sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Irã ordena câmeras em cibercafés e controle rígido dos usuários

O Irã planeja novas medidas para conter a liberdade dos usuários em navegar pela internet, incluindo regras que impõem uma vigilância rígida contra os cibercafés do país, em meio à pressão econômica exercida pelo ocidente, informou nesta sexta-feira a versão online do Wall Street Journal.Iraniana acessa a internet em cibercafé de Teerã, capital do Irã (foto de arquivo)
O país persa emitiu uma regulamentação que dá aos cibercafés iranianos 15 dias para instalar câmeras de segurança, coletar informações pessoais detalhadas dos seus usuários, bem como um documento com todo o histórico das páginas visitadas durante a conexão.
Até o momento, os cibercafés têm sido um refúgio não só para os ativistas, como também para outros iranianos que acreditam que a segurança dos computadores de suas casas já está comprometida.
Os usuários afirmaram que mais websites foram bloqueados nessa semana e novas barreiras foram colocadas para impedir o acesso às redes sociais. A conexão no país também apresentou uma piora.
A lentidão da rede, segundo o jornal americano, provavelmente tem ligação com a chegada de uma iniciativa iraniana de preparar uma espécie de "internet doméstica", que irá isolar os seus cidadãos do que eles classificam como ideologia ocidental e cultura anti-islâmica. A mídia estatal alertou que a piora na conexão se deu essa semana devido aos testes dessa intranet.
Um porta-voz da união de empresas de sistemas de computação afirmou que a internet aprovada pelo Estado será estabelecida em poucas semanas.
Esses movimentos representam as mais ousadas tentativas do Irã de controlar o fluxo de informação online - um tema persistente na política de Teerã desde que os ativistas usaram a internet para planejar e documentar protestos em massa contra as eleições supostamente fraudulentas que garantiram um segundo mandato a Mahmud Ahmadinejad em 2009.
A repressão da internet coincide com as eleições parlamentares iranianas, programadas para 2 de março. Partidos políticos reformistas já anunciaram que boicotariam a votação. Enquanto isso, o Irã enfrenta uma profunda pressão econômica.As sanções internacionais, impostas por países do ocidente devido ao controverso programa nuclear do país, provocaram um crescimento constante da inflação e uma queda do valor de sua moeda em 40% ante ao dólar desde dezembro.
As baixas do rial, moeda iraniana, ocorreram em parte pelas ameaças de sanções da União Europeia e a promulgação de outras pelosEstados Unidos contra o Banco Central e o petróleo do país, devido à suspeita de que o país persa produz armamentos nucleares. Essa crise piorou quando a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) divulgou um relatóriono qual afirmara, pela primeira vez, que o Irã trabalha para produzir armas nucleares.
Nas últimas semanas, o país também foi centro de uma confrontação com os EUA sobre o acesso às águas do Golfo Pérsico, pelo qual cerca de um quinto do petróleo usado no mundo é transportado. A tensão aumentou os temores da possibilidade de um confronto militar.Os ativistas no Irã e fora do país acreditam que com esses movimentos, o governo pretende semear o medo antes das eleições para evitar os protestos. O judiciário do país anunciou na semana passada que qualquer campanha para o boicote das eleições, feitas por redes sociais ou e-mail, seria considerada crime contra a segurança nacional.
Teerã não teceu, até o momento, nenhum comentário direto sobre as medidas. No entanto, a República Islâmica tem batalhado contra a influência da internet e tem tentado filtrar o acesso a sites, como pornografia ou mesmo moda. Desde 2009, autoridades iranianas ampliaram seu monitoramento da internet, criando até a Polícia Cyber, uma força-tarefa formada por vários braços da segurança, com cerca de 250 mil membros treinados.
Na semana passada, o governo teria dificultado o acesso a uma das maneiras que os usuários tinham de tentar entrar em páginas fechadas como o Facebook, Twitter e Youtube. Nas últimas semanas, o Irã também prejudicou sites populares - com maior índice de busca - e páginas pertencentes a políticos, entre outros.
As novas regras para os cibercafés, divulgadas pela Polícia Cyber e publicadas na quarta-feira em vários jornais do país, pedem que os clientes dos locais dêem seu nome completo, nome do pai, endereço, telefone e números de identificação nacional antes de entrarem na internet.
Os estabelecimentos devem instalar câmeras de segurança que permitirão ao governo combinar os usuários aos computadores que usam. Eles também devem recolher o histórico de navegação de cada usuário, incluindo os endereços de cada página visitada. Esses dados, juntamente às imagens de vídeo, devem ser guardados por seis meses.
O texto da regulamentação afirma que essas regras pretendem promover transparência e organização para os negócios realizados pela internet, e oferecer maior proteção contra abusos.

