quarta-feira, 18 de abril de 2018

Embaixador russo: testes nucleares de Pyongyang perto da fronteira russa são inaceitáveis

Moscou não planeja deixar de cooperar com a Coreia do Norte, mas, ao mesmo tempo, adverte o país asiático de que seus testes nucleares ameaçam a segurança da Rússia.
Rússia "está condenada a estar perto" da Coreia do Norte e a cooperar com o país asiático independentemente dos processos políticos que ocorrem na arena mundial, sejam positivos ou negativos, declarou o embaixador russo na Coreia do Norte, Aleksandr Matsegora, em uma entrevista à Televisão Pública de Primorie (OTV-Prim, sigla em russo).
Além disso, ele destacou que Moscou "cumpre todas as suas obrigações" da resolução da ONU sobre Coreia do Norte, que limitem sua colaboração com Pyongyang na área econômica e em outras esferas. Não obstante, Rússia não planeja por fim à cooperação com o país asiático, mas, ao mesmo tempo, admite que o programa nuclear norte-coreano "é um grande problema".
"Dizemos com franqueza aos nossos sócios norte-coreanos que [seus ensaios nucleares] não nos podem alegrar e satisfazer", afirmou o embaixador russo, lembrando que a área mais próxima ao polígono norte-coreano é a cidade russa de Vladivostok.
Nossa posição é seguinte: não é possível garantir sua própria segurança por conta da segurança do vizinho", assegurou.
Ademais, o embaixador sublinhou que, devido à proximidade territorial, Moscou não pode "fechar os olhos para o que está se passando" e precisamente por isso apoia as sanções internacionais contra Coreia do Norte. Por esta razão, Rússia aconselha o país asiático a resolver as questões de sua segurança nacional "levando em consideração os interesses de todos os Estados que estão aqui [na região], a manutenção de paz, a tranquilidade e a estabilidade".
Em 29 de novembro de 2017 a Coreia do Norte realizou o lançamento do seu mais avançado míssil balístico Hwasong-15. O projétil demonstrou capacidades impressionantes em comparação com seu antecessor, o Hwasong-14.
Segundo dados oficiais publicados pela imprensa da Coreia do Norte, o novo míssil balístico intercontinental alcançou uma altitude de quase 4.500 quilômetros e levou 53 minutos para percorrer 950 quilômetros.

China afirma que seu 1º porta-aviões, construído na Ucrânia, tem defeitos

Pequim confirmou que seu primeiro porta-aviões Liaoning, que foi adquirido na Ucrânia, possui vários defeitos que impedem sua modernização completa.
Nos últimos oito anos a indústria chinesa produziu mais de 1.200 peças tecnológicas para aperfeiçoar o navio adquirido, no entanto, essas tentativas não foram totalmente bem sucedidas por causa de várias restrições estruturais e defeitos "inatos" da embarcação, escreve o jornal The Asian Times
.Por exemplo, um piloto de provas, citado pelo jornal, revelou que os pilotos normalmente enfrentam várias dificuldades ao tentarem aterrissar seus aviões no porta-aviões em questão. Segundo dados do jornal, o Liaoning possui diversas desvantagens em comparação com os navios norte-americanos e, portanto, deve ser substituído.
Liaoning, o primeiro porta-aviões das Forças Armadas da China, foi construído nos estaleiros ucranianos e antes era conhecido como Varyag. A construção do navio, entretanto, foi interrompida com o colapso da União Soviética, e durante uma década a sua estrutura permaneceu intacta.
Em 1998, o porta-aviões foi comprado pela China, inicialmente por uma empresa privada, que depois o vendeu às Forças Armadas de seu país. O navio foi modernizado e, em 2012, entrou em serviço como Liaoning, o primeiro porta-aviões da China.

terça-feira, 17 de abril de 2018

Novas corvetas multiuso de classe Steregushchy russas Projeto 20380

Agência russa noticia interesse do Brasil pelas corvetas classe ‘Tiger’

Quanto custou o ataque contra a Síria?

