quinta-feira, 13 de agosto de 2015

SAAB - Muito além do Gripen NG

A escolha da Saab pelo Governo brasileiro na concorrência do projeto FX-2, que visa o reequipamento da Força Aérea Brasileira (FAB), possibilita uma parceria que vai muito além do fornecimento de 36 caças Gripen E/F. Para atender ao pedido, a companhia comprometeu-se em desenvolver uma ampla cooperação industrial.
“O Brasil escolheu a Saab porque queria ter o que há de mais avançado em tecnologia, com a possibilidade de ainda impulsionar sua própria indústria”, destaca Mikael Franzén, gerente do programa Gripen no Brasil.
Além das 28 aeronaves Gripen E/F monoposto e do desenvolvimento de oito aeronaves biposto, com entrega prevista entre 2019 e 2024, o contrato envolve a compra de um sistema de armamento pronto para uso, treinamentos, peças de reposição, suporte, planejamento e manutenção.
“Assumimos um compromisso tecnológico com relação aos caças, que prevê desenvolvimento, produção e manutenção”, diz Göran Almquist, vice-gerente do programa Gripen no Brasil. “O principal objetivo é qualificar a indústria brasileira até que esta possa não só manter a frota de caças Gripen, mas também desenvolver sua própria tecnologia”.
Em breve, a Saab e seus parceiros brasileiros, liderados pela Embraer, darão início ao programa de transferência de tecnologia. Um dos primeiros passos será a chegada de mais de 350 brasileiros, entre engenheiros, mecânicos e pilotos, além de suas famílias, à Suécia, para qualificação e treinamento prático, onde estarão envolvidos simultaneamente em diversos projetos.
Esta fase terá início no segundo semestre de 2015 e seguirá durante alguns anos, até o retorno gradual da equipe ao Brasil, com seu conhecimento adquirido. Nesta fase, os funcionários da Saab irão acompanhá-los na instalação das operações no país.
“Aprendemos muito ao trabalhar com outras empresas e culturas, e incorporamos seus melhores métodos de trabalho”, explica Almquist. “Temos um bom ponto de partida. Por exemplo, nossa parceira, a Embraer, é a terceira maior companhia de aviação do mundo, com quem temos muito a aprender”.
“Temos um período muito inspirador à nossa frente”, destaca Franzén.  “Gostaríamos de dar as boas-vindas aos nossos futuros colegas, que escolheram se mudar do Brasil para a Suécia.”
 

Brasil Olha para o Futuro

Ao escolher o caça Gripen, a Força Aérea Brasileira sinalizou que está levando seus recursos para o próximo nível.
O Brasil é a nação dominante na América do Sul. De longe o maior país do continente, só não faz fronteira com dois países. Comumente conhecido como um dos países que fazem parte dos BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), o Brasil normalmente se classifica entre as economias com crescimento mais rápido do mundo em desenvolvimento. Com o seu crescente perfil internacional, o Brasil começou a modernizar seus recursos de defesa e a fomentar seu setor aeroespacial.
Em dezembro de 2013, após muitos anos de avaliação detalhada, o governo brasileiro selecionou a Saab para fornecer 36 caças Gripen para o projeto de caças F-X2 da força aérea.
O ministro da defesa do Brasil enfatizou que umas combinações de diversas vantagens revelaram ser decisivas para a Saab. Ele observou que a proposta oferecia o melhor equilíbrio entre o alto desempenho operacional e custos de aquisição e manutenção favoráveis do Gripen e a oferta de transferência e parceria industrial da Saab.
O Chefe de Mercado da Região da América Latina da Saab, Bo Torrestedt, vem trabalhando no Brasil e regiões vizinhas nos últimos 25 anos. “O custo de administração de nosso sistema é substancialmente menor que a dos outros concorrentes”, disse Torrestedt.
Um estudo realizado pelos analistas militares IHS Jane´s descobriu que o Gripen tem o menor custo operacional de qualquer caça ocidental atualmente no mercado, a $4.700 por hora, em comparação com $11.000 do Super Hornet F/A-18E/F da Boeing e $16.500 do Rafale da Dassault, as outras duas aeronaves em análise.
A Saab compartilhará a tecnologia com os contratados e diversas peças da aeronave serão feitas no Brasil.
“O Gripen E/F está dando um grande passo para a próxima geração de caças”, disse Torrestedt. “Junto com isso vêm também muitas melhorias que fazem dele uma nova aeronave. Determinados trabalhos de engenharia e desenvolvimento serão feitos no Brasil, enquanto outros serão realizados na Suécia e na Suíça. Esse acordo está condicionado à Suíça manter sua decisão de também comprar o Gripen”.
A empresa aeroespacial brasileira Embraer desempenhará um papel importante na fabricação dos caças. “A Saab também prometeu desenvolver um unidade de produção de aeroestruturas na cidade de São Bernardo do Campo no estado de São Paulo", disse Torrestedt.
A Saab já tem presença significativa no Brasil, pois nos últimos 13 anos, o país já coloca em voo aeronaves de vigilância equipadas com o sistema aéreo de alerta antecipado e controle ERIEYE desenvolvido pela Saab.

A empresa também forneceu equipamento de treinamento e simulação, mísseis superfície-ar, sistemas de radar para rastreamento de mísseis, além de armas eletrônicas e equipamentos marítimos.
Esta história, combinada com o longo processo de seleção para o contrato do caça, deu à Saab alta visibilidade no Brasil, podendo influenciar as decisões de países vizinhos, como o Chile, México, Peru e Colômbia.
Torrestedt disse que, por um longo tempo, o interesse da Europa na América Latina foi ofuscado pelo seu envolvimento na Ásia e em outras regiões, mas o interesse aumentou acentuadamente nos últimos anos. “Atualmente a América Latina tem uma economia muito mais estável, está mais estável em termos políticos e vem aumentando seus gastos em defesa e segurança, pois muitos dos países possuem materiais velhos e obsoletos”.