China adverte EUA contra 'demonstração de força' na Ásia


A mídia estatal da China reagiu nesta sexta-feira ao anúncio de que a Defesa dos EUA aumentará sua presença na Ásia e no Pacífico advertindo Washington a "não tentar demonstrar sua força" na região.
O alerta foi feito um dia depois de o presidente dos EUA, Barack Obama, ter anunciado cortes no orçamento do Pentágono que preveem - além de um corte drástico no tamanho das Forças Armadas - um redirecionamento na política de defesa dos EUA, incluindo o fortalecimento da presença militar do país na região da Ásia e do Pacífico.
Em editorial publicado nesta sexta-feira, a agência de notícias oficial Xinhua disse que a decisão de Obama pode aumentar a estabilidade e a prosperidade da região. Mas advertiu que o "militarismo americano" pode pôr em risco a paz.
'Ambiente pacífico'
A Xinhua afirmou ainda que uma presença maior dos EUA na região pode ajudar a China a garantir o "ambiente pacífico" que Pequim precisa para continuar com seu desenvolvimento econômico.
Mas acrescentou: "Ao aumentar sua presença militar na Ásia e no Pacífico, os EUA não devem tentar demonstrar sua força, já que isso não ajudará a resolver disputas regionais", afirmou a Xinhua. "Se os EUA aplicarem de forma indiscriminada seu militarismo na região, será como ter um touro em uma loja de cristais, e isso porá em risco a paz em vez de aumentar a estabilidade regional".
Segundo o analista de Ásia da BBC Charles Scanlon, a decisão americana de focar na Ásia não deve ter pego os líderes chineses de surpresa. Entretanto, para muitos em Pequim, a medida poderia parecer uma estratégia de contenção, com objetivo de coibir o crescimento da China.
O governo chinês não comentou o anúncio de Obama ainda de forma oficial.
No entanto, o jornal do Partido Comunista chinês "Global Times" disse que Washington não pode impedir a ascensão da China, e pediu que Pequim desenvolva armas de mais longo alcance, para deter a Marinha americana. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC. 