Especialista: ataques dos EUA contra Síria fizeram disparar popularidade das armas russas

Analista militar da Academia de Ciências da Rússia, Konstantin Sivkov, acredita que ataques americanos contra Síria danificaram a reputação dos mísseis estadunidenses, enquanto o estatuto dos sistemas da defesa antiaérea russos apenas se elevou.
Para Sivkov, do ponto de vista estratégico, o recente ataque dos EUA e seus aliados realizado contra alvos na Síria mostrou que Washington perdeu seu principal trunfo — a capacidade de conduzir guerras sem contato. Virou claro que o sistema de defesa antiaérea síria, construído na base dos princípios russos, pode repelir tais ataques. A experiência da Iugoslávia e Líbia ficou no passado, frisou.
Em segundo lugar, continuou Sivkov, os EUA terão que rever seus princípios de uso da Força Aérea, inclusive em operações ofensivas, especialmente quando se tratar de um possível ataque contra a Rússia.
A partir de agora haverá menos agiotagem em torno dos mísseis de alta precisão estadunidenses. Haverá agiotagem em torno dos sistemas de defesa antiaérea russos. Estamos falando do aspecto econômico: sobre a venda de equipamento militar e armamento", explicou.
Como destaca o analista, é evidente que neste caso os norte-americanos não apostarão na luta contra as forças armadas russas usando armas convencionais. Há que levar em consideração que o exército estadunidense tem um nível de baixas aceitável muito reduzido, a partir do qual eles se recusam a continuar o combate.
"Em que eles apostarão será a guerra híbrida contra a Rússia que permanecera o principal alvo de ataque. Por isso, as sanções antirrussas só aumentarão", advertiu Sivkov.
Isso pode acabar apenas em dois casos, detalhou o analista: o primeiro é se a Rússia virar um vassalo dos EUA ou desaparecer do mapa do mundo; o segundo é se a Rússia criar tais armas ou um bloco geopolítico militar que obriguem os EUA a se sentarem à mesa das negociações.
Se estamos falando de armas, temos o desenvolvimento dos programas Sarmat e Status 6. Sobre este falou o presidente Putin. É um torpedo nuclear capaz de portar ogivas até às costas dos EUA e provocar um hipertsunami. O Sarmat pode provocar mudanças sérias nos processos geofísicos dos EUA. E aí eles se sentarão à mesa das negociações e farão concessões", opinou o interlocutor da Sputnik Árabe.
No que diz respeito à criação de um bloco geopolítico, este poderia ser criado com base na Organização para Cooperação de Xangai. Konstantin Sivkov concluiu sublinhando que hoje em dia há um alto risco que a terceira guerra mundial possa se desencadear por causa de um conflito local.

Jogo perigoso': 'buracos negros' da Rússia impedem submarinos britânicos de atacar Síria

Os "buracos negros" da Rússia não deixaram o submarino britânico atacar a Síria, escreve a mídia. O especialista militar Viktor Baranets, em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, comentou estas manobras.
O submarino britânico não conseguiu participar da operação militar contra a Síria, já que teve que manobrar em contraposição a submarinos russos, escreve o jornal Times.
O diário comunica que um submarino britânico da classe Astute, equipado com mísseis de cruzeiro, "jogava gato e rato" no mar Mediterrâneo com um ou dois submarinos russos classificados pelos especialistas ocidentais como "buracos negros" por serem muito silenciosos.
A edição nota que o submarino britânico também teve que escapar de duas fragatas russas e um avião antissubmarino. Neste respeito, o submarino não conseguiu se aproximar o bastante para efetuar ataques contra a Síria, embora antes o submarino tenha tentado evitar a detecção por vários dias.
Segundo o Times, estes "buracos negros" foram submarinos da classe Kilo, na designação da OTAN, que saíram da base de Tartus na Síria.
O analista militar Viktor Baranets comentou em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik as ações dos militares russos.
Dois submarinos da Marinha Real do Reino Unido deveriam atacar a Síria com mísseis de cruzeiro. Mas nesta mesma região também estavam dois submarinos diesel da Frota do Mar Negro que ocupavam constantemente uma posição que impedia os ataques britânicos conta a Síria a partir de posição submersa", disse ele.
Para Baranets, estas manobras foram uma espécie de "jogo perigoso". Sabe-se que os submarinos russos estão posicionados na parte leste do mar Mediterrâneo e também se espera que até o final de abril um grupo naval dos EUA chegue na região.
"Claro que os noss
os submarinos vão vigiar com atenção o comportamento destes navios", concluiu Baranets.
No sábado passado (14), os EUA, França e Reino Unido lançaram ataques aéreos contra a Síria em resposta ao alegado uso de armas químicas nos arredores de Damasco, em Douma.
Os ataques foram realizados no mesmo dia em que a missão da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) iniciaria a investigação do alegado uso de armas químicas em Douma, após a culpa pelo alegado incidente ter sido imediatamente atribuída a Damasco pelo Ocidente.
Depois das acusações, o governo sírio negou categoricamente estar envolvido no suposto ataque e declarou que os ataques aéreos são uma "agressão brutal".

