quarta-feira, 24 de novembro de 2010

novo mapa oficial da Argentina tem Antártida em suas proporções reais

novo mapa oficial da Argentina tem Antártida em suas proporções reais




Ele é bi-continental e respeita a escala real entre os territórios americano e antártico do país.




O mapa da Argentina cresceu e a partir de agora, a Tierra del Fuego ficará bem no centro do país. É que um ato do Congresso determinou a utilização de um novo mapa com o tamanho real da Antártida. Assim, já não haverá mais o “quadradinho” tradicional no lado direito, e no su lugar haverá sua versão extra large.




A lei 26.651, estabeleceu "o uso obrigatório em todos os níveis do sistema de ensino" deste novo mapa, chamado bi-continental, porque ele contém a Argentina do continente americano e do antártico. Assim, a partir de agora também terá que ser incluído nos novos livros didáticos.




De acordo com o texto da lei, o mapa bi-continental, preparado pelo Instituto Geográfico Nacional, mostra "o seu setor antártico em sua proporção real em relação ao setor continental e insular."




Por que essa mudança foi decidida? Mariel Calchaquí, deputada do partido Frente para a Vitória, em Tierra del Fuego e uma das promotoras do projecto, explica o porquê: "Nós sempre defendemos aquilo que conhecemos, por isso é importante conhecer o nosso país em toda sua plenitude. Isso nos dá uma visão de propriedade. " Para Calchaquí, o mapa antigo foi "uma visão distorcida da Argentina."




A superfície da Antártica representa quase um terço do total da Argentina continental. Enquanto a Antártida está espalhada por 965.597 quilômetros quadrados, o continente de medição 2791810 quilômetros quadrados. Além disso, 70 por cento da Antártida é uma reserva natural de água potável.




Na verdade, este novo mapa é na verdade antigo, tendo sido usado até a década de 40. Ao longo dos anos, e em função da praticidade, a representação do setor antártico estava sendo encolhido.




Mas o retorno deste mapa é fruto especialmente do trabalho de Juan Carlos Lujan, da Fundação Marambio, e de seu amigo Horácio Lemos, ambos expedicionários ao Deserto Branco. Foram eles que durante dez anos, têm insistido pela aprovação deste projeto. Primeiro como prerrogativa do partido de Vicente López, em seguida, como lei provincial em Mendoza, e finalmente, a partir do 16 de novembro, como legislação nacional.




"Se você pegar este mapa e dobar ao meio a Tierra del Fuego passa a ficar no meio", disse Lujan. É assim que as pessoas passam a ter noção que existe uma continuidade geológicas e geográfica com a Antártidas. "



A lei foi aprovada por maioria pelos Deputados e Senadores. E, além disso Calchaquí, um dos que apoiaram o projeto foi o senador socialista Rubén Giustiniani. O texto aptovado também determinou que o mapa deverá mostrado "em todos os órgãos nacionais e provinciais". E que caberá ao Ministério da Educação Nacional fornecer os novos painéis ás escolas públicas e privadas.



Além disso, a lei exige que os editores incluem o mapa bi-continental "em novas edições de livros didáticos e os mapa publicado anteriormente devem incorporar o bi-continental, no caso de reimpressão ou reedição"


Fonte: El ClarinOuvir

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Coreia do Norte mata dois militares em ataque a ilha sul-coreana

SEUL - O Exército da Coreia do Norte realizou nesta terça-feira, 23, uma série de disparos de artilharia em sua costa ocidental contra o território sul-coreano na zona fronteiriça do Mar Amarelo. Os disparos deixaram ao menos dois soldado sul-coreanos mortos e 17 militares e três civis feridos, informou a agência sul-coreana Yonhap.




As autoridades sul-coreanas declararam que o ataque norte-coreano viola o armistício firmado entre em 1953, que interrompeu a Guerra da Coreia. Além disso, o Ministro da Unificação de Seul disse que as negociações com a Cruz Vermelha, nas quais seriam discutidas as ajudas a Pyongyang, foram adiadas indefinidamente.




Segundo fontes militares da Coreia do Sul, por volta das 14h24 da hora local (3h24 de Brasília) os norte-coreanos dispararam várias vezes, atingindo as águas da Coreia do Sul e a ilha sul-coreana de Yeongpyeong, onde vivem entre 1.200 e 1.300 habitantes. Segundo a agência, as pessoas estão aterrorizadas e evacuando a ilha. Entre 60 e 70 casas foram incendiadas por conta do bombardeio.



O Exército da Coreia do Sul respondeu com outra rajada de disparos contra a Coreia do Norte. Além disso, foi elevado o alerta na região após o ataque norte-coreano, disse o porta-voz do Estado Maior do Exército sul-coreano.



A Coreia do Norte acusa Seul de ter disparado primeiro e prometeu mais represálias. Após o ataque, a Coreia do Sul informou que conduzia exercícios militares no momento em que foram lançados os projéteis, mas afirmou que disparou para o oeste, em não em direção ao norte, o que não justifica a ofensiva de Pyongyang.



A ilha sul-coreana de Yeongpyeong fica próxima da linha que divide as águas das duas Coreias, no Mar Amarelo. Desta vez, porém, os disparos norte-coreanos alcançaram o local. O Exército verifica se há vitimas civis.



Os disparos norte-coreanos coincidem com manobras rotineiras das Forças Armadas sul-coreanas em águas próximas a essa ilha e com o aumento das críticas a Pyongyang pela suspeita de ter ampliado seu programa nuclear com o enriquecimento de urânio.



O aumento da tensão com o incidente levou o governo de Seul a considerar a evacuação dos sul-coreanos da zona industrial conjunta de Kaesong (Coreia do Norte), no que parece ser um dos ataques mais graves desde o afundamento, em março, da corveta sul-coreana Cheonan, no qual morreram 46 tripulantes.



Seul quer evitar conflito




O presidente da Coreia do Sul, Lee Myung-bak, disse que está tentando evitar que o ataque norte-coreano torne-se uma escalada para um grande conflito entre os dois países vizinhos, reportou a agência de notícias Yonhap.



A televisão YTN reportou que Seul está em alerta para uma grande resposta, caso a Coreia do Norte continue com as provocações. O governo sul-coreano inclusive encaminhou para a região do conflito vários aviões de guerra F-16.



Os dois países se encontram tecnicamente em conflito desde que a Guerra da Coreia (1950-1953) foi encerrada com um armistício em vez de um tratado de paz. Desde então, o acirramento das tensões entre as duas nações asiáticas é frequente.


Com informações das agências Efe, Reuters e Associated Press

domingo, 21 de novembro de 2010

Namíbia e Brasil: Um modelo para a África Ocidental

A Marinha do Brasil sempre teve um papel importantíssimo no desenvolvimento do nosso país. Na formação de mão de obra especializada, especialmente, ela cumpriu um papel crucial em diversos campos da ciência e da técnica através da capacitação de seus oficiais e praças nas carreiras tecnológicas, como a da engenharia para a construção naval, propulsão, eletrônica, logística, física e química. Tudo isso, sempre com a proteção dos interesses do Brasil no mar, como seu objetivo maior.


Desde sua fundação em 1822, as ações de diversas missões navais estrangeiras se somaram à nossa longa tradição naval de origem lusa e ao grande impacto do legado dos nossos primeiros oficiais oriundos da Royal Navy. No início do Século 21 vemos agora uma mudança importante, depois de décadas recebendo cultura, tecnologia e know how estrangeiro agora é a vez da Marinha do Brasil passar a ser fonte, e não mais destino, deste processo de transferência de cultura e tecnologia técnica, naval e operacional.




Na Namíbia, a nossa Marinha despertou a atenção global ao inverter esta tradição histórica e passar a contribuir ativamente na criação e no desenvolvimento, do zero, de uma marinha estrangeira. Nisto, teremos sempre a honra e o destaque de termos sido a primeira entre todas as marinhas sul-americanas

A aproximação entre os dois países se iniciou formalmente em 1986, com a visita de Sam Nujoma, líder da "South West African People's Organization" (SWAPO), entidade que lutava naquela época contra a dominação da África do Sul ao seu país.



