segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

A conexão brasileira do Hamas


Por mais que as autoridades brasileiras neguem, seguem aparecendo provas de que organizações terroristas de orientação islâmica estendem seus tentáculos no país. Em abril passado, uma reportagem de VEJA revelou as conexões de cinco grupos extremistas no Brasil. Agora, a análise de processos judiciais e de relatórios do Departamento de Justiça, do Exército e do Congresso americanos expõe laços de extremistas que vivem aqui com a Fundação Holy Land (Terra Santa, em inglês), uma entidade que durante treze anos financiou e aparelhou o Hamas, o grupo radical palestino que desde 2007 controla a Faixa de Gaza e cujo objetivo declarado é destruir o estado de Israel.

A Holy Land tinha sede em Dallas, no Texas, e era registrada como instituição filantrópica. Descobriu-se que havia enviado pelo menos 12,4 milhões de dólares ao Hamas e que ajudava o grupo a recrutar terroristas nos Estados Unidos e na América do Sul. Em 2001, entrou para a lista de organizações terroristas da ONU e, em 2008, seus diretores foram condenados na Justiça americana por 108 crimes, entre os quais financiamento de ações terroristas, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

A maior pena, de 65 anos de prisão, foi para Shukri Abu Baker, fundador, presidente e diretor executivo da Holy Land. Curiosamente,  passou despercebido o fato de que Baker é brasileiro. Mais do que isso: durante muitos anos ele manteve operações no Brasil, e alguns de seus comparsas ainda estão por aqui.

Shukri Abu Baker nasceu em Catanduva, no interior de São Paulo, em 3 de fevereiro de 1959. Sua mãe, Zaira Guerzoni, é filha de italianos e seu pai, Ahmad Abu Baker, um imigrante palestino. Em 1965, Shukri, seus pais e seus dois irmãos mudaram-se para a Cisjordânia. Ele terminou os estudos no Kuwait, mudou-se para a Inglaterra, onde fez faculdade, e em 1980 se estabeleceu nos Estados Unidos.

Em 1988, com Mohammed El-Mezain e Ghassan Elashi, fundou a Holy Land. Enquanto isso, seu irmão Jamal Abu Baker, também brasileiro, adotava o nome de Jamal Issa e subia as escadas de poder do Hamas – primeiro na filial do Sudão e, depois, na do Iêmen. Jamal, atualmente radicado na Síria, foi um dos líderes do Hamas a receber os 1 027 presos que Israel libertou em troca do soldado Gilad Shalil, em outubro passado.

Na transcrição de uma ligação telefônica feita no dia 30 de janeiro de 2000, Jamal e Shukri Baker discutem as vantagens de usar um programa de computador para fazer chamadas internacionais para o Brasil. Os contatos com o país natal que realmente interessavam aos irmãos terroristas não eram os familiares. Eles tinham "negócios" por aqui. Prova disso é que a Holy Land pagou viagens de representantes do Hamas ao Brasil, a fim de arrecadar fundos. El-Mezain esteve no país por três semanas em 1993, para conseguir dinheiro e "avaliar como andavam as atividades da Holy Land", diz um documento da fundação. Entre os planos de ação para o ano de 1992 estava "aumentar o número de Ikhwans (milícias jihadistas) no Brasil".

Segundo o depoimento do ex-embaixador dos Estados Unidos na Organização dos Estados Americanos (OEA) Roger Noriega ao Congresso dos EUA, em julho passado, as operações da Holy Land na Tríplice Fronteira – região entre Brasil, Argentina e Paraguai – eram comandadas pelo xeque Khaled Rezk El Sayed Taky El-Din. De fato, o clérigo islâmico aparece nas agendas telefônicas da Holy Land como um comato "importante" na América do Sul.

Noriega também confirmou informações de que, em 1995, El-Din hospedou em Foz do Iguaçu Khalid Sheikh Mohammed, terrorista da Al Qaeda que organizou os atentados de 11 de setembro de 2001. O xeque estava à frente da mesquita de Guarulhos havia onze anos, mas pediu demissão em junho passado. Hoje, é diretor para assuntos islâmicos da Federação das Associações Muçulmanas no Brasil (Fambras).

Procurado por VEJA, El-Din negou envolvimento com a Holy Land e com Shukri Baker. Outro contato da Holy Land no Brasil, de acordo com uma investigação encomendada pelo Departamento de Justiça americano em 2005, era Ayman Hachem Ghotme, considerado o principal arrecadador de fundos para o Hamas na Tríplice Fronteira.

O libanês chegou a ser preso em 1998 pela Polícia Nacional do Paraguai, suspeito de envolvimento com o grupo terrorista Hezbollah. Depois do fechamento da Holy Land, Ghotme teria passado a comandar uma célula do Hamas especializada em contrabando e tráfico de drogas em Foz do Iguaçu, onde reside até hoje. Na semana passada, a reportagem de VEJA foi informada por seus parentes na cidade de que Ghotme está no Líbano.

Documentos secretos divulgados pelo WikiLeaks revelam que os Estados Unidos não têm conseguido sensibilizar o governo brasileiro para prestar atenção nas conexões do terror estabelecidas no país. Entre novembro de 2002 e fevereiro de 2010, a Embaixada dos Estados Unidos em Brasília produziu 279 telegramas que tocam nessa questão. Em duas dezenas deles, informa-se que os americanos pediram ao governo brasileiro a investigação de dezesseis pessoas e organizações ligadas ao terrorismo internacional.

