quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Cientistas divulgam mapa em cores do Universo

SÃO PAULO - Na terça-feira, 11, o Centro de Pesquisa Digital do Céu Sloan III (ou, em sua sigla em inglês, SDSS-III) divulgou o mapa em cores do Universo mais completo até o momento. O mapa, feito desde 1998, reúne milhões de imagens de 2.8 megapixels , resultando em uma imagem final de mais de um trilhão de pixels. A imagem é tão grande e detalhada que seriam necessárias 500 mil TVs de alta definição para conseguir vê-la na totalidade de sua definição.

Essa nova imagem dá aos astrônomos a visão mais abrangente do céu já realizada. Os dados do SDSS-III já foram usados para descobrir cerca de meio bilhão de objetos astronômicos, incluindo asteroides, estrelas e galáxias. Os mais recentes e mais precisos posicionamentos, cores e formatos desses objetos também foram divulgados

A imagem começou a ser realizada em 1998, com o que era então a maior câmera digital existente (de 138 megapixels). Durante a última década, os pesquisadores fizeram registros de um terço do céu usando essa câmera, que foi aposentada e fará parte da coleção do museu Smithsonian.


A missão partiu para o espaço em maio de 2009 com o objetivo de detectar luz de poucos milhares de anos após o Big Bang, evento que se acredita tenha criado o Universo. No entanto, os detectores de última geração serão usados para fazer uma vistoria de todo o céu pelo menos quatro vezes, medindo sua radiação cósmica de fundo, ou a radiação derivada do Big Bang.




Esses dados irão ajudar os cientistas a entender melhor a evolução e o destino do nosso Universo. Embora os resultados das leituras do telescópio só fiquem prontos em dois anos, observações antecipadas de objetos astronômicos específicos na Via-Láctea, assim como em galáxias mais distantes, já estão sendo divulgados.

Israel: só ameaça militar pode deter programa nuclear do Irã

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse nesta terça-feira que só "uma ameaça militar crível" poderá frear o polêmico programa nuclear do Irã. "As sanções ao Irã não atingiram seus objetivos. O Irã continua empenhado em se munir de armas atômicas e só uma ameaça militar crível irá frear seu programa nuclear", declarou Netanyahu em entrevista coletiva.




O chefe de governo israelense afirmou que o Irã é o maior motivo de preocupação no Oriente Médio. Segundo ele, 2010 foi o ano em que a comunidade internacional se conscientizou do "perigo" que representa o regime de Teerã. "A principal prioridade na região é o Irã, a segunda o Irã e a terceira o Irã", afirmou o Netanyahu, para quem os iranianos só desistirão de seu suposto desejo de aceder ao armamento atômico se houver uma ameaça militar crível.



Ele alegou que as sanções internacionais contra o regime de Teerã "não foram suficientes". Netanyahu comentou que 2011 "será o ano em que se saberá quem quer a paz no Oriente Médio" e disse que "não há povo no mundo que queira mais a paz do que o povo de Israel".



O primeiro-ministro israelense acusou a Autoridade Nacional Palestina (ANP) - presidida por Mahmoud Abbas - de "se afastar da paz" porque "se afasta da negociação". Para Netanyahu, "os palestinos se afastam da negociação com sua postura de impor pré-condições à negociação", referindo-se à exigência da ANP de que Israel detenha a construção dos assentamentos judaicos antes de retomar as negociações.

Tecnologia de Visão Sintética é certificada para o Phenom 300

São José dos Campos, 12 de janeiro de 2011 – O jato executivo Phenom 300, da categoria light, fabricado pela Embraer, recebeu os certificados da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), da Federal Aviation Administration (FAA) dos Estados Unidos e da Agência Européia para Segurança da Aviação (European Aviation Safety Agency – EASA) para utilizar a tecnologia de visão sintética da Garmin (Synthetic Vision Technology™ – SVT). O avião é o primeiro jato da categoria light a oferecer esta avançada funcionalidade na cabine de pilotagem.




A SVT recria imagens topográficas a partir das informações do sistema de alerta de colisão da aeronave por meio de uma sofisticada modelagem gráfica, que simula o que o piloto veria em sua frente à luz do dia. É particularmente útil em condições de visibilidade limitada, tais como neblina, operação noturna e vôo por instrumentos. A realidade virtual apresentada fornece ao piloto uma imagem tridimensional do solo, água, obstáculos, aeroportos e tráfego aéreo.



“A Embraer se esforça ao máximo para oferecer soluções diferenciadas a seus clientes e o Phenom 300 é o único jato da categoria light com a tecnologia SVT”, disse Luís Carlos Affonso, Vice-Presidente Executivo da Embraer para o Mercado de Aviação Executiva. “Esta tecnologia fornece um excelente alerta situacional, mesmo em condições de vôo com visibilidade reduzida, guiando de forma segura pilotos em regiões montanhosas.”



Com imagens coloridas do relevo, que mostram nitidamente as áreas que representam maiores ou menores riscos de colisão por meio de tonalidades que variam do âmbar ao vermelho, torres ou outros obstáculos que possam interferir na rota de vôo são destacados com cores diferentes e mostrados com a simbologia apropriada. A SVT funciona em conjunto com o sistema de prevenção de colisões aéreas (Traffic Collision Avoidance System – TCAS) e o serviço de informações de tráfego aéreo (Traffic Information Service – TIS) para representar outras aeronaves em perspectiva tridimensional e fornecer dados em tempo real sobre a sua proximidade.



Utilizando a simbologia própria do TCAS, a SVT apresenta os objetos mais próximos em maior tamanho, facilitando a visualização e a identificação dos riscos associados ao tráfego aéreo. A SVT é uma importante ferramenta da cabine de comando Prodigy™ e também pode ser facilmente instalada nos aviões que já estão em operação. O sistema aviônico integrado da Garmin Prodigy™ foi exclusivamente concebido para os jatos Phenom e incorpora a ampla experiência da Embraer no desenvolvimento de aeronaves comerciais e de defesa. Alerta situacional aprimorado, cabine de comando digital com monitores amplos, aviônica de última

geração e capacidade de operação por apenas um piloto são elementos fundamentais em cada detalhe do projeto desta cabine de comando

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Exército brasileiro recebe R$ 10 bi para garantir cerco nas fronteiras

O Exército vai lançar um Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), com investimento de R$ 10 bilhões, visando modernizar as Forças Armadas, segundo a "Folha".




