quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Irã fará manobras para mostrar controle sobre estreito de Ormuz


O Irã planeja fechar o estreito de Ormuz, entrada do Golfo Pérsico e ponto de saída de boa parte do petróleo mundial, durante as próximas manobras navais que seus navios de combate vão realizar em águas internacionais, informou nesta terça-feira a agência iraniana de notícias Isna.
Faremos manobras para fechar o estreito de Ormuz em pouco tempo. Se o mundo quer tornar esta região insegura, nós tornaremos o mundo inseguro, disse Parviz Soruri, deputado membro da Comissão de Segurança Nacional e Política Externa do Parlamento e um dos mais radicais da Câmara.
Recentemente, a Marinha iraniana anunciou a realização de amplas manobras, denominadas Velayat 90, em águas internacionais, entre o Golfo Pérsico e o Mar de Omã, para testar suas unidades de superfície e submarinos mais modernos, além dos mísseis e outras armas e equipamentos militares.
Cerca de um terço do petróleo do mundo passa em navios pelo estreito de Ormuz, um dos pontos estratégicos de maior importância no planeta.
O Irã está envolvido em uma polêmica devido ao seu programa de enriquecimento de urânio. Parte da comunidade internacional, liderada pelos Estados Unidos, afirma que o intuito das pesquisas é a fabricação de bombas atômicas, o que Teerã nega, alegando fins civis e pacíficos.
O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, disse que o relatório, elaborado pela AIEA (Agência Internacional de Energia) tem caráter político.
É um relatório muito político, sem prova ou indício, afirmou. Estão sempre nos acusando e já dissemos várias vezes que não necessitamos de bombas atômicas. Eles mesmos [Estados Unidos] têm bombas atômicas e as utilizaram várias vezes contra o resto da humanidade.
-- Folha Online

Dificuldades desaceleram planos ambiciosos da Petrobras no pré-sal


A alta dos custos, as dificuldades de logística e as restrições trazidas pelo uso de conteúdo local devem desacelerar os planos "ambiciosos" de expansão da Petrobras, aponta a Agência Internacional de Energia (AIE), em relatório divulgado nesta terça-feira, 13. Apesar disso, a entidade prevê significativa expansão da produção no pré-sal brasileiro nos próximos anos, o que contribui para a ampliação da oferta de petróleo mundial no médio prazo.

A AIE acredita que o vazamento de óleo no Campo do Frade, na Bacia de Campos, operado pela Chevron, terá consequências de longo prazo para o setor. "O governo deve assegurar que todas as companhias invistam mais em medidas de segurança ambiental", diz a entidade, lembrando que a Petrobrás também esteve envolvida em casos de vazamento. "O sucesso do Campo de Lula não é necessariamente transferível para outras áreas, principalmente depois do vazamento de Frade."

Para a agência, a produção de 70 mil barris por dia da Chevron no Campo de Frade deve ter redução entre 10 mil e 15 mil barris por dia no quarto trimestre deste ano e em 2012.

Apesar desses problemas, a AIE projeta crescimento de 900 mil barris por dia entre 2010 e 2016 para os campos de Guará, Lula, Parque das Baleias e Baleia Azul, o que dá suporte para a estimativa de crescimento da produção no Brasil de 1 milhão de barris por dia no período.

Esse número ajuda a compor as expectativas da AIE para o avanço da oferta global de petróleo nos países que não fazem parte da Opep. Entre 2010 e 2016, a entidade prevê um aumento total de 3,4 milhões de barris por dia, ou cerca de 500 mil por ano, na produção dos países que não compõem o cartel. O crescimento deve ser liderado pelos Estados Unidos, com cerca de 1,8 milhão de barris por dia sendo incorporados ao mercado. Já a produção no Mar do Norte deve declinar.

No curto prazo, entretanto, a AIE realizou cortes nas projeções. O aumento da oferta de fora da Opep deve ficar em apenas 70 mil barris por dia em 2011, o terceiro mais baixo da última década. Para 2012, a estimativa de crescimento foi suavizada em 120 mil barris por dia, para 1 milhão, em razão das manifestações no Oriente Médio e da queda nos biocombustíveis.

A produção de petróleo do Brasil caiu 20 mil barris por dia em agosto, para 2,1 milhões. A AIE acredita que a produção nacional ficará entre 2,1 milhões e 2,2 milhões de barris por dia nos próximos meses. Para 2012, é esperado aumento de 140 mil barris por dia, uma queda de 30 mil sobre a projeção anterior, em razão de manutenção e adiamento para 2013 do projeto Waimea, em águas rasas da Bacia de Campos.

