sábado, 28 de abril de 2018
Pentágono anuncia venda de US$ 830 milhões em mísseis para Finlândia e Romênia
A empresa de armas Lockheed Martin recebeu um contrato de US$ 830 milhões para fornecer à Finlândia, Coreia do Sul e Romênia seu Sistema de Lançamento Múltiplo de Mísseis Guiados.
A informação foi divulgada pelo Departamento de Defesa dos EUA através de um comunicado à imprensa.
A Lockheed Martin Corporation [de] Grand Prairie, Texas, recebeu um contrato de vendas militares para estrangeiros (Finlândia, República da Coreia do Sul e Romênia) de US$ 828.724.214 para os Sistemas de Lançamento Múltiplo de Mísseis Guiados", afirmou o comunicado divulgado nesta sexta-feira.
O trabalho designado no contrato será realizado na cidade de Grand Prairie, no estado do Texas e deve levar pelo menos mais dois anos para ser concluído. A data data estimada para conclusão foi estipulada em 31 de maio de 2020, disse o Departamento de Defesa.
Para que Rússia precisa de mísseis de cruzeiro dos Estados Unidos 'capturados'?
Uma revista norte-americana previu o destino dos mísseis de cruzeiro dos EUA que foram capturados pela Rússia. Em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, o especialista militar Aleksei Podberezkin tentou esclarecer quais seriam as finalidades da Rússia no que diz respeito aos mísseis capturados.
Mais anteriormente, o Ministério da Defesa da Rússia mostrou pedaços dos mísseis que foram lançados na Síria pelos EUA, Reino Unido e França em 14 de abril. Entre o equipamento militar, foi exposto um míssil Tomahawk que não atingiu o alvo por problemas técnicos. Sergei Rudskoy, chefe da Direção-Geral Operacional do Estado-Maior das Forças Armadas russas, declarou que os dados recebidos durante a análise dos mísseis americanos podem ser usados para melhorar as armas da Rússia.
A revista norte-americana Popular Mechanics tentou prever o destino dos mísseis de cruzeiro estadunidenses que foram capturados pela Rússia. Para os especialistas da edição, depois de estudar mísseis inimigos, torna-se muito mais fácil de destruí-los.
A Popular Mechanics acredita que os mísseis "capturados" serão usados em testes. Normalmente, com ajuda do suporte de testes são analisados os comandos do sistema de precisão do míssil. "Essa primeira avaliação é somente o início da 'morte' do míssil capturado", escreve a revista.
Futuros testes podem durar anos e, finalmente, levar ao "suicídio" do míssil.
"O combate eterno entre os designers norte-americanos e russos de equipamento militar vai continuar", resumiram especialistas estadunidenses.
O diretor do Centro de Estudos Militares e Políticos do Instituto Estatal de Moscou de Relações Internacionais (MGIMO) Aleksei Podberezkin, em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, explicou quais seriam os objetivos da análise dos mísseis americanos.
É claro que tudo que restou destes mísseis será minuciosamente estudado na Rússia agora. Antes de tudo, para aumentar as capacidades de combate contra eles", ressaltou, acrescentando que, em primeiro lugar, trata-se da "determinação do espaço indicado nos radares já que as imprecisões podem ser muito grandes".
Para o analista, a Rússia quer detalhar a base microeletrônica e capacidades de pontaria dos mísseis.
Aleksei Podberezkin frisou que o objetivo é estudar a instalação de movimentação. "Está em curso modernização constante dos mísseis de cruzeiro na Rússia e nos EUA, e as novas gerações ou até uma simples modificação de algum míssil já o tornam completamente diferente dos modelos anteriores", afirmou.
"No entanto, não acredito que o que restou dos mísseis norte-americanos tem grande importância", concluiu o especialista.
Após fim da URSS, EUA tiraram vantagem da indústria militar russa, diz analista
Anteriormente, publicação de um portal norte-americano ressaltou as raízes russas do caça norte-americano F-35, alegando que a criação do novo caça foi possível graças à queda da "cortina de ferro".
O autor escreveu que, em 1991, a Lockheed e o escritório de projetos Yakovlev assinaram um acordo de cooperação que, entre outras coisas, permitiu que a empresa norte-americana tivesse acesso a informações sobre o Yak-141, incluindo dados que exigiram "anos de desenvolvimento e testes".