O sistema deve ser concluído em 2019 e será feito em três etapas. O gasto com manutenção anual chegará a 10% do total do orçamento. Inicialmente, o projeto inclui equipamentos como radares de comunicação de diferentes graus de sofisticação, radar de imagem, veículos aéreos não tripulados (vants), além de blindados para abranger a fronteira terrestre.



Para o governo, o problema com as fronteiras é o principal quando se trata da segurança do país, levando em conta as "falhas" que acontecem na entrada de produtos ilícitos. Após o monitoramento do espaço aéreo, com o Sistema de Proteção da Amazônia, o contrabando e o tráfico de armas passaram a ser feitos por terra, chegando até as favelas cariocas.

Royal Society reivindica plano mundial para contatos alienígenas

O periódico científico Philosophical Transactions, publicado pela sociedade científica britânica Royal Society, adverte em sua última edição que os governos do mundo deveriam se preparar para um possível encontro com uma civilização extraterrestre, que poderia ser violenta.




A publicação, que este mês dedica um número completo ao tema da vida extraterrestre, argumenta que se o processo de evolução seguir em todo o universo padrões darwinistas, tal como ocorre na Terra, as formas de vida que entrariam em contato com os seres humanos poderiam "ter tendência à violência e à exploração" dos recursos.



Por esse motivo, os cientistas reivindicam que as Nações Unidas (ONU) configurem um grupo de trabalho dedicado a "assuntos extraterrestres" com a capacidade de delinear um plano a ser seguido em caso de contato alienígena.



"Devemos estar preparados para o pior" no caso de encontrarmos uma civilização extraterrestre, alerta o professor de paleobiologia evolutiva na Universidade de Cambridge, Simon Conway Morris, que considera que a vida biológica deve ter em todo o universo características similares às da terra.



Morris acredita que se existem alienígenas inteligentes "são parecidos conosco", algo que, "diante da nossa não muito gloriosa história", deveria "nos fazer refletir".

Esforço da China para modernização militar começa a dar frutos

O secretário de Defesa, Robert Gates, em uma missão para ressuscitar as relações militares entre Estados Unidos e China, deve chegar a Pequim para negociações com os principais líderes militares do país neste domingo. Mas em um aeródromo em Chengdu, metrópole no centro da China, líderes militares chineses já deram suas boas vindas a ele.




Ali foi lançado o J-20, um caça invisível aos radares e que tem as mesmas formas angulares do avião de mesmas características do Pentágono, o F-22 Raptor. Após anos de desenvolvimento sigiloso, o caça – o primeiro avião invisível da China – foi testado inicialmente de maneira preliminar, mas também bastante pública, esta semana na pista do Instituto de Design de Aviação em Chengdu, um local tão aberto que os entusiastas de aeronaves geralmente se reúnem ali para fotografar seus favoritos.



Alguns analistas dizem que o momento não é coincidência. "Esta é a sua nova política de dissuasão", disse Andrei Chang, de Hong Kong, editor-chefe do jornal canadense Kanwa Defense Weekly, que relatou os testes do caça. "Eles querem mostrar seu poder aos Estados Unidos e ao Sr. Gates".

Atualmente, a China tem mais poder a mostrar. Uma década de agressiva modernização militar do outrora fraco programa chinês está começando a dar frutos e tanto o Pentágono quanto seus vizinhos asiáticos estão cada vez mais atentos.




De acordo com a maioria dos relatos, a China continua uma geração ou mais atrás dos Estados Unidos em tecnologia militar e ainda mais atrás na implantação de versões testadas de suas mais sofisticadas capacidades navais e aéreas em batalha. Mas após anos de negações de que tenha qualquer intenção de se tornar uma potência militar ao nível dos Estados Unidos, o país agora revela capacidades que sugerem que pretende, mais cedo ou mais tarde, ser capaz de desafiar as forças americanas no Pacífico.



Além do J-20, um avião que pode ser reabastecido no ar e carrega mísseis com capacidade projetada para voar muito além das fronteiras da China, os chineses também estão remodelando um porta-aviões russo da era soviética – o primeiro navio da China com potência de projeção – para uso no próximo ano. Dois outros transportadores de 50 mil toneladas estão sendo construídos em um estaleiro de Xangai. O primeiro deve ser lançado em 2014, vários outros poderiam vir em 2020, dizem especialistas do Pentágono.



As ogivas nucleares, estimadas por especialistas em não mais de 160, foram reposicionadas desde 2008 em lançadores móveis e submarinos avançados que já não são alvos fáceis para ataques. Acredita-se que mísseis de ogivas múltiplas virão em seguida. A frota chinesa de 60 submarinos já é a maior da Ásia e está sendo reformada com o super-silencioso navio de propulsão nuclear e uma segunda geração de submarinos equipados com mísseis balísticos.



E um esperado míssil balístico antinavios, chamado de "matador de transportadores" por seu potencial para atacar os grandes navios transportadores no coração da presença naval americana no Pacífico, parece estar quase pronto. O chefe do Comando do Pacífico dos Estados Unidos, o almirante Robert F. Willard, disse a um jornal japonês em dezembro que a arma já havia atingido "capacidade operacional inicial", um marco importante. Oficiais da marinha disseram mais tarde que os chineses têm um projeto de trabalho, mas que ele aparentemente ainda não havia sido testado em água.


Com essas e outras armas, a mensagem clara da China, no entanto, é que sua capacidade de impedir outros de invadir territórios que possui ou até mesmo de fazer suas próprias reivindicações está crescendo rapidamente.




A China, claro, tem sua própria lógica para a sua preparação militar. Um tema comum é que as armas possivelmente ofensivas, como porta-aviões, mísseis antinavios e caças invisíveis, são necessárias para reforçar sua hegemônia sobre Taiwan, caso os líderes locais tentem a independência jurídica do continente.




