sexta-feira, 19 de maio de 2017

Guerra com a Coreia do Norte seria 'trágica em escala inacreditável', diz Mattis

O chefe do Pentágono James Mattis fez nesta sexta-feira uma previsão bastante sombria a respeito da possibilidade do uso da força para conter os avanços das tensões e do programa nuclear norte-coreano na península.

De acordo com Mattis, qualquer iniciativa de atacar a Coreia do Norte seria “trágica” e com consequências em uma “escala inacreditável”.
Nós vamos continuar a produzir internacionalmente o mesmo tipo de pressão que temos tentado. Vamos continuar a trabalhar a questão. Como você sabe, se isso vai para uma solução militar, ele vai ser trágico em uma escala inacreditável”, afirmou Mattis a repórteres no Pentágono.
A avaliação do chefe militar norte-americano acontece na mesma semana em que a Coreia do Norte testou com sucesso um dos seus mísseis de maior alcance, o que criou novas preocupações à Casa Branca e aos aliados, como Coreia do Sul e Japão.
Para o chefe do Pentágono, a melhor forma de interpelar o regime de Kim Jong-un ainda é a diplomática internacional, esta capaz de fazer uma pressão ainda maior para que Pyongyang suspenda o seu programa nuclear.
Então o nosso esforço é trabalhar com a ONU, trabalhar com a China, trabalhar com o Japão, trabalhar com a Coreia do Sul, para tentar encontrar uma saída para essa situação. E continuamos. Há muitos esforços diferentes em andamento”, afirmou Mattis
Enquanto o presidente norte-americano Donald Trump determinou o envio de embarcações de guerra para a região da Península Coreana nas últimas semanas, Pyongyang acelerou o andamento do seu programa militar e nuclear. A meta seria desenvolver um míssil intercontinental (ICBM) confiável, que pudesse atingir a América do Norte.
Mattis comentou ainda acreditar que as autoridades da China estejam exercendo pressão sobre os norte-coreanos, ainda que com progressos quase imperceptíveis.
Para Washington, parece claro que uma guerra com a Coreia do Norte colocaria em risco toda a população de Seul. A capital sul-coreana fica a apenas 55 quilômetros da fronteira e canhões norte-coreanos poderiam atingir sem problemas a cidade de 10 milhões de habitantes.

Aeronáutica brasileira quer voar mais alto

O comandante da Aeronáutica, tenente brigadeiro-do-ar Nivaldo Luiz Rossato, fez duras críticas à falta de recursos do governo para investir na infraestrutura aeroviária no Norte do Brasil e para o lançamento de satélites. A cobrança aconteceu nesta quinta-feira, na audiência pública na Comissão de Relações exteriores e Defesa Nacional do Senado.