A demanda por petróleo no Brasil desacelerou para um crescimento anual de 2,4% em setembro, de 3,4% em agosto. A queda na procura por óleo combustível (-13,5%) apagou o avanço visto nos outros derivados, como querosene de aviação (11,4%), diesel (8,3%) e GLP (2%).

Embraer quer investir mais na área da defesa


Gilberto Scofield Jr.
Com um quarto de seu faturamento vindo dos EUA e outro quarto vindo da Europa, duas regiões que enfrentam dificuldades econômicas monumentais, a Embraer considera um excelente desempenho o crescimento de 5% no faturamento que terá este ano, algo como, US$5,7 bilhões, previu ontem seu presidente, Frederico Curado. A Embraer vê com entusiasmo as propostas de compras de países emergentes. Mas Curado sabe que nem todo o crescimento nestes países pode compensar as robustas vendas de mercados como o europeu ou o americano.

É nesse ambiente de indefinições de uma crise europeia que deverá se arrastar por anos que a Embraer optou em investir pesado — e apostar alto — num segmento que, este ano, representou US$800 milhões em receita, algo como 15% do faturamento (diante de uma fatia tradicional de 10%): a indústria de defesa, cujos projetos parecem se multiplicar pelo mundo, sobretudo em países emergentes, a despeito de crises.

— Queremos estar no centro das decisões do segmento de defesa e segurança no país — disse Curado.
Nova estratégia começou em fins do ano passado
A começar pela própria estrutura, que ganhou em dezembro do ano passado a Embraer Defesa e Segurança, braço que aglutina hoje os grandes projetos da companhia no setor. Em março, esta controlada fechou a compra de 64,7% do capital social da divisão de radares da OrbiSat da Amazônia, um negócio é de R$28,5 milhões. A empresa, especializada em sensoriamento remoto e radares de vigilância aérea e terrestre, desenvolve e produz sistemas de monitoramento integrados para o Exército e negocia produtos semelhantes para a Força Aérea Brasileira (FAB) e a Marinha.

Em setembro, a Embraer Defesa e Segurança e a AEL Sistemas, subsidiária da empresa israelense Elbit Systems, fecharam parceria para a criação de uma joint-venture. A nova empresa se chamou Harpia Sistemas e tem como fim a exploração do mercado de veículos aéreos não-tripulados, conhecidos como VANT. A Embraer tem 51% do capital social e a AEL 49%. As empresas vão se juntar à OGMA — Indústria Aeronáutica de Portugal.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Embraer começará a trabalhar em novos jatos em 2012


SILVANA MAUTONE E FERNANDA GUIMARÃES - Agencia Estado
SÃO PAULO - A Embraer começará a trabalhar com parceiros para a atualização de sua família de E-Jets a partir de 2012. A informação foi dada hoje pelo presidente da empresa, Frederico Curado. "Não vemos uma janela de oportunidade para ingressarmos agora no mercado de aviões maiores", disse o executivo. "Vamos continuar focando no mercado de aviões até 120 lugares." Dessa forma, a Embraer segue o caminho escolhido pela Airbus e a Boeing, que optaram por remotorizar seus aviões A320 e 737, respectivamente.
Curado afirmou ainda que os investimentos previstos para este ano, de cerca de US$ 450 milhões, estão cumpridos. "No próximo ano nossos investimentos serão um pouco maiores", afirmou. O executivo disse que o valor exato será divulgado no primeiro trimestre de 2012, junto com a estimativa de outros dados da empresa. O presidente da Embraer informou ainda que a empresa reforçará ao longo do próximo ano sua área de engenharia, com a contratação de 200 engenheiros.
Vendas
A Embraer vendeu mais do que entregou aeronaves do setor comercial em 2011, segundo o vice-presidente de aviação comercial da companhia, Paulo Cesar de Souza Silva. "O aumento da carteira de pedidos foi muito positivo". Segundo Silva, este ano foi melhor do que o projetado nesse setor para a empresa, apesar das dificuldades que passaram a ser sentidas devido à crise externa, com epicentro na Europa. Para 2012, o executivo avaliou que haverá um leve crescimento em relação a este ano no segmento de aviação comercial. A empresa, no entanto, não divulgou suas projeções.

