quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Nave de voo simulado a Marte entra na 'órbita de Marte'




Efe


MOSCOU - A nave espacial Mars 500 com seis voluntários do voo simulado a Marte já está na órbita do planeta vermelho e em menos de duas semanas pousará na superfície simulada, informou nesta terça-feira um porta-voz do Instituto de Problemas Biomédicos (IPBM) da Academia de Ciências da Rússia.





S. Corvaja/ESA/DivulgaçãoCosmonauta antes do isolamentoVeja também:



Acompanhe o projeto Mars 500



"Ao despertarem nesta manhã, os participantes da experiência viram uma representação de Marte em seus monitores imitando os guichês (de uma nave espacial). Isso quer dizer que já entraram na órbita marciana", precisou o IPBM à agência Interfax.



Em poucos dias, os seis voluntários passarão a desempenhar o papel de engenheiros e cientistas para realizar os trabalhos de carga e descarga, porque deverão esvaziar o módulo que simula a cápsula até este momento que funcionava como armazém.



Antes de 12 de fevereiro, data prevista para chegada à superfície marciana, os voluntários experimentarão em seu organismo vários aspectos da falta de gravidade que serão reproduzidos de forma artificial.



Dormirão de noite de cabeça para baixo para simular o estado de falta de gravidade e temperatura de 12 graus abaixo de zero.



Durante a estadia no simulador da superfície de Marte, os voluntários realizarão três caminhadas.



A Agência Espacial Europeia (ESA) e a russa Roscosmos lançaram em 2004 este ambicioso projeto, ao qual uniu-se posteriormente a China e no qual também colaboram países como os Estados Unidos e Espanha.

Rússia perde novo satélite no espaço, informa agência

Reuters


MOSCOU - A Rússia aparentemente perdeu um satélite militar recém-lançado, informou a agência Interfax na terça-feira, 1, citando uma fonte da indústria espacial do país.




Três satélites do concorrente russo do GPS caem no Pacífico



A nave GEO-IK-2, desenvolvida para medir o formato da Terra, foi lançada na manhã de terça-feira de Plesetsk, no norte da Rússia. "Ainda não foi estabelecido contato com a nave e ela provavelmente será considerada perdida", disse a fonte não identificada à agência russa.



A perda de três satélites de navegação GLONASS que caíram no mar em dezembro provocou indignação no Kremlin, que está tentando fortalecer a independência tecnológica russa. O presidente Dmitry Medvedev demitiu dois oficiais após o incidente. O sistema GLONASS foi desenvolvido para competir com o GPS.

Lockheed Martin procederá os primeiros lançamentos do futuro míssil anti-navio americano

Lockheed Martin procederá os primeiros lançamentos do futuro míssil anti-navio americano



A corporação americana assinou com a Agência de Projetos e Pequisas Avançados em Defesa (Defense Advanced Research Projects Agency - DARPA) dois contratos em valor de US$ 218 milhões para concluir a fase de demonstração do Míssil Anti-Navio de Longo Alcance (Long Range Anti-Ship Missile - LRASM). O programa prevê duas demonstrações para o LRASM-A, versão ar-mar do míssil, lançado de um avião; e quatro para o LRASM-B, projetado para ser instalado em um navio de superfície. Nesta configuração, o míssil é disparado de um lançador vertical. O LRASM será compatível com os lançadores MK41 instalado em navios da U.S. Navy.



O programa LRASM foi lançado em 2009. Após a fase de estudos preliminares e a definição de design, o desenvolvimento do novo míssil anti-navios passará, assim, a uma fase importante, com os primeiros disparos e testes de vôo. As duas versões do LRASM oferecem um alcance muito significativo e uma forte capacidade de penetração contra sistemas de defesa aérea navais em um ambiente de combate muito complexo, assegura Rick Edwards, vice-presidente de Sistemas de Manobra de Combate e de Mísseis Táticos (Tactical Missiles and Combat Maneuver Systems) da Lockheed-Martin Missiles and Fire Control.



