domingo, 7 de novembro de 2010

SPICE (Smart, Precise Impactant Cost-Effective Guidance

A empresa israelense Rafael Armament Development está comercializando uma nova arma guiada lançada de aeronaves. Descrita como uma Popeye simplificada, ou uma JDAM melhorada, a SPICE (Smart, Precise Impactant Cost-Effective Guidance Kit) usa dois kits de guiamento para converter bombas burras em armas de precisão de longo alcance.




Os requerimentos de Israel para uma nova classe de armas ar-superfície de longo alcance apareceram após a Guerra do Yom Kippur em 1973. Os israelenses foram um dos primeiros países a reconhecer a necessidade de atacar alvos indiretamente e a longa distância com a adoção de armas de longo alcance.



A primeira resposta foi o programa Popeye. O míssil mostrou ser eficiente, mas de alto custo. No fim da década de 80 a Rafael passou a estudar meios para conseguir precisão e desempenho semelhante a Popeye com um custo menor.



Em 1987-1988 a empresa apresentou o conceito da Pyramid que usava o mesmo sistema de guiamento da Popeye instalado em uma bomba planadora semelhante ao conceito da Walleye. A Guerra do Golfo de 1991 gerou um novo impulso no desenvolvimento da SPICE de baixo custo.



A Spice é um míssil de longo alcance, com guiamento de meio curso por INS e GPS e cabeça de busca terminal eletro-ótica (TV ou IIR) que pode transmitir imagens do alvo para a aeronave lançadora ou outra aeronave equipada com o casulo de datalink.



A JDAM é um kit produzido pela Boeing para transformar bombas burras em armas guiadas por GPS/INS. A Spice também usa este sistema de guiamento no trajeto de meio curso até o alvo. A SPICE está classificada como arma de longo alcance, da mesma classe da Storm Shadow ou JASSM, mas com um custo muito inferior, e uma classe acima das munições guiadas de precisão como a JDAM.



Porém, ao contrário da JDAM, a Spice não usará apenas a guiamento por satélite para atingir as coordenadas do alvo. A Rafael adicionou uma cabeça de busca eletro-ótica para guiar a arma na fase terminal.



Enquanto a JDAM tem um alcance máximo quando lançado a grande altitude limitado a menos de 25km, a Spice pode ser lançada a mais de 60km do alvo quando disparada a 14 mil metros de altura. O alcance varia de acordo com a altitude de lançamento e velocidade da aeronave podendo ser lançada de grandes e baixas altitudes.



O alcance permite que seja lançada além das defesas inimigas, incluindo mísseis de defesa aérea de área. A Spice também pode ser usada contra navios. Seu sistema de guiamento passivo limita a capacidade de detecção pelo inimigo ser dar alertas aos sistemas de apoio de guerra eletrônica como faria um míssil guiado por radar.

A cabeça de busca usada pela Spice tem grande ângulo de visada, permitindo que o piloto adquira o alvo facilmente, e pode realizar avaliação de danos de ataque, quando recebe as imagens pelo datalink. A cabeça de busca é adaptável podendo ser do tipo TV CCD ou imagem infravermelha (IIR). É o mesmo sensor usado nos mísseis anti-carro guiados por fibra ótica Spike-ER.




A aquisição de alvos é simples: piloto voa até uma área pré-determinada onde seleciona um alvo específico a partir de uma lista na memória da Spice junto com a rota de navegação e imagem do alvo. Após o disparo, a arma plana pela trilha de vôo planejada, usando o GPS/INS, até um ponto predeterminado onde os sensores EO tomam controle usando o INS/GPS combinado com imagem do sensor ou comparação de terreno. O sensor pode procurar o alvo automaticamente em uma grande área. Depois de localizado o alvo, a arma é alinhada com o alvo.



No alcance visual, o sensor identifica o alvo comparando com a imagem do alvo já armazenada na memória. Com a aproximação do alvo a identificação fica mais fácil e é possível escolher o ponto de impacto automaticamente. Isto permite diminuir o CEP, erros de localização, identificação e interferência do GPS. O ângulo de impacto também pode ser escolhido antes do disparo. Num ataque em mergulho a velocidade chega a Mach 0,9, ideal para penetrar em alvos bem protegidos.