As autoridades  daqui se limitaram a pesquisar no Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). No âmbito policial, a julgar pelo relato dos telegramas, nenhuma medida foi tomada. O governo brasileiro também hesita em estabelecer uma lei antiterror, alegando que ela atrairia terroristas, o que em raciocínio inverso equivale a dizer que ladrões só roubam porque existem leis de crimes contra o patrimônio. "Não se percebe a relevância de uma lei antiterror porque até agora fomos poupados de ataques", diz Rubens Ricupero, ex-embaixador nos Estados Unidos. Enquanto isso, extremistas estão livres para conspirar no Brasil.

Marinha do Brasil, destemor e desmanche em desdita


Ainda outro dia foi o Dia do Marinheiro! "Somos todos defensores da bandeira, nos mastros da vitória a tremular!" Assim reza a canção da Escola Naval, a altivez não morre em nossos aspirantes. Há quem diga: nossa marinha de guerra já foi a terceira do mundo. Mas isso foi nos tempos do Império, período histórico em que se viveu em ambiente político de moralidade, probidade e, sobretudo, patriotismo sem par. As chamadas questões externas, envolvendo ameaças à integridade do país, pesavam com valor nos gabinetes conservadores e liberais que se revezavam no poder e nossa Força Naval era prestigiada na sua justa medida. Vitória... palavra mágica, sonharam, sonham e sonharão sempre com ela. Mas estão sendo enganados!
"Para a honra e pela glória dessa terra lutaremos com denodo varonil." Que ninguém duvide, desejam fazê-lo, porém só Deus sabe como. Um submarino atômico que já virou "estória para inglês ver", para daqui a quantos anos se precisamos dele para ontem? E não vai adiantar apenas um. É imperativa só para manutenção do manancial pré-sálico uma flotilha, que dirá para imposição da soberania nacional em 7.500 km de litoral. Nossos marinheiros não vão enfrentar armadas latino-americanas. Quem pensa assim ainda acredita em Papai Noel.
"Marinheiros, avante, vencer ou então morrer, o Brasil espera que cada um cumpra o seu dever.". E o Porta-Aviões São Paulo? O carioca da gema sabe, ele vai sempre à praia: quantas vezes esse aeródromo já cruzou a barra para um simples, que seja, aquecimento de suas máquinas? Alguma vez você chegou a ver algum caça decolando daquela belonave? Pois fontes fidedignas estão a clamar que talvez não exista mais nenhum em condições de disponibilidade. Mas os cortes no orçamento pertinente não cessam. Atenção, politicalha descomprometida, quem faz economia em cima da defesa nacional não está cumprindo com o seu dever.
Governantes, parlamentares, enfim, responsáveis maiores pela segurança da nossa Pátria, parece que estou a ver o "São Paulo" servindo para exercício de tiro ao alvo assim como serviu o Cruzador Belgrano dos "hermanos" em 1982. Vencer... morrer, marinheiros, não há como escapar, fragilizados como estão vão morrer!
E agora, por favor, que não se levante mais aquela pusilanimidade eivada pelo cabotinismo de que não temos dinheiro. O painel nacional do "impostômetro" não deixa ninguém mentir, já se ultrapassou a cota de R$ 4 trilhões! Que quinta potência mundial é essa que não tem como se garantir? Perigo! Os piratas de língua inglesa não vão esperar 20 anos para a contestação da posse do pré-sal brasileiro. Afinal de contas, cinco submarinos da classe suffren (nucleares) já poderiam ter sido adquiridos na França ao preço total de 32,5 bilhões, viabilizando o imediato adestramento de suas tripulações. Uma providência que se faz urgente e emergencial, para ontem, que não implicaria em absoluto em se abrir mão da construção de mais um em parceria com aquele país, apesar da previsão para entrega só daqui a 10 (dez) anos.
Em verdade, agora fomos salvos pelo gongo. Amanhã pode ser que a Petrobras, e não a Chevron, seja responsável pelo desastre ecológico. Que ninguém se engane, é o pretexto que as potências militares estão aguardando para uma "apropriação humanitária da área pré-sálica brasileira em nome da ecologia e para o bem da comunidade internacional".
"Riachuelo, que foi no passado a prova de bravura e coragem viril, paira sempre como símbolo sagrado dentro d"alma do marujo varonil"... o espírito imortal do Imperial Marinheiro Marcílio Dias, leão marinho tombado no cumprimento do dever no convés da intrépida Corveta Parnaíba! É de se perguntar quantos dos responsáveis pela penúria da Marinha de Tamandaré já ouviram falar desse nome, quem sabe alguns poucos, mas se indagasse das circunstâncias de sua morte aí já seria covardia.
Quanta falta de respeito pelos jovens, os filhos e netos nossos, marinheiros que são por profissão e vocação, herdeiros do marujo nascido em Rio Grande (RS), amputado em luta que tombou morto, todavia vencedor. O final deles, temos que evitar este desiderato, não será imortalizado pela glória que perpetuou o gaúcho do mar. A Bandeira em nossos navios os terá mortos aos seus pés, mas, assim mesmo, vai ser arriada.