sábado, 3 de fevereiro de 2018

Documento secreto revela que o ARA San Juan detectou submarino nuclear britânico em uma missão anterior

Relatórios também detalham graves deficiências operacionais do navio desaparecido

Por Andrés Klipphan
Em 9 de julho de 2017, às 19h48, o ARA San Juan “detectou por áudio o som de um possível submarino nuclear”. A abordagem do alegado navio de guerra do Reino Unido foi “verificada uma hora antes porque já aparecia no registrador”. Por esta razão, a tripulação que partiu da Base Naval de Mar del Plata no dia 1 de julho, às 3:00 da manhã, recebeu a ordem de “reduzir o ruído ao máximo” e prosseguir “para gravá-lo”.
Os três operadores de sonar do navio argentino nessa missão – antes do trágico resultado com o desaparecimento de 44 tripulantes e o submarino — “coincidiram na classificação” do submarino, ou seja, era um navio “nuclear”.
As três gravações dos ruídos submarinos que os assombraram duraram “10, 6 e 2 minutos” e foram enviadas para a Armada Argentina. Os dados até hoje foram mantidos em segredo.
Não foi o único segredoque a força fez durante as horas de crise que precederam o desaparecimento do ARA San Juan. Através de uma “mensagem naval” com o selo de “SECRETO”, datada de 10 de novembro de 2016, ou seja, um ano e cinco dias antes do seu desaparecimento, o ARA San Juan havia sido “limitado” em sua “profundidade” operativa a “apenas” 100 metros “. Havia um motivo: em uma profundidade maior “não garantia sua estanqueidade”, especifica o documento.
Devido a estritas questões de segurança, os submarinos devem entrar em uma doca seca para testes hidráulicos de válvulas de casco e tubos a cada 18 meses e realizar as verificações e reparos que garantam sua navegabilidade e que não podem ser reparados enquanto o submarino está na água.
O ARA San Juan não o fez desde “substancialmente mais do que os 18 meses previstos doutrinariamente”, de acordo com os registros que o Infobae teve acesso. É mais do que o dobro do lapso recomendado pelo fabricante do submarino. Por esse motivo, a “profundidade operacional” foi limitada a 100 metros para garantir a navegabilidade do submarino.
A “mensagem naval” intitulada “Limitações de Estado Operacional” do ARA San Juan foi assinada pelo Capitão Hector Aníbal Alonso, Chefe do Estado Maior do Comando da Força Submarina, e o Capitão Carlos Alberto Acuña, Comandante da Força Submarina, entre outros.
Naquela época, essa não era a única inconveniência que o submarino ARA San Juan tinha. “A partir do quinto dia de navegação e no momento de querer impulsionar no estágio 1 para começar a exploração na área de patrulha, o sistema de propulsão falhou, entrando apenas na terceira tentativa”. De acordo com o relatório “CONFIDENCIAL” da Armada Argentina datado de 14 de agosto de 2017, cujos detalhes serão publicados em várias notas, a falha de propulsão do navio “permaneceu em toda a navegação”, ou seja, até 19 de julho, dia em que o submarino voltou para a base de Mar del Plata.
O navio de guerra também navegou com outra série de inconvenientes, entre eles a perda de “50 litros de óleo por dia”, o que causou “uma diminuição nos níveis nos reservatórios do sistema hidráulico”.
Infobae também conseguiu estabelecer através de uma série de documentos secretos que, antes de desaparecer, o ARA San Juan tinha a bordo “80 trajes de escape”, todos vencidos. Além disso, das 100 cápsulas que tinham que transportar para a produção de oxigênio em caso de emergência, havia apenas 14.
Desconfiança subaquática
 
O registro de 9 de julho de 2017 não foi a única vez que o ARA San Juan identificou um submarino nuclear na área que patrulhava para identificar navios e embarcações de pesca, principalmente de origem asiática, que operam ilegalmente no mar argentino ou nas proximidades da zona econômica exclusiva da Argentina.
 