O atual status de Taiwan, governado separadamente, mas reclamado pela China como parte de seu território soberano, é mantido em parte por um compromisso dos Estados Unidos em defendê-lo de Pequim caso haja um ataque. Alguns especialistas datam elementos da estrutura militar de hoje às crises de meados da década de 90, quando os Estados Unidos enviaram aviões sem serem molestados às águas em torno de Taiwan para demonstrar o compromisso de Washington com a ilha.




As autoridades chinesas claramente temem que os Estados Unidos planejam cercar a China com alianças militares para conter as ambições de Pequim por poder e influência. Em tese, a estratégia de longo prazo do Pentágono é cimentar na Ásia Central os tipos de parcerias que tem construído no flanco leste da China, na Coreia do Sul, Japão e Taiwan.



"Alguns estudiosos chineses temem que os Estados Unidos vão completar o cerco à China desta maneira", disse Xu Qinhua, que estuda a Rússia e Ásia Central na Universidade Renmin e assessora o governo para questões regionais. "Deveríamos nos preocupar com isso. É natural".



Aproximação oficial





A opinião oficial do Pentágono há muito tempo saúda uma China com grande poder militar como parceira dos Estados Unidos para manter as rotas marítimas abertas, combater a pirataria e executar outras tarefas internacionais hoje realizadas – e pagas – pelos militares e contribuintes americanos.



Mas líderes militares chineses raramente têm oferecido mais do que um vislumbre de sua estratégia militar a longo prazo e a criação constante de uma força com capacidade ofensiva para muito além do território chinês claramente preocupa planejadores militares dos Estados Unidos.



"Quando falamos de uma ameaça, é uma combinação de capacidades e intenções", disse Abraham M. Denmark, ex-diretor da China no escritório de Gates. “Os seus recursos estão se tornando mais e mais claramente definidos, e eles estão cada vez mais orientados para a limitação da habilidade americana de projetar poder militar no Pacífico”.



''O que não está claro para nós é a intenção disso tudo", acrescentou. "A modernização militar da China é certamente seu direito. O que questionamos é como esse poder militar será usado”.



Denmark, que agora dirige o Programa de Segurança da Ásia-Pacífico para o grupo New American Security em Washington, disse que a reação agressiva da China a recentes disputas territoriais com o Japão e seus vizinhos do Sudeste Asiático tinha dado tanto ao Pentágono quanto aos vizinhos da China motivos para preocupação.

Ainda assim, um alto oficial de inteligência da Marinha disse a jornalistas em Washington na quarta-feira que os Estados Unidos não devem superestimar a capacidade militar de Pequim e que a China ainda não demonstrou capacidade de utilizar seus sistemas de armas em uma guerra bem sucedida. O oficial, vice-almirante David J. Dorsett, vice-chefe de operações navais para o domínio da informação, disse que embora a China tenha desenvolvido algumas armas mais rápido do que os Estados Unidos esperava, em geral ele não ficou alarmado. ''Você já os viu usar grandes grupos de forças navais?", disse. "Não. Vimos grandes exercícios sofisticados? Não. O país tem alguma proficiência em combate? Não”.




Conhecimento





Dorsett disse que mesmo que os chineses estejam planejando testes marítimos em um porta-aviões usado e muito antigo” este ano e tenham a intenção de construir outros por si próprios, eles ainda têm um conhecimento limitado sobre o pouso e a aterrissagem nestes porta-aviões bem como de seu papel em batalha.



Pouco se sabe sobre as intenções militares da China, mesmo entre especialistas. Uma avaliação realizada pelo Pentágono em 2009 declarou que, apesar de “persistentes esforços”, a sua “compreensão de como e quanto o governo da China gasta em defesa" não melhorou de forma mensurável.



Em uma entrevista na quarta-feira, um dos maiores especialistas sobre os militares chineses, Zhu Feng, disse ver algumas revindicações do governo de um avanço rápido na criação de armas como caças invisíveis como pouco mais que exagero. ''Qual é a história real?", questionou. "Eu devo ser muito cético. Eu vejo muitas manchetes sobre a sua aquisição de armas. Mas por trás da cortina, vejo dinheiro desperdiçado. Muito exagero”.



Zhu, que dirige o programa de segurança internacional na Universidade de Pequim, sugeriu que a instituição militar da China – como a dos Estados Unidos – está inclinada a inflar as ameaças e exagerar o seu progresso em uma tentativa contínua de ganhar mais influência e dinheiro para os seus programas preferidos.



E isso pode ser verdade. Se assim for, porém, o artifício parece não ser percebido por seus rivais no Pacífico. ''Finalmente, da perspectiva americana, trata-se da questão de os Estados Unidos permanecerem tão dominantes no oeste do Pacífico como sempre foram", disse Bonnie Glaser, uma estudiosa da China no Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais em Washington. "E claramente os chineses gostariam de complicar ainda mais a situação para nós”. "Isso é algo que os chineses consideram razoável", disse ela. "Mas do ponto de vista dos Estados Unidos é, simplesmente, inaceitável".

