propulsores do módulo de serviço Zvezda, que funcionarão durante 54 segundos e aumentarão a velocidade da estação em 0,85 metros por segundo. Como resultado, a altura média da estação será elevada em 1,5 quilômetros", explicou o CCVE em uma nota à imprensa.
A manobra desta sexta-feira para desviar do lixo espacial permitirá que a ISS não tenha que corrigir sua órbita no dia 18 de janeiro, como estava previsto inicialmente.
Os destroços do satélite americano Iridium-33 se esparramaram pela órbita terrestre em 10 de fevereiro de 2009, depois que se chocou com o já abandonado satélite militar russo Kosmos-2251, o que fez com que ambos os aparatos se partissem em mais de mil fragmentos, segundo a Nasa.
A tripulação atual da ISS é composta por seis astronautas: os russos Oleg Kononenko, Anton Shkaplerov e Anatoli Ivanishin; os americanos Donald Pettit e Daniel Burbank, e o holandês André Kuipers, da Agência Espacial Europeia. 

Russo encontra rifles Kalashnikov em caixas de madeira


AE - Agência Estado
Um aldeão russo descobriu um arsenal de armas e munições após comprar caixotes de madeira para vender como lenha. A agência de notícias ITAR-Tass informou nesta sexta-feira que o motorista de caminhão decidiu ganhar um dinheiro extra vendendo as caixas que ele transportava de uma fábrica de armas nos Montes Urais para um aterro sanitário nas proximidades. Mal sabia ele que as caixas continham 79 rifles Kalashnikov, peças de reposição e mais de 250 caixas de munição.
A mídia disse que o aldeão entregou o arsenal para a polícia local, que afirmou checar se a fábrica Izhmash, que constrói Kalashnikovs e outras armas, está de acordo com os padrões de segurança. A ITAR-Tass informou que uma investigação preliminar descobriu que os rifles foram enviados pelo Ministério da Defesa para Izhmash a fim de serem reciclados ou eliminados. As informações são da Dow Jones. 

Coreia do Norte testa três mísseis na costa leste


Agência Estado
SEUL - A Coreia do Norte testou três mísseis de curto alcance em sua costa leste esta semana em um, aparentemente, exercício de rotina, disse uma autoridade sul-coreana nesta sexta-feira. Pyongyang lançou, na quarta-feira, o que pareciam ser mísseis KN-02, com alcance de 120 quilômetros, no mar do Japão (mar do leste), afirmou a autoridade do Ministério da Defesa sob condição de anonimato.
A Coreia do Norte com frequência conduz tais testes de curto alcance, mas às vezes esses exercícios coincidem com períodos de tensão.
O país também testou dois mísseis de curto alcance em sua costa leste no dia 19 de dezembro, o mesmo dia em que anunciou a morte do líder Kim Jong-il. O filho de Kim, Jong-un, foi proclamado líder supremo e foi oficialmente nomeado comandante do exército de 1,2 milhão de militares. As informações são da Dow Jones.