Um passo a frente

O Brasil enfrenta desafios exclusivos para manter controle sobre a atividade em suas fronteiras.
Imagine uma vasta faixa de território, aproximadamente do tamanho da Europa, coberta pela maior floresta tropical do mundo. Uma área com população esparsa e virtualmente inacessível, um lugar onde os traficantes de droga operam de forma rotineira e a mineração e o desmatamento ilegais são constantes. Bem-vindo à Bacia Amazônica do Brasil.
A área carece de infraestrutura e é impossível policiá-la por terra. Em 2002, o Brasil equipou um grupo de aeronaves com um sistema de vigilância eletrônica, a fim de monitorar as atividades.
Erik Winberg, Diretor de Desenvolvimento de Negócios da Saab, foi um player-chave para vencer um contrato em março de 2013 para a modernização do Sistema Aéreo de Alerta Antecipado e Controle na aeronave E-99 da Força Aérea Brasileira, fabricado pela empresa aeroespacial brasileira, Embraer.
“Os traficantes de drogas cortam árvores e fazem pistas de pouso na selva para pequenas aeronaves", disse Winberg. “Agora esse sistema é capaz de detectar essas aeronaves e ver onde eles aterrissaram. Os brasileiros explodem as pistas de pouso e um mês depois há novas pistas, portanto, existe um conflito contínuo".
Antes de o Brasil ter lançado o sistema de vigilância, disse Winberg, os traficantes podiam operar com impunidade. Mas, o lançamento do sistema em 2002 mudou essa equação e, dois anos mais tarde, o Brasil alterou a sua lei para permitir que os militares abatessem aeronaves suspeitas de tráfico de drogas. Os traficantes respondiam tentando parecer aeronaves civis, e, assim sendo, o conflito permanece.
“A Força Aérea Brasileira é muito silenciosa sobre suas operações, mas eles não estão brincando”, disse Winberg. Com o Brasil sediando os Jogos Olímpicos em 2016, o sistema de vigilância provavelmente será usado para proteger esses locais.
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terça-feira, 14 de julho de 2015

Itália pode se tornar cliente do maior avião do Brasil

A presidente Dilma Roussef e sua equipe podem ter conseguido mais um do cliente para o Embraer KC-390, o maior avião desenvolvido no Brasil. Em entrevista coletiva após visita ao Pavilhão Brasil, na Expo Milão 2015, a parlamentar revelou que a Itália demonstrou interesse em comprar o novo jato brasileiro, que está na fase final do projeto.
“É um grande avião de carga que vai substituir os Hércules, fabricados pelos Estados Unidos. Além de ser um avião de transporte de carga pesada, é um jato, o que modifica as oportunidades de transporte que ele tem”, afirmou a presidente, segundo o Blog do Planalto.
Detalhes sobre a negociação, assim como informações sobre o pedido italiano pelas aeronaves, ainda não foram divulgados.
O KC-390 realizou o primeiro voo experimental em fevereiro deste ano e a entrega da primeira unidade a Força Aérea Brasileira (FAB) está prevista para o segundo semestre de 2016. Além da FAB, a aeronave também será empregada pelas forças armadas da Argentina, Chile, Colômbia, Portugal e República Tcheca.
Brasil e Itália, voando juntos
Não fosse pelo apoio da Itália, talvez a Embraer não teria a proporção e prestígio que tem atualmente. Na década de 1970, a fabricante brasileira produziu sob licença o jato de treinamento EMB-326, o Xavante, que era um projeto original da Aermacchi. Esse modelo foi a primeira aeronave com motor a jato produzido no Brasil e serviu de aprendizado para o desenvolvimento de outros projetos.
A parceria entre os dois países voltaria a se repetir nos anos 1980, quando foi iniciado o desenvolvimento conjunto do avião de ataque AMX, desta com a Aeritalia.
O Xavante está praticamente aposentado, servindo apenas em esporádicas missões de testes e avaliação de equipamentos. Já o AMX segue na linha frente e recentemente passou por um programa de modernização, recebendo sistemas atualizadas e novas opções de armamentos.
FONTE: UOL
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O satélite nacional O Star One C4 grupo Embratel

Está previsto para amanhã (15), o lançamento do Star One C4, satélite de comunicações da Star One, empresa do grupo Embratel. O satélite nacional, construído pela Space Systems/Loral (SSL), dos Estados Unidos, tem como “companheiro” de missão o europeu MSG-4, de meteorologia.
A colocação em órbita está a cargo da Arianespace, que utilizará seu lançador Ariane 5, voando a partir da base de Kourou, na Guiana Francesa. Esta missão tem alguns significados importantes, pois é o décimo satélite da operadora brasileira lançado pela Arianespace, e o 50º satélite construído pela SSL lançado pela companhia europeia.
O Star One C4 é equipado com 48 transpônderes em Banda Ku, garantindo a oferta de serviços como transmissão de vídeo e Internet diretamente aos usuários, além de telefonia em localidades remotas. Com massa total de 5.635 kg, tem vida útil estimada em 15 anos.
Fonte ,,Arianespece
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NANOSSATÉLITE SERPENS ESTÁ NO JAPÃO PARA SER INTEGRADO A LANÇADOR