The New York Times

sábado, 8 de janeiro de 2011

Módulos estruturais russos para os BPCs construídos em Saint-Nazaire

Após da decisão russa de optar pelos navios de projeção e comando (Bâtiments de Projection et de Commandement - BPC) franceses, prosseguem as negociações entre Paris e Moscou, a fim de se chegar à assinatura acordo final. As discussões incidirão, especialmente, sobre os detalhes da montagem industrial e da transferência de tecnologia que fazem parte deste programa. Em 24 de Dezembro, a presidência da República francesa anunciou que os dois primeiros BPCs seriam construídos em St. Nazaire, afirmação sutilmente relativizada por alguns sindicatos da STX França. A CGT havia indicado que, segundo suas informações, apenas 80% do primeiro navio e 60% do segundo seriam realmente construídos no estaleiro localizado às margens do rio Loire. Na seqüência, os estaleiros russos OSK (com os quais a DCNS e a STX França vão formar um consórcio) confirmaram que seriam envolvidos desde a primeira fase de produção dos BPCs. Seriam, de fato, uma vez que o estaleiro da OSK próximo a São Petersburgo fabricará alguns dos blocos para a parte traseira do navio, incluindo, notavelmente, sua doca e o hangar de helicópteros. Esses elementos serão, então, rebocados por meio de balsas à St. Nazaire, onde seriam acoplados ao restante do casco. No segundo BPC, a participação da Rússia aumentaria e, se a opção por dois navios adicionais for concretizada, os estaleiros russos construirão todo o terceiro e quarto BPCs, com assistência técnica francesa. Para o registro, os dois primeiros BPCs franceses (Mistral e Tonnerre) tiveram a metade traseira de seus blocos produzidos no estrangeiro. Produzidos na Polônia, esses elementos foram trazidos para Brest, onde a DCNS realizou sua montagem final. Somente o Dixmude, atualmente em fase de conclusão pela STX França, é que foi integralmente construído em Saint-Nazaire.




Tradução: Felipe Medeiros



Fonte: Mer et Marine

Boeing Entrega, Antes do Prazo, outros 4 Super Hornets à Austrália

Esse Marco foi Atingido no mesmo momento em que os F/A-18F da RAAF Alcançaram Capacidade Inicial Operacional



AMBERLEY, Queensland, 7 de janeiro de 2011 –Boeing entregou em dezembro quatro novos caças F/A-18F Super Hornets à Base de Amberley da Royal Australian Air Force (RAAF – Real Força Aérea Australiana), aumentando para 15 a frota desses caças multitarefa da RAAF. A entrega permitiu a RAAF atingir capacidade inicial operacional (IOC) do primeiro esquadrão de aviões Super Hornet – o Esquadrão Nº 1, com sede em Amberley.




A Boeing fez a entrega à Austrália desses 15 Super Hornets antes do prazo.



“A entrega antecipada, em Amberley, dos nossos novos caças Super Hornets foi elemento fundamental para alcançar o IOC com nosso primeiro esquadrão de caças Super Hornet – o que foi feito antes do prazo”, disse Steve Roberton, oficial Comandante da 82 Wing, que opera o Super Hornet. “Como estamos atingindo as metas do Programa Super Hornet – ou, em alguns casos, antes do prazo – isso está possibilitando à RAAF assegurar superioridade aérea regional enquanto fazemos a transição desde os F-111 e F/A-18A/B Hornet.”



A chegada de mais um lote de caças Super Hornet em dezembro foi o terceiro e último programado para 2010. Três aeronaves desse lote foram preparadas na linha de produção da Boeing em St. Louis para potencial conversão para plataformas de ataque eletrônico. As nove aeronaves restantes serão igualmente preparadas para dispor dessa capacidade antes de serem entregues ao Esquadrão Nº 6.



“A equipe da Boeing superou as expectativas ao entregar 15 aviões à RAAF ao invés de 12 como originalmente programado”, disse Carolyn Nichols, gerente da Boeing para o Programa Super Hornet da Austrália. “Ademais, cada aeronave foi entregue dentro do orçamento. Estamos plenamente dedicados em assegurar o mesmo nível de sucesso e excelência no que diz respeito às entregas e orçamento das aeronaves que serão recebidas pela RAAF em 2011. Nos congratulamos com os homens e mulheres da RAAF pelo notável marco que atingiram ao fazer com que o Esquadrão Nº 1 e seus Super Hornet atingissem capacidade inicial operacional antes do prazo.”



Em março de 2007 o governo australiano anunciou a aquisição de 24 unidades da versão avançada do caça Super Hornet Block II, os quais seriam entregues com o radar APG-79 de escaneamento eletronicamente ativo (radar AESA), da Raytheon.



O Super Hornet é uma aeronave multitarefa capaz de realizar praticamente todas as missões de emprego tático, incluindo superioridade aérea, ataque diurno/noturno com armas de precisão, escolta de caça, apoio aéreo aproximado, supressão das defesas aéreas inimigas, interdição marítima, reconhecimento, controle aéreo avançado e reabastecimento em vôo como aeronave cisterna. A Boeing já entregou 440 caças F/A-18E/F à Marinha dos Estados Unidos, e cada Super Hornet produzido foi entregue antes ou dentro do prazo, e sempre dentro do orçamento.



Uma unidade da Boeing Company, a Boeing Defense, Space & Security é uma das maiores empresas do mundo no setor espacial, defesa e segurança, especializando-se em soluções inovadoras desenvolvidas sob medida para as necessidades dos seus clientes. É ainda a maior e mais versátil fabricante de aeronaves militares do mundo. Sediada em Saint Louis, nos Estados Unidos, a Boeing Defense, Space & Security é uma empresa com negócios que totalizam US$ 34 bilhões, empregando 68.000 pessoas em todo o mundo.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

novo fuzil da embel

novo fuzil da embel do brasil

Comandante do USS Enterprise destituído de suas funções

Comandante do USS Enterprise destituído de suas funções






Num fato raríssimo, a Marinha Americana decidiu destituir de suas funções o comandante de um porta-aviões nuclear, neste caso, o USS Enterprise. Owen Honors, pelo fato de ter um senso de humor muito duvidoso, provocou um belo escândalo. Em 2006 e 2007, quando foi imediato do "Big E", o oficial animou um programa da televisão de bordo, o "XO Movie Night". Neste programa, Owen Honors destilou piadas estudantis sexistas e homofóbicas. Chocados, alguns marinheiros reportaram-se aos seus superiores, resultando na eliminação desse programa interno, supostamente destinado a entreter a tripulação. O caso parecia assunto para permanecer interno à Marinha, mas, na segunda-feira, o jornal americano Virginian Pilot revelou a existência deste programa e divulgou trechos dele em seu site. A proeza do comandante Honors, que não faz jus ao corpo de oficias americanos, causou um verdadeiro clamor popular. Dada a disseminação pública dos vídeos, a Marinha Americana foi forçada a tomar medidas rápidas para salvar sua própria imagem.