A indústria de defesa russa já avançou depois do desenvolvimento dessas aeronaves, observou o especialista militar Viktor Baranets em entrevista concedida ao serviço russo da Rádio Sputnik
."Fico muito surpreso ao ler essa pseudoinformação na imprensa norte-americana. Ainda no início dos anos 90, quando o nosso complexo militar industrial abriu as portas para ex-adversários, muitas 'pessoas interessadas' inundaram a indústria de defesa russa […] Os americanos surrupiaram muitos dados relativos aos resultados das nossas pesquisas técnico-militares. E aquilo em que deveriam gastar dezenas de bilhões de dólares e anos de pesquisas, eles pegaram tudo pronto, porque tínhamos uma vasta gama de resultados de pesquisas pelas quais os norte-americanos pagaram uma bagatela para os chefes do complexo de defesa", disse Baranets.
Entretanto, na opinião dele, a versão final dos EUA ainda é inferior aos caças russos.
O F-35 não tem prestigio entre os próprios norte-americanos, apesar de muitos generais implorarem financiamento à Casa Branca para sua modernização. […] A pesquisa técnico-militar russa, ainda no tempo soviético, já progrediu muito desde os sistemas que hoje são utilizados pela Lockheed Martin na fabricação do caça F-35", comentou o especialista.
Ele ainda agradeceu aos jornalistas norte-americanos que disseram toda a verdade ao reconhecer que bate um "coração russo" no F-35.
"Mas já conseguimos chegar mais longe", concluiu.
Pilotos americanos são alarmados devido a raios laser perto da base chinesa em Djibuti
Na sexta-feira (27), o exército dos Estados Unidos avisou seus pilotos que tenham "extremo cuidado" no espaço aéreo de Djibuti devido a armas a raio laser de alta potência que, segundo relatos, estão sendo disparadas perto de base naval chinesa.
"Tem havido muitos eventos de laser envolvendo armas a laser de alta potência nas proximidades da [área] N1135.70 EO4303.14", afirmaram oficiais de segurança da aviação dos EUA no documento de informações para pilotos (NOTAM, na sigla em inglês).
Segundo informações, as coordenadas citadas no documento apontam para uma localização a 750 metros da base do exército chinês em Djibuti.
Tenham extremo cuidado quando passarem por esta área", sublinha o aviso.
A Administração Federal de Aviação norte-americana chamou as atividades laser de "não autorizadas".
Djibuti tem uma localização estratégica no chamado Corno da África ou Nordeste Africano. Os Estados Unidos também possuem no país uma base, em Camp Lemonnier. O país também abriga bases do Japão e Itália, assim como uma base da França onde estão instaladas tropas espanholas e alemãs.
A base chinesa em Djibuti é a primeira instalação militar do gigante chinês no exterior.
É criado colete flutuante à prova de balas para unidades especiais russas
A empresa Armokom desenvolveu um colete flutuante à prova de balas resistente a disparos de fuzis de assalto, informa o canal militar russo Zvezda.
O diretor do projeto, Roman Samokhvalov, assegurou que a peça assegura que o soldado se mantém flutuando mesmo com suas armas e outros equipamentos.
O colete é composto por "um tecido balístico reforçado com elementos de blindagem de polietileno com um alto peso molecular" e consegue cumprir objetivo por dispor de duas câmaras infláveis. A estrutura do colete consiste parcialmente em materiais que recompensam em água a massa do próprio colete, detalhou Samokhvalov.
"A peça está na etapa de testes pelas instituições", concluiu o diretor do projeto.
A Armokom está disposta a oferecer o seu produto à Guarda Nacional e à Infantaria da Marinha da Rússia.
sexta-feira, 27 de abril de 2018
Coreias assinam declaração de paz conjunta
Na declaração de paz conjunta das duas Coreias, assinada no termo da cúpula pelos líderes do Sul e do Norte, é indicado que na península coreana não haverá mais guerra e que começa uma nova época.
Conforme a declaração conjunta de Moon Jae-in e Kim Jong-un, os dois países asiáticos acordaram em realizar negociações com os EUA e a China para substituir o armistício atual por um tratado de paz.
De acordo com Im Jong-seok, porta-voz do presidente sul-coreano, "durante as negociações os dois líderes tiveram um diálogo franco sobre a desnuclearização da península da Coreia, a construção de uma paz duradoura e as direções de desenvolvimento das relações entre o Sul e o Norte".