O satélite de pequeno porte Serpens, desenvolvido por estudantes da Universidade de Brasília (UnB) em parceria com alunos de outras instituições de nível superior nacionais e internacionais já está em Tsukuba, no Japão.
A previsão é de que hoje (14) ele seja integrado ao veículo lançador japonês que, em 16 de agosto, o levará até Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) de onde será colocado em órbita em outubro.
Criado pela Agência Espacial Brasileira (AEB), o projeto Serpens – Sistema Espacial para a Realização de Pesquisa e Experimentos com Nanossatélites – buscará coletar, armazenar e retransmitir dados ambientais, usando bandas de frequência de rádio. Sua missão é inspirada no Sistema Brasileiro de Coleta de Dados, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), responsável por colher informações ambientais do país.
Em órbita ele pode captar qualquer tipo de informação, porém, neste início, enviará dados relacionados às condições do clima perto das universidades que integram o consórcio acadêmico. Da Terra, o pessoal envolvido no projeto poderá fazer o download desses dados.
Aluno do sétimo semestre de Engenharia Aeroespacial da UnB, Igor Kinoshita foi um dos responsáveis por levar o nanossatélite Serpens até Tsukuba, e acompanha a etapa de sua integração ao veículo lançador. “A experiência de construção do Serpens foi única, pois tivemos a oportunidade de ter contato com diversos profissionais da área de sistemas espaciais, o que possibilitou a absorção de um conhecimento de extrema complexidade e que o Brasil carece”, avalia.
Os estudantes dos cursos de Engenharia Aeroespacial e de Engenharia Elétrica dividiram tarefas com alunos das universidades federais de Santa Catarina (UFSC), do ABC (Ufabc), de Minas Gerais (UFMG), do Instituto Federal Fluminense (IFF), além de universidades da Espanha (Universidade de Vigo), dos Estados Unidos (Morehead State University e California State Polytechnic) e da Itália (Sapienza Università di Roma).
“Há também o crescimento pessoal, de trabalho em equipe, já que, para tirar do papel um sistema tão complexo quanto um satélite, todos devem desempenhar sua atividade de forma eficaz”, ressalta Kinoshita.
Desafios - Ex-aluno de Engenharia Mecatrônica da UnB e hoje bolsista da AEB, Gabriel Figueiró participou da construção do Serpens e também está no Japão acompanhando o projeto pela Agência. “A experiência foi muito enriquecedora. Para tornar esse projeto possível, tivemos que lidar com desafios técnicos, dificuldades burocráticas, regulamentações nacionais e internacionais, entre outros. No papel de líder de investigação emprestei meus conhecimentos técnicos aos estudantes e mantive todas essas atividades em andamento, sempre envolvendo pelo menos um estudante em cada processo”, conta Figueiró, que foi aprovado no primeiro concurso realizado pela AEB e aguarda nomeação.
Segundo ele, uma das atividades mais importantes na AEB é o apoio ao desenvolvimento tecnológico junto às universidades. “Fui estudante em formação com apoio da AEB. Trabalhar na Agência é muito legal, principalmente pelo órgão estar em conjunto com as universidades e por estender oportunidades semelhantes às que tive para os atuais estudantes”, diz Figueiró.
Coordenadora do projeto na UnB, a professora Chantal Cappelletti, da Faculdade de Tecnologia, explica que a instituição assumiu a liderança do Serpens porque há diversos docentes com experiência na área de microssatélites – há pelo menos outros quatro colegas envolvidos.
Chantal, por exemplo, desenvolveu e lançou quatro satélites nos últimos quatro anos. “Depois de compartilhar conhecimento com as outras universidades, a liderança passa para uma delas. O Serpens 2 (que dará sequência ao projeto atual) será liderado pela Federal de Santa Catarina”, afirma.
A professora ressalta que um dos usos mais relevantes dos nanossatélites é justamente em projetos educacionais. “Como envolvem menos recursos e podem assumir mais riscos, atividades espaciais, que eram muito exclusivas, passam a ser mais acessíveis a diferentes grupos. Missões de baixo custo com nanossatélites podem ser conduzidas com o envolvimento direto de jovens engenheiros, cientistas ou mesmo estudantes sem muita experiência”, detalha.
“O efeito esperado é que eles aprendam na prática sobre tecnologia espacial e, no futuro, possam contribuir com diferentes atividades-chave para o avanço da área no Brasil”, conclui.
Fonte: UnB
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quarta-feira, 8 de julho de 2015

Rússia baseará seus submarinos mais avançados perto do Alasca

Perto de Petropavlovsk-Kamchatsky, cidade capital da região russa de Kamchatka, a nova base de submarinos Rybachiy abrigará os submarinos russos de quarta geração da classe Borei (também conhecida como classe Dolgorukiy), do Projeto 955.

O sistema para basear os submarinos estratégicos da classe Borei em Kamchatka está se desenvolvendo de acordo com a agenda e o trabalho será concluído até 1º de outubro deste ano", disse o almirante Viktor Chirkov, comandante-em-chefe da Marinha russa, citado pela publicação.

O oficial também acrescentou que a nova base terá armazéns e um novo guindaste para instalar mísseis nos submarinos.

A Frota do Pacífico da Rússia recebeu novos navios nos últimos anos. Atualmente, a força submarina do Extremo Oriente russo dispõe de cinco submarinos de propulsão nuclear com mísseis balísticos, cinco submarinos nucleares com mísseis guiados, cinco submarinos nucleares de ataque e oito submarinos convencionais, de acordo com a revista.
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terça-feira, 7 de julho de 2015

Nova Estratégia Nacional de Segurança Cibernética

Rodrigo Fragola
Diretor Adjunto de Defesa da Assespro-DF
e Presidente da AKER

Se é verdade que o Brasil ainda está atrasado em termos de políticas integradas de segurança da informação e segurança cibernética, hoje podemos constatar que a sociedade já se deu conta desse fato e de sua extrema gravidade.

E por mais elementar que isto possa parecer, tal reconhecimento – claro, desde que devidamente secundado pela ação – já nos coloca em situação de superioridade frente a inúmeros outros países que ainda não dão a devida importância ao tema.