China precisa se afirmar militarmente apesar dos EUA, diz jornal


SUI-LEE WEE E SABRINA MAO - REUTERS
A China não deve se intimidar com a maior presença militar dos EUA na Ásia, disse um jornal chinês nesta sexta-feira, embora analistas e o próprio governo norte-americano digam que Pequim não tem nada a temer.
A nova estratégia de defesa dos EUA, anunciada oficialmente na quinta-feira pelo presidente Barack Obama, prevê uma redução no tamanho e no orçamento das suas forças militares, mas uma maior presença na Ásia. Pequim teme que o objetivo de Washington seja cercar a China e conter seu crescente poderio.
Na primeira reação chinesa à nova política dos EUA, o tabloide chinês Global Times disse que a China "pagará o preço" se recuar para agradar a Washington.
"É claro que queremos evitar uma nova Guerra Fria com os Estados Unidos, mas ao mesmo tempo devemos evitar abrir mão da presença de segurança da China na região vizinha", disse o jornal, que pertence ao Diário do Povo, órgão oficial do Partido Comunista chinês.
O Global Times tem uma inclinação nacionalista, e seus comentários não necessariamente refletem as posições do governo. Os ministérios da Defesa e Relações Exteriores não se pronunciaram sobre a nova política estratégica dos EUA.
Ao apresentar a nova política militar dos EUA, que reflete uma menor ênfase nos conflitos do Iraque e Afeganistão, Obama disse que "a maré da guerra está recuando", e o secretário norte-americano de Defesa, Leon Panetta, afirmou que as Forças Armadas precisam ser "menores e mais enxutas".
Fontes oficiais preveem uma redução de 10 a 15 por cento nos contingentes do Exército e do corpo de Marines na próxima década.
Os EUA dizem que pretendem colaborar com a China na busca por prosperidade e segurança na região, mas que continuará tratando de questões de segurança como o controle do mar do Sul da China, por onde circula um comércio anual de 5 trilhões de dólares. Há disputas territoriais envolvendo China, Taiwan, Filipinas, Malásia, Vietnã e Brunei na região.
Um oficial chinês da reserva disse, pedindo anonimato, que Pequim não se deixará intimidar pela nova estratégia norte-americana.
"Todos nós sabemos que a mudança na estratégia dos EUA não é um fato repentino", disse ele. "O lado chinês não verá isso como um desafio aberto. Nossa postura é sempre defensiva. Se não houver um ataque direto contra nós, não vamos mudar nossa estratégia... A China não procura fazer novos inimigos." 

Irã anuncia exercícios militares no Estreito de Ormuz



O Irã anunciou nesta sexta-feira que tem planos para realizar exercícios navais no Estreito de Ormuz no próximo mês, no mais recente de uma série de gestos de provocação realizados na mais importante via de transporte de petróleo do mundo, e no momento em que novas sanções ameaçam as exportações iranianas.
O contra-almirante Ali Fadavi, comandante naval da Guarda Revolucionária Iraniana, disse que as manobras no Golfo Pérsico e no Estreito de Ormuz em fevereiro seriam diferentes dos exercícios anteriores, mas não deu maiores detalhes, segundo comentários divulgados pela agência semioficial de notícias Fars. "Hoje a República Islâmica do Irã tem o domínio total da região e controla todos os movimentos dentro dela", afirmou.
O Irã realizou um exercício de 10 dias que terminou na segunda-feira no estreito, que é a principal rota de exportação do petróleo do Oriente Médio.
Autoridades iranianas ameaçaram nas últimas semanas bloquear o Estreito de Ormuz se novas sanções prejudicarem as exportações de petróleo iranianas, e disseram nesta nesta semana que poderiam tomar medidas se um porta-aviões norte-americano passar pela região.
Reuters

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Cientistas criam “buraco no tempo” que torna objetos invisíveis


Um grupo de pesquisadores da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, realizou um experimento que torna qualquer objeto invisível e mesmo indetectável por aparelhos. O trabalho estaria mais para um truque de mágica, caso não tivesse realmente acontecido por meio da manipulação de ondas de luz que fizeram com que objetos “sumissem” temporariamente. 

O “buraco no tempo” criado pelos pesquisadores existiu por apenas 40 trilionésimos de segundo (picosegundos), mas abre possibilidades práticas. “Este método nos dá a capacidade de manipular sinais ópticos em tempo real. Permite criar buracos e rearranjar pacotes de dados sem perturbar a informação que está sendo carregado por eles. Por isso pode ser útil para aplicações que necessitem de uma alta taxa de processamento óptico”, afirmou ao iG Moti Fridman, pesquisador da Universidade de Cornell (EUA) e um dos autores do artigo. 

Leia mais: Pesquisadores criam novo método para conseguir invisibilidade

No estudo, publicado nesta quarta-feira (4) no periódico científico Nature, físicos demonstraram que é possível abrir um “buraco no tempo” em uma onda de luz manipulando a velocidade com que a parte da frente e de trás da onda, respectivamente, acelerasse e freasse. Eles conseguiram fazer com que os objetos "sumisse", marcarando o tempo. Como consequência, qualquer evento que acontecesse no buraco criado entre a parte mais veloz e a mais lenta – em que não há luz -- seria indetectável. 