Segundo o documento, Pyongyang e Seul cessam as ações hostis mútuas, que podem ser causa de confrontos em terra, no mar e no ar.
Além disso, a declaração estipula que os dois países prometem alcançar a desnuclearização completa da península, bem como reduzir gradualmente as armas para estabelecer a confiança e baixar as tensões militares.
O Norte e o Sul vão procurar a melhoria completa e abrangente, bem como o desenvolvimento das relações, aproximando assim a futura prosperidade conjunta e a reunificação", afirma-se na declaração.
Um dos pontos fulcrais da declaração é a retoma do acordo sobre as famílias separadas entre o Sul e o Norte.
Durante a reunião com o líder sul-coreano, o líder da Coreia do Norte sugeriu que sejam realizadas cúpulas regularmente, confirmou o porta-voz sul-coreano aos jornalistas.
"Vamo-nos encontrar com mais frequência. Vamos construir um mundo melhor", citou Im Jong-seok o líder norte-coreano.
Por sua vez, Moon Jae-in, entre outras propostas, avançou a ideia de juntar as ferrovias das duas nações.
Os líderes também trocaram convites para visitar as suas capitais, disse Im Jong-seok, adicionando que Moon Jae-in expressou interesse em visitar o monte sagrado Paektu, na Coreia do Norte.
A presente cúpula é o terceiro encontro desde o fim da guerra coreana de 1950-1953. Foi realizada na parte sul da zona desmilitarizada, mas o presidente sul-coreano pisou por breves momentos o território do Norte, quando se encontrou com o seu homólogo na sexta de manhã (27).
O que representa o 'sistema de combate mais poderoso no mundo'? Analista revela
Especialista militar russo revelou qual é a nova arma russa que foi considerada "o sistema de combate mais poderoso no mundo" pelo presidente d
a Federação da Rússia, Vladimir Putin.
Ao falar sobre "o sistema de combate mais poderoso no mundo", o presidente russo provavelmente referiu-se ao sistema de mísseis para aviação Kinzhal, à unidade propulsora nuclear para drone submarino ou ao míssil de cruzeiro de alcance ilimitado, afirma o analista militar russo Igor Korotchenko.
a Federação da Rússia, Vladimir Putin.
Ao falar sobre "o sistema de combate mais poderoso no mundo", o presidente russo provavelmente referiu-se ao sistema de mísseis para aviação Kinzhal, à unidade propulsora nuclear para drone submarino ou ao míssil de cruzeiro de alcance ilimitado, afirma o analista militar russo Igor Korotchenko.
Nas vésperas, Vladimir Putin declarou que um grupo de jovens especialistas russos conseguiu apenas em sete anos criar o "sistema de combate mais poderoso e mais moderno no mundo".
Segundo explicou o especialista, os desenvolvedores não revelam os nomes das suas armas devido ao caráter secreto do assunto.
Ele opina que o sentido principal da afirmação do presidente russo é que os jovens cientistas russos são capazes, se receberem o apoio necessário, de realizar todos os projetos técnico-militares, qualquer que seja sua complexidade, inclusive de criar novos tipos de armas.
"Podemos atingir progressos em [armas] hipersônicas, novos materiais de construção, novos metais, mais particularmente, superligas, novos propulsores, que se baseiam em princípios inovadores, tudo isso supõe conjugar a ciência fundamental com a aplicada", afirmou.
"No ponto da sua junção nascem coisas completamente únicas, capazes de garantir a segurança da Rússia ao longo do século XXI, inclusive do ponto de vista de armamentos correspondentes", frisou.
Em conclusão, o analista supõe que a criação de tecnópolis (cidades tecnológicas) possa contribuir para o desenvolvimento da indústria militar do país, sendo que as inovações criadas lá serão convertidas em projetos práticos e finalmente se tornarão elementos de importância estratégica.
Exército russo receberá sistemas inteligentes capazes de operar 'sem participação humana'
Tropas russas encarregadas pela luta radioeletrônica receberão em breve sistemas robotizados, equipados com elementos de inteligência artificial, declarou o chefe do Centro de Preparação das Forças da Luta Radioeletrônica, Yuri Gubskov, citado pela edição Izvestia.