A Rafael oferece um datalink opcional para avaliação de danos de batalha e controle manual. O datalink transmite imagens para a tela na cabine do piloto que determina o melhor ponto do alvo onde a arma irá atingir. O operador pode selecionar o ponto de impacto mais vulnerável, como o centro de informações de combate de um navio, para maximizar os danos. O datalink pode ser instalado no casulo Litening.



O uso de guiamento terminal eletro-ótica com transmissão das imagens para o operador permite que a arma seja mais flexível. O conceito "man-on-the-loop" permite o reconhecimento durante o trajeto e até engajar alvos de oportunidade.



A SPICE foi otimizada para lançamento a grande altitude. Não usa lançamento para cima (loft) e por isto não é boa para disparo a baixa altitude. A tática usual é penetrar a baixa altitude e subir para disparar. Com o datalink é possível disparar e fugir imediatamente com outra aeronave podendo controlar a arma a até 100km de distância.



A cabeça de busca tem campo de visão largou ou estreito com zoom. O campo de visão largo é usado para adquirir o alvo, o zoom estreito é usado na fase terminal para escolher o ponto de impacto (janela, pilastra, vão de ponte, COC de navio). O sensor é ligado quando está próximo ao alvo, geralmente a menos de 1 minuto do impacto e já apontado para o alvo.



Uma limitação do sistema é que a bomba e a aeronave lançadora ou equipada com o datalink tem que estar na linha de visada para pode manter o controle do míssil. Esta fase pode ser restrita a fase final quando o sensor é ligado e está transmitindo. O guiamento de meio curso é feita de modo automático. O guiamento semi-automática ou manual é opcional quando equipado com datalink. As JDAM ou similares sem cabeça de busca terminal são dependentes de fenômenos conhecidos como erro de localização do alvo. As coordenadas do alvo podem variar dependendo da hora do ataque relativo a curvatura da terra. Apenas os EUA tem uma constelação de satélites para fornecer pontaria e minimizar o erro do GPS. Então a cabeça de busca para guiamento terminal é necessária para outros países que queiram compensar a menor precisão.




Na falta de mísseis anti-radiação para destruição das defesas aéreas inimigas, a opção é usar armas com alcance maior que as defesas inimigas para diminuir as perdas de aeronaves amigas. A Spice é um meio de aumentar a capacidade de sobrevivência contra alvos estratégicos bem defendidos.



A Spice seria usada primariamente contra alvos de alto valor bem defendidos como postos de comando e bunkers, centros de defesa aérea, radares de alerta antecipado, posições de mísseis SAM e instalações de infra-estruturais críticas. A arma é mais importante nas fases iniciais de uma campanha aérea ao atacar centros de Comando e Controle e Sistemas de Defesa Aérea Integrados (IADS). Após a destruição destes sistemas as defesas inimigas entrarão em colapso permitindo o uso de armas mais baratas com bombas burras lançadas manualmente ou com pontaria de radar.



O desenvolvimento da Spice iniciou no meio da década de 90. A Spice combina o conceito de kits de guiamento com as vantagens do Popeye e uma cabeça de guiamento pequena. O resultado é uma arma mais simples e completa que o Popeye e JDAM. A escolha do tipo de bomba significa poder adaptar o poder de destruição ao tipo de alvo. A SPICE já foi testada na Mk84 de 900kg e na Mk83 de 450kg. No Salão Aeroespacial de Le Bourget de 2003, a SPICE foi mostrada na bomba penetradora IMI PB-500.



O primeiro modelo a ser comercializado foi a Spice 2000 equipada com uma bomba Mk84 de 2000lb (900kg) e já operacional nos F-16 de Israel desde 2003 e em 2009 foi anunciado que será integrada nos F-35 israelenses. A Spice já foi usada nos conflitos no Líbano em 2006 em em Gaza em 2009. O novo membro da família é o Spice 1000, mostrado em 2005, e adaptado a uma bomba Mk83 de 1000lb (454kg). O alcance é bem maior que 60km por usar asa dobráveis no meio do corpo podendo chegar a 100km. A Spice 1000 poderá ser mais fácil de integrar em aeronaves de caça por ser mais leve.