Em setembro de 1991, com a Namíbia já independente, ocorreu a visita do então presidente do Brasil Fernando Collor. Nesta ocasião, o novo Secretário Permanente de Negócios Estrangeiros da Namíbia, solicitou ao governo brasileiro, pela primeira vez, o apoio da Marinha para a implantação de um serviço de patrulha marítima, voltada primariamente para conter a pesca ilegal que ocorria sem qualquer controle ao longo das suas costas. No ano seguinte, se deu o passo seguinte com a Namíbia propondo oficialmente que à Marinha do Brasil, os auxiliasse na formação da “Ala Naval de sua Força de Defesa”.







A escolha do Brasil como o país a ajudar neste projeto, segundo o Comandante Jefferson Gusmão Scofield, um dos ex-comandantes da Missão Naval Brasileira na Namíbia, “ocorreu por ser o Brasil um país atuante e muito presente na ONU (Organização das Nações Unidas)”. Scofield lembrou ainda que “um sinal deste destaque é o fato de que tradicionalmente nos cabe a honra de realizar o discurso de abertura da Assembléia Geral da ONU.




Depois de muita discussão, em 1994, A Marinha do Brasil assinou com o Governo da Namíbia o primeiro acordo para a criação da Marinha namibiana, surgindo no dia 04 de março daquele ano, a “Marinha da Namíbia”, quase quatro anos após a independência do país em 1990.




Ainda em agosto de 1994, o Brasil apresentou um “Plano de Apoio à República da Namíbia”, um plano detalhado abordando a formação de pessoal da Ala Naval; a construção de uma base de apoio; o fornecimento de material e serviço; a delimitação das águas jurisdicionais; e o fornecimento de Navios-Patrulha (NPa).




Com isso, foi criada a Missão Naval Brasileira na Namíbia, e a Marinha do Brasil deu então início às medidas referentes à formação do pessoal namibiano. Ainda nesta primeira fase a MB realizou o levantamento hidrográfico completo do Porto de Walvis Bay, uma informação crucial para a nova Marinha e de grande valor para a economia do novo país.



Segundo o Contra-Almirante Francisco Carlos Ortiz de Holanda Chaves, o primeiro comandante da Missão Naval Brasileira na Namíbia: “com a assinatura deste documento se iniciou propriamente o programa anual de intercâmbios entre nossos dois países”.



Através dele a Marinha do Brasil se propôs a fornecer assistência técnica para organizar e estruturar a Ala Naval namibiana, organizando um Serviço de Patrulha Marítima para proteger os interesses nacionais do país em suas águas internas, mar territorial e Zona Econômica Exclusiva. Para o Almirante Ortiz, “o foco principal era defender o acesso dos namibianos às suas riquezas marítimas no que se refere à proteção dos recursos vivos e minerais da plataforma continental. O Brasil iria ainda fornecer embarcações capazes de satisfazer às necessidades da Ala Naval namibiana. Deveríamos também prover-lhes assistência no processo de planejamento e desenvolvimento de uma infra-estrutura que fosse apropriada à atracação e ao suporte naval logístico de suas embarcações”.



A peça mais importante do acordo foi sem dúvida à formação de oficiais e praças no Brasil, que começou a partir do o ano 2000.



No ano de 2001 o acordo inicial, antes mesmo de ter sido formalmente ratificado pelos respectivos congressos, foi substituído por um novo texto que melhor representava o andamento da implementação do acordo. Esta versão foi por fim ratificada pelos dois paises em 2003.

O texto do acordo original dizia que o Brasil era responsável por arcar com todos os custos dos cursos dos namibianos. Já no segundo texto, para os cursos iniciados a partir de janeiro de 1999, a responsabilidade pelos custos do curso passaria a ser da Namíbia. Os valores a ser pagos passariam a ser calculados com base nas despesas feitas com treinamento e avaliação, os custos administrativos continuando a não ser cobrados pela Marinha do Brasil.




À Namíbia passou a caber o provimento de passagens aéreas para seus oficiais e praças escalados para os cursos ou estágios, assim como também prover uma soma de dinheiro adequada para custeio das despesas pessoais durante sua estada no Brasil. Nossa Marinha, por solicitação da Namíbia, designou ainda um oficial para auxiliar no processo de seleção dos candidatos ao vir estudar no Brasil.




Com o contínuo aumento do envolvimento da MB na Namíbia, decidiu-se finalmente pela a criação de um novo posto de Adido Naval naquele país, um Capitão de Mar e Guerra. Até então, o oficial brasileiro mais graduado naquele país era o Chefe da Missão Naval Brasileira na Namíbia, um Capitão de Fragata, que mesmo assim tinha equiparação e reconhecimento diplomático como se Adido Naval fosse. Seus subordinados diretos receberam status de “oficiais de ligação”, com o reconhecimento diplomático equivalente.


A Missão Naval Brasileira tem sua sede principal e a maioria de suas atividades centrados na cidade de Walvis Bay. A fim de manter as atividades de intercâmbio de alto nível entre as os dois governos, e com vistas à implementação e ao aprimoramento do Acordo de Cooperação Naval e dos Ajustes Complementares deles decorrentes, o Chefe da Missão Naval Brasileira, e alguns praças, permaneceram baseados na capital Windhoek. O acordo assinado tem uma vigência de dois anos, sendo automaticamente renovado por sucessivos períodos de dois anos.


Toda a parte de seleção de pessoal a ser enviado ao Brasil para os cursos foi realizada pelos próprios namibianos. O processo seletivo levava principalmente em conta o grau de desenvolvimento escolar do candidato e sua aptidão física. Os primeiros militares a vir para a nova força saíram dos quadros do Exército da "South West African People's Organization" (SWAPO), organização insurgente local que lutou por décadas pela independência do país contra os sul-africanos



Em 1995 ocorreu o primeiro treinamento no Brasil, um curso rápido para a formação de onze oficiais. Formou-se no CIAW um tenente-coronel, um major, e nove capitães que vieram a ser os primeiros oficiais mais graduados, e posteriormente os primeiros almirantes na nova Marinha. Em paralelo, na Escola Naval cursaram o primeiro contingente de oito aspirantes, no ano seguinte iniciando os estudos os primeiros praças que foram para o CIAA, onde são formados cabos e sargentos.




O Contra-Almirante Ortiz, lembrou que os primeiros a vir não tinham base para a cursar academia da Escola Naval uma escola de Nível Superior. “Não tínhamos como interferir na seleção do pessoal”, acrescenta Ortiz. O Comandante Scofield, comentou que cerca de 500 oficiais já se formaram no curso. O Comandante ainda ressalta que apesar da língua oficial do país africano ser o inglês, dentro do navio os comandos operacionais dados são todos em português. Ele lembrou que no começo o processo foi bem complicado operar o curso. Normalmente para os brasileiros tem duração de quatro anos, transformou-se em cinco, havendo caso de alunos namibianos que completaram em sete anos ou mais. Na sua grade escolar modificada, eles tinham dois anos extras, um ano dedicado ao aprendizado do português, e em seguida, um ano de reforço de física e matemática, só então se iniciavam os quatro anos do curso.

Com o projeto de estabelecimento da Marinha da Namíbia andando satisfatoriamente, em 20 de maio de 2008, foi dado um novo passo na relação Brasil Namíbia no campo militar. Em uma reunião de coordenação entre Comandante-Geral de Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil e o Comandante da Marinha da Namíbia (CMN) foi nos solicitado o apoio necessário para a criação de um Corpo de Fuzileiro Navais da Namíbia (CFNN). Na ocasião, o Comandante da Marinha da Namíbia ressaltou que, em primeiro momento ele visualizava a fundação do Corpo Fuzileiro Navais da Namíbia com a envergadura uma Companhia para, posteriormente ampliar esse valor para um Batalhão de Infantaria de Fuzileiros de forma a assegurar sua auto sustentabilidade.




A Marinha da Namíbia planeja um crescimento em médio prazo para o Corpo de Fuzileiros Navais da Namíbia, onde se planeja a expansão gradativa do Batalhão de Infantaria de Fuzileiro Naval (BtlInfFuzNav) para os anos de 2010, até 2016.