Porém, os pesquisadores identificaram que esse buraco também geraria um “problema”: alguém poderia verificar a existência dele e concluir que a luz havia sido manipulada. Para resolver a situação, os físicos então desaceleraram a luz que havia sido acelerada e vice-versa. Com isso, o “buraco no tempo” deixou de existir e para um observador externo nada aconteceu. O feixe de luz estava absolutamente uniforme.

Em 2010, cientistas já haviam criado um “buraco no espaço” que fazia com que  qualquer objeto tridimensional sumisse. Depois do estudo publicado hoje, o próximo passo dos cientistas é criar um sistema capaz de unir a dois buracos no espaço e no tempo. “Vamos tentar fazer nosso ‘buraco temporal’ cooperar com o ‘buraco no espaço’ [...]. Isso irá criar um buraco no tempo e no espaço”, concluiu Fridman. 

Huawei nega fornecer tecnologia para Irã


A empresa, baseada na China, foi acusado pelo Congresso americano de violar sanção e repassar tecnologia para o Irã
A fabricante é questionada sobre relações com Forças Armadas na China e Irã. FOTO: David Gray/Reuters
HONG KONG – A Huawei Technologies afirmou nesta quarta-feira, 4, que as acusações de seis legisladores norte-americanos de que a fabricante chinesa violou leis e forneceu tecnologia sensível ao Irã se basearam em notícias equivocadas.

“Infelizmente, alguns membros do Congresso continuam a citar notícias equivocadas, que têm acusações infundadas”, declarou em comunicado a segunda maior fabricante de equipamentos de telecomunicações do mundo.
A Huawei, fundada pelo presidente-executivo Ren Zhengfei, vem tentando se expandir no setor de telecomunicações nos Estados Unidos, mas enfrenta oposição política por causa de preocupações com a segurança nacional.
A ligação de Zhengfei com as Forças Armadas chinesas é vista como um obstáculo ao crescimento da companhia na América do Norte, embora a Huawei tenha repetidamente negado a relação militar.
Em carta do Departamento de Relações Exteriores dos EUA, seis legisladores do país pediram que o governo investigasse se a Huawei e outras companhias de telecomunicações violaram uma lei de sanção ao Irã aprovada pelo Congresso em 2010 ao fornecerem tecnologia sensível ao país asiático.
O pedido foi redigido em 22 de dezembro, mas só veio a público esta semana. O documento se refere a uma notícia do Wall Street Journal, em outubro, de que o governo iraniano usou tecnologia da Huawei e outras tecnologias para “restringir a voz da população iraniana e a livre circulação de informação independente no Irã”.
/ REUTERS