Por agora, as características do LRASM ainda não são conhecidos com precisão, particularmente no que diz respeito ao seu alcance. A versão aérea deve ser subsônica, com uma ogiva de 450 kg, enquanto a versão lançada a partir de um navio de superfície deve ser supersônica, com uma ogiva de 220 kg.



Projetado para substituir o Harpoon, o novo míssil deve entrar em serviço até 2020.



Fonte: Mer et Marine

França segue apostando em transferência de tecnologia como trunfo do Rafale

Depois de digerir a decepção causada pelo adiamento da decisão do governo Dilma Rousseff sobre a compra de caças para a Força Aérea Brasileira, a França segue apostando no quesito transferência de tecnologia na disputa que envolve também aviões americanos e suecos.




“Temos a confiança de que a proposta francesa é a favorita do governo brasileiro, pois é a única com transferência total de tecnologia,” disse ao blog uma fonte francesa próxima das negociações.



“Com o Rafale, da Dassault, o Brasil não estaria apenas comprando o avião, mas também o know-how para construí-lo no país.”



Ainda segundo esta fonte, a decisão do governo brasileiro sobre o vencedor da disputa entre o Rafale, o americano F-18 Super Hornet da Boeing e o Gripen NG da Saab deve acontecer até julho.



A partir daí, se iniciariam as negociações para o fechamento do contrato, o que deveria durar de oito meses a um ano.



A conferir.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

ProSuper: ALIDE entrevista a Blohm+Voss Naval/ThyssenKrupp Marine Systems International

O chamado "ProSuper", o programa de aquisição de novos navios de superfície para a Marinha do Brasil está em ebulição nas manchetes a imprensa especializada após a recente interrupção, de forma inesperada, da concorrência para a compra dos navios patrulha oceânicos (NPaOc) de 1800 toneladas. No início deste ano, o congresso italiano colocou a proverbial "pá de cal definitiva" na perspectiva de uma compra direta na Itália de cinco NPaOc, um Navio de Apoio Logístico e de cinco fragatas de 6000 toneladas. Com isso, restaura-se a competitividade e empresas do mundo todo, como a Thyssen Krupp, a BAE Systems, a DCNS, a Navantia e a Daewoo voltam a defender seus produtos diante da MB. Esta nova entrevista com Rainer Filpe Vice President Sales Latin America da TKMS segue uma anterior onde exploramos completamente a proposta alemã para a concorrência do NPaOc.




No ano de 2009, no exercício Unitas Gold que se realizou nos EUA, alguns navios da Marinha da Alemanha casualmente se fizeram presentes. Naquela ocasião, estavam lá a primeira fragata da classe 124, a FGS Sachsen e o navio de apoio logístico Frankfurt-am-Main da nova classe Berlin. Ambas as classes hoje estão sendo ofertados pla TKMS à MB dentro deste novo pacotão. Veja o artigo com centenas de fotos que escrevemos após colocar um jornalista nosso no Frankfurt por mais de dez dias. Se você ainda não leu ela, não deixe passar mais esta oportunidade.



ALIDE: Quando e sob que condições a sua empresa foi informada do cancelamento da concorrência de NPO da Marinha brasileira?



Rainer Filpe: Nós entendemos que a concorrência para NPO tornou-se parte de uma aquisição maior, voltada para uma modernização abrangente da Marinha brasileira dentro de uma estratégia de atualização da capacidade da indústria brasileira de construção naval através de um contrato de cooperação de longo prazo com um parceiro internacional experiente, capaz e disposto a transferir para o Brasil habilidade e tecnologia. O design do nosso Navio-Patrulha Oceânico NPa 1800 é parte da nossa oferta total, razão pela qual, sob o nosso ponto de vista, não se trata se um cancelamento.