Naquele momento, a disponibilidade de pessoal Fuzileiro Naval na Namíbia, formados pela Marinha do Brasil, na Escola Naval, no CIAA, no CIAMPA e no CIASC eram os seguintes: cinco oficiais (sendo necessários mais trinta oficiais), seis sargentos (no final de 2008 foram formados mais de dez sargentos), vinte cabos, e vinte e três soldados.
O Comandante-Geral de Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil sugeriu que o Batalhão de Infantaria Fuzileiro Naval da Namíbia iniciasse suas atividades com um núcleo formado por uma Companhia de Comando e Serviços e uma Companhia de Fuzileiros Navais, sendo ampliado conforme a disponibilidade de recursos humanos e materiais. Sugeriu também que no início da formação do Corpo Fuzileiros Navais, o Curso de Formação de Soldados (C-FSD) fosse integrado, para que a própria unidade a ser criada, conduzisse os primeiros cursos, à semelhança do que ocorreu com o Corpo de Fuzileiros Navais. Portanto, o Batalhão de Infantaria de Fuzileiros Navais (BtlInfFuzNav) deveria ter uma organização peculiar, pois contaria em sua estrutura com uma Banda de Música e um Centro de Recrutas. O Comandante da Marinha da Namíbia (CMN) visualizou aproximadamente setecentos militares para compor o Batalhão de Infantaria de Fuzileiros Navais, considerando como tarefas prioritárias a segurança de instalações e atividades de inspeção naval nas águas jurisdicionais da Namíbia.




Diante deste quadro, com o propósito de consolidar as metas visualizadas, o Comandante da Marinha da Namíbia (CMN) solicitou os seguintes apoios para a criação do Corpo de Fuzileiros Navais da Namíbia:



A preparação de Soldado Fuzileiro Naval na Namíbia a partir de junho de 2009, tendo aceitado a sugestão do Comandante-Geral de Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil (ComGerCFN) de enviar uma equipe de um ou dois oficiais e seis a dez praças namibianos para acompanharem, no CIAMPA, a turma II/2008 do curso de formação de soldados Fuzileiro Naval;

O envio de uma Equipe de Reconhecimento, no segundo semestre de 2008, para conhecer as instalações disponíveis para a formação de SDFN na Namíbia, delinear o corpo docente para executar o curso e sugerir outras instalações e meios de apoio requeridos (alojamentos, pistas, equipamentos, e outros).

O envio de uma Equipe de Infantaria, conforme sugestão do Comandante-Geral de Corpo de Fuzileiros Navais do Brasil, para prestar assessoramento na criação do Batalhão de Infantaria de Fuzileiros Navais, com previsão de formação em 2010.

O envio de uma equipe de instrutores, já no início de 2009 para conduzir, junto com o pessoal Fuzileiro Naval da Namíbia, o primeiro Curso de Formação de Soldado (C-FSD) a partir de junho de 2009, sendo um oficial brasileiro o Comandante do Corpo de Alunos encarregado do curso.

O auxílio na aquisição do equipamento individual do FN Fuzileiro Naval e nos demais meios para a criação do Batalhão de Infantaria de Fuzileiros Navais, bem como o material a ser empregado no Curso de Formação de Soldados.

O envio de uma equipe ligada às atividades de música e ao cerimonial, sendo um regente para apoiar o desenvolvimento da banda de música existente com vinte e cinco militares e um oficial para prestar assessoramento quanto à realização de cerimônias e contribuir para elaboração do Cerimonial da Marinha da Namíbia.

Em julho de 2008 foi enviada ao Brasil uma equipe composta por de dois oficiais e oito praças namibianos. Eram dois Primeiros-Tenentes, três Terceiros Sargentos e cinco cabos, todos eles Fuzileiros Navais. Os militares se apresentaram no CIAMPA e distribuídos dentro da organização do Corpo de Alunos, ficando os oficiais junto ao Comando do Corpo de Alunos e os praças, nas Companhias de Recrutas. Todos os integrantes da equipe tiveram a oportunidade de participar, como observadores de todas as etapas do curso.




Dando prosseguimento ao planejamento de apoio, a Equipe de Reconhecimento, deslocou-se para a Namíbia em outubro de 2008, e após realizar reconhecimento em diversas áreas, sugeriu a organização de um centro de instrução semelhante ao existente no Brasil, prevendo uma formação de cento e cinquenta recrutas por turma, bem como apresentou uma proposta de organização do Batalhão de Infantaria.



A participação do Corpo de Fuzileiros Navais da Namíbia demonstra o quanto a Marinha do Brasil e o Corpo de Fuzileiro Naval estão preparados administrativamente e operativamente, inclusive em condições de disponibilizar a nações amigas os conhecimentos sobre doutrina, organização, adestramento e equipamentos para a condução de operações de fuzileiros navais, o que irá contribuir para a projeção do nosso país nas áreas de Relações Internacionais e Política Externa.


O Brendan Simbwaye é um navio do tipo NPa200, idêntico aos navios da classe Grajaú usados na Marinha do Brasil. Ele foi construído no estaleiro INACE em Fortaleza – Ce. Na recente visita da Corveta Barroso à Namíbia, o Brendan participou um exercício simples tipo PASSEX com ela e com o Navio Tanque Gastão Motta.




Devido às particularidades e ao longo tempo necessário para se construir uma marinha desde o zero serem naturalmente mais longos e difíceis do que de se criar um órgão civil, a missão de proteção dos cardumes de peixes comercializáveis, uma das razões iniciais para a demanda de se criar a Marinha Namibiana acabou sendo tirada da Marinha e entregue ao Ministério da Pesca e dos Recursos Marítimos. Este órgão, acelerado por importantes doações estrangeiras e pelas receitas obtidas das multas cobradas dos armadores que tiveram seus navios presos pescando ilegalmente recebeu da Comunidade Européia três navios de patrulha, o Tobias Hainyeko, o Nathaniel Maxwilili e o Anna Kakurukase Mungunda dentro do programa Monitoring, Control and Surveillance (MCS) visando a monitoramento, o controle e a patrulha das áreas pesqueiras namibianas. Com o natural crescimento da Marinha Namibiana nos próximos anos é interessante ver se estes três grandes patrulheiros seguirão operando à margem da Marinha ou se terminarão incorporados à esquadra.



O Brasil tem se revelado um parceiro muito importante para a Marinha da Namíbia, mas é um erro imaginar que temos qualquer monopólio ou exclusividade nos negócios militares devido ao nosso programa de formação em andamento por lá. O claro interesse da China Vermelha pelos recursos minerais do continente africano explicam as razões de se estar sendo negociada a venda (alguns diriam, “doação”) de um navio de desembarque anfíbio para ser usado em proveito da nova tropa de Fuzileiros Navais.



Os namibianos, segundo o Cte Scofield, demonstraram ter “um perfil muito prudente na hora de fazer seus investimentos militares, eles vão sem pressa, passo a passo, tendo sempre a certeza de ter antes desenvolvido as capacidades para poder manter e operar cada novo meio adquirido”. A decisão de terem constituído uma Força de fuzileiros Navais antes de disporem de meios próprios de desembarque se explica pelo seu baixo custo e complexidade de treinamento e aprestamento (quando comparado com o dos marinheiros da Esquadra que, naturalmente, dependem sempre de crescentes números de caros navios de guerra.

A Marinha do Brasil foi uma das três forças armadas estrangeiras selecionadas pelo Governo da Namíbia para a formação de suas forças armadas. Curiosamente, nenhum dos demais programas teve sucesso semelhante ao da formação da Marinha Namibiana.




Originalmente os ingleses ficaram responsáveis por ajudar a estruturar o Exército Namibiano, porém divergências severas acabaram por encerrar este convênio e substituí-lo por outro com o Exército Alemão.



Da mesma forma, a Força Aérea Americana foi inicialmente incumbida de auxiliar a Força Aérea Namibiana, mas acabou desistindo da tarefa, cedendo seu lugar à Força Aérea Chinesa.



Na contramão destes outros fracassos internacionais o projeto brasileiro na Namíbia, não deixa nenhuma dúvida de seu sucesso. Uma rara parceria geopolítica internacional entre o Governo Brasileiro e nossas forças armadas, que lutou contra importantes obstáculos internos e externos e evidenciou a competência e o tato da Marinha do Brasil na tarefa de formação da Marinha da Namíbia. Este exemplo serve de modelo para futuros acordos de teor semelhante com os outros países, localizados na Américas ou na África, mas agora não se bastando apenas ao campo naval, incluindo também os nossos Exército e Aeronáutica.








Grupamento de Fuzileiros Navais de Brasília realiza adestramento com o Exército Brasileiro

Um destacamento composto por 112 militares do Grupamento de Fuzileiros Navais de Brasília (GptFNB) e 22 militares do 7º Distrito Naval (7ºDN), realizou, no período de 01 a 06 de novembro, um adestramento de Apoio às Ações de Retomada e Resgate. A operação foi ministrada por militares do 1º Batalhão de Ação de Comandos (1ºBAC), do Exército Brasileiro, na Brigada de Operações Especiais em Goiânia (GO).