"Nossos oficiais devem ser irrepreensíveis"



"O comando do capitão Honors transcorreu sem incidentes, mas a sua profunda falta de profissionalismo e julgamento, quando ele era anteriormente o imediato do USS Enterprise, levanta dúvidas sobre seu caráter e destrói completamente a sua credibilidade para seguir servindo efetivamente como comandante" disse o chefe das forças navais dos EUA. Para o almirante John C. Harvey: "Como oficiais da Marinha, estamos sujeitos a um padrão mais elevado. Aquele que comanda que deve dar o exemplo dos valores fundamentais da Marinha, que são a coragem, a honra e o compromisso, a fim de que nossos marinheiros o sigam. Nossos oficias devem ser irrepreensíveis e nossas equipes não merecem nada menos dele." Honors foi substituído pelo Capitão Dee Mewbourne, que provavelmente terá o privilégio de ser o último comandante do celébre porta-aviões, chamado à ativa em 1961 e cujo desarmamento está previsto para Novembro de 2012.



Tradução: Felipe Medeiros



Fonte: Mer et Marine

Estaleiro EISA e a construção do segundo lote de Navios Patrulha de 500 toneladas

Logo antes do Natal ALIDE visitou o Estaleiro Ilha S.A. localizado no bairro carioca da Ilha do Governador. Fomos fazer uma atualização do status atual do programa industrial dos quatro Navios Patrulha (NPas) vencido pelo EISA no ano passado. Para tanto, entrevistamos o economista Carlos Palmer, o novo responsável pelo programa de construção destes navios militares dentro do Estaleiro Ilha.




Caminhando pelo estaleiro, ele nos mostrou que, sobre um píer pequeno pré-existente, já foi construída uma cobertura para que os navios patrulhas possam ser montados sem que os operários fiquem expostos ao sol e aos elementos. A construção de cada um dos módulos componentes (de no máximo 20 toneladas) é feita dentro de um dos dois outros grandes halls de montagem cobertos do estaleiro. Atualmente dois módulos centrais de casco já estão montados, um pertencente ao NPa Maracanã e outro ao NPa Matinhos.



Para Palmer, um produto militar é bem diferente de um navio civil. Em primeiro lugar, porque não se utiliza das sociedades classificadoras, como a Det Norsk Veritas e a ABS, entre outras. Estes programas militares usam normas industriais próprias, que precisam ser aprendidas pelo pessoal do estaleiro. Outra característica diferente, é que nos projetos militares existe um grande número de anteparas, assim as cavernas e demais elementos estruturais ficam muito mais “apertadinhos” do que são nos navios civis. Isso, naturalmente, dificulta o trabalho dos soldadores durante a montagem dos módulos.



“Do ponto de vista do estaleiro, saber construir navios militares, na verdade, não agrega maiores vantagens para a produção dos nossos navios civis... Esta capacitação, e muito específica, e serve mesmo é para que possamos construir mais e melhores navios militares. Uma possível exceção a isto talvez seja a oportunidade de aprendermos a trabalhar com estruturas feitas em alumínio. Inclusive, por conta destes navios patrulha já contratamos alguns soldadores, ex-funcionários do Estaleiro Barcas, onde apenas se trabalha com este matéria. Mas o número de profissionais nossos nesta área ainda é insuficiente para nossas necessidades ”, emendou Palmer.



O executivo do EISA falou ainda que “embora o número inicialmente anunciado pela Marinha na imprensa seria de 46 navios patrulha novos, atualmente, o número mais aceito se situa na casa de 26 NPas de 500 toneladas. Mas tudo pode mudar no futuro...” Palmer continuou: “o próximo lote de NPas de 500 toneladas deve ser licitado agora em janeiro, a principio, comenta-se que serão mais seis navios. Se também ganharmos esta encomenda, é possível que optemos por criar um novo estaleiro, exclusivamente para a construção de navios militares, no bairro do Gradim, em São Gonçalo. Neste momento, várias opções estão sendo avaliadas, inclusive uma onde apenas os módulos componentes seriam feitos lá para montagem final em outro estaleiro. O EISA também está de olho neste novo local para a construção de corvetas derivadas do projeto da Barroso, caso elas realmente sejam adquiridas por marinhas africanas conforme contado em julho do ano passado por ALIDE.



Na forma que escolhemos para esta construção os navios não serão lançados ao mar, mas, sim erguidos e colocados na água por uma ‘cábrea’, um guindaste pesado montado sobre uma balsa flutuante. Este é o mesmo método que usamos para lançar as estruturas das plataformas de petróleo e gás montadas no Estaleiro Mauá. Uma boa característica de uma encomenda múltipla, como esta, é a chamada curva de aprendizado. Este fenômeno faz com que, a cada novo navio, o seu tempo de construção encolha em relação ao navio justamente anterior”.



Perguntamos ao Sr. Palmer se ele já havia ouvido qualquer menção a tecnologia de navios stealth com perfis de superestrutura lisos e materiais anti-eco radar. Ele respondeu que: “até onde eu tenha percebido não houve qualquer mobilização da Marinha ou da indústria nesta direção”.



No contrato assinado com a Marinha está ainda previsto que se instale dentro do estaleiro um Grupo de Fiscalização (o “GruFis”) da obra. Para eles, o EISA já preparou uma sala dedicada e aguarda a mudança deste pessoal, ainda em janeiro, de seu escritório no prédio da DEN para o estaleiro. Os atrasos ocorridos no início deste segundo lote derivam da necessidade de se entregar as plantas definitivas para a construção dos NPas. Surpreendentemente, Palmer contou a ALIDE “que por decisão da Marinha os quatros navios fabricados no EISA não seguirão rigorosamente o mesmo desenho do Macaé e Macau, os primeiros navios desta nova classe, que foram fabricados no estaleiro INACE do Ceará. Por isso, um novo contrato aditivo se encontra sendo negociado entre o Estaleiro Ilha e a Diretoria de Engenharia Naval da Marinha. Devido ao número de alterações que foi necessário adicionar ao programa básico, o Maracanã passará, então, a ser o navio padrão (de referência) desta nova classe. Tudo o que já foi construído até aqui neste programa, inclusive a distribuição das peças a serem cortadas das chapas (o “nesting”), foi feito exclusivamente a partir de plantas da CMN – Constructions Mécaniques de Normandie. O CMN foi o estaleiro que criou a classe Vigilante original para a Marinha Francesa. Neste momento, o EISA apenas aguarda que sejam entregues pela MB as plantas definitivas desta classe para seguir adiante com a obra dos seus navios patrulha.