Avanço da Embraer no campo militar depende do governo, diz analista


Embora a venda inédita de vinte Super Tucanos da Embraer para os Estados Unidos reforce o sucesso comercial dessa aeronave militar, o avanço da empresa no mercado de armamentos requer um maior endosso do governo brasileiro, segundo Thomaz Costa, professor da National Defense University, em Washington.
"A compra é episódica, não significa que marque alguma tendência (de maior participação da Embraer no mercado militar)", disse ele à BBC Brasil.
Segundo Costa, que é brasileiro, o avanço da empresa no setor depende de encomendas do governo brasileiro e do que ela pode fazer para aumentar a produção de componentes no Brasil.
"O desenvolvimento de equipamentos militares leva vários anos e é muito custoso; o governo precisaria bancá-lo", afirma. Ele acrescenta, no entanto, que o Planalto não tem demonstrado intenção de investir no setor militar, citando como exemplo a indefinição para a compra de caças para as forças brasileiras.
Em 2010, após vários anos de especulações, surgiram rumores de que Brasil e França haviam fechado um acordo para a venda de 36 caças franceses Rafale à Força Aérea Brasileira (FAB), ao custo de cerca de US$ 6 bilhões (R$ 11 bilhões).
No entanto, a negociação jamais foi concretizada e gerou polêmica, já que um relatório técnico da FAB teria revelado que o Rafale era inferior aos seus dois concorrentes na disputa - o caça sueco Gripen e o americano F-18, da Boeing.
Para Costa, sem o endosso do governo brasileiro, o avanço da Embraer no mercado dependeria de parcerias com empresas estrangeiras e oportunidades pontuais.
"Como a Embraer é uma empresa de capital aberto, os investidores buscarão sempre as melhores oportunidades, não necessariamente no campo militar".
Ele afirma ainda que a expectativa de que a companhia amplie nos próximos anos as vendas para o governo dos EUA poderá ser frustrada por cortes no orçamento militar do país, que tornariam o mercado americano ainda mais competitivo.
Aeronave 'madura'
Mesmo que considere incerta a evolução da Embraer no setor de armamentos, o professor diz que o acordo para a venda de Super Tucanos aos Estados Unidos "demonstra a maturidade" da aeronave, desenvolvida há cerca de 30 anos.
Segundo o Pentágono, os aviões serão repassados ao Corpo Aéreo do Exército Nacional do Afeganistão, onde serão usados para combater grupos insurgentes.
De acordo com Costa, o emprego dos Super Tucanos no país se justifica pelo sucesso obtido pela aeronave em operações de combate às Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) em território colombiano.
"Como o Afeganistão, a Colômbia é um país de vales. A compra faz sentido, porque o apoio aproximado para ataques em solo de vales requer aviões com grande capacidade de carga, velocidade baixa e capacidade de manobra eficiente - todas essas são características do Super Tucano".
Firmado ao custo de US$ 355 milhões (R$ 650 milhões), o contrato para a venda dos vinte aviões foi o primeiro entre a Embraer e a Defesa americana e prevê ainda o treinamento de pilotos e a manutenção das aeronaves. A companhia terá 60 meses para entregar os equipamentos. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC. 

Ciberguerra: fornecedor de segurança do Exército explica treinamento de SI


Depois de fornecer um software de controle para os Jogos Militares de 2011, a Decatron, empresa brasileira de TI focada em desenvolvimento, venceu licitação realizada pelo Centro de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército para desenvolver o primeiro simulador nacional de operações cibernéticas (Simoc). O processo ocorreu há cerca de um mês e o valor estipulado para o projeto foi de R$ 5 milhões – um valor pequeno, mas que indica um desejo do governo de proteger suas fronteiras virtuais.
A preparação para uma guerra online – um inimigo silencioso que fica cada vez mais próximo, especialmente com ataques como o do vírus Stuxnet e diversas invasões do Anonymous e LulzSec– tornou-se foco público brasileiro no início deste ano, ganhando corpo depois de invasões de hackers a sites do governo. Os ataques ao Brasil ganharam notoriedade, especialmente, em junho deste ano, quando no dia 22 foi postada uma mensagem em seu perfil do LulzSec  no Twitter afirmando um ataque às páginas da Presidência e Brasil.gov durante a madrugada. Os endereços eletrônicos voltaram ao ar apenas pero das 9h. A mais recente invasão que se teve notícia foi em 3 de novembro, quando o Anonymous invadiu a página do Batalhão de Operações Especiais (Bope), da Polícia Militar, na internet.
Em conversa com o IT Web, Carlos Rust, sócio-diretor da Decatron, explicou como funciona a preparação para parte do Exército especializado em tecnologia com base no software em desenvolvimento pela companhia. O ponto central, explicou o executivo, é humano. “São pessoas que tomam conta dos computadores. São as pessoas que programam. Para se proteger contra ataques e fazer ataques, o ser humano é necessário. Obviamente que isso ocorre com o apoio de ferramentas, mas o verdadeiro patrimônio é o guerreiro cibernético, que é um nome bonito para o que chamamos de hacker do bem”, alertou.
Em sua visão, as invasões não são atos isolados e se configuram em uma tendência. “O País vive esse momento econômico único, somos a sexta economia mundial – passamos pela primeira vez o Reino Unido – e essas coisas chamam a atenção. É preciso defender esse patrimônio. E somos extremamente dependentes dos computadores e das redes da internet. É um ponto vulnerável: é possível desestabilizar um país inteiro se atacar seu ecossistema cibernético. Tudo isso sem dar nenhum tiro”, pontuou.
O software será utilizado pelo exército para treinamento do corpo militar responsável pela proteção do ambiente virtual do Brasil. Pelo processo da Lei de Licitação, a 8666, eles terão um prazo de seis meses para entregar o produto final, que, atualmente, está em uma versão beta. Cerca de 20 pessoas estão trabalhando na produção do software, que foi desenvolvido em plataforma Java.
De acordo com Rust, o programa é, na verdade, um simulador que permite a criação de diferentes cenários de ataques e avalie o aluno de forma online. “O capital intelectual, de como se comportar em uma situação de guerra, é deles. A ferramenta dá, apenas, o ambiente”, explicou. Os professores usam o simulador para criar cenários e rotinas, como se fosse a aplicação de um exercício em sala de aula. Já o aluno se vale da ferramenta para traçar estratégias e operação de ataque e defesa em um ambiente específico, como por exemplo Unix contra Windows, Unix com Windows contra Unix com Windows, ambiente com e sem firewall, por exemplo. “Eles podem simular uma rede de seis computadores, de 20, de 24, enfim. É uma rede de laboratório virtual e pode mudar a configuração o tempo todo”, detalhou.
Com cerca de 250 profissionais e faturamento que gira em torno de R$ 70 milhões, a Decatron, que tem 17 anos de vida, iniciou o foco no setor público em 2011. A primeira ação veio com os Jogos Militares. E os próximos eventos esportivos são um filão em potencial. Isso, sem limitar as oportunidades à Copa do Mundo 2014 e à Olimpíada de 2016. “Teremos 18 grandes eventos nos próximos anos”, disse, considerando, mais uma vez, jogos e encontro militares.