As atividades fizeram parte de um Pedido de Cooperação de Instrução (PCI), voltadas à preparação do GptFNB para apoiar as ações de retomada e resgate de instalações navais e civis de interesse da Marinha, na região sob jurisdição do Comando do 7º Distrito Naval.



Na ocasião, foram ministradas palestras e estudos de casos sobre as ações de retomada e resgate e conduzidos adestramentos de entrada em compartimento; técnica de captura e revista de prisioneiros; tiro de caçador; e pista de tiro de combate. Ao final, foi simulado um confinamento em uma instalação naval, com a finalidade de adestrar todos os grupos que fazem parte das ações de retomada e resgate do 7ºDN.



Fonte: Marinha do Brasil

América do Sul atrai indústria nuclear

A energia nuclear pode ganhar três novos adeptos na América do Sul. Chile, Equador e Venezuela trabalham em projetos de construção de usinas atômicas para a geração de eletricidade. O interesse já atrai países que detém tecnologia nuclear e veem na América do Sul um potencial novo mercado. Para os Estados Unidos, no entanto, as pretensões energéticas de alguns governos da região causam incômodo.






Atualmente, apenas México, Brasil e Argentina têm usinas nucleares gerando eletricidade. Os três discutem - com mais ou menos ênfase - a expansão da fatia de seu átomo na matriz energética.





De acordo com a Associação Mundial Nuclear, mais de 45 países em todo o mundo estão atualmente "ativamente considerando a possibilidade de desenvolver programas de energia nuclear". Na América do Sul, os listados são Chile, Equador e Venezuela. A Bolívia, segundo disse recentemente o presidente Evo Morales, também tem interesse em ingressar na era da energia nuclear. O país, no entanto, não é citado pela associação como um dos que estão realmente empenhados na ideia de adquirir um reator.





Na região, é a Venezuela quem parece estar mais avançada. Embora seja o maior exportador de petróleo da América do Sul, o país tenta reduzir sua dependência dos hidrocarbonetos, a exemplo do que fazem países árabes ricos em petróleo. No mês passado, durante visita à Rússia, o presidente Hugo Chávez firmou com o presidente Dmitri Medvedev uma parceria energética e chegaram a um acordo para a "construção e uso de uma estação de energia atômica no território da Venezuela". O acordo prevê a construção de uma usina nuclear com dois reatores com capacidade de gerar 1.200 megawatts, segundo a estatal nuclear russa Rosatom.





Além da Rússia, outros dois grandes fabricantes de reatores também se movimentam para se aproximar dos novatos sul-americanos em assuntos nucleares. "Nossa relação principal é com a Agência Internacional de Energia Atômica, mas França e Coreia do Sul já nos ofereceram colaboração", disse ontem Júlio Vergara, um dos membros do Conselho Diretor da Comissão Chilena de Energia Nuclear e professor da Faculdade de Engenharia de Pontifícia Universidade Católica do Chile.





O país assinou em setembro um acordo com a Argentina e outro, em outubro, com a França sobre treinamento, manuseio de resíduos, estudos sobre localidades para usinas e a formulação de um marco regulatório. O presidente Sebastián Piñera defende a ampliação das fontes de energia no país para garantir um crescimento anual de 6% a 6,5% pelos próximos anos. A geração nuclear seria uma nova fonte para o país dependente de gás natural cada vez mais escasso fornecido pela Argentina, do carvão e de hidrelétricas com potencial limitado de expansão.





"Temos conversado com Chile e eu mesmo já dei algumas palestras a eles", disse ontem ao Valor o presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), Odair Dias Gonçalves. "Eles estão interessados em como se organiza um órgão regulador, na formação de pessoas, em como evitar armadilhas." Os dois países não têm, pelo menos até agora, nenhum acordo específico.





Gonçalves diz que Venezuela e Equador não buscaram apoio brasileiro para seus programas. O último assinou em agosto do ano passado um memorando de entendimento com Moscou que prevê apoio ao governo equatoriano em seus planos de desenvolver um programa de energia nuclear.





O Irã é outro país que aparece como parceiro no campo nuclear de outro pretendente sul-americano à energia nuclear: a Bolívia. No mês passado, em viagem ao Irã, o presidente Evo Morales reafirmou que pretende construir uma usina com ajuda de Teerã. "Não há nada a esconder: uma das coisas que estamos trabalhando com o Irã é, é claro, ter uma usina nuclear para gerar eletricidade", disse Morales.





Em reação às gestões de Chávez, o presidente americano, Barack Obama, disse que todos os países têm o direito de buscar fontes alternativas de energia. "Não temos nenhuma intenção nem interesse em aumentar as rusgas entre Venezuela e os EUA, mas achamos que a Venezuela precisa agir responsavelmente." Washington disse que os direitos devem ser orientados por "tratados que estabelecem muito claramente qual o procedimento para monitoramento e segurança".





Do ponto de vista de negócios, se os projetos da região forem a diante o Brasil, em tese, poderia vir a ser um fornecedor de serviços ou combustível. "O Brasil é um dos sete países do mundo que enriquecem urânio e um dos três, ao lado de EUA e Rússia, que possuem urânio e sabem enriquecê- los". O país, no entanto, não exporta urânio. Se deveria passar ou não a fazê-lo é um tema que tem sido discutido no governo e entre especialistas. "Há uma grande mercado de prestação de serviços" que o Brasil poderia entrar, diz Gonçalves.





No passado, lembra ele, o ingresso de países no clube dos geradores de energia nuclear era visto com reservas e limitações. "Hoje é muito mais "business

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Nasa adia lançamento do Discovery para 3 de dezembro

REUTERS


A Nasa adiou na quinta-feira o lançamento do ônibus espacial Discovery para a Estação Espacial Internacional de 30 de novembro para 3 de dezembro. O objetivo é dar mais tempo para reparações e determinar por que o taque de combustível rachou, disseram autoridades.





nasaTécnicos reinstalam tubo exaustor no tanque de combustível externo do ônibus espacial



"Não poderemos lançar em 30 de novembro", disse o porta-voz da Nasa, Allard Beutel.





A agência espacial dos Estados Unidos adiou a partida do Discovery para uma missão planejada de 11 dias depois que um perigoso vazamento de hidrogênio foi detectado enquanto a espaçonave era abastecida para o lançamento em 5 de novembro.





Depois do adiamento, a Nasa também descobriu uma grande fissura na espuma que isola o tanque, o que é uma ameaça. A espuma que caiu do tanque de combustível do Columbia e colidiu com o ônibus espacial durante o lançamento provocou um acidente que matou sete astronautas em 2003. A Nasa, então, remodelou os tanques para minimizar a perda de espuma.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Manifestantes enfrentam tropas da ONU no Haiti pelo quarto dia seguido

PORTO PRÍNCIPE - Manifestantes voltaram a enfrentar tropas da ONU e da polícia no Haiti no quarto dia de confrontos no país. A uma semana da eleição presidencial, eles protestam contra a epidemia de cólera que já matou 1,1 mil haitianos. Três pessoas já morreram desde o início das manifestações, na segunda-feira.






Centenas de haitianos ergueram barricadas para bloquear ruas da capital, Porto Príncipe, e atiraram pedras contra veículos da ONU e de organizações não-governamentais. A polícia respondeu com bombas de gás lacrimogêneo.



Os manifestantes acusam tropas da Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (Minustah) de terem trazido a doença ao país. Para a ONU, os protestos têm motivação política.



Segundo o último balanço do ministério da saúde, 1.110 pessoas morreram e foram registradas 18.382 internações por conta da doença.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Russos completam caminhada espacial de seis horas

Foto feita a bordo da ISS mostra a Itália e a Sicília vistas do espaço, à noite. Reuters/Nasa




Dois cosmonautas russos completaram uma caminhada espacial de seis horas, na estação Espacial Internacional (ISS). Fyodor Yurchikhin e Oleg Skripochka tiveram como principal tarefa a instalação de uma nova estação de trabalho no módulo Zvezda da ISS.