ALIDE: Antes do cancelamento, como vocês se sentiram com relação às chances de o seu produto ganhar aquela concorrência?



RF: Os nossos navios de superfície são utilizados em muitas marinhas, no mundo todo, eles continuam se destacando pela excelência técnica, extrema confiabilidade e adequação ao propósito. Diante desse pano de fundo e do compromisso duradouro de nossa matriz, a ThyssenKrupp AG, de investimento interno, criação de vagas de trabalho e transferência de tecnologia para o Brasil, nós acreditamos que qualquer oferta que fizermos será observada com seriedade pela Marinha do Brasil e pelo Governo brasileiro. A ThyssenKrupp AG é uma das maiores investidoras internas no Brasil, conforme salientado pela nova aciaria integrada no estado do Rio de Janeiro.



No contexto do mecanismo do Brasil de modernizar e expandir as suas capacidades de construção de navios, também é importante observar que mais de 60% das corvetas e fragatas construídas pela Blohm + Voss Naval / ThyssenKrupp Marine Systems são construídas em parceria com estaleiros nos países dos nossos clientes e envolvem habilidades e transferência de tecnologia significativas.



Interessantemente, os construtores de navios no Brasil, a Marinha do Brasil e o estaleiro TKMS cooperaram com bastante êxito no passado, quando o Arsenal Naval no Rio de Janeiro – Arsenal da Marinha do Rio de Janeiro (AMRJ) – construiu quatro submarinos da classe 209 em parceria com o estaleiro irmão para a Blohm + Voss Naval, especializado em submarinos, a Howaldtswerke Deutsche Werft (HDW). A cooperação incluiu a escala completa de transferência de tecnologia e know-how, e os barcos continuam servindo a Marinha Brasileira com distinção.



ALIDE: Quando vocês ficaram sabendo que o programa de aquisição da Marinha brasileira seria alterado para um negócio de governo para governo ao invés do formato anterior de indústria para a Marinha brasileira?



RF: Juntamente com os outros ofertantes em potencial, nós fomos informados pela Marinha do Brasil em julho.




ALIDE: Vocês acreditam que esse novo formato de concorrência favorece a nova parceria TK/Governo alemão?



RF: Conforme observado acima, nós acreditamos que a qualidade da nossa oferta, a nossa experiência de trabalho e de transferência de habilidades e tecnologias a parceiros locais da construção naval em muitos continentes, bem como o compromisso de longo prazo da nossa matriz de investir e de criar vagas de trabalho no Brasil indicam que a nossa oferta é séria. Com base no MoU assinado em 2008 entre o Brasil e a Alemanha e no acordo de colaboração de defesa assinado durante a visita, no final do ano passado, do Ministro da Defesa Nelson Jobim à Alemanha, o governo alemão deseja oferecer suporte à oferta de pacote industrial da Blohm + Voss Naval / ThyssenKrupp Marine Systems e cooperar com o Governo brasileiro e a Marinha do Brasil em todos os campos relevantes. Com esse suporte de governo para governo e com a nossa parceira brasileira Engevix, acreditamos que estamos ofertando um pacote convincente dentro de um país estrategicamente importante e de uma parceria experimentada e testada de país para país.




ALIDE: Que classe de navios vocês estão ofertando para a exigência de navio-tanque/navio logístico?



RF: A Blohm + Voss Naval / ThyssenKrupp Marine Systems está apta a oferecer um amplo leque de navios de suporte, sendo que nós elaboramos a nossa oferta de acordo com as exigências específicas da Marinha do Brasil.



Depois de uma análise completa da exigência da Marinha do Brasil, estamos ofertando um Navio de Suporte Logístico baseado no Navio de Abastecimento do Grupo de Trabalho de Classe de Berlim de 20.000 toneladas (EGV) adaptado especialmente para atender às exigências do Brasil. Dois navios dessa classe estão sendo empregados com bastante sucesso na Marinha Alemã e um terceiro está sendo construído.