Ações concretas, aliás, já vinham sendo tomadas pelos nossos órgãos de Estado pelo menos desde 2000, quando se instituía o primeiro embrião do CGSI - Comitê Gestor de Segurança da Informação – órgão que veio sendo lentamente aperfeiçoado até os dias de hoje, e que ganhou feições muito mais bem definidas, além de maior proatividade, após os recentes casos internacionais de espionagem que são do conhecimento de todos.

Importante verificar que, desde a origem, o CGSI surgia atrelado ao Conselho de Defesa Nacional, percebendo-se daí a clara preocupação – já naquele momento – com a criação de uma doutrina militar brasileira para a questão da segurança cibernética.  Uma discussão, por sinal, que hoje está na ordem do dia e que é, sem dúvida, um dos elementos norteadores do novo “Mapa Estratégico da Segurança da Informação e da Segurança Cibernética 2015-2018”, lançado ao final de maio último pelo Gabinete de Segurança da Presidência da República, e cuja grande virtude é exatamente a de refletir o estado máximo da massa crítica do país nesta seara.
O documento é especialmente minucioso ao detalhar as atribuições específicas dos vários órgãos de Estado envolvidos na questão de segurança digital e ao descrever os mecanismos disponíveis para a participação da sociedade – empresas, universidades, cidadão e órgãos da comunidade - na elaboração dessas políticas.

Afora isto, merece destaque a sua afirmação da importância de se fortalecer no país o conhecimento acadêmico e o know-how industrial, inclusive referendando algumas políticas já em curso, como a de adoção pelo Estado de suas redes privativas de comunicação digital (como a do SERPRO) para as comunicações mais sensíveis, bem como no referendo ao fomento fiscal e aplicação do poder de compra do Governo em favor da pesquisa e desenvolvimento locais.

Portanto, o Mapa Estratégico é essencial para que lideranças da indústria nacional de segurança possam se localizar diante da complexidade da máquina de segurança e defesa que envolve os três poderes.

O Mapa Estratégico 2015 – 2018 deve ser comemorado também por refletir um avanço da nossa visão de gestão para o setor da segurança & defesa, mostrando que o Comitê Gestor está, de fato, abraçando com força a sua ideia fundadora.
 
Numa questão altamente complexa e abrangente como é a segurança cibernética e das informações de um modo geral, a gestão é talvez o primeiro nó a ser desatado para que as políticas corretas e integradas possam ser arquitetadas, de modo a efetivamente gerar um arcabouço de boas práticas que sejam disseminadas e assimiladas com objetividade ao longo de todos os níveis de organização da sociedade.

O poder público brasileiro demonstra, na publicação do Mapa Estratégico, a sua inserção rigorosa como força de liderança no desenvolvimento da questão o que, para nós cidadãos, deve servir como alento, já que somos nós os liderados.

Mas como o próprio documento nos mostra, o Brasil precisa correr e agilizar urgentemente seus esforços, para não ficar só na intenção e para realmente usar esta visão estruturante como um guia concreto para a ação.

Entre os indicadores empregados para a elaboração do Mapa, o CGSI utiliza dados preocupantes, coletados pelo TCU, segundo os quais nos órgãos da ADM pública e as empresas estatais, 80% das redes apresentam falhas em mecanismos de continuidade dos negócios. Nada menos que 70% têm falhas no controle de acesso e 75% têm falhas na gestão de incidentes, enquanto 85% têm falhas na gestão de riscos.

Das empresas e órgãos analisados – todos eles formando um núcleo institucional altamente estratégico – apenas 50% têm designado um responsável gestor pela segurança da informação e só 54% declararam dispor de normas internas para backup de dados.

Dessa forma, tão importante como termos iniciativas práticas do maior valor técnico-estratégico, como os incentivos ao desenvolvimento do algoritmo criptográfico proprietário, ou a identificação e certificação de uma população de Empresas Estratégicas de Defesa, cabe ao Estado brasileiro perseguir a criação e consolidação de uma agenda tática e de longo prazo para a questão da governança.

Um bom começo, para tanto, é reverter no prazo mais curto possível, os pontos de vulnerabilidade e frouxidão de gestão das empresas e órgãos públicos retratadas no Mapa Estratégico 2015-2018. Nossa proposta é que, nesse sentido, a indústria local de TI e as universidades sejam imediatamente convocadas a apresentar suas propostas junto ao governo, as forças armadas e todo o conjunto de organismos de segurança, defesa e inteligência.
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segunda-feira, 6 de julho de 2015

REVELAÇÕES WIKILEAKS: porque nos calamos sobre a ciberespionagem


André Luís Woloszyn
Analista de assuntos estratégicos,
especialista em conflitos de média e baixa intensidade

As autoridades brasileiras agiram acertadamente quando consideraram o episódio da ciberespionagem patrocinada pela National Security Agency  (NSA) dos EUA como um fato superado. E assim foi por duas importantes razões. Em primeiro lugar, a dependência do Brasil em relação aos EUA em matéria de tecnologias digitais é completa, assim como todos os demais países latino-americanos.

Todo o fluxo de comunicações online e o armazenamento dos metadados passam por território estadunidense e lá são inseridos em bancos de dados e armazenados. Insistir com retaliações ou acreditar que fatos desta natureza não mais acontecerão é uma percepção um tanto inocente quando interesses estratégicos estão em jogo. Pouco há a fazer nestas circunstâncias além de investimentos em pesquisa e tecnologia, o que tradicionalmente para o Brasil, nunca foi uma prioridade.

A segunda razão, provavelmente a mais relevante, é motivada pela dúvida sobre qual a extensão dos resultados obtidos pela ciberespionagem norte-americana e seus impactos para o governo brasileiro.

O que as agências de inteligência dos EUA realmente sabem da política externa, da economia e negócios e, em especial, dos escândalos de corrupção que estão sendo investigados, considerando que as atividades de monitoramento foram  realizadas entre 2011 e 2013, quando das revelações do ex-técnico da NSA, Edward Snodew sobre a existência de uma rede global de espionagem.   