A Popeye, conhecido nos EUA como AGM-142 Raptor, tem um custo de US$680-740 mil dependendo da quantidade adquirida. A Spice custaria de 30% a 20% deste valor (US$100-200 mil), dependendo da quantidade encomendada e sensores usados (TV, IIR e datalink), com 60% da capacidade. Os kits Spice são armazenados em um container reforçado sendo necessário apenas uma checagem a cada 5 anos.



Entre as concorrentes da Spice estão a Popeye e Popeye Lite, a PGM britânica, a AASM francesa, a AGM-130 americana e o Kh-59 russo, todos guiados por TV/IR. A Grécia comprou a Spike em 2007 para equipar suas aeronaves de ataque.



A Spice é uma opção para armas os caças A-1M e F-5EM da FAB e AF-1 da MB. Cada aeronave poderia ser equipada uma ou duas bombas, dependendo do alcance do alvo, enquanto um biposto levaria o casulo com o datalink para guiar as bombas. A SPICE poderia ser usada contra navios, alvos em terra de alto valor como radares, bunker e pontes e sempre mantendo o caça fora do envelope das defesas aéreas inimigas.

sábado, 6 de novembro de 2010

Dos Pampas ao Nordeste: o Cartorze pronto para o combate





Já era noite quando os cinco caças F-5EM do 1°/14° GAV pousaram em Natal após cruzarem todo o país, vindos de sua base no Rio Grande do Sul. O Esquadrão Pampa, como é chamado, chega para a CRUZEX V com a experiência da participação em vários exercícios, como a Red Flag e todas as CRUZEX anteriores.



Mas apesar de não ser novata, a unidade encara a CRUZEX V como uma grande oportunidade de aprendizado. Foi o que explicou o Major Francisco Bento Antunes logo após desligar as duas turbinas do seu jato de combate. “O esquadrão tem uma excelente perspectiva para essa operação em função da participação de unidades estrangeiras e a possibilidade de intercâmbio na ampla variedade de missões da aviação de caça”, afirmou.



Para superar os desafios dos próximos dias, o 1°/14° GAV preparou seus pilotos em missões de ataque, escolta e combate aéreo, semelhantes às que cumprirão na CRUZEX V. A novidade neste ano é que pela primeira vez o Pampa voará na força de coalizão com seus caças equipados com sistemas de última geração. “Voando com o F-5 modernizado nós temos uma excelente perspectiva de missão, aquisição de conhecimento e troca de experiências”, disse o Major Bento.



Criado em 1947 na Base Aérea de Canoas, o 1°/14° foi a primeira unidade de caça brasileira da região sul. O esquadrão cumpre missões de defesa do espaço aéreo e ataque ao solo, e desde 1976 opera os caças F-5E Tiger II, de fabricação norte-americana. Em 2005, o Pampa recebeu seu primeiro F-5 modernizado com novos sistemas de voo, radar, ataque e proteção. Os novos aviões foram denominados F-5EM.  O favoritismo do Brasil pelo caça francês Rafale fica cada vez mais evidente. Desta vez, o avisão vai participar da operação Cruzeiro do Sul – treinamento militar que acontece a cada dois anos comandado pelo Brasil. Cem caças devem estar no exercício que deve começar no dia 28 de outubro, depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciar o modelo escolhidos para integrar a Força Aérea Brasileira (FAB).




A Cruzex 2010 é, até agora, o mais prestigiado, além da presença da França, que é uma antiga colaboradora, os Estados Unidos prometeram participar com um caça militar. Antes, os americanos eram só observadores. Não se sabe se os Estados Unidos vão trazer o F-18 ou o F-16, um modelo inferior. Bolívia, Peru, Colômbia, Paraguai, Equador, Canadá e Inglaterra já confirmaram a presença. (nota a Inglaterra vem e a Argentina não?)



A guerra simulada será em Natal, base dos países de “coalizão”, que conta com a ajuda de todos os países. Em Fortaleza, ficará o “inimigo”, representado por aviões da FAB.  Concepção


E um exercício aéreo multinacional que reune meios das Forças Aéreas da Argentina, do Brasil, do Chile, dos Estados Unidos, da França, do Uruguai, Venezuela e meios simulados de Força Terrestre e Força Naval, que irá ocorrer no período de 28 de outubro a 20 de novembro de 2010, na Região Nordeste do Brasil, abrangendo os estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco.