Quatro outros astronautas permaneceram no interior da estação: o russo Alexander Kaleri e os americanos Douglas Wheelock, Shannon Walker e Scott Kelly.
Os grupos industriais francês e espanhol anunciaram nesta sexta-feira terem encerrado o litígio que os colocou em lados opostos por vários anos. Sendo assim, a DCNS afirmou que “será encerrada o processo de arbitragem que se encontrava em curso”. O grupo naval francês manterá a comercialização e a fabricação dos modelos Scorpène. Enquanto a Navantia, do seu lado, se restringirá ao seu novo modelo, o submarino S-80, dos do qual os primeiros exemplares se encontram em construção para a Marinha Espanhola.






Durante os anos 90, enquanto a França fez a escolha por uma frota de submarinos exclusivamente de propulsão nuclear, a indústria francesa e espanhola se aliaram para produzir um novo modelo de submarino de propulsão convencional destinado ao mercado de exportação. Foi daí que nasceu o Scorpène, que seria eventualmente vendido ao Chile (1997), à Malásia (2002) e à Índia (2005). Inicialmente, a Espanha deveria igualmente adquirir este submarino, mas, finalmente, a Navantia acabou desenvolvendo seu próprio produto, o S-80, com uma colaboração com os americanos no sistema de combate e no armamento. Esta mudança caiu mal na França, onde a que a DCNS, ao invés de buscar uma reaproximação com seu parceiro para acertar o uso de tecnologia francesa transferida no programa Scorpène no seu próprio modelo acabou vendo a Navantia apresentar o S-80 para exportação disputando mercado com o produto franco-espanhol. Desta maneira, a DCNS buscou nos tribunais o direito exclusivo de comercialização do Scorpène, para o qual o grupo francês estima ter investido a maior parte dos investimentos em tecnologia.





Além dos mais de 10 navios vendidos ao Chile, à Malásia e à Índia, a DCNS a conquistou a venda, em 2009, de quatro unidades derivadas deste modelo para o Brasil. O grupo francês está igualmente na disputa para uma encomenda lançada pela Índia para seis novos submarinos.




Fonte: Mer et Marine

Dragon embarca em testes de mar

Glasgow, Reino Unido – Dragon, o quarto Destróier Tipo 45 para a Marinha Real Britânica, desceu o rio Clyde pela primeira vez na última semana, quando iniciaram os testes de mar do navio.




O Destróier zarpou do estaleiro da BAE Systems em Scotstoun e permanecerá no mar por um período de quatro semanas, durante as quais serão testados o poder do navio, assim como propulsão, armas e sistemas de comunicação.



Angus Holt, Diretor de Programas da BAE Systems Reino Unido, divisão de navios de superfície, disse: "O início de testes no mar é uma etapa importante no programa do Dragon, pois nos dá a primeira oportunidade real de colocar em teste a capacidade do Tipo 45.



“Graças ao empenho de nossos colaboradores e forte parceria com a Marinha Real, temos aplicado as lições aprendidas nos navios anteriores, o que nos permitiu realizar testes de mar para o Dragon muito mais cedo do que nós conseguimos com seus antecessores”.



A partida do Dragon para testes ocorre apenas semanas depois que o sexto navio na classe, Duncan, foi lançado no pátio da companhia em Govan, e o Diamond, o terceiro na classe, foi entregue a Portsmouth. Com os três primeiros navios da classe entregues, a BAE Systems está no meio do programa para entregar todos os seis navios da Marinha Real até o final de 2013.



Após a avaliação, o Dragon volta ao Clyde para a integração contínua e testes, e está dentro do cronograma para ser entregue à Marinha Real na segunda metade de 2011.



A BAE Systems também fornecerá apoio em serviço aos Destróieres Tipo 45. Trabalhando lado a lado com a Marinha Real na base de Portsmouth, os engenheiros da companhia coordenarão todos os aspectos da reparação, manutenção e suporte para melhorar a disponibilidade de navios e reduzir custos de suporte ao longo da vida, permitindo assim que a Marinha Real atenda seus compromissos operacionais em todo o mundo.



O Tipo 45 será a espinha dorsal da defesa naval aérea do Reino Unido nos próximos 30 anos e além. Os destróieres serão capazes de realizar uma ampla gama de operações, incluindo anti-pirataria e atividades de combate ao contrabando, o trabalho de ajuda humanitária e operações de vigilância, assim como combate de alta intensidade.



Fonte: BAE Systems

domingo, 14 de novembro de 2010

Ok, sua marinha comprou um submarino nuclear: E agora?

Para responder a esta pergunta, que deve estar ocupando as mentes dos oficiais submarinistas da MB, Alide foi à França para conhecer o que é necessário para se poder construir e manter em operação submarinos tão diferentes e complexos como os modernos submarinos nucleares de ataque (SNA).




Há mais de vinte anos, a Marinha do Brasil vem acalentando o sonho de ter uma frota de submarinos de ataque de propulsão nuclear. Desde aquela época, o impacto da chegada desta revolucionária tecnologia no nosso Teatro de Operações, durante a Guerra das Malvinas, evidenciou incontestavelmente a limitação das defesas anti-submarinas mais simples para contrapor-se à ameaça representada pelos novos submarinos britânicos.



O programa do submarino nuclear da Marinha do Brasil desenvolveu-se através de uma parceria com a USP no estado de São Paulo, e através das conquistas alcançadas no Centro Experimental Aramar de MB, na cidade de Iperó, conseguimos dominar todo o ciclo do combustível nuclear, desde o minério de urânio até o combustível enriquecido.




Um submarino de ataque de propulsão nuclear (SSNs) deslocando entre 4000 e 6000 toneladas é um navio muito maior e, em termos de engenharia, muito diferente dos tradicionais submarinos movidos à propulsão diesel-elétrica de meras 2000 toneladas. Uma vez que o SNA brasileiro estiver operacional, uma grande variedade de novos procedimentos operacionais de apoio e manutenção, terão que ser internalizados pela Força de Submarinos, e é por isso que a nova base de submarinos/estaleiro está sendo construída fora da Baía da Guanabara. O Ministério da Defesa e a Marinha, reiteradamente, declararam que uma das principais razões pela escolha a DCNS como parceiro estratégico, para esta empreitada ,residia justamente na ampla experiência, desta empresa ,neste segmento. Tanto nas fases de construção, quanto na dos serviços de suporte em terra para submarinos desta classe.

O ciclo de vida dos SNAs




Numa visão simplória, os submarinos a diesel tem que ser recarregados de combustível toda vez que seus tanques se esvaziam. Dependendo de variáveis como a velocidade e das distâncias necessárias ao cumprimento da sua missão, isso provavelmente ocorrerá a cada 30 dias. Num submarino nuclear, uma única “carga de combustível” pode durar entre 5 e 25 anos, dependendo dos projeto e da idade do reator nuclear embarcado. Ao ser construído, o submarino recebe um reator nuclear frio, ainda sem combustível. O “combustível” dos submarinos nucleares é manuseado sob a forma de barras sólidas. Com o combustível instalado no seu interior o reator entra em estado “crítico” e começa a gerar calor que será usado para produzir vapor que eventualmente moverá uma turbina, que moverá um dínamo produzindo eletricidade. Esta é a energia que será usada para mover os motores elétricos do submarino, o permitindo navegar pelo mar.

Ao alcançar o fim da vida útil da carga inicial de combustível nuclear, é necessário parar o navio e proceder à remoção e substituição da carga usada. Muito diferente do caso do submarino convencional onde basta abrir o tanque e despejar combustível novo, num SNA, no momento da troca, as barras de combustível usadas se encontram num estado extremamente radioativo. Esta operação exige uma imensa preocupação dos operadores e dos seus técnicos. A Marinha e os órgãos de defesa ambiental trabalharão juntos para que não se produza o risco de um acidente de contaminação radioativa de escala e potencial de dano imprevisível.





Dos Rubis/Amethyste ao novo Suffren: a mudança de um paradigma




A Marinha da França foi um dos primeiros e grandes entusiastas do emprego da arma submarina. No início da Segunda Guerra Mundial a marinha francesa já operava nada menos que 77 submarinos diesel, além de ter outros 24 em diversos estágios de construção nos seus arsenais. No entanto, ironicamente, coube à França o azar de se ver transformada na maior base de submarinos alemães após ser invadida pelos nazistas. O Almirante Dönitz, preocupado com a vulnerabilidade de suas bases na Alemanha, operou um grande programa para construção, ampliação e modernização das bases de submarinos francesas em Lorient, Brest, Saint Nazaire, La Rochelle e Bordeaux. A Base alemã de submarinos em Toulon, no Mediterrâneo, no entanto, só foi estabelecida em 1943. Com a derrota final dos alemães em 1945, a recém reconstituída marinha francesa acabou herdando um bom numero destes submarinos alemães sobreviventes.