As dúvidas e por que não dizer certa intimidação se intensifica quando sabe-se, a priori, que a Operação Lava-a-Jato teve colaboração inicial de informações colhidas por estas agências em relação aos desvios e negócios suspeitos na Petrobrás, desde a época da compra da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA) em 2006, por conta dos depósitos bancários em contas no exterior.

Obviamente esta última transação não despertou interesse pois tratava-se de um grande negócio. Contudo, a medida que investidores internacionais passaram a perder pesados capitais com os desvios na petrolífera brasileira, o jogo virou. Poderíamos citar ainda, o caso de corrupção na FIFA, descoberto em razão da ciberespionagem e diante do que foi até o momento divulgado, pode-se vislumbrar em parte a extensão de suas consequências.  

Por outro lado, a luz do direito internacional, tais episódios são considerados invasão da soberania, segundo o princípio da não-intervenção, disposto no artigo 19 da Carta da Organização dos Estados Americanos (OEA). Este, explicita que “Nenhum Estado ou grupo de Estados tem o direito de intervir direta ou indiretamente, seja qual for o motivo, nos assuntos internos ou externos de qualquer outro.

Este princípio exclui não somente a força armada, mas também qualquer outra forma de interferência ou de tendência atentatória à personalidade do Estado e dos elementos políticos, econômicos e culturais que o constituem”.

Diante desta conjuntura, a estratégia mais prudente é a de calar-se para evitar que um mal maior se instale no já tão conturbado ambiente político nacional. Este princípio, parece ter sido sabiamente escolhido pelas autoridades brasileiras, a contra mão das manifestações da França e Alemanha.

E, mesmo com atitude diferente, não há a quem recorrer uma vez que não existe legislação internacional que regulamente tais atividades somadas ao fato de serem consideradas “razão de estado” e, portanto, protegidas por grau de confidencialidade.

Seguindo este raciocínio, qualquer das revelações futuras do site Wikileaks sobre episódios de espionagem ocorridos durante este período serão consideradas irrelevantes e mais uma manobra para tentar criar tensão entre as relações bilaterais de Brasil e EUA.

Este panorama faz lembrar uma prospectiva realizada pela Central Intelligence Agency(CIA) em 2006, a qual sugere que os grandes benefícios da globalização recairão sobre países e grupos que tem acesso a novas tecnologias e a forma como serão aplicadas em  âmbito global. Faz sentido.
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quarta-feira, 24 de junho de 2015

BRASIL E ÍNDIA BUSCAM COOPERAÇÃO NOS SETORES AEROESPACIAL E DE DEFESA

 Objetivando a busca de soluções para problemas em comum, representantes militares do Brasil e da Índia se reuniram à semana passada para formular uma série de cooperações em áreas científicas e tecnológicas.
Na área militar, a força-tarefa criada se voltará para projetos de defesa, em especial o aerospacial e da construção naval.
Algumas propostas foram apresentadas pelos representantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica de forma a compartilhar conhecimentos e trocar experiências.
Para a Força Aérea foi estabelecida uma maior aproximação no setor espacial pelo Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (Pese), intercâmbios nas áreas de defesa cibernética, de medicina aeroespacial e de defesa química, biológica e nuclear. Também foi acertado o envio de oficiais para cursos na Índia e visitas exploratórias de indianos ao Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), em São José dos Campos (SP).
Quanto ao Exército foi definida a realização de um curso Internacional de Estudos Estratégicos em 2016, intercâmbios de pesquisadores e professores entre as escolas, centros de estudos estratégicos e em segurança e defesa cibernética, além de um curso doutrinário sobre segurança e defesa cibernética.
No caso da Marinha ficou acertado um intercâmbio acadêmico de aspirantes entre as Academias Navais em 2016. Também ficou acordado a continuidade dos entendimentos para a futura cooperação em projetos e construções de submarinos “Scorpène” e navio-aeródromo, junto com um acordo que prevê troca de informações sobre o tráfego marítimo.
Fonte: Agência Gestão CT&I, com informações do Ministério da Defesa
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quinta-feira, 28 de maio de 2015