De acordo com o militar, durante os últimos anos está sendo realizado o desenvolvimento ativo dos meios e sistemas modernos da luta radioeletrônica.
"O desenvolvimento das tecnologias informáticas e uso em equipes de luta radioeletrônica possibilitam criação em breve de sistemas robotizados com elementos de inteligência artificial", assinalou.
Gubskov indicou que "os novos sistemas poderiam cumprir de modo eficaz missões em uma situação complexa radioeletrônica sem necessidades da participação humana".
O coronel acrescentou que os meios russos de luta radioeletrônica são capazes de se opor a todos os sistemas de controle que outros países dispõem em serviço.
quinta-feira, 26 de abril de 2018
Animação produzida pelo IAE do Lançamento do VLS 1 VO4 Brasil em Defesa
Nota SNB..COMO TUDO AQUI NO BRASIL TUDO TERMINA EM PIZZA
Que falta de vergonha dos. nossos engenheiro não consegue nem projetar um foguetinho
Como o VLM SEM AJUDA DOS ALEMÃO
Lendário submarino que venceu sozinho a frota norte-americana (VÍDEO
Os Estados Unidos possuem a maior e mais diversificada Marinha do planeta, que se destaca especialmente por seus porta-aviões, aeródromos flutuantes que custam bilhões de dólares. No entanto, um pequeno submarino sueco conseguiu "destruir" este orgulho norte-americano durante uns exercícios, ressalta o portal Real Engineering.
Durante as manobras da OTAN no Atlântico em 2005, um submarino sueco da classe Gotland conseguiu passar por diante dos navios que escoltavam o porta-aviões norte-americano USS Ronald Reagan, entrar na "zona vermelha", disparar vários torpedos de exercício contra seu casco e fugir sem que o detectassem.
Um porta-aviões da classe Nimitz, como o USS Ronald Reagan, de US$ 4,5 bilhões (R$ 15,7 bilhões), é capaz de transportar o dobro dos aviões e helicópteros em comparação com qualquer outro navio estrangeiro. Enquanto isso, um submarino da classe Gotland custa cerca de 100 milhões de dólares (R$ 349 milhões), como um só caça F-35, mas parece ser mais útil.
Os chefes da Marinha dos EUA ficaram tão confusos com os resultados das manobras que decidiram arrendar uns Gotland durante dois anos para melhorar os sistemas de detecção de submarinos. No entanto, encontrar um submarino nas profundidades oceânicas não é nada fácil, sublinha o portal
.O pequeno submarino de 1.600 toneladas de deslocamento se destaca pela propulsão independente do ar, motores de ciclo Stirling que são mais silenciosos do que os diesel e permitem permanecer muito tempo debaixo d'água.
Os submarinos da classe Gotland da Marinha da Suécia foram construídos entre 1992 e 1997. O navio, de 60,4 metros de comprimento, é capaz de alcançar uma velocidade de 20 nós. A tripulação é de 27 pessoas. Cada submarino está equipado com quatro tubos lança-torpedos de 533 mm e dois de 400 mm.
terça-feira, 24 de abril de 2018
Vídeo: Embraer KC-390
O Embraer KC-390 oferece mobilidade inigualável, entregando muito mais logística, muito mais rápido, muito mais longe, em qualquer lugar do mundo. Saiba mais sobre a nova geração de aeronaves de transporte com múltiplas missões. Novos episódios desta série da web serão lançados quinzenalmente às segundas-feiras no canal da Embraer no Youtube.
BRICS parecem estar 'correndo sério perigo', e isto pode garantir sua sobrevivência
Será que as atividades do grupo BRICS se limitam apenas a vários dias que abrangem a cúpula entre os seus líderes? Na percepção de muitos, é assim mesmo. Porém, isto está longe de ser a realidade, segundo revelou à Sputnik Brasil o carismático Henrique Domingues, Coordenador-Geral da BRICS Youth Students League (YSL).
No âmbito do 4.º Fórum de Economia Internacional de Yalta, os delegados de 71 países vieram à península recém-integrada na Rússia para discutir os assuntos mais atuais da agenda internacional. Assim, nesse ano o evento contou com a delegação excepcionalmente numerosa da Síria, que fez questão de ponderar as questões da reconstrução nacional no período pós-guerra. Ou, por exemplo, muitos participantes da Itália, Alemanha e do Leste Europeu que se destacaram pela atitude oposta à atual política de sanções.