O Estaleiro Ilha é o nome novo (desde 1994) de um dos mais tradicionais estaleiros brasileiros, o antigo EMAQ. Hoje o EISA junto com o Estaleiro Mauá em Niterói fazem parte integrante do conglomerado de empresas de German Efromovich, empresário que, além de ser dono da companhia aérea Avianca (a ex-Oceanair), há muitos anos trabalha neste segmento de construção naval construindo plataformas para a Petrobras com sua empresa original, a “Marítima”. Efromovich comprou o EMAQ do grupo do empresário Nelson Tanure, que também era o dono dos estaleiros Verolme e Ishibras.

Novo capacete permite aos pilotos do Typhoon olhar, mirar e atirar

Parece com algo saído de Guerra nas Estrelas, e seu desempenho também parece ter saído de Guerra nas Estrelas, e para os pilotos de aviões de caça do futuro, pode significar toda a diferença entre a vida e a morte.




Bem-vindo à nova arma do caça Eurofighter Typhoon: não um dispositivo que fique pendurado debaixo das asas, mas um sistema com “cérebros”, que fica bem na cabeça do piloto.



O “Sistema de Simbologia Montado no Capacete” (“Helmet Mounted Symbology System”, em inglês), projetado pela BAE Systems, é um capacete e sistema de apoio altamente sofisticado, que permite que o piloto “veja” através da fuselagem da aeronave, dando a ele uma vantagem vital quando é necessário tomar uma decisão em uma fração de segundo.



Usando o novo sistema de capacete, o piloto agora pode olhar para múltiplos alvos, mirar neles, e então, por comando de voz, priorizá-los. É um sistema muito veloz, que permite ao piloto olhar, mirar e atirar.



O piloto pode até mesmo fazer isso sem olhar para um alvo que esteja por trás dele, ou um alvo que seja identificado pelo radar que esteja diretamente embaixo do chão da aeronave.



Esta capacidade de rapidamente olhar e atirar, aliada ao super amplo campo de visão, dá ao piloto do Typhoon um campo de visão para qualquer hora do dia e qualquer clima.



O capacete funciona através de um número de sensores fixados em toda a área da cabine do piloto. À medida que o piloto move a cabeça, os sensores em seu capacete se movem em relação aos sensores da aeronave, assegurando que a aeronave saiba exatamente para onde e para o que o piloto está olhando.



Imagens projetadas no visor do piloto oferecem, dentre outras informações, velocidade, posição e altura e, crucialmente, também oferece a posição precisa de quaisquer aeronaves ou mísseis inimigos. Estas imagens, que permanecem estáveis e precisas de qualquer ângulo de visão, permitem ao piloto tomar decisões imediatas sem ter que tirar seus olhos do alvo em momento algum.



Mark Bowman, Piloto de Testes Líder da BAE Systems, disse: “Este é um grande avanço em termos de capacidade de combate, e é algo que dá aos pilotos do Typhoon uma vantagem considerável no que se refere ao combate aéreo. Não existem dúvidas para mim de que o Eurofighter Typhoon é o líder mundial nesta capacidade, e isso é algo de que todos aqueles que trabalharam nesse sistema podem se orgulhar profundamente. É um enorme avanço na capacidade da aviação. Além do mais”, diz ele, “o melhor ainda está por vir.”



O novo sistema de capacete deve entrar em operação na Força Aérea do Reino Unido ainda esse ano.



Sobre a BAE Systems



A BAE Systems é uma empresa global que atua nas áreas de defesa, segurança e aeroespacial. Mundialmente, conta com aproximadamente 107.000 funcionários. A Empresa oferece uma seleção completa de produtos e serviços para forças aéreas, terrestres e navais, bem como avançadas soluções eletrônicas, de segurança e informática, além de serviços de atendimento ao cliente. Em 2009, a BAE Systems registrou um faturamento de £22,4 bilhões (US$ 36,2 bilhões).

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Argentina pede ajuda à polícia brasileira para investigar roubo a banco

SÃO PAULO - A polícia da Argentina pediu ajuda para a Polícia Federal do Rio Grande do Sul para auxiliar nas investigações de um assalto a uma agência do banco argentino Província, em Buenos Aires, durante o feriado do Ano Novo, informou o órgão brasileiro nesta quinta-feira, 6.




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Argentina investiga negligência policial no caso



Os argentinos e a Interpol entraram em contato com a Polícia Federal após analisar que o roubo - estimado em US$ 6,8 milhões - foi feito de forma semelhante ao do grupo que tentou roubar agências do Banrisul, em 2006. Há a suspeitas de que integrantes da quadrilha que tentou roubar o banco brasileiro tenham participado do crime na Argentina.



Além de ter reforçado o trabalho na delegacias na fronteira com a Argentina, a Polícia Federal disse que encaminhou material sobre as investigações da época da tentativa de roubo do Banrisul aos órgãos estrangeiros.



Na época, dos presos na operação, 11 foram removidos para penitenciárias de outros estados, cinco estão em liberdade, sete estão foragidos, três continuam presos no Rio Grande do Sul e dois foram mortos.



Na Argentina, o bando alugou uma casa em julho de 2010, de onde começou a cavar o túnel que levou os criminosos até os cofres do banco. Uma pizzaria vizinha à agência filmou o momento da fuga da quadrilha.



As autoridades argentinas investigam se houve negligência policial no caso. Os alarmes da agência roubada dispararam nos dias 23, 29, 30 de dezembro e outras duas vezes na madrugada do dia 2. Apesar das advertências, os policiais só fizeram inspeções externas, enquanto os ladrões saqueavam 136 cofres de argentinos com alto poder aquisitivo.