Inusitadamente a França deu seu primeiro passo no mundo dos submarinos nucleares através, justamente, do modelo mais complexo, o SSBN, ou submarino nuclear lançador de mísseis balísticos, lançado no ano de 1967. Somente após resolver esta questão da dissuasão nuclear é que o país se lançou na direção de construir seus Submarinos Nucleares de Ataque (SNA


A França decidiu construir um submarino de ataque que fosse “compacto”, e desta idéia surgiu o Programa Rubis. O primeiro destes submarinos teve sua quilha batida em 11 de dezembro de 1976, foi lançado em     7 de julho de 1979 e comissionado em 23 de fevereiro de 1983

Toda esta classe (com a exceção do S603 Casabianca) recebeu nomes de pedras preciosas/jóias: “Rubi”, “Safira”, “Esmeralda”, “Ametista” e “Pérola”. O “Turquesa” e o “Diamante”, as duas unidades finais desta classe, foram canceladas antes mesmo de se iniciar sua construção. A tecnologia dos Rubis iniciais era do mesmo patamar daquela empregada nos SSBN da classe Le Redoutable, fabricada anteriormente, porém na hora de fabricarem o quarto SNA, o S605 Amethyste, foi tomada a decisão de equipá-lo com um pacote de sistemas muito superior, o chamado “AMÉlioration Tactique HYdrodynamique Silence Transmission Ecoute” (em português: Melhoramento tático, hidrodinâmico, silêncio, transmissão e escuta). O S606 Perle recebeu estas melhorias no estaleiro durante sua construção e os outros três anteriores passaram por um período de manutenção pesado onde estas melhorias foram aplicadas em cada um deles A flexibilidade destes submarinos foi comprovada durante as buscas pela caixa preta do Airbus da Air France que caiu em 1° de junho de 2009 a Marinha Francesa mandou o S604 Émeraude para apoiar as buscas. Já no plano geopolítico internacional, o S602 Sapfir veio até a Bahia da Guanabara, realizando a primeira visita de cortesia de um SNA francês ao Brasil. Isso se deu no exato momento em que o presidente francês assinava, em Brasília, o contrato para a construção dos Scorpène e do casco do nosso primeiro submarino de propulsão nuclear no Brasil.


Atualmente, todos os seis submarinos de ataque franceses ficam baseados em Toulon, enquanto os submarinos lançadores de mísseis balísticos ficam em Île Longue, próximo a Brest, na costa noroeste da França.




Em nossa visita a Cherbourg, a capital dos submarinos na França, toda a atenção está focada no início da construção do novo SNA da Classe Barracuda, agora já conhecido pelo seu nome de batismo, o Suffren. Este modelo joga para o alto o conceito do submarino de ataque movido a energia nuclear de tamanho compacto, como eram os Rubis/Amethyste. O Suffren é muito maior que seus antecessores, deslocando 4.700 toneladas na superfície, contra as cerca de 2.400 toneladas da classe anterior. A mensagem que isso traz, é que, em missões efetuadas no oceano aberto, para além da segurança do Mediterrâneo e das regiões costeiras, o modelo “compacto”simplesmente não era suficientemente grande.


Como os franceses realizam a função de apoio aos seus SSNs?




A manutenção e os cuidados com a propulsão nuclear dos submarinos franceses em Toulon é realizada por uma organização especializada chamada de “Instalations Nucleaires a Terre”. Segundo a lei francesa, este local é uma das “installations nucléaires de base secretes” (INBS) sendo instalações nucleares não-móveis, por isso estas atividades exigem uma caracterização particular, sob o guarda chuva da defesa nacional. Elas estão submetidas a um regime de autorização e de controle específico. Esta classe de instalação é classificada como “secreta” por decisão do Primeiro Ministro por recomendação do Ministro da Defesa e do ministro encarregado da indústria, cada um para suas respectivas instalações.


Durante nossa visita ao Arsenal de Toulon, em maio de 2009, o submarino Perle (S606) se encontrava no meio de seu processo de recarrega de combustível e de manutenção profunda. Curiosamente, os edifícios das modernas Instalations Nucleaires a Terre foram construídos ao longo dos cais “Missiessy” e “Malbousquet”, bem ao lado de um conjunto de três diques secos escavados originalmente no século XIX. No interior destes edifícios, só é possível a entrada de pessoas devidamente autorizadas com roupas protetoras brancas, com toucas, luvas, e protetores para sola de sapatos. Cada pessoa recebe um crachá com um sensor que muda imediatamente de cor, caso a pessoa seja submetida a uma dose maior de radiação. Na saída, é necessário passar por uma porta de vidro dupla, similar a que existe na entrada de algumas agências de banco, para que um sistema automatizado avalie o nível de irradiação de cada visitante.



Em anexo a este edifício, fica localizada a oficina móvel, um compartimento medindo 32 por 8 metros. Este verdadeiro “edifício móvel” se desliza setenta metros sobre rodas, transversalmente, da lateral dos edifícios até posicionar- se completamente por sobre o submarino colocado dentro do dique seco. Quando a oficina está sobre submarino, o acesso a pé dela até os demais prédios é feita através de um corredor subterrâneo. Os técnicos que estão envolvidos no desmonte do reator e na retirada do combustível radioativo permanecem o tempo todo dentro da oficina móvel, abrigados do vento, sol e chuva. Isso evita que qualquer minúscula poeira radioativa possa vir a ser levada para o ambiente externo. Todos os componentes removidos do submarino e as barras de combustível esgotado, são transportados, também no interior da oficina móvel, para armazenamento temporário no fundo de uma grande piscina coberta existente dentro do prédio principal. Neste caso, a água é usada como um isolante, limitando a perda de radiação destes elementos esgotados. Num outro edifício, também com portas estanques e filtros atmosféricos, é realizada a revisão do gerador de vapor do submarino. Qualquer rachadura, ou perfuração, minúscula que seja nesta peça pode causar uma vazamento radioativo para dentro do submarino o que colocaria em risco a vida dos tripulantes.




Naturalmente, o estaleiro que será construído pela DCNS e Odebrecht na costa do Rio de Janeiro deve incluir instalações especializadas como estas. Apenas uma marinha que efetivamente opera submarinos nucleares tem condição a oferecer todo este knowhow de suporte em terra sob a forma de transferência de tecnologia.



DCNS em Toulon: Terceirização da manutenção de componentes




A DCNS atual é fruto da fusão da antiga estatal DCN (sigla de Diretoria de Construção Naval) com a gigante industrial francesa Thales. A DCN era a dona e operava as unidade operativas técnicas de todos os vários arsenais estatais franceses. Agora, privatizada, a DCNS tem o contrato de operação das diversas oficinas de manutenção especializadas localizadas nas grandes bases da Marine Nationale francesa: Toulon e Brest. As diversas oficinas, motores, eletricidade, sonares, casco, etc, se empenham cooperativamente quando um navio, como o submarino Perle, entra em Período de Manutenção Profunda
A Nova Base de Submarinos e o Estaleiro DCNS/Odebrecht em Sepetiba




Os submarinos da Marinha do Brasil, desde 1914, sempre estiveram ligados à ilha de Mocanguê Grande, na costa niteroiense da Baía da Guanabara. Em 1943, após um período operando desde o Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro na Ilha das Cobras, finalmente, foram iniciadas na Ilha de Mocanguê as obras da base definitiva para atender às necessidades da Flotilha de Submarinos. Em 1946 esta base foi inaugurada recebendo seu nome definitivo: Base Almirante Castro e Silva (BACS), crescendo e agregando mais funções ao longo dos anos. No entanto, na virada do século XXI já estava claro que ela não comportaria mais do que os atuais cinco submarinos da classe Tupi/Tikuna e, que, de forma alguma, teria como acomodar nem mesmo um único submarino nuclear com suas mais de 4000 toneladas. Para dar este grande passo a Marinha do Brasil precisaria certamente de uma nova e maior base de submarinos, com facilidades industriais muito superiores às disponíveis no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro. Muitos analistas ficaram surpresos com o anúncio de que, junto com os quatro primeiros submarinos Scorpène ,a Marinha contrataria à DCNS e a sua parceira brasileira, a construtora Odebrecht a construção da nova base/estaleiro. Para a Marinha, antes de qualquer coisa esta decisão garantiria a manutenção de um um ritmo acelerado de obras, garantiria o financiamento externo e protegeria em boa parte o programa industrial contra oscilações no fluxo de verba necessário para a execução do programa. Para DCNS seria mais uma garantia de continuidade no contrato. Para a Odebrecht isto se configuraria como a abertura de um novo e importante segmento de mercado. Recentemente este fenômeno se deu também na área da construção naval civil, uma vez que cada um das grandes construtoras nacionais acabou se associando a um “parceiro de tecnologia” estrangeiro na criação dos novos estaleiros criados para a construção de petroleiros e de plataformas de petróleo voltadas para atender à imensa demanda anunciada pela Petrobras/Transpetro.