Revelado: a Rússia descobriu como drones dos EUA na Síria

O que acontece com os sistemas de defesa aérea da Rússia?

Revelação das tecnologias militares dos EUA: parece que a Rússia não parece combinar

Os "perigos" do Global Firepower

MANSUP - HILS (Hardware In The Loop Simulation

Primeiro lançamento do MANSUP (Míssil Antinavio Nacional versão Superfície), está programado para outubro de 2018

Na manhã do dia 10 de abril último, a SIATT concluiu os testes finais e entrega à Marinha do Brasil dos três subsistemas do MANSUP - Míssil Antinavio Nacional, versão de Superfície, sob sua responsabilidade:
- o Compartimento de Vante;
- o Compartimento de Ré, e,
- a CCI – Cabeça de Combate Inerte.
CCI – Cabeça de Combate Inerte - Foto SIATT

Os dois primeiros subsistemas compõem o SGNC - Sistema de Guiagem, Navegação e Controle do míssil. O Compartimento de Vante engloba o Computador de Guiagem, que controla todo este sistema e dois importantes sensores utilizados como referência: uma Unidade de Navegação Inercial, também conhecida como Plataforma Inercial, fornecida pela própria Marinha do Brasil, e um Altímetro, que realiza medidas da altitude de voo do míssil em relação ao nível do mar.

Completa o SGNC um conjunto de baterias que garante a alimentação elétrica de seus circuitos durante todo o período de voo livre do míssil.

Compartimento de Ré contém as superfícies aerodinâmicas móveis (profundores) que realizam as mudanças da direção de voo do armamento, os atuadores (motores) que movimentam tais superfícies, uma bateria e dispositivos que realizam a interface com o lançador do navio.

CCI – Cabeça de Combate Inerte é uma versão especial da carga útil do armamento utilizada durante seus ensaios de qualificação. Ela abriga um Transmissor de Telemetria, cuja função é transmitir dados de voo do míssil durante seu lançamento. Recebidos por uma estação de recepção de telemetria, tais dados possibilitam análise e avaliação do funcionamento do armamento desde o início da sequência de disparo até o impacto/passagem pelo alvo.

A CCI também engloba o DSA - Dispositivo de Segurança e Armar, componente que garante o acionamento da carga útil do míssil após ele ter alcançado uma distância de segurança do navio lançador.

A entrega destes modelos funcionais dos subsistemas significa um avanço significativo no Programa MANSUP. Eles serão destinados a testes de integração do míssil completo e testes em navios da Marinha do Brasil. Já foi iniciada a produção das unidades para os lançamentos do MANSUP, cujo primeiro lançamento está programado para outubro de 2018.

Sobre a SIATT

Fundada em 2015, a Sistemas Integrados de Alto Teor Tecnológico (SIATT) é uma empresa especializada na integração de sistemas de alto teor tecnológico, que fornece soluções para demandas dos setores de defesa e aeroespacial.