EUA reduzirão gastos militares e priorizarão recuperação econômica


Efe e Associated Press
WASHINGTON - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou nesta quinta-feira, 5, que os Estados Unidos "estão passando uma página de uma década de guerras" e devem se concentrar agora em fortalecer sua economia, alterando sua estratégia de defesa e tendo um efetivo militar menor.
Estados Unidos estão reformulando sua capacidade militar, afirma Obama - Jason Reed/Reuters
Jason Reed/Reuters
Estados Unidos estão reformulando sua capacidade militar, afirma Obama
"Tivemos êxito na defesa da nossa nação, levamos a guerra ao inimigo e restabelecemos a liderança global dos Estados Unidos", disse Obama ao apresentar a nove estratégia de defesa americana. O presidente falou ao lado do secretário de Defesa, Leon Panetta, e o do chefe de Estado-Maior, o general Martin Dempsey.
Obama anuncia a nova estratégia com o intuito de reduzir em bilhões de dólares os custos da defesa americana, uma das áreas que mais pesou nos cofres de Washington na última década. Não há novas missões militares e não foram anunciadas novas iniciativas.
O presidente anunciou que a organização militar passará por reformas com o tempo e que haverá ênfase no combate ao terrorismo, à proliferação nuclear, na proteção ao território americano e na "detenção de qualquer potencial adversário". No geral, ele explicou que os militares americanos manterão o foco atual, mas sem se envolver em conflitos de larga escala, como a recém terminada guerra no Iraque e a ainda vigente incursão no Afeganistão.
"Conforme encerramos as guerras atuais e reformulados nossas Forças Armadas, vamos assegurar que nossos militares estejam ágeis, flexíveis e prontos para qualquer situação", escreveu Obama na introdução do documento que detalha a nova estratégia, intitulado "Sustentando a liderança global dos Estados Unidos: As Prioridades para a Defesa do século 21".
De acordo com o documento, a presença militar americana na Europa será reduzida e a Ásia terá uma prioridade maior. O texto ainda diz que os EUA devem melhorar suas instalações antimísseis e seu aparato cibernético.
Quanto às preocupações do governo americano, as principais são a China - devido ao dinâmico crescimento econômico e ao rápido aumento das forças militares - e o Irã - não apenas pelas ameaças de interromper o comércio de petróleo através do Golfo, mas também por suas ambições nucleares.