Nesse tradicional alvoroço de um evento a escala tão alta, não era nada fácil encontrar um participante latino-americano. Porém, a Sputnik Brasil conseguiu — e discutiu toda a gama de assuntos internacionais — com o único brasileiro que viajou até a cidade de Yalta, na Crimeia, para participar do evento nesses belos dias de primavera na península.
Sputnik: Primeiro, poderia me contar um pouco sobre o projeto no qual você está participando e que trouxe você à esta conferência?
Henrique Domingues: Eu fui indicado pela Organização Continental Latino-Americana e Caribenha de Estudantes para fazer parte do Comitê Organizador Internacional do Festival que aconteceu aqui na Rússia no ano passado. E aí, morei três meses aqui, organizamos o festival, conhecemos bastante gente. Durante o festival, a gente criou uma Organização da Juventude dos Estudantes dos BRICS, a Youth Students League [Liga de Jovens Estudantes], e desde então a gente vai trabalhando para poder implementar [de maneira] institucional e oficialmente essa organização junto com governos, com as organizações de juventude dos governos, a Agência Nacional de Desenvolvimento da Juventude da África do Sul, a Secretaria Nacional de Juventude do Brasil, o Ministério da Juventude aqui da Rússia e por aí vai.
Segundo nos revelou Henrique, jovem ambicioso e com ar de muita fé naquilo que faz, sua organização prepara uma série de propostas, que de fato representa uma agenda que ele está tentando implementar no nível mais alto, já entre governo e presidentes. Assim, o primeiro passo disso tudo seria aprovar a Constituição da entidade, coisa que provavelmente acontecerá na Cúpula da Juventude dos BRICS, uma semana no máximo antes da cúpula principal.
A ideia é fortalecer o BRICS pela base, pelo povo", afirma Domingues. "Porque a gente sabe que a ideia dos BRICS vem sofrendo uma série de ataques externos, todas essas desestabilizações que aconteceram no mundo — o impeachment da presidente [Dilma Rousseff] no meu país, a prisão do ex-presidente Lula no Brasil, a questão da Ucrânia e agora da Síria, uma tentativa de provocar russos, a pressão para o presidente [Jacob] Zuma se renunciar na África do Sul, a guerra econômica contra a China…", lamenta.
Na opinião do jovem, todos esses processos têm a ver, além de outras coisas, com as tentativas de "desarticular a iniciativa dos BRICS", que é uma oportunidade nova de desenvolvimento no mundo. Mas não se trata de uma criação de nova ordem mundial, como alguns poderiam pensar. Trata-se de modificação, ou, de fato, assinala Henrique, das aspirações "de criar um novo modelo de desenvolvimento e de economia, talvez mais solidário, talvez mais inclusivo".
E as propostas da juventude não demoraram — hoje, ele já concebeu uma ótima ideia que planeja transmitir em voz alta para os cargos mais altos do grupo. "Uma das principais propostas nossas que a gente quer levar para os presidentes, para a Cúpula dos BRICS, é a Universidade dos BRICS. A gente quer que aqui o Novo Banco de Desenvolvimento, ou como os presidentes acharem melhor, construa uma universidade que tem por objetivo preparar a juventude para os desafios dos BRICS", revela.
Domingues realça em nossa conversa que, de fato, a cúpula anual dos BRICS da qual todos nós costumamos ouvir tanto é um evento onde é celebrado toda o montante de trabalho de inúmeros grupos internacionais, seja de estudantes ou de empresários.
Sputnik: Na cúpula dos BRICS em Xiamen [China] no ano passado, Pequim decidiu propor um novo formato dos BRICS+. Será que esse formato também se aplica na sua organização, se convidarem os estudantes de outros países não participantes do bloco?
HD: Na verdade, quando a gente criou a iniciativa no Festival Mundial [de Juventude] de Sochi, a juventude de muitos outros países participou da ocasião de lançamento e da celebração do acordo entre as organizações fundadoras, apoiando e pedindo participar também. Então, a nossa ideia é poder incluir cada vez mais jovens na órbita dos BRICS para que a gente consiga qualificar e pluralizar cada vez mais a atuação dos BRICS, porque é para isso que os BRICS servem mesmo. Mas na última reunião que a gente teve lá, na África do Sul, a gente teve uma oportunidade maravilhosa de encontrar com o presidente Jacob Zuma, ex-presidente da África do Sul, e ele nos deu uma opinião muito interessante: que na verdade os BRICS têm representantes em todos os continentes, em todas as áreas do globo, exceto do Oriente Médio. Então, o presidente Zuma nos convenceu de que talvez chamar o Irã para participar dos BRICS institucionalmente, que é um dos países mais fortes ali da região, seja benéfico para a organização dos BRICS.