ALIDE: Que classe de navios vocês estão ofertando para a exigência da fragata de 6000t?



RF: O design da fragata da classe 6000t é um desenvolvimento moderno das fragatas anteriores construídas pela Blohm + Voss Naval / ThyssenKrupp Marine Systems para clientes nacionais e estrangeiros. Três fragatas da classe F 124 foram entregues à Marinha da Alemanha entre 2004 e 2006.



A oferta ao Brasil inclui uma versão da F 124 incorporando aprimoramentos significativos do gume especialmente adaptado para as exigências da Marinha Brasileira. Entre outras coisas, elas poderiam incluir, por exemplo, a integração do Siconta no Sistema de Gestão de Combate.




ALIDE: A Alemanha tem obtido muito sucesso com a venda de navios de combate de superfície no mundo todo. Que novas linhas de produto/classes de navios deverão movimentar essa tendência?



RF: Durante mais de 125 anos de construção naval, a Blohm + Voss Naval / ThyssenKrupp Marine Systems vem aperfeiçoando o tipo e a ciência do design e da construção de navios de superfície. O grupo é um líder internacional com sua capacidade tecnológica, know-how e inovação.



Ao longo de sua história, os estaleiros do Grupo construíram mais de 1000 navios. Unicamente a partir de 1980, foram construídos ou estão em construção mais de 160 navios, desde fragatas e corvetas, navios-patrulha e caça-minas até navios para fins auxiliares e especiais. As marinhas do mundo todo contam entre os usuários satisfeitos com esses navios.



O sucesso da TKMS deve-se, parcialmente, às inúmeras fragatas e corvetas MEKO® que os estaleiros construíram. MEKO® é um símbolo de “Mehrzweck-Kombination” (combinação multipropósito). Os navios baseados nesse conceito distinguem-se por seu design modular.



Os desenvolvimentos mais recentes nessa área são a fragata MEKO® D e o navio modular MEKO® CSL junto com o helicóptero multifuncional Dockship MHD 200. A experiência de quarenta anos da MEKO® foi integrada às fragatas F124 e F125 e às corvetas K130 da Marinha alemã, também tudo com base no conceito MEKO®.

A TKMS aprimora continuamente o conceito MEKO®. Esse princípio também vem sendo aplicado ao MEKO® MESHD – “barco dique multimissão com helicóptero”.



Navios menores, tais como os navios-patrulha, também fazem parte da carteira da Blohm + Voss Naval / ThyssenKrupp Marine Systems. Os estaleiros BVN / TKMS estão envolvidos na construção de navios especializados, tais como o PLANET, um navio SWATH de pesquisa e teste fornecido ao Departamento Federal de Tecnologia de Defesa e Suprimento. Essa série terá continuidade com a construção de dois barcos SWATH com qualidades de comportamento no mar particularmente boas para as autoridades alfandegárias alemãs.




ALIDE: Os navios da Marinha da Alemanha mudaram sua direção para mísseis de fabricação americana e se distanciaram dos produtos europeus. Essa tendência é positiva para a venda ao Brasil atualmente?



RF: Os navios da Blohm + Voss Naval / ThyssenKrupp Marine Systems podem ser equipados com os sistemas de combate e sistemas tipo effector da preferência do cliente. Isso oferece uma grande flexibilidade e a possibilidade de integração de sistemas nos navios produzidos localmente pela indústria nacional no país do cliente. Nós acreditamos que essa é a chave para dar suporte à estratégia do Brasil de utilizar o programa de modernização naval para integrar o melhor da tecnologia internacional aos melhores produtos da indústria local, trabalhando independentemente ou em parcerias.



ALIDE: Quantas reuniões vocês tiveram com a Marinha do Brasil sobre a questão do acerto do novo pacote?



RF: Assim como os nossos concorrentes, nós estamos em constante contato com o nosso cliente em potencial.