Isto é assegurado na documentação confidencial detida pela juíza federal de Caleta Olivia, Marta Yáñez. No “Anexo 04”, intitulado “Relatório de Atividades Submarinas do ARA San Juan”, é detalhado que, em 10 de julho, às 03:45, o submarino nuclear foi detectado “novamente manobrando em contato apontando para uma rápida variação de sua marcação, bem definida no registro do sonar”. O relatório, assinado pelo capitão da fragata Pedro Martín Fernández, também destaca que, como no dia anterior, foi obtida uma gravação (4 minutos), que foi “alta”.
 
A assinatura tem um valor transcendental. Fernández era o comandante da ARA San Juan não só naquela missão, mas também em novembro, quando ele desapareceu com seus 43 subordinados. Tucumano e de 45 anos de idade, o capitão de fragata prometeu a sua mãe de 80 anos que esta seria sua última viagem no submarino ainda desaparecido.
 
O ARA San Juan também patrulhou uma área cujo interesse é compartilhado pela Argentina e Inglaterra, apesar de os tratados de paz assinados por ambos os países em Madri obrigarem a Marinha a informar o Reino Unido antes de iniciar uma missão deste tipo. O submarino argentino ignorou esta prevenção presumivelmente por ordem da liderança da força.
 
Fontes navais dizem que não é razoável que os encontros entre o ARA San Juan e o submarino nuclear britânico tenham se repetido na última missão. Especialmente se o navio de guerra britânico tivesse registrado que um navio estrangeiro invadisse o que eles consideram seu próprio território e com o direito de ser defendido. Na verdade, para isso, eles têm unidades da Marinha e da Força Aérea Britânica com sede permanente no arquipélago.
 
É lógico que um submarino nuclear deste país controle o que os britânicos consideram uma área de conservação interna e externa (na fronteira com as Ilhas Malvinas) em que concedem permissões de pesca, a principal renda econômica para os habitantes das ilhas. Os jornais britânicos já haviam denunciado que a Marinha desse país havia despachado os submarinos nucleares para as Malvinas, embora Londres sempre o negasse.
 
É possível que o ARA San Juan, com seus 44 membros da tripulação, tenha afundado no dia 15 de novembro do ano passado, tentando evadir-se de um submarino nuclear submerso dentro da profundidade operacional do projeto, mas abaixo do limite de 100 metros estabelecido por causa de sua falta de manutenção em doca seca e que as válvulas e os tubos não resistiram? É uma das hipóteses investigadas pela Justiça.
FONTEInfobae

Ameaça 'inflável': confira ataque real contra tanque falso (VÍDEO

Pela primeira vez nas redes se tornou viral um vídeo que mostra o uso de um tanque inflável para enganar os atacantes. O confronto ocorre supostamente entre os combatentes curdos e os militares turcos no norte da Síria.

No vídeo, publicado no YouTube, se observa um tanque inflável parecido ao veículo blindado alemão Leopard, utilizado pelos militares turcos.
Ao detectar o alvo, os combatentes curdos disparam contra ele com um sistema de mísseis antitanque.
O projétil alcançou a parte superior da maqueta, depois do que o tanque acabou por se esvaziar.
Depois de atravessar o "tanque", o míssil, que é um projétil nada barato, voou uma certa distância e impactou contra o terreno.
Este é o primeiro ataque contra um blindado inflável gravado com todos os detalhes e difundido na rede global.

A rendição do 6º Exército alemão em Stalingrado

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Japão lança menor foguete espacial do mundo (VÍDEO

A agência espacial japonesa JAXA lançou ao espaço o menor foguete do mundo de 9,5 metros de comprimento.
O foguete SS-520-5 foi lançado a partir da base de Uchinoura, prefeitura de Kagoshima, com um satélite experimental de três quilogramas criado pela Universidade de Tóquio para capturar imagens da Terra.
O SS-520-5 a combustível sólido, com três estágios e diâmetro de apenas 52 centímetros, pesa 2,6 toneladas.
Seu antecessor, o SS-520-4, lançado em 15 de janeiro de 2017, caiu no mar vinte segundos depois do lançamento.