Cientistas do Cern encontram os primeiros sinais da 'Partícula de Deus'


Jamil Chade - O Estado de S. Paulo
GENEBRA - O caminho foi encontrado para a maior descoberta científica dos últimos cem anos. Cientistas do projeto Atlas no Cern conseguiram encontrar os primeiros sinais da partícula que garante massa a todas as demais e, portanto, central na explicação do Universo. Os primeiros testes apontam que há 93% de chances de terem encontrado. Mas, cautelosos, os cientistas ainda insistem que terão de continuar o processo em 2012 para confirmar a descoberta. Conhecida como "partícula de Deus ", trata-se da última fronteira não resolvida pela física. Nos anos 60, Peter Higgs desenvolveu uma teoria para tentar explicar o vácuo na ciência que tentava entender os átomos. Sua partícula hipotética - o bóson de Higgs - jamais foi encontrada.
Se for confirmada sua existência, abrirá o caminho para detalhar o funcionamento de átomos e, no limite, até mesmo de como o Universo funciona. O segundo experimento apresentado pelo Cern, o CMS, também confirmou sinais da partícula. Os dados mostrados por  Guido Tonelli aumentam a certeza de cientistas de que de fato o caminho está correto.
Novos dados coletados durante o ano de 2011 reduziram as regiões de busca pelo Bóson de Higgs. Segundo a pesquisadora Fabiola Gianotti, responsável pelo experimento Atlas, a "região mais quente" está nas áreas de energia mais baixa.
Anteriormente os pesquisadores, embora já soubessem que a área de maior massa já poderia ser descartada, acreditavam que o Bóson de Higgs poderia ser encontrado "em qualquer lugar entre 114 a 141 GeV (giga elétron-volts, termo usado na física para quantificar os campos de energia das partículas)", como afirmou James Gillies, pesquisador do Cern.
Com os resultados apresentados nesta terça, os pesquisadores conseguiram reduzir a região onde o bóson poderá ser encontrado entre 115,5 e 131 GeV - e centrado em 126 GeV.
"É muito cedo para tirar conclusões. São necessários mais dados e estudos, mas acho que os meses que virão serão apaixonantes", disse a porta-voz do Atlas, Fabiola Gianotti, em um seminário científico na sede do CERN, em Genebra. Fabiola acrescentou que o experimento para encontrar a partícula que ajudaria a explicar a origem da massa "está em uma etapa muito avançada", mas insistiu que é preciso continuar trabalhando.
O experimento. O LHC produziu essa energia jamais atingida este ano, conseguindo acelerar feixes de prótons em sentidos opostos a mais de 99,9% da velocidade da luz antes que se choquem.
No acelerador - um anel de 27 quilômetros de circunferência e dotado de quatro gigantescos detectores enterrados entre 50 e 150 metros debaixo da terra - são geradas 20 milhões de colisões por segundo, mas de todas elas uma ínfima parte oferece dados que passam pelo primeiro filtro de análise.
São os dados que passam por essa primeira etapa que são registrados na memória de milhares de computadores, tanto do Cern como da rede de laboratórios e centros de pesquisa associados no mundo todo, para serem posteriormente analisados.
A quantidade de dados gerada por cada detector anualmente é gigantesca e inimaginável, mas para entender de algum modo sua magnitude baste dizer que, se fossem gravados em CDs e estes fossem empilhados um sobre outro, formariam uma coluna de 20 quilômetros de altura.
(com AP e Efe)