ALIDE: Após ter entregue as propostas alguns dias atrás, para quando estão programadas as visitas ao estaleiro?



RF: As autoridades responsáveis pela aquisição organizarão os seus próprios cronogramas e a Blohm + Voss Naval / ThyssenKrupp Marine Systems terá o maior prazer em se adaptar a esses organogramas sempre que eles estiverem dispostos a visitar as nossas instalações.



Nós também estamos prontos para quaisquer discussões adicionais com mais apresentações que possam ser solicitadas pela Marinha brasileira em qualquer momento.




ALIDE: Nós veremos uma participação ativa do Governo e da Marinha da Alemanha no suporte à sua proposta, da mesma forma como vimos antes, das partes francesa e italiana?



RF: A Marinha da Alemanha possui uma longa tradição de cooperação estreita com a sua contraparte brasileira. Em 2009, O Treinamento da Marinha alemã e o Grupo de Tarefas Operacionais visitaram o Brasil e organizaram exercícios com a Marinha do Brasil, sendo que futuras visitas e exercícios em conjunto podem ser esperados. O Governo alemão mantém um contato constante e estreito com o Governo do Brasil e se supõe com segurança que o compromisso compartilhado entre os dois governos para um mundo próspero e pacífico verá esforços continuados para intensificar a relação bilateral em toda uma vasta gama de campos, inclusive defesa, cooperação econômica e assuntos internacionais.




ALIDE: Há alguma orientação/instrução/sinal por parte do Governo brasileiro de que eles dariam suporte à TKMS para instalar um novo estaleiro no Brasil para tratar dessa concorrência?



RF: A Blohm + Voss Naval / ThyssenKrupp Marine Systems já alcançou um acordo com a empresa líder de engenharia e infraestrutura no Brasil, a Engevix, e juntas as empresas apresentaram uma oferta formal e abrangente para se tornarem parceiras da Marinha do Brasil, já que esta está realizando a mais importante transformação técnica e modernização da sua história. Essencial para a oferta é a transferência de tecnologias e de habilidades no suporte a programas nacionais de construção de navios no Brasil que estariam focados na nova fábrica de construção naval da Engevix, em Rio Grande.


ALIDE: A TKMS foi a única concorrente que se juntou para uma parceria com a empresa brasileira de engenharia ANTES de ser escolhida como a ganhadora da concorrência para venda de navios militares. Como essa parceria aconteceu e qual foi a reação da Marinha do Brasil com relação a isso? Todo participante deveria tentar encontrar o seu próprio parceiro industrial brasileiro para essa concorrência?



RF: A ThyssenKrupp AG possui várias empresas ativas no Brasil, que empregam em torno de 14.000 pessoas. Dessa forma, naturalmente a Blohm + Voss Naval / ThyssenKrupp Marine Systems encontraria um ótimo suporte em sua busca pelo parceiro certo. Com mais de 45 anos de existência, a Engevix tem demonstrado excelência na realização de complexos projetos de Engenharia, Suprimento e Construção (EPC). A sua receita cresceu aproximadamente 10 vezes de 2004 até 2009. Em 2006, a empresa começou a participar de concorrências para projetos no mercado naval/offshore e em 2010 ela fechou um contrato de US$ 3,5 bilhões para construir oito plataformas do tipo FPSO para a Petrobrás. Ao mesmo tempo, a Engevix tornou-se a proprietária do Estaleiro Rio Grande.



Nós acreditamos que a nossa parceria com a Engevix faça sentido e possa dar uma contribuição significativa para a estratégia do Brasil de expandir e modernizar a indústria de construção naval local.




ALIDE: Com que intensidade o sofrimento da recente crise global forçou o Governo alemão a aumentar o seu suporte às exportações da indústria alemã e mais especificamente às exportações da indústria da defesa alemã?