A empresa atua com:
-  Armamentos inteligentes (mísseis e bombas guiadas);
- Integração de armamentos em plataformas como aeronaves, carros de combate, navios e viaturas terrestres;
-  Radares, sensores e equipamentos aviônicos; e
-  Sistemas de comando & controle e sistemas de combate
.
A SIATT assumiu a sua participação no programa MANSUP em setembro de 2017

Matéria Relacionada

Para a criação da SIATT desde a Mectron-ODT e o arranjo industrial do MANSUP recomendamos o artigo abaixo.

segunda-feira, 16 de abril de 2018

Brasil foi alvo de mesma manobra naval dos EUA que irritou China

Por que atacaram e por que a Rússia não revidou? Os "reais" motivos!

Mísseis lançados por americanos contra governo de Assad não eram utilizados há 10 anos

Ao atacarem estru
turas civis e militares sírias, os EUA usaram os mísseis de cruzeiro AGM-158 JASSM pela primeira vez em um combate real.
Assim, a edição The Drive recebeu uma foto em que se veem vários mísseis deste tipo carregados em um caça-bombardeiro estratégico B-1B que participou do ataque.
"Esta missão significa o primeiro caso de uso militar desta arma", explicam os autores do portal.
Não foi comunicado a nível oficial de onde saíram estes aviões B-1B, mas a emissora CNN escreve que em abril eles tinham sido flagrados na base Al-Udeid, no Qatar.
Além da aviação estratégica, os militares norte-americanos usaram navios equipados com mísseis de cruzeiro Tomahawk. O Reino Unido usou aviões Tornado e a França envolveu sua força naval, caças Rafale e Mirage, bem como aviões de reabastecimento e "radares voadores".
Os mísseis AGM-158 JASSM estão em serviço do exército estadunidense desde 2009, eles também foram exportados para a Austrália, a Polônia e a Finlândia. Estas armas podem ser transportadas tanto por bombardeiros norte-americanos, como pelos caças F-15, F-16 e F/A-18.
O alcance de tal míssil atinge 370 quilômetros, enquanto sua versão avançada pode voar até 1.000 quilômetros.

Resultado fantástico: conheça o armamento que salvou Damasco dos mísseis americanos