DCNS: Cherbourg: Como os franceses constroem um submarino




Infelizmente não pudemos, por questões de segurança, tirar nossas próprias fotos dentro do ambiente de produção, mas a DCNS nos supriu de imagens que exemplificam os diversos passos necessários para a construção de um submarino moderno. O Suffren tem casco duplo separados por anéis estruturais. A construção do casco agora se faz na vertical, sendo inclinado em grandes módulos perto do momento de se fechar o casco. O primeiro passo é criar os anéis estruturais que são montados sobre uma estrutura temporária chamada de gabarito. Essa estrutura pintada de amarelo gritante mantem estes anéis perfeitamente alinhados um sobre o outro. Em seguida, as chapas previamente curvadas nas calandras (máquinas de dobrar chapas de aço) das oficinas da própria DCNS são colocadas no gabarito ao redor e por dentro dos anéis estruturais. A solda hoje em dia é feita por máquinas automáticas que fazem com que o bico da solda desça numa velocidade constante ao longo das frestas entre bordas das chapas. Isso produz um acabamento e uma qualidade final muito superior ao do trabalho manual tradicional. Adicionalmente o processo é muito mais rápido e por isso muito mais barato. A maior qualidade do trabalho faz com que o casco seja qualificado para suportar a maiores pressões (maiores profundidades) melhorando, assim, as capacidades operacionais do produto.


Os módulos do casco, que neste ponto parecem gigantescas manilhas feitas de aço, são empilhadas um sobre o outro na fase seguinte. O processo de soldagem automática vai se repetindo, mas agora na outra direção. Somente quando os módulos já são cilindros, da altura de um pequeno edifício, é que eles são levantados pelos guindastes e pontes móveis, do hall de montagem e, finalmente, colocados na posição “normal” para o fechamento final do casco. Para sair do ambiente de produção o submarino completo é movido sobre um caminhão de chassi longo e muitos eixos, semelhante aos usado no processo de “load-in/load-out” do submarino Timbira, no Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro

O futuro além dos quatro Scorpènes e do primeiro SSN




Desde seus primeiros esboços, a nova Estratégia Nacional de Defesa (END) já reconhecia a nossa frota de Submarinos como sendo a ponta de lança da estratégia de dissuasão naval do Brasil. O Ministro e os técnicos do Ministério da Defesa imediatamente reconheceram que boa parte do investimento a ser realizado na recomposição das forças armadas brasileiras teria que ir para os submarinos, não apenas os tradicionais diesel-elétricos, como para os novos SNAs também. Embora o contrato assinado com a DCNS seja para apenas quatro submarinos diesel-elétricos derivados da classe Scorpène, fontes de ALIDE insistem que o Plano de Equipamento da Marinha em estudo atualmente prevê a construção de nada menos que quinze submarinos convencionais e de seis submarinos de ataque movidos a energia nuclear. Se estes planos irão ou não acontecer depende de muitas variáveis, como, a visão sobre o reequipamento militar brasileiro dos próximos governos, e principalmente da confirmação dos prognósticos positivos para a economia do Brasil e especialmente da viabilidade econômica das jazidas do pré-sal petrolífero.

U-Boot O primeiro submarino

O prezado leitor de ALIDE poderá estranhar o subtítulo desta matéria, mas com o decorrer da leitura, este será compreendido.




É sabido que os alemães conseguiram na II Guerra Mundial, elevar em muito os padrões de engenharia naval, sobretudo na construção de submarinos.

Na I Guerra Mundial, os alemães estiveram muito perto de cortar as linhas de comunicações aliadas, graças à ação dos seus U-boats. Nesta época porém, a engenharia de submarinos estava de certo modo, engatinhando. Estes não podiam ficar submersos por longos períodos, o que fazia de fato que este fosse um submersível e não um submarino. O Grande Almirante Dönitz, comandante da Força de Submarinos Alemã, os chamava “vasos de mergulho”. Após o fim da I Guerra, os alemães ficaram proibidos de construir submarinos pelo Tratado de Versalhes, mas o tratado não mencionou nada sobre a construção em outros países. Era a brecha necessária para que a engenharia naval alemã se mantivesse na vanguarda e quando Hitler assumiu o poder, um vasto programa de construção naval teve início. Mas se a construção de submarinos foi iniciada, sua tecnologia não era muito diferente a do conflito de 1914-1918, com seus aperfeiçoamentos é claro, mas ainda assim os submarinos ainda eram vasos de mergulho, o que não impediu que os comandantes de submarinos alemães na II Guerra obtivessem feitos notáveis. Os aliados estavam em sérias dificuldades nesta segunda Batalha do Atlântico. A maré só virou contra o III Reich com a quebra dos códigos alemães e da captura da máquina de cifrar Enigma, o que permitiu aos aliados, organizar os comboios de modo mais seguro, aumentando o número de submarinos afundados pelos aliados, que também desenvolveram técnicas e equipamentos antisubmarinos, o que exigiu uma resposta dos alemães.





No penúltimo ano da II Guerra, os alemães apresentaram ao mundo algumas armas realmente extraordinárias, dentre elas, os caças Me-262 e Me-163. Isso sem mencionar, foguetes antiaéreos e as famosas V-1 e V-2. É óbvio que a arma submarina teve o seu quinhão de progresso e este veio de modo consagrador, na forma do Tipo XXI, um submarino revolucionário para sua época, anos à frente de qualquer outro modelo, de qualquer país. A concepção do Tipo XXI ocorreu durante a guerra, mas o seu sistema de propulsão revolucionário já tinha sido criado, teoricamente pelo Professor Helmuth Walter (1900-1980). O sistema, hoje conhecido como AIP(Air Indepedent Propulsion) conferiu ao Tipo XXI, a classificação de submarino, de fato. Além dos motores diesel o Tipo XXI usava peróxido de hidrogênio para suas baterias quando submerso. Além disso, tal propulsão permitia velocidades de até 17 nós quando mergulhado, o que permitia fuga ou manobra contra qualquer alvo. Outro dado interessante é o design do casco. Suas linhas, mesmo após 65 anos do fim da II Guerra Mundial, continuam incrivelmente atuais. Não foi a toa que os aliados findo o conflito, caíram como moscas no mel sobre os restos dos estaleiros alemães. O Tipo XXI serviu de base para o desenho de muitos submarinos no pós guerra, notadamente, americanos e russos. Basta comparar o perfil do primeiro submarino nuclear da história, o USS Nautilus, com o Tipo XXI.




Os submarinos do Tipo XXI viram pouco ou nenhuma ação, mas um deles merece destaque. Em abril de 1945 o CC Adalbert Schnee (1913-1982) um veterano agraciado com as Folhas de Carvalho da Cruz de Cavaleiro, deparou-se com um comboio e suas escoltas, que o plotaram, mas simplesmente não conseguiram acompanhá-lo. Poucos dias mais tarde ele encontrou no Mar do Norte, um cruzador acompanhado de vários contratorpedeiros britânicos. Schnee teve a audácia de chegar a 400m de distância de um dos contratorpedeiros sem que sua presença fosse notada.



Somente no pós guerra, quando por coincidência Schnee encontrou-se com o comandante do navio inglês, ao qual ele chegara tão perto é que os ingleses tomaram conhecimento do quão perto estiveram de serem alvejados. A reação inicial dos ingleses foi de descrença. Somente quando os diários de bordo foram comparados é que os ingleses perceberam do que haviam escapado.




O Tipo XXI era armado com 6 tubos na proa, com recarga de 20 torpedos e 2 canhões duplos de 20 mm. A tripulação consistia de 6 oficiais e 52 marinheiros.



Deslocava 1621 toneladas na superfície e 1819 toneladas quando submerso.



Mede 76,7 m de comprimento total e 60,5m mede o casco de pressão e boca de 6,6m.