Durante a CRUZEX V, meios aéreos e pessoal das Forças Aéreas participantes, serão desdobrados para o território brasileiro.

A CRUZEX V é um exercício de Força Aérea, de dupla-ação, que incluirá Forças Azuis (Forças da Coalizão) contra Forças Vermelhas (Forças Opositoras), baseado em um conflito simulado de baixa intensidade. As Forças Aéreas dos países convidados estarão compondo a Força de Coalizão no País Azul, contra a Força Oponente, sediada no País Vermelho.

No CENÁRIO FICTÍCIO, até 1945, o País Vermelho era constituído por grupos étnicos que viviam harmoniosamente.



O principal grupo étnico do País Vermelho era o “REDO”, que compunha a maior parte da alta sociedade do país (administração, forças armadas, policia e outros) e dominava a parte ocidental do país. Por outro lado, a parte oriental era formada por uma multiplicidade de grupos étnicos que suportavam a opressão dos REDO e eram desprezados com freqüência.



O País Vermelho e o País Azul (país vizinho) lutaram em lados opostos na II Guerra Mundial. No final da guerra, o País Azul era um dos vencedores e o País Vermelho um dos perdedores.



Em 1946, para condenar e punir o comportamento do País Vermelho, a comunidade internacional decidiu dividi-lo em dois países: a parte ocidental, batizada de País Vermelho e a parte oriental, País Amarelo. A divisão foi considerada traição pelo grupo REDO, que começou a convocar a população do País Vermelho para a resistência.



Em 2010 o País Vermelho invadiu e anexou a parte do País Amarelo alegando proteger “sua população”. A maior parte da área capturada é composta por campos de petróleo.



Uma resolução de segurança das Nações Unidas foi votada, exigindo a retirada das forças do País Vermelho do País Amarelo e autorizando a constituição de uma Força de Paz.



Uma grande coalizão internacional foi formada, tendo como líder o País Azul.

A coalizão tem como incumbência expulsar as Forças Vermelhas do território Amarelo e restaurar a legalidade e a paz entre as duas nações.



Países participantes



Argentina, Brasil, Chile,Estados Unidos, França, Uruguai, Venezuela.

Nota: Os Estados Unidos participa pela Primeira vez do treinamento que Obedece as Normas Da OTAN.



Aeronaves Participantes



Argentina:

A-4

KC-130



Brasil

F-5EM

F-2000

A/RA-1

A-29

E-99 (AEW)

H-1H

H-60

H-34 (SAR)

SC-95

C-130

KC-137

C-105

C-95



Chile

KC-135

F-16



França

3-2000/S

RAFALE



USA

F-16

KC-135



Uruguai

A-37

IA-58



Venezuela

F-16



Havia uma expectativa sobre a possibilidade dos Estados Unidos trazerem os F-18, mas pelo visto os Ianques virão com F-16 .



Fonte FAB

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Robonauta é o 1º androide que viajará à Estação Espacial Internacional

WASHINGTON - O androide Robonauta será o primeiro robô da história a viajar para o espaço com a missão de ajudar na manutenção da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês).






AP/Nasa/Robert MarkowitzRobô é apelidado de R2 devido a 'Guerra nas Estrelas'



A ISS, que este ano completa uma década com tripulação a bordo, já recebeu cerca de 200 visitantes de 15 países, mas todos humanos. O robô de última geração apelidado de R2, igual ao seu "alter ego" da saga "Guerra nas Estrelas", não vai retornar à Terra. Como fruto da atual geração tecnológica, ele já aderiu às últimas tendências e tem até conta no Twitter, a partir da qual narrará sua aventura espacial.





Um dos exemplares do androide partirá a bordo da nave Discovery, missão que não será lançada antes do dia 30, e enquanto isso passa por testes no laboratório Destiny, onde engenheiros da agência espacial americana lhe dão novas tarefas.





Os cientistas querem estudar como o robô responde à gravidade e como é para os astronautas trabalhar lado a lado com um androide, situação que até recentemente pertencia ao universo da ficção científica. Por enquanto, viaja apenas o tronco do Robonauta, mas suas extremidades inferiores já estão sendo desenvolvidas.