A defesa aérea da Síria interceptou 71 dos 103 mísseis lançados pelos Estados Unidos e seus aliados na madrugada de 14 de abril. Especialistas russos explicam como os sírios alcançaram tal sucesso e que papel desempenhou a Rússia nisso.
A principal força de defesa foi o novo sistema de mísseis Buk-M2 que a Síria comprou à Rússia pouco antes da guerra.
Aleksandr Luzan, ex-comandante adjunto da defesa aérea das Forças Armadas da Rússia, que visitou a Síria várias vezes, conhece em primeira mão as capacidades da defesa aérea do país árabe e a sua estrutura.
Além de sua plataforma de fogo multicanal autopropulsada, o Buk-M2 tem um radar equipado com uma antena que se eleva a 22,5 metros de altura em dois minutos. Isto amplia a zona de cobertura, sendo capaz de detectar mísseis de cruzeiro que operam a altitudes extremamente baixas. Se outros sistemas de defesa aérea, que não contam com uma antena tão alta, podem disparar contra um míssil de cruzeiro voando a uma altitude de 15 metros em um raio entre 12 e 15 quilômetros, o Buk-M2 pode disparar a uma distância entre 40 e 42 quilômetros", detalhou o militar ao jornal russo Vzglyad
.O especialista também destacou que "enquanto os mísseis de cruzeiro se aproximam do alvo, o Buk-M2 pode realizar vários ciclos de disparos".
Cada um destes sistemas pode atacar simultaneamente quatro alvos diferentes. Cada divisão dispõe de seis unidades e radares. Em um ataque, uma divisão é capaz de derrubar até 24 mísseis de cruzeiro ou até 30-40 mísseis se estão em frente, explicou Luzan.
Além destes sistemas, a Síria comprou à Rússia vários sistemas Pantsir-S1. Este não possui uma antena tão elevada, mas tem um tempo de reação curto, por isso consegue neutralizar um míssil de cruzeiro a curta distância. De acordo com Luzan, os Buk-M2 e os Pantsir foram os principais meios que permitiram destruir os mísseis inimigos
O número de mísseis interceptados pelos sistemas sírios não é simplesmente alto, mas fantástico, afirmou o ex-comandante do 4º exército da Força Aérea russa, Valery Gorbenko.
"A eficiência do ataque [da coalização ocidental] não foi muito alta", opinou Gorbenko.
Um sistema de defesa aérea é considerado forte se consegue interceptar mais de 60% dos alvos, recordou Luzan, por isso o resultado dos sistemas sírios é de aplaudir.
O ex-comandante sublinhou que um nível de eficiência tão alto foi atingido graças à Rússia, que ajudou Damasco a reconstruir seus sistemas de defesa antimíssil. Os programas de treinamento realizados por instrutores russos também desempenharam um papel importante, acrescentou.
Como assinalam os analistas do Vzglyad, os EUA não consideraram os sistemas de defesa aérea como alvo, embora em um conflito real estes sistemas sejam o alvo número um.
Segundo Luzan, Washington e aliados apenas fizeram um "grande barulho" e não é a primeira vez que isso acontece.
"Já antes teve lugar um ataque contra um aeródromo sírio. Naquela vez, lançaram 58 Tomahawk, 38 dos quais foram derrubados. Os que atingiram o aeródromo não causaram danos sérios, pois no dia seguinte os aviões começaram a decolar desse mesmo aeródromo. Por isso, desta vez o objetivo também foi propagandista.
Durante o bombardeio noturno na Síria, a Força Aeroespacial russa também obteve uma experiência muito valiosa. Os sistemas russos S-300 e S-400 deslocados na Síria detectaram e seguiram os mísseis ocidentais, recolhendo informações para análise e estudo posterior.
"Os exercícios militares e, em especial, as operações militares reais sempre são úteis do ponto de vista informativo […] Disso podemos concluir que é preciso aperfeiçoar o sistema de reconhecimento dos meios de ataque aéreo. Precisamos de criar um espaço comum de gerência da informação. Nesse caso, nenhumas surpresas serão ameaças", concluiu o militar.
Na madrugada de sábado (14), o Reino Unido, os Estados Unidos e a França lançaram ataques contra a Síria em retaliação a um suposto ataque químico na cidade de Douma, atingindo instalações sírias governamentais onde supostamente eram produzidas armas químicas. Os aliados lançaram mais de 100 mísseis, 71 dos quais foram interceptados pelo sistema de defesa aérea sírio.

O que está por trás da polarização da sociedade brasileira após sentença de Lula?

 A recente prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva polarizou opiniões e gerou controvérsias no cenário político latino-americano. Para lançar luz ao assunto, a Sputnik Mundo falou com Felipe Oliveira, doutorando do Programa de Integração da América Latina (PROLAM) da Universidade de São Paulo.

Em 7 de abril, o mundo testemunhou a prisão do ex-presidente brasileiro. Dois dias antes, depois de ter sido determinado o prazo da sua prisão até 17h do dia 6 de abril, Lula se refugiou no seu berço político, Sindicato dos Metalúrgicos.