Construção do VLS deve ser abandonada por falta de verba

Um dos mais emblemáticos programas de desenvolvimento científico e tecnológico do Brasil, a construção do VLS-1 (Veículo Lançador de Satélite), deve ser abandonado. Segundo o vice-diretor do DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia da Aeronáutica), Wander Golfetto, o programa pode não ser concluído por falta de verba, recursos humanos qualificados e dificuldades tecnológicas.
Em audiência pública na terça-feira (26) na Câmara dos Deputados, Golfetto afirmou que há descontinuidade de recursos para o VLS, previstos no Programa Nacional de Atividades Espaciais.
No total, o programa deveria receber cerca de R$ 155 milhões. Segundo ele, até o momento, foram executados R$ 108 milhões.
Segundo Golfetto, o Brasil já teria decidido tirar o pé mais uma vez do VLS. Em vez de mirar no mercado de lançadores de grandes satélites, a ordem agora seria focar no mercado de microssatélites.
“Chegamos à conclusão de que não vale a pena desenvolvermos no país um veículo para satélites geoestacionários. Existem vários concorrentes no mercado e o Brasil não lançará muitos equipamentos deste porte. Nosso foco está mais voltado para o VLM (Veículo Lançador de Microssatélites). É um foguete mais simples, para transportar satélites menores. Acreditamos que ele entra em um nicho de mercado onde não existem lançadores naquela categoria”, disse Golfetto.
O lançamento do VLS-1 passa por diversos percalços desde o acidente na base de Alcântara, no Maranhão, em 2003. A explosão matou 21 importantes técnicos, destruiu instalações e interrompeu o projeto do VLS. Na tentativa de recuperação da base e com o objetivo de explorar o mercado de lançadores de satélites, o Brasil optou por focar na construção de outro foguete, numa fracassada parceria com a Ucrânia, que custou 12 anos e R$ 1 bilhão (dividido entre os dois países). O chamado Cyclone 4 seria maior que o VLS, capaz de lançar cargas mais pesadas como de satélites de telecomunicações (de até 800 kg e numa órbita geoestacionária, a 36 mil quilômetros de distância).
O VLS foi mantido, mas deixado de lado. Estava previsto para 2013, depois 2014, 2015 e agora 2016. Mesmo assim, o teste será em apenas partes do foguete: ele não deve ficar totalmente pronto, segundo estimativas do DCTA.
“Temos o veículo todo reprojetado. Estamos trabalhando em um lançamento de um voo tecnológico, que visa testar a parte baixa do VLS, onde tivemos algumas dificuldades no acendimento do segundo estágio e na separação dos estágios. A análise servirá também para avaliar o sistema de navegação inercial que foi desenvolvido dentro do DCTA. Ele é baseado em fibra óptica. Já foi testado em aviões, no solo, agora precisamos fazer um voo espacial para certificar este veículo”, explicou Golfetto.
O passo seguinte, que serviria para fazer com que o VLS colocasse um satélite em órbita, está impossibilitado. Além da falta de recursos, existem dificuldades técnicas no desenvolvimento de componentes para completar o foguete. Há também, segundo ele, a falta de mão de obra especializada.
“Se não houver reposição do quadro, em 2020, o DCTA terá uma redução de 44% da sua equipe em relação a 2011, em virtude do processo de aposentadoria. Há pouco tempo, foi autorizado concurso e pudemos contratar mais de 200 profissionais. No entanto, isto está aquém do necessário”, alertou o vice-diretor.
Novo foco
O Brasil nunca construiu um foguete capaz de decolar para além das zonas suborbitais. O país tem mesmo mais capacidade de reinar no mercado de lançamento de microssatélites, inclusive diversos foguetes seus são utilizados na Europa para lançar cargas carregando experimentos científicos e tecnológicos.
Há êxitos com os lançadores da família Sonda e dos veículos de sondagem VSB-30, VS-30 e VS-40. O VSB-30, por exemplo, abastece o programa europeu de microgravidade.
O processo de construção do VLM se dá em cooperação com o Centro Aeroespacial Alemão (DLR). Porém novamente a descontinuidade de recursos pode atrapalhar este projeto, que tinha previsão inicial de conclusão para este ano e foi reprogramado para 2017. Estimado em R$ 126,9 milhões, até o momento o programa recebeu R$ 10 milhões, segundo  ele.
O setor no Brasil
Em termos de percentual relativo do PIB, o Programa Espacial Brasileiro destina dez vezes menos recursos que a Índia e 30 vezes menos que os Estados Unidos. Os norte-americanos detêm 41% do mercado global de satélites, enquanto a participação brasileira é de 1,9%, segundo um estudo feito pela Câmara dos Deputados.
No Brasil, os investimentos governamentais a partir do fim da Segunda Guerra Mundial priorizaram setores de infraestrutura e indústria pesada e de bens de produção como mineração e petróleo. Nos últimos dez anos houve um aumento do interesse político no setor espacial, porém há diversas críticas em relação às constantes mudanças políticas, acidentes, atrasos e gasto maior que o planejado.
FONTE: BOL
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NOTA DO BLOG
BOA NOITE ...mais uma vez nos brasileiros estamos com vergonha de homem que pensam pequeno ..o brasil  já deveria  estar subdesenvolvendo  um grande lançador de satélite   mais como nosso políticos  não tem visão para o futuro .o brasil só patina na lama poderia ir para frente mais esta indo para trás no meu ver falta coragem para os militar brasileiro falta patriotismo.. veja a china a índia  a africa do sul,  é ate o irã com projetos .  bem sucedidos.. pq são nações  seris com políticos;  honesto que não desfalca o pais deles  não posso pensar pequeno um dia o brasil vai lançar  seu foquete   de grante   porte 

terça-feira, 5 de maio de 2015

Novo míssil terrestre entra em serviço das forças armadas da Índia

Depois de mais de três décadas desde o início do projeto, o exército indiano anunciou terça-feira a introdução do míssil supersônico Akash, por si só, capaz de atingir alvos a 25 quilômetros de fabricação, a agência de notícias PTI informou.
"Este sistema de mísseis irão garantir a protecção dos nossos sites vulneráveis. Akash representa um passo para a independência", disse o chefe do Exército, general Dalbir Singh Suhag na cerimônia dos mísseis.
O Akash, cujo nome significa "céu", em sânscrito, é um sistema de mísseis anti-aeronaves supersônicas com a capacidade de atingir vários tipos de ameaças aéreas, tais como aviões, helicópteros e drones, dentro de um raio de 25 km e uma altura máxima de 20 km.
Este novo sistema irá substituir os mísseis em serviço desde 1970 e foi concebido sob os auspícios da DRDO, a Organização de Pesquisa e Desenvolvimento de Defesa.
Da Índia Bharat Dynamics Limited foi contratada para construir este sistema e usados ​​fabricados por outras empresas indianas, como BEL, ECIL, HAL, Tata Power SED e partidos
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RUSSIAN Т-14 ARMATA


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Novo carro de combate russo Armata deixará seus análogos ocidentais para trás

Especialistas militares russos e alguns do Ocidente dizem que o novo tanque russo T-14 Armata superará seus concorrentes ocidentais, escreveu nesta segunda-feira (4) a agência Associated Press.
Anteriormente, antes do ensaio principal para a parada em Moscou, o novo tanque T-14 Armata foi mostrado ao público com a torre coberta com tecido. Esta sexta-feira (4) foi o primeiro dia em que o Armata foi exibido completamente sem cobertura.
Este tanque será a estrela da Parada da Vitória em Moscou em 9 de maio. No total, 16,500 militares e cerca de 200 peças de equipamento militar participarão do evento.
Segundo o programa de modernização militar, o exército russo deve receber 2,300 destes tanques até o ano 2020.A principal característica do Armata é a torre ser operada remotamente a partir de uma cápsula blindada e isolada. O tanque possui um sistema de radar único que pode rastrear, simultaneamente, até 40 alvos no solo e 25 no ar em um raio de 98 quilômetros.