Fabricado com fibra de carbono niquelado e alumínio, o R2 pesa 136 quilos e tem cerca de um metro da cintura à cabeça e 60 centímetros de ombro a ombro. Também conta com braços extensíveis (que se recolhem e aumentam), mãos com mobilidade rotacional e cinco dedos com capacidade para recolher até 2,5 quilos cada.





A cabeça do androide é formada por um capacete de ouro com vidro fumê na altura dos olhos, que abriga um equipamento de visão. O Robonauta tem cinco câmeras, duas para captar imagens exteriores, duas auxiliares e uma infravermelha instalada na boca.





O robô pensa, literalmente, com o estômago, já que o tronco é o único lugar com espaço suficiente para instalar os 38 processadores para PC que lhe dão capacidade operacional. Além disso, leva uma mochila que abriga o sistema de conversão de energia, onde ele pode ser ligado e desligado, o que deve servir para armazenar suas baterias durante expedição por algum planeta.





De acordo com o desempenho do R2, a Nasa deve atualizar seu software e talvez um dia o permita sair da ISS para ajudar astronautas a fazer reparos ou trabalhos científicos.





O androide já passou por uma grande quantidade de testes até ficar pronto para essa missão. Entre as provas, estão as de vibração, resistência ao vácuo e à radiação. Os materiais que o compõem atendem a requisitos de segurança, e uma cobertura foi adicionada para reduzir possíveis interferências eletromagnéticas.





"Esse projeto é um exemplo de que a nova geração de robôs pode trabalhar na Terra e no espaço, não substituindo o homem, mas funcionando como um parceiro que possa desenvolver tarefas fundamentais de apoio", disse John Olson, diretor do Gabinete de Sistemas de Integração de Exploração da Nasa.





A história do Robonauta remonta a 1997, quando a agência espacial cogitou construir um humanoide para auxiliar os astronautas em determinadas tarefas, com a ideia de que "um par de mãos" a mais seria muito útil.





O robô também foi projetado para realizar determinadas tarefas que podem ser perigosas à tripulação, ou mesmo para o inverso: trabalhos rotineiros que tomam muito tempo aos astronautas, que nesse período poderiam desempenhar atividades mais importantes.





O primeiro resultado dessa ideia foi o R1, irmão mais novo do R2, um protótipo capaz de executar tarefas de manutenção e usar rodas em uma plataforma para, por exemplo, explorar a superfície da Lua ou de Marte, a próxima grande meta da Nasa.





No entanto, o R1 não passou de um protótipo, e o projeto foi interrompido em 2006, até que nesse mesmo ano a General Motors mostrou interesse em participar da criação do robô, e um ano mais tarde foi assinada uma parceria com a agência espacial.





Em fevereiro de 2010, o R2 foi apresentado oficialmente, com uma tecnologia mais avançada e competências até hoje nunca vistas em um androide. A Nasa está animada com esse empreendimento, que pode ser o início de uma nova era de exploração espacial para estudar objetos próximos à Terra, como asteroides, cometas e eventualmente chegar a Marte.

Para Jobim, processo de compra de caças pode durar mais um ano

O processo de contratação da empresa estrangeira que vai fornecer os 36 caças que vão equipar a Força Aérea Brasileira (FAB) não vai se encerrar este ano. O fim do mandato do presidente Lula vai marcar a escolha inicial da empresa fornecedora, mas já vai incluir a presidente eleita, Dilma Rousseff, justamente porque vai se estender por seu mandato. Após a decisão sobre a empresa, o governo brasileiro precisará garantir que serão atendidas todas as exigências para o fornecimento dos caças, principalmente os termos de transferência de tecnologia. Por isso, o processo de negociação comercial tende a ser longo, acredita o ministro.




Após a escolha da empresa, a Força Aérea iniciará uma série de discussões técnicas para estabelecer as exigências de transferência de tecnologia. "Não estamos comprando aviões, estamos aprendendo a fazer. Estamos comprando tecnologia para capacitação nacional. Só se vai saber se a empresa escolhida vai cumprir ou não quando sentarmos na mesa para assinar o contrato", disse o ministro. Ele participou VII Conferência de Segurança Internacional do Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro.