A saída do ex-líder do Brasil ocorreu somente na noite de 7 de abril, após realização da cerimônia religiosa em memória da sua esposa, Marisa Letícia, que faleceu um ano antes. Após um ato de ecumênico e discurso aos presentes, Lula anunciou que vai se entregar à polícia.
Ao comentar o ocorrido, o especialista Felipe Oliveira recordou que a decisão de Lula de se entregar contrariou a muitos presentes que lhe apelaram para que resistisse à prisão por considerarem irregular o seu julgamento.
À porta da delegacia onde Lula pretendia cumprir a prisão, concentravam-se dois grupos distintos. Os solidários a Lula consideravam sua prisão injusta, os demais — apoiavam a sentença.
Felipe Oliveira comentou: "No momento atual, as pessoas presentes à porta da delegacia, mais do que apoiar ou se opor à prisão, parecem representar o momento atual que vive a sociedade brasileira, parecem representar uma crescente e exponencial polarização política no país, reduzindo o campo da luta política a apenas duas possibilidades."
De um lado estavam aqueles que gostam de tudo o que foi feito por Lula e pelo seu Partido dos Trabalhadores. Do outro lado estavam aqueles que são contra Lula, que veem sua política como "populista e clientelista, um cínico disfarce para constituir um dos maiores (senão o maior) esquema de corrupção do país".


No entanto, sublinhou que a realidade é um pouco mais complicada e que, para perceber melhor o que está acontecendo, é preciso analisar os momentos centrais do governo de Lula e seu partido.
"É sempre bom lembrar que Lula em seu governo também realizou uma Reforma da Previdência que retirou direito dos trabalhadores", lembra adicionando que atualmente Michel Temer e os que governam insistem em reformas a fim de diminuir o custo do Estado, como Reforma da Previdência.
Além do mais, Oliveira comentou que entre outros vários aspectos da Presidência de Lula que levaram à situação atual, destacam-se dois: "O primeiro é relativo aos seus aliados. No Brasil temos uma elite retrógrada, um ranço da colonização e 300 anos de escravidão e da situação de dependência do país frente às grandes economias. Para governar, Lula se aliou ao que existe de mais atrasado na política nacional, um grupo que, em um momento de crise econômica, não hesitou em atacar e retirar a presidente Dilma do poder."
Para ele, o segundo aspecto é o fato de Lula, durante o processo de impeachment de Dilma Rousseff, ter destacado que o setor mais rico do país nunca ganhou tanto como no seu governo.
Entretanto, Felipe Oliveira ressalta que "dentro da situação de aparente polarização da sociedade brasileira, é falsa a ideia alardeada pelo setor pró-Lula de que ele governou para os pobres, contra os interesses das elites e por isso está sendo atacado".
Oliveira apontou que a existência de críticas é crucial para construir um futuro melhor para o Brasil que hoje em dia se encontra em uma encruzilhada e em circunstâncias que pedem para seguir adiante: "é preciso fazer uma dura análise sobre a situação que precedeu o momento atual, mesmo que isso implique em criticar uma liderança popular da grandeza de Lula."

Guerra de titãs: sanções russas podem paralisar indústria aeronáutica dos EUA

O projeto de lei sobre as medidas de retaliação contra a política antirrussa dos EUA e seus aliados foi apresentado na Duma de Estado (câmara baixa do parlamento russo). A proposta inclui a proibição de importação de produtos e serviços norte-americanos.
Além disso, poderá ser limitada a cooperação industrial em setores de alta tecnologia, como nuclear, aeroespacial e aeronáutica. Os deputados analisarão o projeto em 8 de maio próximo.
O projeto prevê a proibição ou a restrição de importação de produtos agrícolas, matérias-primas, produtos alimentícios, bebidas alcoólicas, tabaco e medicamentos produzidos nos EUA e nos demais países que apoiam as sanções contra a Rússia.
Além disso, prevê-se limitar a cooperação com os EUA em vários setores econômicos de alta tecnologia, ou seja, a rescisão ou suspensão de contratos na indústria nuclear, aeronáutica e aeroespacial.
A resposta de Moscou poderá colocar Washington em uma situação delicada. Somente no ano passado, o volume do comércio bilateral entre os dois países atingiu US$24 bilhões de dólares. A Rússia vende mais para os EUA do que compra. Nas importações dos EUA predominam máquinas e equipamentos (43%), seguidos de produtos químicos (16,5%). Em volumes menores, os EUA fornecem à Rússia produtos alimentícios (3,7%) e têxteis (menos de 1%).
As sanções mais duras podem ser aplicadas à indústria aeronáutica e aeroespacial. Em primeiro lugar, trata-se dos foguetes norte-americanos Atlas V, equipados com motores russos RD-180, que são fabricados pela empresa Energomash. Isso provocará problemas sérios aos programas espaciais dos EUA.
Nas mãos dos parlamentares russos está também o futuro da gigante mundial da aviação, a Boeing. Em caso de aprovação da lei sobre as medidas de retaliação, Moscou deixará de fornecer titânio à Boeing.
Os metais de terras raras fornecidos pela Rússia aos EUA incluem o titânio, que é essencial para o ciclo tecnológico de fabricação da Boeing", explicou Sergei Ryabukhin, senador da Comissão de Orçamento e Financiamento da Federação.
Além do titânio, prevê-se a proibição de fornecimento aos EUA de produtos e equipamentos relacionados com outros metais de terras raras. Isso pode ser crucial para a economia norte-americana, que depende 100% das importações de escândio, 99% de gálio, 91% de bismuto e 85% de antimônio.