Irã diz que Obama deve desculpas por avião abatido


HASHEM KALANTARI - REUTERS
O presidente dos EUA, Barack Obama, deveria pedir desculpas por ter enviado um avião teleguiado ao território iraniano, ao invés de solicitar que ele seja devolvido depois de ter sido abatido, afirmou a chancelaria do Irã nesta terça-feira.
O Irã anunciou em 4 de dezembro que derrubou um avião de espionagem perto da fronteira com o Afeganistão. O aparelho foi depois mostrado na TV, e o governo iraniano disse estar próximo de desvendar seus segredos tecnológicos.
Na segunda-feira, numa entrevista coletiva, Obama pediu ao Irã "(o avião) de volta. Vamos ver como os iranianos respondem". As autoridades iranianas já haviam informado que não pretendem devolver o equipamento.
"Parece que (Obama) esqueceu que nosso espaço aéreo foi violado, que uma operação de espionagem foi conduzida, e que o direito internacional foi pisoteado", disse Ramin Mehmanparast, porta-voz da chancelaria, em entrevista coletiva.
"Ao invés de um pedido oficial de desculpas pela ofensa que eles cometeram, ele está apresentando uma exigência dessas. A América deve saber que a violação do espaço aéreo do Irã pode ameaçar a paz e a segurança mundiais."
O ministro da Defesa do Irã, Ahmad Vahidi, disse à agência estatal de notícias Irna que "o avião teleguiado de espionagem dos EUA é propriedade da República Islâmica do Irã", e que "Teerã vai decidir o que deseja fazer a esse respeito".
O Parlamento aprovou uma resolução qualificando a incursão aérea como "evidência de terrorismo internacional e flagrante violação do direito internacional pela América agressora". O texto diz que o Irã deve buscar reparações.
O governo também se queixou ao Conselho de Segurança da ONU, pedindo providências que "ponham fim a esses atos perigosos e ilegais".
A Isaf, força da Otan no vizinho Afeganistão, inicialmente disse que o aparelho poderia ser um avião teleguiado de reconhecimento dos EUA, que voa desarmado e que teria se perdido durante uma missão no oeste afegão.
Mas uma pessoa familiarizada com a situação disse posteriormente à Reuters em Washington que o avião fazia uma missão de vigilância no Irã.
O caso complica ainda mais as relações do Irã com o Ocidente, abaladas principalmente por causa do programa nuclear iraniano. Washington e seus aliados acusam Teerã de tentar desenvolver armas nucleares, o que a República Islâmica nega. 

Obama pede ao Irã que devolva avião espião capturado


AE - Agência Estado
O governo dos Estados Unidos fez um pedido formal para o Irã devolver o avião não tripulado de espionagem capturado pelos iranianos no começo deste mês, mas disse que não acreditar que o Irã devolverá o artefato. O drone RQ-170 Sentinel, aparentemente, foi capturado quase intacto pelos iranianos. O presidente dos EUA, Barack Obama, pediu ao Irã que devolva o avião teleguiado. "Nós pedimos o avião de volta. Vamos ver como os iranianos responderão", afirmou. O governo do Irã rechaçou o pedido de Obama nesta terça-feira através do ministro da Defesa, o general Ahmad Vahidi.
Oficialmente, os EUA afirmam que o drone estava em missão no oeste do Afeganistão, perto da fronteira com o Irã, quando o controle do avião foi perdido. Já o Irã afirma que capturou o avião teleguiado mais de 200 quilômetros dentro do seu território, no leste do país.
Em entrevista exibida ao vivo na televisão estatal da Venezuela, na noite de segunda-feira, o presidente do Irã Mahmoud Ahmadinejad disse que seu país não pretende devolver odrone. "Os americanos talvez tenham decidido nos dar este avião de espionagem" disse. "Agora nós temos o controle desse avião".
Falando através de um intérprete, Ahmadinejad disse: "Existem pessoas aqui que foram capazes de controlar este avião espião, também quem pode analisar o sistema desse aparelho. De qualquer maneira, agora nós temos esse avião de espionagem", disse. "Muito em breve, eles vão aprender mais sobre as habilidades e as possibilidades do nosso país", disse Ahmadinejad.
Nesta terça, o general Vahidi descartou a possibilidade de devolver o avião a Obama. Vahidi disse que os EUA devem pedir desculpas por ter invadido o espaço aéreo do Irã ao invés de pedir a volta do avião não tripulado.
O ex-vice-presidente dos EUA, Dick Cheney, disse que a perda do drone foi "significativa para a inteligência" (espionagem) dos EUA. Segundo Cheney, teria sido fácil para os militares americanos entrarem em território do Irã e recuperarem o drone caído ou capturado logo depois do incidente, o que não aconteceu. Cheney disse que a administração Obama "apenas se limitou a dizer: ''devolvam nosso avião de volta''".
"Nós submetemos um pedido formal pela devolução do nosso equipamento perdido, como faríamos com qualquer governo em qualquer lugar do mundo", disse a secretária de Estado americana, Hillary Clinton. "Mas por causa do mau comportamento do Irã até agora, não esperamos que eles atendam o pedido. Mas vamos lidar com essas provocações e as preocupantes medidas tomadas pelo Irã", ela disse.
As informações são da Associated Press.