No debate sobre soberania nacional e projetos estratégicos da Força Aérea Brasileira (FAB), Rossato explicou que, com os cortes de verbas e restrições orçamentárias que atingem o controle de tráfego aéreo nos últimos anos, a confiabilidade do sistema no país já está afetada. O comandante da Aeronáutica disse que o Brasil parou de investir, porém o custeio não para de aumentar e isso acaba degradando em parte o sistema. Rossato reclamou que há dois anos o Ministério dos Transportes não realiza o repasse de verbas à Força Aérea dos recursos equivalentes à manutenção da Comissão de Aeroportos da Região Amazônica (Comara) e, sem os recursos, o comandante lamenta que a Comara vai acabar fechando, porque a estrutura se deteriora rapidamente sem manutenção.
O comandante pede uma ação no âmbito do Legislativo ou através do próprio Ministério dos Transportes para que esses recursos, que chegaram a somar R$ 300 milhões por ano, sejam retomados. Rossato destacou ainda que são 8 milhões e meio de quilômetros quadrados de território brasileiro e mais de 3 milhões da zona exclusiva no Atlântico para serem monitorados. Ele alerta que é preciso que o país invista em pesquisas espaciais e nas tecnologias de comunicação, como o recém Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas, lançado em 4 de maio e que agora está na fase de testes, e pretende dar acesso à Banda larga em todo o país.
De acordo com o comandante, o Brasil investe apenas 0,06% do Produto Interno Bruto (PIB) nessa área, o equivalente a cerca de U$ 100 milhões. Ele comparou os investimentos do Brasil com ao país vizinho, a Argentina, que tem investido cerca de U$ 1,2 bilhão por ano, 12 vezes mais que o Brasil. Rossato alerta ainda que é preciso investimentos para ser manter a soberania nacional, especialmente na região da Amazônia.
Se nós não tivermos isso, toda aquela área da Amazônia vai voltar a ser aquele verde exuberante, sem ninguém lá dentro, como é o interesse, talvez, de grande parte do mundo. Nós entendemos isso como responsabilidade da Força Aérea, mas ela tem que ser dividida com toda a sociedade brasileira", disse o comandante da Aeronáutica.
Durante a audiência, o senador Jorge Viana (PT-AC) se mostrou preocupado com os investimentos em pesquisas espaciais e sugeriu que a Comissão de Relações exteriores e Defesa Nacional destine emendas ao Orçamento para fortalecer e garantir a manutenção dos projetos de defesa do Brasil.
"Identificar as prioridades do que deveriam ser e dizer ‘dessas aqui nós não vamos aceitar orçamentos que põem em risco a soberania do país, que destruam um patrimônio que o Brasil construiu durante décadas’. Então, acho que tem que ser um compromisso. Não vamos aceitar ficar com orçamentos menores do que vizinhos que não têm essa exigência que tem num país continental como o nosso", disse Viana.
O comandante da Aeronáutica ainda pediu atenção urgente para a necessidade de se modernizar a frota de aviões radares, que fazem o patrulhamento das fronteiras brasileiras e que estão se tornando obsoletos devido à falta de recursos.

quinta-feira, 18 de maio de 2017

Coreia do Norte reforça defesa contra ataques como o dos EUA à Síria

As Forças Armadas da Coreia do Norte estão reparando e reforçando os muros de proteção de posições estratégicas que possam ser alvos de um ataque aéreo como o lançado pelos Estados Unidos contra a Síria no mês passado, informou a agência sul-coreana Yonhap nesta quinta-feira.

De acordo com informações da Asia Press, um veículo de mídia baseado na cidade japonesa de Osaka e com fortes relações com Pyongyang, o ministro das forças militares norte-coreanas determinou que fortalezas do país fossem reforçadas contra ataques aéreos.
O mesmo veículo informou ainda que a ordem aconteceu na metade do mês passado, em meio à troca de farpas entre a Washington e Pyongyang, com ameaças partindo dos dois lados.
“A Coreia do Norte parece estar bem atenta a respeito do ataque dos Estados Unidos contra a Síria”, escreveu Jiro Ishimaru a respeito das ordens, que são parte das “preparações contra mísseis de cruzeiro”.
Em abril, a Marinha norte-americana lançou 50 mísseis Tomahawk contra uma base síria. A ação militar foi uma resposta ao suposto uso de armas químicas contra civis por parte do presidente do país, Bashar Assad.
Desde então, especula-se se o presidente norte-americano Donald Trump poderia lançar mão do meu expediente contra o regime de Kim Jong-un, que não abre mão do seu programa nuclear. A Casa Branca garante que “todas as opções estão sobre a mesa”.
Já Pyongyang promete retaliar os Estados Unidos e os seus aliados, a começar pela Coreia do Sul e pelo Japão, em caso de uma ação militar contra o seu território.
Sputnik Brasil

EXCLUSIVO: Tudo que você precisa saber sobre a última missão brasileira no Haiti

A ONU marcou o encerramento da Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (Minustah) para o dia 15 de outubro. Com isso, o Brasil enviou na terça (16) o último contingente de soldados para o país. A Sputnik esteve na cidade de Caçapava, SP, para a cerimônia de formatura dos soldados e te conta o que eles farão por lá.