"A polícia não respondeu aos alarmes. Claramente, houve um erro", declarou o presidente da instituição, Guillermo Francos. Segundo ele, os agentes enviados para o local pensaram que vibrações do metrô podiam ter ativado sensores antissísmicos e também jogaram a culpa nas reformas que a pizzaria vizinha está realizando.



Os policiais e a empresa de segurança particular contratada pelo banco estão na mira do promotor responsável pelo caso, Martín Niklison

Horror no fundo do mar

Há tragédias que o orgulho nacional transforma em catástrofes de dimensões ainda maiores. A Rússia relutou durante quatro angustiantes dias até aceitar ajuda internacional para os esforços de resgate da tripulação enclausurada nos destroços do submarino Kursk. A embarcação movida a energia nuclear foi a pique no sábado 12 com 118 pessoas a bordo, e até a noite de sexta-feira passada permanecia atolada no lodo do fundo do Mar de Barents. As águas naquela latitude, além do Círculo Polar Ártico, são geladas, o mar é revolto, venta e chove forte a maior parte do tempo – condições duríssimas que contribuíram para frustrar as repetidas tentativas russas de resolver o assunto por conta própria. Os velhos hábitos demoram a morrer e Moscou agiu de acordo com códigos do tempo do comunismo, cuja regra de ouro era manter absoluto segredo sobre fiascos militares e tecnológicos, não importando o número de mortos. Isso já não é possível. Na Rússia de hoje, cada náufrago é um ser humano, com nome, foto e família para reclamar na imprensa da ação desajeitada do Estado. Com mais de uma centena de marinheiros confinados à tenebrosa escuridão numa caixa de metal, só dois dias depois do naufrágio a Marinha resolveu admitir a ocorrência do acidente. Sim, os 118 marinheiros estavam aprisionados no fundo do mar. E, sim, estavam sem rádio e telefone ou qualquer outro canal de comunicação com o mundo dos vivos. Nada funcionava. A não ser as marteladas que os tripulantes do Kursk davam na parte interna do casco do submarino, em linguagem de código morse.





Tripulantes do Kursk: os marinheiros Mikhail Kuznetsov e Vladimir Sverchkariov com os filhos

Ofertas de socorro vieram dos Estados Unidos, da Inglaterra e da vizinha Noruega. Em lugar de ter apelado por ajuda internacional no próprio sábado, os russos rejeitaram a oferta na segunda-feira. A situação já era então desesperadora. Só se entende essa atitude no contexto do mundo criado por sete décadas de paranóia comunista. Divulgou-se que a recusa inicial ao auxílio estrangeiro estaria ligada a dois motivos. Primeiro, receio de que nas equipes de resgate os ocidentais infiltrassem espiões para observar detalhes da construção do submarino. Além disso, informou-se que haveria o orgulho nacional russo. A Rússia não estaria inclinada a demonstrar incapacidade de lidar com os próprios desafios. Num lugar em que não havia listas telefônicas, pois se acreditava insanamente ser perigoso colocar informação tão vital à disposição dos inimigos do Estado, é possível que as duas explicações sejam as verdadeiras.



Quando o Kremlin pôs a mão no bolso para encomendar o primeiro submarino da família do Kursk – uma formidável máquina de guerra projetada para atacar porta-aviões americanos e destruir comboios de abastecimento –, os moscovitas precisavam esperar na fila pelo privilégio de comprar pão. O país degringolou depois de arriar a bandeira soviética, em 1991, e hoje está na categoria das nações sem dinheiro em caixa para a manutenção de grande força militar. A poderosa máquina de guerra montada pelo Estado soviético está fora de ação, apodrecendo em bases militares e portos. O Kursk fazia parte de uma porcentagem ínfima do equipamento militar soviético que ainda podia funcionar a contento. A frota de submarinos é o derradeiro componente das Forças Armadas russas que ainda inspira respeito ao generalato americano. Além do arsenal nuclear, evidentemente.




O comandante do Kursk, Gennadi Liachin, 45 anos, e o marujo Dmitri Staroseltsev, 20: 118 homens a bordo



O Kursk afundou durante um exercício naval no mar gelado de Barents, ao norte da Rússia. O submarino tinha apenas cinco anos de uso e era das melhores peças do arsenal bélico russo. Os esforços para salvar os sobreviventes só começaram na terça-feira, quando foi possível reunir navios e equipamentos a menos de 200 quilômetros de Murmansk, sede da poderosa Frota Norte. No dia seguinte, Moscou rendeu-se e aceitou, pediu, implorou por ajuda externa. A Inglaterra enviou seu melhor minissubmarino, o RL5, com previsão para entrar em operação uma semana depois do desastre.



A ineficiência do resgate russo é simbólica em vários sentidos. Acidentes com centenas de mortes são noticiados com freqüência sem despertar tanta atenção. Enchentes na Índia ou fome na África matam milhares de pessoas com menos atenção que a recebida pelo naufrágio do Kursk. Mas é outro o ponto. Desde que a nave espacial Apollo 13 quase se perdeu no espaço com seus três astronautas, em 1970, não se via uma tentativa de resgate de vidas humanas ser acompanhada em escala global por tanta gente de tantos países. Não é em número de mortes que se avalia o impacto de um desastre na opinião pública. Quando o jato Concorde se espatifou perto do Aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, semanas atrás, morreram poucas pessoas em comparação com o número de vítimas do afundamento de uma balsa qualquer na Indonésia. Mas o Concorde, por ser um prodígio da tecnologia da navegação aérea, por representar um símbolo da capacidade humana de dominar as alturas, despertou um interesse mais agudo do que acidentes maiores. Com o Kursk aconteceu a mesma coisa. acidente com o submarino russo já seria chocante apenas com a transformação do barco num caixão de aço parado no fundo do oceano, cheio de marinheiros respirando. Mas havia, além disso, o fato simbólico de que o país dono do segundo maior arsenal atômico do mundo – a Rússia que já mandou sondas para os confins do espaço e construiu uma estação para orbitar a Terra – não era capaz de resgatar 118 marinheiros a apenas 108 metros de profundidade, a extensão de um mísero quarteirão.