Bope troca a mística farda preta por camuflada em operações diurnas

O Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) vai trocar sua tradicional farda preta, nas operações diurnas, por um moderno camuflado digitalizado verde. A mudança deve ocorrer já em 2012.Nova farda do Bope deve ser adotada em 2012
O padrão escolhido para ser o principal uniforme da tropa de elite da Polícia Militar do Rio é o camuflado digital de florestas, usado pelos fuzileiros navais dos Estados Unidos. É considerado o mais adequado ao perfil “multitarefas” da unidade, que atua tanto nas matas próximas a favelas como no ambiente urbano.
O uniforme preto, porém, não vai ser abandonado. Continuará a ser empregado pelo Grupo de Resgate e Retomada de Reféns (GRR) e pela tropa, em operações à noite.
A substituição da farda que celebrizou o Bope vinha sendo estudada desde 2007, por motivos de segurança e de saúde dos policiais. A roupa escura, embora faça parte da mística dos “homens de preto”, paradoxalmente põe em risco a vida dos “caveiras” – como são conhecidos os “cursados” em operações especiais.
A farda negra é facilmente identificável à distância durante o dia, pelo contraste da cor com o ambiente, e até à noite, quando “faz silhueta”, expondo os PMs. Outro ponto negativo que foi levado em consideração é que a camisa e as calças pretas acumulam muito calor, sob o forte sol fluminense. Frequentemente provocam desidratação e intermação (elevação da temperatura do corpo pelo calor excessivo), com mal-estar e desmaios aos soldados.A cor preta contrasta-se facilmente com qualquer cor à exceção dela mesma. O policial fardado de preto pode ser plotado à distância, tornando-se um alvo fácil no ambiente operacional”, afirma estudo do tenente-coronel PM Fábio Souza, para o Curso Superior de Polícia, que ajudou a embasar tecnicamente a decisão. Atualmente comandante do Batalhão de Choque, Fábio é “caveira” do Curso de Operações Especiais (COEsp) de 1996 e integrou o Bope por 13 anos, a maior parte de sua carreira.
No trabalho “Desempenho Operacional do uniforme de Combate Digitalizado nas Áreas de Risco do Rio de Janeiro”, o oficial aponta cientificamente as muitas desvantagens da farda negra em comparação com a camuflada digital.
Experiências práticas de policiais do próprio Bope com diferentes uniformes mostraram que deslocamentos feitos usando o camuflado digital retardam a visualização à distância, tanto a olho nu quanto com o auxílio de lunetas.
Foto: Raphael Gomide Ampliar
Novo uniforme, camuflado, vai substituir o tradicional dos "homens de preto"
O atual chefe do Estado-Maior Operacional, coronel Alberto Pinheiro Neto, estava à frente do Bope em 2007 e já defendia a mudança do uniforme, ao lado do seu subcomandante, Renê Alonso, atual comandante da unidade. No novo cargo, abaixo apenas do comandante-geral, Pinheiro Neto tem mais autonomia para implantar a alteração. “Estamos trabalhando para que seja implementado este ano”, afirmou Pinheiro Neto, ao iG.
“Uniforme preto é totalmente divorciado do contexto operacional”, diz trabalho
Em seu estudo, Fábio é contundente. “A utilização do uniforme de combate digitalizado em operações policiais diurnas é a opção mais recomendável para o ambiente operacional encontrado no Rio de Janeiro, em comparação ao uniforme preto usado atualmente. Os resultados (dos testes) demonstraram que o uniforme preto é totalmente divorciado do contexto operacional a que está submetido. Por outro lado, o uniforme de combate digitalizado atendeu totalmente as expectativas operacionais”, escreveu ele.
Foto: Agência O Globo Ampliar
Homens de preto em ação, na ocupação da Vila Cruzeiro. Uniforme escuro ainda será usado em resgate de reféns e à noite
Nem sempre os soldados do Bope se vestiram da cor preta, só adotada em 1992. Antes – desde sua criação, em 1978, como Nucoe (Núcleo de Operações Especiais) – a farda era azul marinho. A decisão de adotar a farda preta, porém, não foi embasada em nenhum estudo. Foi baseada no uniforme do SAS (Special Air Service), tropa de elite do Exército Britânico, que invadiu a embaixada do Irã em Londres, tomada por terroristas, em 1980. Nesse caso, o uso do fardamento totalmente preto era uma arma psicológica para intimidar o inimigo, dando aos soldados o aspecto de “um ser desumano”, diz o tenente-coronel Fábio, no trabalho.
O oficial, que usou a farda por tantos anos, porém, diz que, além do ambiente operacional completamente diverso daquele no qual se inspirou, o “clima tropical” do Rio é um agravante, conjugado ao peso de equipamento. “No universo das operações policiais diurnas, o uso do uniforme preto se torna um sacrifício extra, com possíveis casos reais de desidratação e intermação. É uma emergência clínica com alto risco de morte”, afirma.
Foto: Raphael Gomide Ampliar
Cabo Ananias achou o uniforme novo confortável
O cabo Ananias, há 11 anos no Bope, lembra-se bem de passar mal dentro do blindado “Caveirão”, durante operação no verão, na Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha. “Estava um inferno, a bala voando, e um calor insuportável, com todo mundo passando mal dentro do blindado, sem poder sair, porque o tiro estava comendo lá fora”, lembra.
Curiosamente, apesar do uso corriqueiro e célebre, até hoje a farda preta do Bope não faz parte dos uniformes oficiais da PM.
Nunes admite que a mudança de cor pode causar estranheza, no primeiro momento, mesmo entre os policiais.
“Vai causar estranheza porque é uma marca, mas o preto não acabou. É uma ferramenta a mais para a qualidade do serviço”, disse. “Quem fez a mística do Bope não foi o uniforme, mas o combatente. E hoje o preto não é mais exclusividade nossa, até segurança do Metrô usa... Tenho de privilegiar a saúde e a qualidade do serviço, dando mais segurança e saúde física ao PM, para ele trabalhar mais tempo e melhor. Vestindo preto, amarelo ou paisano, é o Bope.”
Alta tecnologia no novo uniforme
Foto: Raphael Gomide Ampliar
Major Nunes pesquisa material da farda há um ano. Especificações da camisa em 24 páginas
Para a farda vestir perfeitamente no soldado, o Bope vem estudando a mudança há um ano, e foi contratada a consultoria do Senai/Cetiqt, especializado em uniformes.
A modelagem foi especificada de forma tão detalhada que as especificações das gandolas (camisas) tomam 24 páginas, e as das calças, mais 26. São informações como tipo de costuras, fios e as distâncias entre bolsos, posições dos velcros, por exemplo.
O tecido a ser usado é de alta tecnologia: permite a passagem de ar, para não esquentar demais e tem resistência a fogo. Até o fim de janeiro, chegam ao Bope 60 uniformes de empresa norte-americana – que fornece material a militares dos EUA, Noruega, Itália e Austrália – para teste.
“Não tem prova melhor que a avaliação dos meus policiais, rastejando no chão e arrastando a farda nos becos”, diz o major Nunes, chefe de Logística do Bope.
A tecnologia não impede, porém, a desconfiança dos soldados do própria tropa de elite. “Farda feia para caramba!”, disse um PM. “Vai ser esta a farda?”, perguntou outro, curioso. “Uso a minha, preta, a vida toda. Para que trocar?”, questionou um terceiro.
Foto: Raphael Gomide Ampliar
À 10 metros de distância, o uniforme faz o PM se camuflar no mato
Já há quem fale em uma nova mística, dos “homens de verde”. “É o homem-camaleão?”, ironizou um policial, referindo-se ao cabo Ananias, que usava a roupa. Ananias, porém, aprovou. “É muito confortável, bonita e não é quente”, disse.
Os conjuntos de camisa e calça devem custar ao Bope de R$ 250 a R$ 300. Os cerca de 400 policiais do Bope vão receber dois conjuntos de camisa e calças camufladas e um conjunto de farda preta, também feito com o novo material – no total de 1.200 a 1.500 uniformes.
O orçamento já está reservado, e a licitação acontecerá nos próximos meses.