São revelados resultados do teste do novo avião russo A-100

Os testes do novo avião de alerta aéreo antecipado e controle A-100 confirmaram que as soluções técnicas aplicadas foram as corretas, comunicou o ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, no decorrer de uma reunião da instituição.
"Foram verificadas as caraterísticas aerodinâmicas do avião A-100 com radome de antena instalado e o funcionamento de todos os sistemas do avião e aparelhos radiotécnicos", declarou o ministro.
Ele lembrou que o primeiro voo do protótipo do A-100 se efetuou em novembro de 2017. "Hoje vamos discutir os problemas da realização dos trabalhos de construção e de testes para a criação do sistema", disse Shoigu.
O A-100 foi construído com base no avião militar de transporte Il-76MD-90A. Está equipado com radome com o sistema de antena e equipamento radiotécnico especial que permite aumentar rapidamente o campo de visão do radar na direção necessária. Além disso, o sistema aéreo é capaz de detectar e acompanhar alvos aéreos e outros, bem como participar da gestão de caças e aviões de assalto durante o apontamento para objetivos aéreos, terrestres e marítimos.
O avião vai substituir os sistemas aéreos A-50 e A50-U. Segundo declarou antes Shoigu, o fornecimento em série do A-100 ao exército começará em 2020.

Sobreviventes de ataques atômicos no Japão estão chocados com doutrina nuclear americana

Os japoneses que sobreviveram aos ataques nucleares contra as cidades de Hiroshima e Nagasaki em 1945 estão indignados e preocupados com a nova doutrina nuclear recentemente apresentada por Washington.

"No ano passado, foi reconhecida a atividade das vítimas dos bombardeamentos nucleares, foi apresentado [para celebração no âmbito da ONU] o Tratado sobre a Proibição de Armas Nucleares. Porém, se o presidente de uma grande potência planeja aumentar e modernizar as armas nucleares, a eliminação delas se torna impossível no período em que nós, Hibakusha [expressão japonesa usada para se referir às vítimas dos ataques atômicos ocorridos no Japão na Segunda Guerra Mundial], estamos vivos. Estou extremamente revoltado", disse Toshiyuki Mimaki, um dos sobreviventes e chefe da Confederação das Organizações das Vítimas das Bombas Atômicas Nihon Hidankyo, citado pela emissora NHK.
Outro sobrevivente, chefe do grupo de discussão dos Hibakusha no Centro do Movimento pela Paz da prefeitura de Nagasaki, Koiti Kawano, acredita que a "estratégia dos EUA para a produção de ogivas nucleares compactas, que são fáceis de usar, diminui os obstáculos para seu uso e aumenta o risco de uma guerra nuclear".
"O Japão, que tem instaladas bases estadunidenses, não ficará de fora", frisou.
Nesta sexta-feira (2), o Pentágono publicou sua nova doutrina nuclear, onde prestou muita atenção ao desenvolvimento das forças nucleares russas. Entre outras ameaças possíveis à sua segurança nacional os EUA enumeraram a Coreia do Norte, o Irã e a China.
A entidade militar estadunidense anunciou que seus esforços se focariam na produção de ogivas nucleares de baixa potência.
Ademais, a doutrina diz que o Pentágono continuará gastando meios com a modernização das forças nucleares e o desenvolvimento dos elementos da "tríade nuclear" (mísseis intercontinentais e submarinos e bombardeiros estratégicos). Enquanto isso, frisa-se que em geral os EUA estão a favor da redução das armas nucleares, mas criticam o acordo apresentado na ONU sobre a sua proibição completa, pois este não corresponde à agenda atual.