A propulsão era assegurada por 2 motores de 6 cilindros gerando 4000 HP e 2 motores elétricos que geravam 5000 HP. Tal potência permitia velocidades de 15,6 nós na superfície e 17,2 submersos

Technikmuseum U-boot Willhem Bauer é o único submarino Tipo XXI do mundo. Sua construção começou em 29 de outubro de 1944 e seu lançamento ocorreu em 13 de janeiro de 1945 já com o indicativo U-2540. Em 4 de abril de 1945 o comandante Rudolf Schultze (1922-2000), deu ordens para afundar o submarino. E no fundo do mar ele ficou até 1957, quando foi erguido. Mas ao contrário do que muitos podem imaginar, ele foi erguido não para ser um museu, mas sim para ser operacional. A Alemanha Ocidental já fazia parte da OTAN nessa época e recebeu permissão dos integrantes da organização para operar apenas um submarino e mesmo assim, apenas como submarino de testes. Em 1960 o submarino foi recomissionado com Wilhelm Bauer. E assim ele ficou operacional até 1968, quando foi descomissionado. Durante este período, segundo dados do museu, o submarino justificou plenamente os custos de retirada do fundo do mar e todo o investimento feito para torná-lo operacional. Em 1970 ele foi novamente comissionado como submarino para testes. Em 1982, finalmente foi retirado do serviço ativo e colocado à venda, com a recomendação de que ele fosse usado como museu. No ano seguinte o Museu Marítimo Alemão, junto com a Associação de Patrocinadores do Museu, iniciou negociações para aquisição da nave.


Em abril de 1984, o museu foi aberto ao público.




Chegando lá: Bremerhaven no norte-noroeste da Alemanha. As melhores opções são alugar um carro ou ir de trem, partindo de Frankfurt ou Berlin.

Voar a mais de seis mil quilómetros por hora

A agência espacial americana quer fabricar jactos que viajem a uma velocidade cinco vezes maior do que o som. A nova geração de aviões, a tornar-se realidade, diminuiria para duas horas e meia o tempo de voo entre Nova Iorque e Sidney. Veja o vídeo.




O projecto foi originalmente pensado para fabricar um jacto reutilizável que pudesse voar para Marte. Mas, tal como já foi feito com tecnologia espacial anterior, a NASA, prevendo o enorme impacto destes novos jactos, pretende também utilizá-los no transporte de passageiros.



Durante os próximos três anos, a NASA vai gastar cerca de quinze milhões de dólares neste projecto, que visa criar um avião que voe a cinco vezes a velocidade do som, cerca seis mil quilómetros por hora.



De acordo com a proposta apresentada ontem, quinta-feira, o objectivo dos engenheiros é fazer com que o jacto carregue passageiros através da atmosfera, desça e consiga aterrar em segurança. A proposta diz ainda que "os veículos devem ser leves, totalmente reutilizáveis, de fácil manutenção e a baixo custo".
Com este jacto, um voo entre Nova Iorque e Sidney, que actualmente demora cerca de 21 horas, demoraria apenas duas horas e meia a chegar ao destino.




Os engenheiros da NASA estão cientes das dificuldades que vão encontrar no desenvolvimento deste projecto. O aquecimento provocado pela "velocidade hipersónica, juntamente com a ênfase que damos à reutilização, cria grandes desafios na procura de tecnologias, de materiais, de revestimentos e de estruturas capazes de sustentar o jacto".



O jacto hipersónico segue o conceito do antigo Concorde, que viajava a uma velocidade duas vezes maior que a velocidade do som. Este novo jacto deve melhorar o desempenho do Concorde, quer em termos de velocidade máxima que pode atingir, quer em termos de segurança.



Em Junho deste ano, o jacto experimental X-43A bateu o recorde de velocidade, atingindo os 7.242 quilómetros por hora. Estes aviões fazem com que o oxigénio se mova a uma velocidade supersónica através do motor para inflamar o combustível de hidrogénio.

Bombistas suicidas atacam base da NATO no Afeganistão



Um grupo de bombistas suicidas tentaram atacar a maior base da NATO no Leste do Afeganistão durante a madrugada de hoje, sábado, mas o ataque foi repelido.






Militares afegãos junto aos corpos de alguns dos atacantes da base



Os talibãs reivindicaram a responsabilidade do ataque, o segundo à base da NATO junto a um aeroporto, nos arredores da cidade de Jalalabad, em seis meses.



Os rebeldes atacaram um posto de controlo do Exército Afeganistão localizado fora da base de Jalalabad ao nascer do dia, o que motivou um tiroteio que durou pelo menos duas horas e envolveu helicópteros da NATO, afirma no sítio da Internet do Exército afegão o sargento Abdullah Hamdard.



Segundo a agência noticiosa AP, um porta-voz do governo provincial de Nangarhar, Ahmad Zia Abdulzai, confirmou o ataque e afirmou que oito rebeldes tinham sido mortos, incluindo dois bombistas suicidas.



O porta-voz dos talibãs Zabiullah Mujahid afirmou que eram 14 os atacantes, tendo 11 morrido.



Num comunicado, as forças da Aliança Atlântica confirmavam que tinham sido atacadas, mas nenhum estrangeiro ou afegão tinha morrido.



A AP acrescenta que um seu repórter fotográfico no local viu três mortos envergando fardas do Exército afegão, que os talibãs muitas vezes usam como disfarce.



A base da NATO localiza-se a 120 quilómetros a Leste de Cabul, na principal estrada que liga a capital afegã à fronteira com o Paquistão.

sábado, 13 de novembro de 2010

Embraer vai fornecer aviões militares para a Indonésia

Empresa venderá oito modelos Super Tucano para a Força Aérea do país; contrato é estimado em US$ 100 milhões





A Embraer venceu a concorrência internacional aberta pela força aérea da Indonésia para fornecimento de oito aviões de ataque leve e treinamento avançado. O modelo escolhido é o turboélice Emb-314 Super Tucano. O valor do contrato, estimado em cerca de US$ 100 milhões, envolve os recursos de apoio de solo, amplo pacote logístico, documentação técnica e treinamento. O anúncio foi feito ontem pelo vice-presidente para o mercado de Defesa, Orlando Ferreira Neto.



Os aviões brasileiros vão substituir os velhos OV-10 Bronco, americanos. O Super Tucano era o favorito desde o início do processo, que envolveu outros dois modelos: a nova versão OV-10X, da Boeing, apresentada apenas em papel, e o Pilatus, suíço, que, por orientação do governo, não pode ser vendido na configuração armada para o uso de nações emergentes.



O ministro da Defesa indonésio, Purnomo Yusgiantoro, disse, ao apresentar o programa de reequipamento das forças armadas, que a aviação militar quer o Super Tucano para missões de patrulha armada e ataque leve na região das províncias do oeste, Papua principalmente. Ali, grupos tribais rebeldes estão recebendo equipamentos e instrução de guerrilha, provavelmente de ex-militantes radicais do movimento Fretilin, desarticulado depois da independência do Timor, em 2002.



As aeronaves da Embraer entrarão no lugar do OV-10, bimotor dos anos 60 usado em várias partes do mundo. A Indonésia recebeu 12 deles no início dos anos 70 - desse lote, apenas dois estão em condições de uso.



O Emb-314 é empregado pelas forças de outros cinco países - Brasil, Colômbia, Chile, República Dominicana e Equador. Um dos 170 aviões já vendidos é operado pela empresa Blackwater, prestadora de serviços militares terceirizados. A frota combinada soma 100 mil horas de voo.



De briga. O avião foi projetado para tarefas pesadas, desenvolvido para atacar em meio à selva, cumprir patrulha de até sete horas de duração e treinamento de pilotos de combate. É um projeto engenhoso: incorpora tecnologia digital, por meio de um painel eletrônico de telas múltiplas, tudo igual ao de um caça pesado, porém, a baixo preço, cerca de US$ 9 milhões cada, pronto para entrar em ação. O Emb-314 leva até 1,5 tonelada de bombas, mísseis e foguetes, mais duas metralhadoras de 12,7mm ou .50. Voa a 560 km/hora. A Força Aérea Brasileira dispõe de 99 unidades.



O batismo de fogo do Super Tucano foi em abril de 2008: um esquadrão da Força Aérea da Colômbia atacou com bombas inteligentes um acampamento de guerrilheiros das FARC que havia sido montado em território do Equador.