RF: Há muitas décadas, a indústria de defesa da Alemanha, como outros setores da indústria alemã, tem ofertado com sucesso os seus produtos internacionalmente. Isso se aplica igualmente à Blohm + Voss Naval / ThyssenKrupp Marine Systems, cujos navios formam a coluna vertebral confiável e perfeitamente apropriada de muitas marinhas do mundo todo. Dessa forma, enquanto a crise global e as mudanças da forma como os governos conduzem o seu suprimento de defesa podem ter forçado alguns dos governos dos nossos concorrentes a irem para um campo de batalha internacional pela primeira vez, nós podemos olhar para trás e ver muitas décadas de suporte oferecido pelo Governo alemão a parcerias capazes de contribuir para a paz e a estabilidade internacional.




ALIDE: Tem havido muitos rumores de que a Marinha da Alemanha enfrentará cortes drásticos de navios no ano que começará. Todas as oito fragatas da classe Bremen podem ser tirados de circulação quase que imediatamente. Uma vez que esses navios podem acabar sendo vendidos no exterior, a TKMS vê esse cenário mais como a abertura de uma nova oportunidade de negócio ou apenas como um novo “concorrente” para seus novos produtos em um mercado mundial de navios de guerra já saturado?



RF: É muito cedo para dizer o que a estruturação da Força de Defesa da Alemanha significará para a Marinha da Alemanha em detalhes; portanto, tudo que foi dito nessa fase seria apenas especulativo. Porém, nós estamos confiantes de que os nossos designs de navio de gume e a nossa experiência na transferência de habilidades e tecnologias a parceiros em muitos países nos manterá em uma boa posição, já que um número significativo de países – como o Brasil – buscará nos próximos anos a modernização de seus navios e de suas capacidades de construção naval.




ALIDE: A recente venda de patrimônio industrial da TKMS ao Grupo Abu Dhabi MAR pode ser argumentada pelos seus concorrentes como um sinal de perda de perspectiva de futuras vendas militares por parte da sua empresa. Como vocês respondem a esses comentários?



RF: A parceria, indubitavelmente, fortalecerá a Blohm + Voss Naval / ThyssenKrupp Marine Systems para o futuro.




ALIDE: Por causa disso, o Governo dos Emirados Árabes Unidos agora também deverá se organizar firmemente para oferecer suporte à concorrência de navios militares da TKMS aqui no Brasil? Isso soma algum valor real à sua proposta?



RF: Pode-se esperar que a parceria com a Abu Dhabi MAR se expresse, de muitas maneiras, como um suporte à Blohm + Voss Naval / ThyssenKrupp Marine Systems e a seus clientes e, clientes prospectivos no mundo todo.

Dassault recebe a fuselagem do VANT nEUROn

Dassault recebe a fuselagem do VANT nEUROn






O grupo sueco Saab entregou à Dassault Aviation as fuselagens dianteira e central do nEUROn, demonstrador da tecnologia de Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT), que a fabricante francesa de aviões está desenvolvendo. As peças fornecidas pela Saab vão ser combinadas, em Istres, com a seção da fuselagem traseira entregue pela empresa grega HAI (Hellenic Aerospace Industry), em meados de janeiro. Serão adicionados os elementos produzidos por outros parceiros: o sistema pantógráfico de ejeção de armamento produzido pela RUAG, da Suíça, que é esperado para o final de Fevereiro; as duas semi-asas construídas na Espanha pela EADS-CASA, no início de Março; as duas portas do compartimento de bombas, a serem entregues pela italiana Alenia no final de Março; e, finalmente, as três portas do trem de pouso, que devem ser fornecidas pela Saab em Abril.