O tanque possui um canhão com calibre de 125 milímetros, opera com projéteis de mais diversos tipos e supera em potência um dos melhores tanques do mundo, o alemão Leopard 2. O Armata também possuiu um canhão automático com calibre de 30 milímetros, que pode ser utilizado como elemento antiaéreo. Para combate com unidades menores, a torre está equipada com uma metralhadora com calibre de 12,7 milímetros.
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quinta-feira, 30 de abril de 2015

Saab upturns fighter jet market


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Integrated Air & Missile Defense Solutions


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Sistema antiaéreo que o Exército brasileiro vistoriou (mas não comprou) ganhou melhorias

O Exército russo colocou em operação o TOR-M2U, a versão mais atualizada do conhecido sistema missilístico de defesa antiaérea de curta distância TOR-M2.
O modelo M2U foi dotado de um novo equipamento para o disparo de mísseis no campo de batalha, orientado por algoritmos aperfeiçoados, que reconhecem, classificam e priorizam alvos. Além de adotar todos esses procedimentos, o M2U ainda é capaz de engajar quatro targets simultaneamente.
O TOR-M2U foi concebido para proteger obras de infraestrutura, áreas militares e prédios civis de ataques aéreos efetivados por meio de aviões, helicópteros, mísseis de cruzeiro, veículos aéreos não-tripulados (VANTs), mísseis guiados e diferentes tipos de bombas (guiadas e não-guiadas).
No segundo semestre de 2009, o Exército brasileiro, que já estudava um planejamento – mais tarde denominado PROTEGER – de defesa da infraestrutura nacional, enviou alguns oficiais para conhecer o equipamento na Rússia, montado sobre uma viatura 6 x 6 blindada 9A331ME.
Mais tarde, oficiais da força terrestre brasileira receberam, no país, representantes da Almaz Antey – fabricante do TOR – e da agência russa de exportações de armamentos Rosorobonexport, para discutir as propriedades do sistema russo.Custos – Além de prover a defesa de áreas construídas, o TOR tem a capacidade de, por sua mobilidade – provida por veículos sobre esteiras ou sobre rodas –, executar a defesa de colunas militares e frações de tropa, o que pareceu especialmente interessante ao Exército brasileiro, que desativara o seu antiquado sistema missilístico Roland.
Os custos de aquisição do TOR-M2 pareceram, entretanto, proibitivos.
Ainda em 2009, o ForTe reproduziu reportagem do repórter Igor Gielow, do jornal Folha de S. Paulo (leia texto intitulado Brasil negocia a compra de sistema antiaéreo da Rússia), que informava o interesse dos brasileiros pelo TOR M2E:
“O Tor é uma arma cara”, dizia Gielow. “Uma bateria completa, com quatro lançadores, um veículo de comando, carros de apoio, logística e mísseis não sai por menos de US 300 milhões (R$ 520 milhões). Mas como a tradicional anemia orçamentária militar brasileira está numa fase de reversão, envolvidos no processo acreditam que o dinheiro poderá aparecer via créditos adicionais ou financiamentos de longo prazo a serem incluídos no Orçamento. No projeto de lei do Orçamento enviado ao Congresso, só R$ 640 milhões dos R$ 24 bilhões destinados ao Comando do Exército são para investimentos”.
A força terrestre da Rússia exibiu um protótipo do TOR-M2U na Parada da Vitória (na 2ª Guerra Mundial), em 9 de maio de 2014.
O primeiro modelo de série foi entregue ao comando da Defesa Antiaérea russa há quatro meses, com a expectativa de que, no final deste ano, após uma longa série de testes, os operadores do sistema estejam plenamente capacitados a operá-lo.
Evolução – A primeira versão do sistema TOR – 9K330 – apareceu em 1983, operando mísseis 9M330, com um alcance mínimo informado (ostensivamente) de dois quilômetros.
Oito anos mais tarde os russos começaram a receber a versão TOR-M1 9K331, com míssil de precisão melhorada. Esse sistema já era capaz de trackear e enfrentar dois alvos simultaneamente. O vetor em si tinha alcance mínimo de 1,5 km e, para ser disparado, requeria que o alvo se deslocasse a, pelo menos, 100 metros do solo.
O modelo M2 9K332 entrou em operação em 2007, com proteção anti-jamming (contra a interferência eletrônica do inimigo), capacidade de engajar até quatro alvos simultaneamente e tempo de reação (automática) reduzido para sete segundos.
O TOR M2E 9K332ME foi entregue à Defesa Antiaérea da Rússia montado sobre uma viatura blindada 9A331ME e dotado de contêineres 9M334, que disparavam, cada um, quatro mísseis guiados 9M9331. A arma, completamente automatizada, requeria uma tripulação de apenas dois homens.
No fim dos anos de 2000, a empresa MZKT – uma fabricante de veículos off-road pesados (tratores e caminhões) da cidade de Minsk, na Bielorússia – desenvolveu um novo chassis para a viatura TOR, com tração 6 x 6. Essa versão foi batizada de 9M332MK.
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domingo, 19 de abril de 2015