Por isso, ele acredita que, mesmo após a decisão inicial de qual deverá ser a empresa a fornecer os caças ao Brasil, esse nome ainda poderá mudar. "O que pode acontecer, eventualmente, é que os presidentes (Lula e Dilma) decidam por uma solução, mas na hora de sentar e discutir os itens, encontrem problemas. Isso é um processo. A questão dos submarinos, por exemplo, levou praticamente um ano de discussão", lembrou.



Ou seja, o processo interno por que o país vem passando é somente um primeiro passo. A partir do momento da escolha, há um segundo momento, de negociação comercial, com os requisitos que o avião precisa ter e o nível de transferência de tecnologia exigido pelo Brasil. "Se houver essa decisão no fim do ano, é um processo que seguramente vai levar até outubro, novembro", acredita Jobim.



O presidente Lula já demonstrou preferência pelos caças franceses. Mas há outras opções, como o avião sueco e o americano. Questionado se a presidente eleita, Dilma Rousseff, compartilha da mesma posição, o ministro disse que nãos e trata de preferência sobre um ou outro, "não é questão de ser belo ou feio".



"É questão de saber quem está disposto a transferir tecnologia ao Brasil e capacitar o Brasil na negociação. Se não houver disposição de capacitação nacional, no meu ponto de vista e no ponto de vista da estratégia nacional de Defesa, não há conversa", frisou.



Nelson Jobim disse que todas as empresas que fizeram propostas para o governo brasileiro se dizem dispostas a transferir tecnologia, mas "uns têm mais possibilidades, outros menos". "E isso vai ser decidido pelo presidente", disse.

Romênia: achada vala comum com judeus mortos na 2ª Guerra

Arqueólogos descobriram uma vala comum com judeus mortos por tropas romenas durante a Segunda Guerra Mundial, disse o Instituto Elie Wiesel nesta sexta-feira.




Citando testemunhas, o instituto disse que mais de 100 judeus - homens, mulheres e crianças - foram sepultados no local, numa floresta próxima à aldeia de Popricani, no nordeste romeno.



"Uma das testemunhas viu os judeus sendo alvejados, porque os soldados acharam que ele próprio fosse judeu e pretendiam alvejá-lo também", disse a filial romena do Instituto Elie Wiesel em nota. "Ele só foi poupado quando os soldados se convenceram de que era cristão ortodoxo."



Wiesel, ganhador do Nobel da Paz, liderou uma comissão internacional que declarou em 2004 que entre 280 mil e 380 mil judeus romenos e ucranianos foram mortos na Romênia e em áreas controladas pelo governo do país durante a Segunda Guerra Mundial. A Romênia foi aliada da Alemanha nazista.



Muitos foram mortos em "pogroms" (massacres) como o de 1941, que vitimou quase 15 mil judeus na cidade de Iasi, perto da vala recém-descoberta. Outros morreram em campos de trabalhos forçados ou "trens da morte".



Os arqueólogos já encontraram 16 corpos em escavações na vala comum, segundo promotores, que estão investigando o caso. Esse é o segundo local desse tipo descoberto desde a Segunda Guerra Mundial. Em 1945, 311 corpos foram exumados de três valas comuns em Stanca Roznovanu, na mesma região.



A Romênia só recentemente começou a discutir o extermínio de judeus. Até 2003, o país não admitia que isso houvesse ocorrido.



Depois que a Romênia trocou de lado na guerra, em 1944, os regimes comunistas pouco fizeram para investigar as mortes, e os governos nacionalistas após 1989 também mantiveram sigilo sobre o assunto.



A Romênia tinha 750 mil judeus antes da guerra. Hoje restam no máximo 10 mil.

Jobim condena plano de aliança militar para o Atlântico Sul

Em conferência no Rio, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, atacou as estratégias militares dos EUA e da Otan (aliança militar ocidental). Jobim disse que o Brasil não pode aceitar que "se arvorem" o direito de intervir e criticou a proposta, ventilada nos EUA, de "cortar a linha" que separa o Atlântico Sul do Norte



Jobim ataca estratégia militar de EUA e Otan

Ministro critica plano para o Atlântico Sul

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, fez um forte ataque às estratégias militares globais dos EUA e da Otan (aliança militar ocidental), afirmando que nem o Brasil nem a América do Sul podem aceitar que "se arvorem" o direito de intervir em "qualquer teatro de operação" sob "os mais variados pretextos".