Em Moscou, soldados lêem sobre o acidente com o submarino: um país indignado com as trapalhadas do governo





O Kursk era o quartel-general da maior manobra naval que a Armada russa realizava em cinco anos. É provável que o excesso de gente a bordo (a tripulação normal é de 107 homens) seja de oficiais graduados, cujo desaparecimento só aumenta a angústia oficial. A imprensa russa, fazendo eco à indignação popular, não cessa de perguntar como é possível que o equipamento de resgate não estivesse de prontidão em manobras desse porte. Que explicação havia para o comportamento indiferente do presidente Vladimir Putin? Enquanto o país atravessava a semana atônito com a história dos tripulantes do Kursk, Putin continuava em férias num balneário no Mar Negro. Dedicava-se a amenidades e até escreveu uma carta a um astro famoso. Na quarta-feira, ele deu ordem para que se aceitasse qualquer oferta de ajuda que fosse feita. Mas só na sexta decidiu interromper as férias. Putin, que antes de ser eleito presidente da Rússia prometia restaurar o orgulho militar da nação, revelou-se um fiasco na prova da semana passada. Em rede nacional de televisão, a mãe de Aleksei Nebrasov, um dos tripulantes jovens do submarino, disse o que todos pensavam no país. "Nós estamos indignados", afirmou ela. "Estamos indignados porque nossos filhos ainda estão lá e ninguém fez o suficiente para salvá-los."





Velas pelos marinheiros do Kursk na Igreja de São Nicolau, em Murmansk: demora de quatro dias até aceitar ajuda internacional





Durante as décadas da Guerra Fria, bastava usar a imaginação para descrever os guerreiros que tripulavam máquinas como o Kursk, equipadas com mísseis nucleares capazes de arrasar cidades inteiras. O acidente da semana passada mostrou a face banal dos homens na barriga da máquina de guerras – são na maioria conscritos, quase adolescentes. A mãe de um desses marinheiros, Valentina Staroseltseva, costumava agradecer à sorte por seu filho, Dimitri, 20 anos, ter escapado do Exército e da Guerra na Chechênia e servir no Kursk. "Nós nos referíamos a ele como nosso submarino. Estava tranqüila porque achava que o submarino era seguro", repete Valentina.



Os russos primeiro tentaram alcançar o submarino com um equipamento chamado de sino, o Kolokol, que opera por controle remoto e por cabos presos a uma plataforma na superfície. Antiquado e difícil de ser manobrado, o aparelho mostrou-se incapaz de se conectar com a escotilha por onde deveriam sair os tripulantes. A segunda tentativa foi feita com um minissubmarino, o Priz, movido por baterias antigas, que se esgotavam em apenas três horas. Só na quarta-feira entrou em operação o que a Marinha tem de melhor, o minissubmarino Bester. Com 50 toneladas, ele consegue navegar contra as fortes correntes que impediram o trabalho do sino e do Priz. O Bester pode levar vinte tripulantes de volta à superfície em cada viagem – mas só na sexta-feira foi capaz de se conectar à escotilha na parte traseira do submarino. O tombadilho estava tão danificado, contudo, que a cápsula de resgate não conseguiu estabelecer uma conexão adequada. Sem uma junção perfeita, é impossível abrir a escotilha e entrar no submarino. Outras escotilhas, localizadas na ré, estão igualmente danificadas.



As câmaras do Bester permitiram filmar o tamanho do estrago. Há um enorme buraco na parte dianteira da embarcação. Daí se intui que a ponte de comando, localizada nessa área, deve ter sido inundada rapidamente. É onde trabalha a maior parte da tripulação. Estima-se que dois terços dos marinheiros devam ter morrido nos primeiros momentos do desastre. O Kursk é dividido em dez compartimentos estanques, exatamente para que se possa isolar pontos alagados. Quem sobreviveu ficou no escuro, com a temperatura baixando para próximo de zero grau. Só se pode imaginar o horror dessas horas passadas numa caixa de aço no fundo do mar, à espera do resgate. O barco de 14.000 toneladas está em águas relativamente rasas. Se fosse possível colocá-lo em pé, ficaria com mais de 40 metros acima da superfície do mar. O que terá acontecido com o Kursk? Há duas hipóteses: explosão ou colisão. Talvez uma colisão seguida de explosão. É possível que um ou mais torpedos tenham explodido dentro dos tubos de lançamento. Ou que tenha ocorrido combustão espontânea nos tubos de ar comprimido do sistema de lastro. O almirantado russo acredita que o submarino colidiu com outra embarcação, talvez um cargueiro russo, que ainda não foi identificado. Não está fora de cogitação o choque com o fundo do mar, em decorrência de manobra desajeitada. Falta explicação para a rapidez com que tudo ocorreu. O submarino foi projetado para flutuar, mesmo parcialmente alagado. Por que a tripulação nem sequer teve tempo para acionar o alarme de emergência? A Marinha americana, que espionava eletronicamente as manobras russas, registrou duas explosões, separadas por alguns segundos. Um militar em Washington disse à agência Reuters que a última comunicação do Kursk foi um pedido de autorização para disparar dois torpedos. Terão esses torpedos sido a primeira da série de decisões erradas que, no mar e na terra, transformaram a tragédia dos homens do Kursk num símbolo da estupidez militar e política da Rússia de hoje?

EUA vão enviar mais 1400 «marines» para o Afeganistão

Por Redacção




Os Estados Unidos planeiam enviar, temporariamente, 1400 marines para o Afeganistão, de modo a garantir a segurança com mais eficácia.



Neste momento os EUA têm 97 mil soldados, 21 mil deles marines, destacados na região, muito atacada por forças rebeldes da Al-Quaeda. Ao mesmo tempo, é intenção de Obama começar a retirar os soldados em Julho, mas as forças extra podem chegar aos 3000 homens.



Esta nova remessa de soldados deverá fixar-se no sul do país, em Kandahar, onde os Estados Unidos têm forte presença. «Queremos manter a pressão sobre os talibãs ao longo do Inverno e aproveitar as vantagens que já conseguimos no terreno», disse uma fonte da defesa.

15:52 - 06-01-2011