Agência de notícias diz que Exército não comprará agora o Pantsir S-1 russo

Um despacho da agência de notícias espanhola EFE, datado desta quarta-feira, 15 de abril (reproduzido no dia seguinte pelo site da Revista Exame), informa que, por enquanto, o Ministério da Defesa do Brasil pretende apenas alugar algumas baterias do sistema de defesa antiaéreo russo Pantsir S-1 – que o governo de Moscou insiste, há quase três anos, em vender ao Exército brasileiro.
O Pantsir integrará o esquema de proteção das Olimpíadas do Rio de Janeiro, que acontecerão dentro de, aproximadamente, 500 dias.
Segundo a EFE, a informação foi dada pelo próprio titular da Pasta da Defesa, ministro Jaques Wagner, que alegou “questões orçamentárias” para justificar a solução do aluguel – acordo, segundo ele, “semelhante” ao obtido pelo Comando da Aeronáutica para ter cerca de uma dezena de caças Gripen C, enquanto suas unidades aguardam a chegada de 36 aeronaves versão NG (28 monoplaces e oito biplaces) .
De acordo com a agência espanhola, “as negociações para a compra de três baterias Pantsir-S1 e duas do tipo Igla [mísseis de ombro] se iniciaram em 2012 e foram ratificadas em 2014, durante uma visita da presidente Dilma Rousseff a Moscou”.
A compra desse conjunto de armas antiaéreas custaria cerca de 1 bilhão de dólares ao governo brasileiro.
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sexta-feira, 3 de abril de 2015

Força Aérea dos EUA fecha contrato de US$ 91,5 milhões com a Raytheon para o MALD-J

Tucson, Arizona, 31 de marco de 2015 – A Raytheon Company recebeu uma modificação de contrato com a USAF no valor de US$ 91,5 milhões para o míssil Miniature Air Launched Decoy Jammer (MALD-J). A modificação do contrato é para o lote 8.
O trabalho será realizado em Tucson e está previsto para ser concluído até junho de 2017. Este contrato foi registrado no primeiro trimestre de 2015.
Sobre MALD e MALD-J
O MALD é um veículo aéreo modular dispensável no estado-da-arte, lançado do ar e programável. Ele pesa menos de 300 libras (136 kg) e tem um alcance de cerca de 500 milhas náuticas. O MALD-J adiciona capacidade de bloqueio de radar (“jamming”) para a plataforma básica MALD.
O MALD confunde as defesas aéreas inimigas duplicando perfis de voo e assinaturas de radar de aeronaves amigas. O MALD-J mantém todas as capacidades do MALD e adiciona capacidades de bloqueio eletrônico. A Raytheon começou a entrega de MALD-Js no outono de 2012.
Veja no vídeo abaixo o MALD sendo utilizado para enganar as defesas antiaéreas inimigas, simulando alvos falsos.
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MBT Armata consagra habitáculo para tripulantes longe da torre

Nos próximos cinco anos o Exército russo deve receber até 2.300 carros de combate pesados T-14 Armata, de 48 toneladas e canhão de 125mm.
Os primeiros 20 já foram distribuídos a algumas unidades da força terrestre, para que os tanquistas se familiarizem com o novo equipamento e manifestem, acerca dele, as suas primeiras impressões.
Representantes da indústria UVZ (Uralvagonzavod), da cidade de Nizhny  Tagil (Rússia Oriental), afirmaram à agência de notícias Sputnik Russo que têm condições de produzir 500 desses novos blindados ao ano.
O projeto do T-14 consagra o desenho de um habitáculo para a tripulação – que os projetistas chamam de “cápsula” – na parte dianteira da viatura, deixando à torre as funções de uma estrutura robotizada: portadora de sistemas de armas e de sensores controlados remotamente.
A “cápsula” deve funcionar como uma célula de sobrevivência.
Ela possui blindagem especial e dispõe de sistemas autônomos alimentadores de oxigênio e de energia elétrica, bem como de um equipamento anti-incêndio. Os tripulantes visualizam o que acontece à sua volta por meio de três sistemas de câmeras de alta resolução situados na parte fronteira do chassis, na torre e à ré.
A principal arma da viatura é um canhão 2A82-1, de 125mm e cadência de disparo entre 10 e 12 acionamentos por minuto. A peça de artilharia tem capacidade de abrir fogo com pontaria estabilizada, mesmo que o veículo se encontre em movimento.Afganit - Entre as várias informações sobre o programa T-14 ainda mantidas em segredo, estão aquelas relativas ao sistema de propulsão da viatura.
Calcula-se que o T-14 tenha sido equipado com um motor a diesel de potência entre 1.200 hp e 2.000 hp. A expectativa é de que a equação formada por maior potência aliada a um menor peso (os tanques de batalha ocidentais e de Israel deslocam entre 50 e 60 toneladas, ou mais) tenha produzido um carro de surpreendente mobilidade.
A velocidade do veículo em rodovia foi estimada em 85 km/h. Seu ritmo de deslocamento em terrenos não preparados é outro dos dados confidenciais, mas especialistas da Europa Ocidental calculam que ele não deva ser inferior a 30-40 km/h.
Outro ponto que chama a atenção no projeto é a promessa de uma viatura blindada com altas chances de resistir a armadilhas no solo e a postos de atiradores emboscados.
Os veículos Armata dispõem de defesa anti-minas e de um inovador sistema batizado deAfganit, que, havendo identificado – por meio de sensor próprio – a aproximação de um míssil antitanque, dispara foguetes capazes de interceptar o vetor atacante.
Também na torre está instalada uma metralhadora calibre 7,62mm, de operação igualmente remota.
Os T-14 serão apresentados oficialmente a 9 de maio próximo, durante a grande parada militar que acontecerá na Praça Vermelha em homenagem ao Dia da Vitória das tropas russas na 2ª Guerra Mundial.
Nas atuais circunstâncias de forte confrontação entre a Rússia e as potências ocidentais, por causa da política hostil de Moscou em relação à Ucrânia, espera-se uma apresentação das forças militares russas com magnitude nunca vista.
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