Arianespace prepara 13 lançamentos de foguetes para este ano


O consórcio espacial europeu Arianespace anunciou nesta quinta-feira, 5, que pretende fazer 13 lançamentos com os três modelos de foguetes que ofereceu aos seus clientes, o Ariane-5, o russo Soyuz e o italiano Vega.

Só do foguete Ariane-5, o Arianespace pretende utilizar sete unidades, entre os quais o que deve pôr em órbita o veículo ATV3 "Edoardo Amaldi" para o abastecimento da Estação Espacial Internacional (ISS) em 9 de março, indicou o Arianespace em comunicado.

O programa do consórcio também prevê o lançamento de cinco foguetes Soyuz, três a partir da base na Guiana Francesa e dois de Baikonur, no Cazaquistão, com o consórcio Starsem.

O consórcio espacial europeu prepara ainda com a Agência Espacial Europeia (ESA) a primeira operação do pequeno Vega na Guiana Francesa com os satélites LARES, ALMASat-1 e vários microsatélites como carga.

No ano passado, o Arianespace teve faturamento de 985 milhões de euros e cumpriu a meta de alcançar "contas equilibradas" por meio dos cinco lançamentos do Ariane-5 em 2011, que puseram em órbita nove cargas úteis: oito satélites de telecomunicações e o ATV2 "Johannes Kepler", para abastecer a ISS.

Contando com a metade dos satélites de telecomunicações geoestacionários do mundo, o consórcio manteve a liderança no mercado de grandes foguetes.

No ano passado, foram feitos os dois primeiros lançamentos do Soyuz na Guiana Francesa, além de mais dois em Baikonur, com o Starsem.

O Arianespace assinou no ano passado dez contratos para lançamentos com Ariane-5 do total de 21 abertos à concorrência, e outro do Governo, além de fazer novo contrato para o lançamento do Soyuz do Centro Espacial da Guiana Francesa e dois em Vega.

Ao todo, o número de pedidos representa o volume recorde de 4,5 bilhões de euros, com 21 lançamentos pendentes do Ariane-5, 15 do Soyuz e os dois do Vega, o que representa mais de três anos de atividade.

Força aérea dos EUA suspende encomenda de aviões feita à Embraer


Agência Estado, com Roberto Godoy, de O Estado de S. Paulo
WASHINGTON - A Força Aérea dos EUA suspendeu temporariamente a encomenda de 20 aviões de treinamento e suporte EMB-314 Super Tucano, da Embraer, no valor de US$ 355 milhões, anunciada na sexta-feira passada. Segundo a Força Aérea, a suspensão foi motivada pelo fato de a norte-americana Hawker Beechcraft estar contestando o resultado da concorrência em um tribunal federal norte-americano.
A Embraer venceu a concorrência em associação com a norte-americana Sierra Nevada Corp., que responderia pelo treinamento de pilotos e do pessoal de apoio. Nos EUA, o EMB-314 tem a designação A-20. Os aviões serão construídos na fábrica da Embraer em Jacksonville (Flórida), para operar no Afeganistão.
Segundo um porta-voz da Força Aérea norte-americana, o tenente-coronel Wesley Miller, a Força Aérea está "confiante nos méritos da decisão da concorrência e prevê que a contestação será resolvida rapidamente".
O mercado internacional para essa classe de equipamento é avaliado em US$ 3,5 bilhões, envolvendo 300 aeronaves a serem adquiridas até 2020.
Em novembro, quando o AT-6 da Hawker Beechcraft foi afastado da competição, a empresa já havia reagido com perplexidade.
O fabricante americano acumula dificuldades. O avião nunca entrou em combate e só recentemente pode realizar os testes iniciais com bombas inteligentes, guiadas a laser, no Arizona, de 28 de setembro e 5 de outubro.
Em novembro a companhia divulgou comunicado informando que estava pedindo explicações à USAF e que vencer a escolha permitiria gerar 1.400 empregos em 20 Estados.
O interesse da aviação americana é por um avião capaz de oferecer apoio à tropa em terra. Os caças pesados são caros. O gasto com a operação, alto. A hora de voo do supersônico F-16E não sai por menos de US$ 6,5 mil, contra apenas US$ 500 do Super Tucano.
As informações são da Dow Jones. (Renato Martins)