Além disso, os elementos que contribuem para a furtividade (bordos de ataque, bordos de fuga, entrada de ar...) fabricados pela Dassault Aviation em Argenteuil e Biarritz serão entregues em Março. Na fábrica da Dassault, em Istres, as equipes do grupo francês, com a ajuda do pessoal destacado no local pelos seus parceiros europeus, realizarão a instalação de tubulações, fiação elétrica e equipamentos - conforme definido no modelo digital de referência CAD - bem como a montagem final da aeronave. Depois disso ocorrerão os testes em terra da aeronave não-tripulada e os testes da propulsão previstos para final de 2011/início de 2012, com o primeiro vôo previsto para meados de 2012.



Tradução: Felipe Medeiros



Fonte: Mer et Marine

Exército egípcio, pilar do regime, vive uma situação difícil



CAIRO, 1 Fev 2011 (AFP) -O Exército egípcio, pilar do regime, se encontra em uma posição difícil nesta terça-feira, entre a multidão contra a qual prometeu não abrir fogo e o presidente Hosni Mubarak, do qual se distanciou sem chegar a abandoná-lo totalmente.


Se abandonarem completamente o chefe de Estado, os militares podem colocar em perigo um sistema do qual são os fiadores e que proporciona vantagens políticas e econômicas às Forças Armadas.



Mas uma repressão violenta contra uma multidão que, até o momento, tem aplaudido os tanques e aclamado os soldados acabaria com a imagem positiva de uma instituição que goza do respeito da população, ao contrário da polícia.



Além disso, na situação atual, a repressão talvez não consiga restabelecer a ordem.



Diante de uma situação instável, vários países pedem moderação.



O governo dos Estados Unidos enviou um emissário ao Cairo, o ex-embaixador no Egito Frank Wisner, e a organização de defesa dos direito humanos Human Rights Watch (HRW) enviou uma carta ao ministro da Defesa, o marechal Mohamed Hussein Tantaui, para pedir cautela às Forças Armadas.



Para a HRW, trabalhar em uma transição pacífica para a democracia constitui uma "responsabilidade histórica" do Exército egípcio.



Segundo Tewfik Aclimandos, especialista em Egito no Collège de France, na atual circunstância "tudo depende do Exército", que, apesar de apoiar Mubarak, "tampouco quer disparar contra a multidão".



O Exército ocupa um lugar de destaque no que está acontecendo desde que Mubarak, que é general da Força Aérea, pediu a intervenção dos militares para auxiliar a polícia, que não conseguia mais manter a ordem, e deu mais poderes aos militares, nomeando dois generais, Omar Suleiman e Ahmed Shafiq, como vice-presidente e primeiro-ministro respectivamente.



Na segunda-feira, o Exército se dirigiu ao "grande povo do Egito", considerou "legítimas" suas reivindicações e garantiu que "não recorrerá ao uso da força", tomando distância de Mubarak, mas sem esclarecer a quais reivindicações se referia.



Mas não tirou totalmente o apoio ao presidente, cuja renúncia é exigida cada vez mais pelos manifestantes.



Para superar os obstáculos, os militares podem apoiar uma espécie de transição organizada pelo regime, como deseja Washington, para conseguir conciliar a estabilidade do país com a abertura política, afirma Eliyah Zarwan, do International Crisis Group (ICG).



"Neste caso, parte do regime poderia perdurar e organizar a transição, se necessário sem Mubarak", completa.



Todos os presidentes egípcios foram militares desde 1952, quando os "oficiais livres" de Gamal Abdel Nasser derrubaram a monarquia.



Além disso, as Forças Armadas têm muitos soldados jovens cujo grau de lealdade ao regime é difícil de avaliar e aos quais seria difícil pedir que atirem contra os manifestantes.



"O Exército egípcio é respeitado. Reprimir movimentos populares não faz parte de sua tradição, em um país no qual a repressão sempre esteve a cargo das forças de segurança, em particular da polícia antidistúrbios", afirma Amr Al-Shobaki, do centro de estudos políticos Al Ahram do Cairo.



Na segunda-feira até a Irmandade Muçulmana destacou a "gloriosa posição do grande Exército egípcio, que está ao lado de seu povo".