Os discursos na formatura dos oficiais já dava o tom do Batalhão Brasileiro de Força de Paz (BRABAT) 26: o clima é de despedida e de necessidade de perpetuar o legado de 13 anos do Brasil no Haiti. A missão, que nasceu depois de um levante armado contra o então presidente Jean-Bertrand Aristide em 2004, foi a mais ousada aspiração brasileira e os militares enviados têm à frente uma das mais complicadas cargas de trabalho desde seu início.
Treinamento
A seleção dos militares que participam do BRABAT 26 começou ainda no ano passado. De junho a dezembro de 2016, quem se inscreveu para a missão passou por uma peneira de avaliações físicas, médicas e psicológicas. Critérios como a experiência profissional do militar, a capacidade de demonstrar companheirismo e lealdade, além de habilidades técnicas foram levados em consideração.
Os aprovados iniciaram o treinamento no dia 9 de janeiro, que se estendeu até 28 de abril. Além dos procedimentos padrões seguidos pelo Exército desde a primeira leva em 2004, os soldados também foram orientados a reagir em adversidades climáticas, já que o segundo semestre é o mais propício para a chegada de furacões na ilha.
Outro ponto se concentra no aspecto social do Haiti. Em entrevista exclusiva à Sputnik Brasil, o comandante do BRABAT 26, Coronel Alexandre Oliveira Cantanhede Lago comentou sobre a importância em se conhecer as particularidades do país.
Para ter sucesso, você tem que conquistar o apoio desta população e se você não sabe interagir com ela, não conhece seus costumes, a religião, se não respeita isso, não vai ter sucesso. O soldado tem instruções sobre o país, aprende o básico do idioma crioulo, coisas simples que ajudam na interação. Só de crioulo são 60 horas de treinamento obrigatórias", conta Cantanhede.
Contingente
Ao todo, 970 militares vão compor o efetivo do BRABAT 26 no Haiti. Desse total, 120 são da Companhia Brasileira de Engenharia de Força de Paz (BRAENGCOY) e desempenham funções de natureza técnica.
Os outros 850 são formados por 175 militares do Agrupamento Operativo de Fuzileiros Navais, 6 oficiais da Marinha e 4 da Força Aérea que compõem o Estado-Maior do BRABAT, 30 do Pelotão da Força Aérea e os 635 restantes de oficiais do Exército.
A maior parte do efetivo responsável pelo patrulhamento e pelas operações na rua vieram do Comando Militar do Sudeste, com sede no estado de São Paulo. Foi de lá, especificamente no Aeroporto Internacional de Viracopos que saíram os primeiros 243 na terça-feira. O restante deixa o Brasil nos dias 22/05, 26/05 e 01/06.
Transição e Desmobilização
A Minustah será substituída no Haiti pela chamada Missão de Suporte por Justiça das Nações Unidas, que terá sete unidades com 980 policiais, somados a outros 295 agentes de segurança individuais. Esta nova missão terá efetivo majoritário canadense e permanecerá no país por cerca de dois anos até que o Haiti conclua a transição da segurança para a própria Polícia Nacional do Haiti (PNH).
Segundo o Coronel Cantanhede, ainda não estão previstas reuniões com a PNH para preparar a transição.Isso aí [as reuniões] está sendo conversado, porque até mesmo o efetivo da Polícia das Nações Unidas que vai permanecer a partir do dia 16 de outubro vai ser limitado […]. Aos poucos, eles [a PNH] vão tomando conta, sendo mais responsáveis pelas áreas mais perigosas e contribuindo pela segurança pública local", adianta o coronel.
Já quanto ao trabalho de desmobilização, as tarefas dos soldados do BRABAT 26 serão minuciosas. Será preciso seguir vários memorandos da ONU e acordos bilaterais entre o Brasil e o Haiti sobre o que fica e o que volta para o nosso país. Os militares deverão literalmente desmontar toda a estrutura brasileira em terras haitianas para facilitar a repatriação. 
A tarefa será cumprida seguindo orientações do Estado-Maior, paralela ao patrulhamento das ruas. Porém, todas as atividades militares, por determinação da ONU, devem ser interrompidas no dia 1º de setembro.
Para onde vamos agora?
É certo que, após o Haiti, o Brasil vai se empenhar em uma nova missão de paz das Nações Unidas. O destino, porém, permanece incerto. Em abril, observadores da ONU estiveram nas instalações militares brasileiras para produzir um relatório técnico ao Conselho de Segurança da ONU.
Fontes do Exército dão como certeza o Mali, que vive uma violenta guerra pela soberania territorial desde 2013, enquanto Itamaraty fala no Líbano, local de ascendência do presidente Michel Temer e onde já há destacamento naval brasileiro a serviço da ONU.
Sobre o assunto, a Sputnik falou com exclusividade com o ministro da Defesa, Raul Jungmann durante sua passagem no Rio de Janeiro. De acordo com o ministro, há cerca de 15 opções na mesa de Temer quanto a possíveis destinos das tropas brasileiras, que incluem também o Congo e o Chipre.
A definição tem que ser apresentada pelo nosso presidente da República e levada ao Congresso Nacional. O Brasil pretende continuar como provedor de paz, inclusive pelo reconhecimento internacional que tivemos, a exemplo do que é feito hoje no Líbano. Nós coordenamos a única missão marítima de paz da ONU por lá, há a possibilidade de enviar também forças terrestres, mas não há decisão", disse Jungmann, acrescentando que a opção vai combinar uma série de fatores políticos, econômicos e técnicos.