Ele criticou em especial a proposta ventilada nos EUA de "cortar a linha" que separa o Atlântico Sul do Norte para criar o conceito de "bacia do Atlântico".



Lembrou que os EUA não firmaram a Convenção sobre o Direito do Mar da ONU e portanto "não reconhecem o status jurídico de países como o Brasil, que tem 350 milhas de sua plataforma continental sob sua soberania".



"Como poderemos conversar sobre o Atlântico Sul com um país que não reconhece os títulos referidos pela ONU? O Atlântico que se fala lá é o que vai à costa brasileira ou é o que vai até 350 milhas da costa brasileira?"



Também referiu-se a uma "alta autoridade" americana que defendeu "soberanias compartilhadas" no Atlântico. "Ao que nós perguntamos: qual é a soberania que os EUA querem compartilhar, a deles ou a nossa?"



Jobim falou na abertura da 10ª Conferência do Forte de Copacabana, promovida pela Fundação Konrad Adenauer, ligada à Democracia Cristã alemã, para criar um "diálogo" entre América do Sul e Europa em segurança.



Em resposta ao alemão Klaus Naumann, ex-diretor do Comitê Militar da Otan, que disse que a Europa é o "parceiro preferencial" de que os EUA necessitam para manter seu papel dominante no mundo, o ministro disse: "Não seremos parceiros dos EUA para que eles mantenham seu papel no mundo".



Também criticou o embargo a Cuba e defendeu o direito da Venezuela de desenvolver energia nuclear para fins pacíficos. "A política internacional não pode ser definida a partir da perspectiva do que convém aos EUA."



Ele afirmou que a Europa "não se libertará" de sua dependência dos EUA e por isso tende a sofrer baixa em seu perfil geopolítico. O da América do Sul tenderia a crescer, pelo crescimento econômico e os recursos naturais, água inclusive, de que dispõe em abundância, enquanto escasseiam no mundo.



O Brasil e o subcontinente devem "construir um aparato dissuasório voltado para ameaças extrarregionais" que lhes permitam "dizer não quando tiverem que dizer não", completou.



O ministro lembrou que alguns países europeus são "parceiros" do reaparelhamento militar brasileiro, caso da França. Mas advertiu: "As chances de cooperação nesse campo serão tanto maiores quanto menor for o apoio da Europa a esquemas diplomático-militares que venham a entender como tentativa de reduzir a margem de autonomia do Brasil".

Comandante da Marinha assina Acordo Internacional voltado para o aprimoramento da segurança marítima

O Comandante da Marinha do Brasil (MB), Almirante-de-Esquadra Julio Soares de Moura Neto, assinou um Acordo Operacional voltado para o aprimoramento da segurança marítima, sob uma perspectiva global, durante o 8º Simpósio Regional de Poder Naval das Marinhas do Mediterrâneo e do Mar Negro, realizado entre os dias 20 e 22 de outubro, em Veneza-Itália.




Por meio desse acordo de importância estratégica, a Marinha foi admitida como membro de uma Rede Transregional de Troca de Informações Marítimas, a Trans-Regional Maritime Network (T-RMN). A rede é consolidada pela interligação do Sistema de Informações sobre o Tráfego Marítimo (SISTRAM) – sistema brasileiro; do Open and Analysed Shipping Information System (OASIS), sistema de Cingapura; e do Virtual-Regional Maritime Traffic Center (V-RMTC), elaborado pela Marinha Militar Italiana.



O simpósio contou com a participação de delegações de 43 países, além de 18 organizações internacionais, civis e militares, relacionadas à segurança marítima.



O processo de admissão do Brasil foi precedido pela aprovação, unânime, dos 23 países que compõem o sistema V-RMTC. A assinatura desse acordo, e a consequente admissão da Marinha do Brasil nesse fórum internacional, confirmam o êxito dos esforços empreendidos pela Marinha do Brasil, desde o final de 2007. Durante o período, inúmeros testes e exercícios foram realizados, visando ao interfaceamento entre o SISTRAM e o V-RMTC.



Fonte: Marinha do Brasil