Aviões da Embraer podem ser usados no combate ao Talibã


Os vinte aviões da Embraer recentemente vendidos ao governo dos Estados Unidos deverão ser repassados ao Corpo Aéreo do Exército Nacional do Afeganistão, onde serão usados para combater grupos insurgentes como o Talibã.
Entretanto, a compra está, no momento, paralisada, segundo a Sierra Nevada Corporation, empresa norte-americana associada da Embraer no projeto. A paralisação ocorreu depois de a compra dos aviões ter sido questionada na Justiça por um concorrente, a Hawker Beechcraft. Segundo comunicado, a Sierra Nevada recebeu uma "ordem de paralisação" ("stop work order") da Força Aérea dos EUA. A Embraer não fez nenhum comentário na manhã desta quinta.
Na quarta-feira, em resposta a questionamento da BBC Brasil acerca da venda, anunciada no último dia 30, o Pentágono (Departamento de Defesa americano) afirmou que as aeronaves A-29 Super Tucano serão entregues às forças afegãs para promover "treinamento avançado em voo, vigilância, interdição aérea (ataques a alvos no solo) e apoio aéreo próximo".
"O LAS (sigla em inglês para Apoio Aéreo Leve, programa em que as aeronaves serão empregadas) é um esforço de assistência em segurança para o governo afegão", disse o Pentágono.
Questionamento na Justiça 
No comunicado em que citou a ordem de paralisação da compra, a Sierra Nevada disse que está "confiante em que a questão será resolvida de forma célere. (As aeronaves) precisam ser disponibilizadas rapidamente para apoiar (soldados) no Afeganistão".
A concorrente Hawker Beechcraft questiona na Justiça americana sua "exclusão" da competição e a forma como a Embraer foi anunciada vencedora do processo, segundo comunicado da companhia em 30 de dezembro. Alega que "faltou transparência da Força Aérea durante a competição". A Sierra Nevada, por sua vez, afirma que ela e a Embraer receberam o contrato "como resultado de uma disputa justa e aberta".
O A-29 Super Tucano é uma aeronave militar leve, projetada especialmente para ações de contrainsurgência. Capaz de voar em velocidade e altitude baixas, já teve cerca de 200 unidades encomendadas e é atualmente usado por forças aéreas de seis países.
Firmado ao custo de US$ 355 milhões (R$ 650 milhões), o contrato para a venda dos 20 aviões foi o primeiro entre a Embraer e a Defesa americana e prevê ainda o treinamento de pilotos e a manutenção das aeronaves. A companhia terá 60 meses para entregar as 20 aeronaves. Para concorrer à venda, conforme determina a legislação americana, a Embraer teve de se associar a uma empresa local, a Sierra Nevada.
Buy American
Caso a compra siga adiante, segundo a Embraer, os equipamentos serão montados em Jacksonville, no Estado americano da Flórida, e terão ao menos 88% de seus componentes fabricados por empresas americanas ou países que se enquadram no Buy America Act (legislação que regula as compras do governo americano).
A empresa diz que as cerca de 150 aeronaves em operação já voaram, ao todo, 130 mil horas (das quais 18 mil em missões de combate), sem jamais terem sido abatidas. Segundo a companhia, o treinamento para que pilotos experientes possam manejá-la dura poucas semanas.
Em nota, a Embraer disse que as aeronaves serão vitais "para ajudar o Afeganistão e nações parceiras (dos EUA) a desenvolver suas próprias capacidades aéreas (...), ajudando a trazer de volta com segurança e rapidez soldados americanos no Afeganistão e limitando a necessidade de forças americanas em outros locais".
Em discurso em junho de 2010, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou que a presença de soldados americanos no Afeganistão (onde os EUA combatem desde 2001) se encerraria no fim deste ano.