Corvetas classe ‘Tamandaré’: Marinha do Brasil encerra a primeira etapa do projeto

A Marinha do Brasil, por intermédio da Diretoria de Gestão de Programas da Marinha (DGePM), informa o encerramento, no último dia 10 de maio, da primeira etapa do processo de obtenção, por construção, de quatro navios militares com requisitos pautados no projeto básico de Corvetas da Classe “Tamandaré” (CCT).
Na referida fase, iniciada em 10 de abril de 2017, a DGePM publicou no Diário Oficial da União (DOU) um Chamamento Público convidando para participar do futuro processo licitatório empresas ou consórcios, nacionais ou estrangeiros, capacitados nos últimos dez anos em construção de navios militares de alta complexidade tecnológica, com deslocamento superior a 2.500 toneladas.
As seguintes empresas/consórcios, por ordem alfabética, apresentaram documentações em atenção ao Aviso de Chamamento Público:
  • BAE Systems Ltd;
  • Chalkins Shipyards S.A.;
  • China Shipbuilding and Offshore Co Ltd;
  • China Shipbuilding Trading CO Ltd;
  • Damen Schelde Naval Shipbuilding B.V.;
  • DCNS do Brasil Serviços Navais Ltda;
  • Ficantieri S.p.A.;
  • German Naval Yards Kiel GmbH;
  • Goa Shipyard Ltd;
  • Mazagon Dock Shipbuilders Ltd;
  • Navantia SA;
  • Poly Technologies Inc;
  • Posco Daewoo do Brasil;
  • Rosoboronexport Joint Stock Company;
  • SAAB AB;
  • Singapore Technologies Marine Ltd;
  • State Research and Design Shipbuilding Centre;
  • Turkish Associated International Shipyards;
  • Thyssenkrupp Marine Systems GmbH;
  • Wuhu Shipyard CO Ltd;
  • e Zentech do Brasil Serviços Técnicos Ltda.
O processo de obtenção das CCT obedecerá às seguintes diretrizes básicas estabelecidas pela MB:
  • prioridade no atendimento às necessidades estratégicas de defesa do País, por meio da obtenção de novos navios militares de superfície, a fim de contribuir para o cumprimento das tarefas constitucionais da Força Naval;
  • necessidade de contar com empresa capacitada em projetar e construir navios militares de alta complexidade, cuja contratação deverá estar associada a um estaleiro nacional e à prática compensatória voltada para a geração de benefícios de natureza industrial, tecnológica e comercial ao Brasil; e
  • reconhecimento da importância estratégica e econômica da participação no processo das empresas nacionais que compõe a base industrial de defesa.
A próxima etapa do projeto prevê a elaboração e divulgação, no segundo semestre do corrente ano, da Solicitação de Proposta (Request for Proposal – RFP).
DIVULGAÇÃO Centro de Comunicação Social da Marinha (CCSM)