Pentágono atribui mérito por longa ausência de guerras mundiais aos EUA

De acordo com a doutrina nuclear dos EUA publicada na sexta-feira (2) pelo Pentágono, a longa ausência de conflitos à escala mundial é mérito dos EUA.

O documento nota que as guerras entre as potências mundiais com consequências catastróficas foram um fenômeno habitual até a chegada da época de dissuasão nuclear.
"Na primeira metade do século XX, antes da implementação da doutrina da dissuasão nuclear pelas autoridades norte-americanas, de 80 a 100 milhões de pessoas por todo o mundo morreram na sequência da Primeira e Segunda Guerra Mundial, em média 30 mil pessoas por dia", detalha a doutrina.
Salienta-se que "o potencial nuclear dos EUA contribuiu de forma essencial para a contenção da agressão nuclear e não nuclear".
A posterior ausência de conflitos entre as potências mundiais levou à considerável e contínua redução de vítimas das guerras", estipula o documento.
A nova doutrina nuclear dos EUA descreve o mundo em tons muito mais sombrios que os documentos anteriores. Um lugar chave na doutrina está reservado à Rússia apesar de todos os "suspeitos do costume", representados pela China, Irã e Coreia do Norte, também serem nela mencionados.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Bell AH-1 Super Cobra no Brasil… que polêmica!

Inteligência russa: ciberataques pretendem provocar revoltas e desastres ecológicos

Especialista diz que hackers atacam infraestruturas críticas e "não são lobos solitários românticos".
O Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB) descobriu que os autores de ataques cibernéticos tentam acessar a partir "de certos portais de internet corporativos e estatais as instalações de infraestrutura de importância crítica" para tentar provocar "desastres tecnológicos, desastres ecológicos e distúrbios sociais".
Ivan Minayev, colaborador do FSB, apresentou um relatório sobre o assunto durante a conferência Infoforum 2018, um evento dedicado à segurança da informação, realizado nesta quinta-feira em Moscou.
Os cibercriminosos "não são lobos solitários românticos, mas grupos organizados com um conjunto de ferramentas tecnológicas muito modernas, cadeias de produção bem gerenciadas e canais para vender seus serviços", alertou o especialista aos jornalistas.
Minayev confirmou que o funcionamento estável das tecnologias de informação é uma prioridade para o Estado e indicou que o elo mais vulnerável a esses ataques sempre será a "infra-estrutura de telecomunicações compartilhada" por provedores de diferentes serviços de telefonia e Internet.
Para evitar problemas, é necessário desenvolver um método de proteção, que inclua um sistema estatal de alerta, que funcione de forma semelhante à forma como os feromônios atuam nos animais.

Esperanças tornam-se realidade: Rússia testa novo helicóptero não tripulado

A Rússia já iniciou os testes terrestres do novo helicóptero não tripulado que possui capacidades únicas.
Segundo informa o serviço de imprensa da corporação estatal russa Rostec, a massa do veículo aéreo atinge 500 quilogramas. Já foram construídos dois modelos de teste, um dos quais está provando suas capacidades no polígono russo.
De acordo com o comunicado, o drone será capaz de transportar até 150 quilogramas de carga útil e atingir velocidade de 150 km/hora. O voo pode ser realizado durante quatro horas. Quanto ao translado de helicópteros, essa tarefa será desempenhada pelo transportador autônomo feito na base do veículo Kamaz.
O helicóptero foi criado pela empresa Vertolyoty Rossii (Helicópteros da Rússia) na Fábrica de aviação de Kumertau (República do Bascortostão).
Segundo destacou o diretor-geral da Vertolyoty Rossii, Andrei Boginsky, o novo veículo aéreo — "é o primeiro modelo de sua classe na Rússia", adicionando que os especialistas da empresa "conseguiram atingir um avanço significativo".
Ao mesmo tempo, ele declarou que os testes aéreos do complexo estão marcados para o segundo semestre de 2018.
Entretanto, o diretor industrial da Rostec, Anatoly Serdukov, sublinhou que os novos helicópteros têm boas perspectivas tanto na área militar, como no mercado civil.
Em sua opinião, o drone será equipado com sistemas de monitoramento poderosos e armamentos que não podem ser transportados pelos helicópteros existentes, por causa de seu peso.