Ataque cibernético a servidores russos pode 'custar caro' para Grã-Bretanha

A Grã-Bretanha está pronta para invadir as redes de computadores russos em resposta a possíveis ações "agressivas" de Moscou no ciberespaço, segundo informou o jornal britânico The Sunday Times.
O especialista em ciências políticas Aleksandr Gusev, em entrevista concedida ao serviço russo da Rádio Sputnik, explicou que o Ocidente tenta manter a Rússia em um conflito prolongado
Os especialistas em cibernética já 'tomaram espaço' nas redes de computadores da Rússia", escreveu o jornal
De acordo com a publicação, Londres espera ataques cibernéticos nas principais infraestruturas do país, inclusive no sistema de saúde, e acredita que a Rússia possa espalhar na rede informações "comprometedoras" sobre membros do ministério britânico, parlamentares e outros funcionários de alto escalão, inclusive a própria Theresa May foi alertada pela agência britânica de inteligência.
"Sabemos que a Rússia tem matérias de caráter comprometedor, estamos prontos para isso", disse uma fonte ao The Sunday Times.
Aleksandr Gusev observou que, de fato, a Grã-Bretanha declarou uma guerra de informação contra a Rússia.
"Nossas diferenças com o Ocidente têm caráter civilizado e as desavenças podem se tornar 'tectônicas'. Nossas maiores mídias, tais como Sputnik, RT e outras, estarão sendo muito pressionadas. Além disso, os servidores das maiores empresas, inclusive as que mantêm comércio com os países da União Europeia, serão influenciadas por hackers instruídos por agencias de inteligência estrangeiras, metendo seus tentáculos em quase todos os países", comentou o especialista. 
Segundo ele, Moscou deve responder às ações de Londres. 
Para cada ação há uma reação. Os britânicos não devem se esquecer disto. Quaisquer ações dos hackers ou oficiais da MI6 serão interceptadas pelas nossas estruturas […] A Rússia fará de tudo para não cair neste conflito prolongado e para proteger suas fronteiras e as de seus parceiros", disse.
Ele ainda acrescentou que a Grã-Bretanha deve pensar bem antes de atacar os servidores e, apesar de declarar a guerra de informação, isso poderá "custar muito caro" para ela.

Aquele momento em que mísseis antigos se mostram mais inteligentes

No sábado (14), os EUA e aliados dispararam mais de 100 mísseis contra a Síria, mas os sistemas de defesa antiaérea sírios interceptaram a maioria destes.

O presidente Bashar Assad, ao falar com parlamentares russos, afirmou que as Forças Armadas do país repeliram o ataque com mísseis soviéticos dos anos 70.
"Ontem vimos agressão americana que repelimos com mísseis dos anos 70… Desde anos 90, nos filmes estadunidenses mostram que as armas russas são atrasadas, mas hoje vemos quem se atrasa na verdade", disse o líder sírio, citado pelo deputado russo, Dmitry Sablin.