MISSÃO AMAZÔNIA VAI PERMITIR AO BRASIL TER DOMÍNIO DO CICLO DE PRODUÇÃO DE SATÉLITES

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) – unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) – trabalha na construção do primeiro de uma série de satélites de médio porte, que podem colocar o Brasil entre as principais nações do mundo no desenvolvimento deste tipo de equipamento. Previsto para ser lançado no ano que vem, o Amazonia-1 terá a capacidade de fazer imagens de qualquer parte do planeta em até cinco dias – período necessário para dar uma volta completa ao redor da Terra.
O equipamento é o primeiro de três satélites que integram a Missão Amazônia, que consiste na construção da Plataforma Multimissão (PMM), uma estrutura-base para a fabricação de satélites de conteúdo nacional e de câmeras capazes de fazer o sensoriamento remoto da superfície terrestre. A iniciativa partiu de uma demanda da Agência Espacial Brasileira (AEB) – entidade vinculada ao MCTIC.
“Não tem no Brasil uma plataforma desse nível de complexidade e com essas características. Embora já tenhamos construído satélites antes, não tínhamos ainda o ciclo completo: projetar, integrar o satélite, testar, efetuar o lançamento e operar o equipamento. Passamos a dominar o ciclo completo de satélites estabilizados em três eixos. Conquistamos uma autonomia para o país”, destacou o coordenador do Programa de Satélites Baseados na PPM do INPE, Adenilson Silva.
Os dados gerados pelas câmeras do Amazonia-1 serão descarregados pela Divisão de Geração de Imagens (DGI) do INPE e poderão ser utilizados no controle do desmatamento e de queimadas na Amazônia Legal, além do monitoramento de recursos hídricos, de áreas agrícolas, do crescimento urbano e da ocupação do solo. Também servirão para atender outras aplicações similares, como o monitoramento da costa brasileira, dos níveis dos reservatórios de água, de áreas de florestas naturais e cultivadas, e desastres ambientais.
“Na parte ambiental, a Amazônia está mais em foco e também vamos ter uma atenção com as questões do território brasileiro. Mas o Amazonia-1 pode fornecer dados em qualquer lugar do planeta”, explicou.
As informações obtidas ficarão à disposição da comunidade científica e de órgãos governamentais, além de usuários interessados em ter uma melhor compreensão do ambiente terrestre.
Tecnologia nacional


Os principais sistemas que vão compor a PMM são a estrutura mecânica, o suprimento de energia, o controle de altitude e o tratamento dos dados, a gestão de bordo, o controle térmico, a telemetria, telecomando e rastreio, e a propulsão. Tudo isso está sendo produzido por empresas brasileiras, sob a supervisão do INPE. Cerca de 60% do investimento de R$ 270 milhões foi destinado à aquisição de componentes e sistemas produzidos por companhias nacionais.
“O programa sempre procurou ter ao extremo a participação da indústria nacional e o domínio de tecnologias. Por isso demoramos um tempo maior para construir. Incentivamos a indústria nacional com essa política”, afirmou Adenilson Silva.
Próximos passos
O desenvolvimento de um satélite tem grandes marcos. O primeiro deles é a construção do modelo de engenharia, que visa validar e provar que o equipamento tem a funcionalidade para atender à demanda para a qual foi projetado. A segunda fase é a qualificação do equipamento para assegurar que ele é capaz de suportar as condições extremas do espaço sideral – as temperaturas variam de 80ºC quando está em uma parte iluminada e -80ºC no escuro. Depois de todo esse processo, é possível construir o modelo de voo, que é o que efetivamente será lançado ao cosmo.
Todo esse processo poderá ser reaproveitado para os satélites subsequentes da Missão Amazonia: o Amazonia-1B e o Amazonia-2. Com o bônus de uma economia significativa nos custos de construção dos modelos que estão por vir.
“O Amazonia-1 é um modelo de desenvolvimento. No Amazonia-1B, você só paga os custos do modelo de voo, porque elimina o desenvolvimento e a qualificação, que são as etapas que mais demandam tempo e recurso. É esperada uma redução de 50% do custo para a construção de um novo satélite”, afirma o engenheiro Adenilson Silva.
Exposição

O satélite Amazonia-1 é um dos destaques da exposição 
Inovanças – Criações à Brasileira, que vai até 22 de outubro deste ano, no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro. Uma maquete do equipamento está exposta na entrada do espaço. São apresentados 40 projetos inovadores, pensados e produzidos por brasileiros que transformaram vidas pelo país e pelo mundo.