Entretanto, nem tudo é tão radiante. Para qualquer pessoa que se envolve ou se interessa de alguma maneira pelos processos de integração do respectivo bloco, fica bem evidente os indícios de enfraquecimento da imagem dos BRICS, para não falar da crise. A euforia dos primeiros anos já passou, mudaram os governos, e, observa Henrique, consequentemente alteraram-se as prioridades.
Dá para sentir. De fato, os BRICS correm perigo. Não por parte nem da Rússia, nem da África do Sul, apesar do que aconteceu lá, e tampouco da China. Mas na Índia, onde o atual governo foi apoiado pelos EUA, pelas forças tradicionais imperialistas, e no Brasil, que está dentro de todo esse cenário latino-americano, o cenário que passa hoje por golpes de Estado, como aconteceu no Honduras, no Paraguai e no próprio Brasil, ou por uma ascensão de governos de direita no continente, como aconteceu agora no Chile e na Argentina com todo o apoio da estrutura midiática dos Estados Unidos da América", analisa o entusiástico.
Na sequência destes acontecimentos, os BRICS deixaram de ser prioridade para o Brasil, acredita o jovem, e com troca do governo o Itamaraty "deu uma guinada no tipo de política estrangeira e está mais alinhada agora com os EUA e a União Europeia". Domingues foi bem consistente na sua avaliação da tormentosa política interna no Brasil hoje em dia. Pensa inclusive que as perturbações que se deram no país influíram, afinal das contas, no seu potencial como ator na arena diplomática.
"Há uma situação bastante curiosa, porque o governo que está no Brasil hoje é o governo ilegítimo, que não foi eleito por ninguém, apesar do presidente Michel Temer ter sido vice-presidente da Dilma. Lá, nós elegemos um projeto político que garantia direitos, progresso social e econômico. Então, quando caiu a presidenta Dilma, houve a troca do governo, e o mais curioso é: houve a troca do projeto e aqueles políticos que foram derrotados, os políticos de oposição, tornaram-se líderes do governo, tornaram-se ministros. E, na verdade, o projeto derrotado nas urnas assumiu poder. Esse fato de ilegitimidade faz mesmo com que, apesar dos esforços do nosso Ministério de Relações Exteriores em se alinhar com a União Europeia e com os EUA, o presidente também não tenha sido bem recebido ou até tenham sido evitadas as visitas ao nosso país por conta desses líderes", critica.
Nessa situação, ressalta que da juventude virá aquele ator que é capaz de contribuir para a consolidação do bloco, unindo-o "pela base". Por isso, tais iniciativas como o Fórum de Yalta proporcionam uma chance a não perder para os ambiciosos participantes do movimento YSL.
Sputnik: Também queria saber sua opinião sobre a Crimeia. Por conta da propaganda midiática, os estrangeiros às vezes possuem uma impressão errada de fora, podendo imaginar que aqui há tanques ou militares nas ruas. O que você achou da península?
HD: Lá no Brasil eles tentaram passar essa impressão das eleições [realizadas] com muitos soldados em volta e tal quando teve um referendo para saber se a Crimeia faz parte da Ucrânia ou da Rússia. Mas mesmo assim, do meu ponto de vista, as notícias da Ucrânia eram assustadoras também: aquela guerra civil que teve, financiada pelos donos do mundo hoje, no intuito de fazer acender um governo mais autoritário, ultranacionalista e tudo mais. Para mim, o que aconteceu na Crimeia foi uma resposta de alto nível da própria Rússia. Enquanto em Kiev eles usaram armas e mataram pessoas para chegar ao poder, aqui [na Crimeia] abriram urnas e perguntaram ao povo o que eles pensavam o que deveria ser a Crimeia. Então, para mim, foi muito positivo o que aconteceu aqui. Eu vejo a Crimeia como um ponto de forte resistência a essa escalada neofascista que a gente tem passado no mundo hoje.
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