Helicóptero de Ataque do Exército da África do Sul

AH-1W cobra "para o Brasil". Esclarecimentos

República Centro-Africana, o próximo destino do exército brasileiro

Grande Unidade Operacional é inaugurada na Amazônia

O que representa para a Bolívia e para o Brasil o impasse na renovação do acordo do gás?

As relações entre o governo de Michel Temer e o presidente da Bolívia, Evo Morales, nunca foram das melhores. Crítico ferrenho do processo de impeachment que levou o peemedebista ao poder, o presidente andino classificou o episódio como um "golpe congressista e judicial" e retirou, na época, o embaixador boliviano do Brasil.
Apesar disso, Morales parece adepto da máxima "amigos, amigos… negócios à parte" quando se trata do contrato de fornecimento de gás natural entre os dois países, fundamental para a sobrevivência da Bolívia. Morales esqueceu as mágoas do passado e veio ao Brasil em dezembro de 2017 pedir a Michel Temer a antecipação da renovação do acordo que venceria em 2019.
Evo voltou ao país de mãos abanando e naturalmente preocupado. Mas por que a Bolívia queria antecipar o acordo? Quais os impactos que isso gera na economia do país vizinho? E por que o Brasil vem se esquivando a dar essa resposta?
Afinal, que acordo é esse?
O contrato de fornecimento de gás entre o Brasil e a Bolívia foi assinado em 1996 em um acordo que foi chamado de Tratado de La Paz. Depois de três anos de construção, o chamado Gasbol (Gasoduto Bolívia-Brasil) entrou em operação em 1999, mas só alcançou o pleno funcionamento em 2010, quando atingiu a meta de atender a 15% de todo o consumo brasileiro de gás.
Em 2006, um momento de tensão marcou a relação dos dois países. O presidente boliviano Evo Morales declarou a nacionalização do gás natural boliviano, transferiu a propriedade das reservas para a Bolívia e aumentou os impostos sobre a produção, de 50% para 82%, entre outros tópicos do acordo assinado por Fernando Henrique Cardoso.
Morales chegou colocar tropas do Exército nos campos de produção das empresas estrangeiras no país e declarou que, se as companhias não aceitassem as condições impostas pela Bolívia, em 180 dias elas teriam que deixar o país. Na época, o presidente Lula reviu os contratos firmados entre os dois países e conseguiu controlar a situação.
Por onde passa o gás
O gasoduto tem seu início na cidade boliviana de Santa Cruz de la Sierra e seu final na cidade gaúcha de Canoas, atravessando os estados de Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, passando por cerca de 4 mil propriedades em 135 municípios.
Em São Paulo, o traçado acompanha o rio Tietê, chegando a Campinas, onde se localizam as indústrias que, em 1999, foram as empresas pioneiras na utilização do gás natural boliviano. O trajeto é estratégico, pois passa por uma área responsável por 71% do consumo energético brasileiro, 82% da produção industrial do país e 75% do PIB.
Gás natural é pilar forte da economia boliviana
Com a nacionalização em 2006, Evo Morales conseguiu fazer com que a economia boliviana mantivesse um crescimento acima da média do continente. Os últimos dados disponíveis mostram que no ano de 2016 a Bolívia cresceu 4,3%. O desempenho foi muito superior à média na América Latina, que registrou um encolhimento de 0,9% no mesmo período.  O Brasil, por exemplo, teve uma queda de 3,6% naquele ano.
Esse crescimento muito tem a ver com a exportação de recursos naturais da Bolívia para outros países. O Brasil é o principal importador de recursos da Bolívia. Aproximadamente 20% do que o país exporta são dirigidos diretamente ao seu vizinho. Desse total, 95% correspondem ao gás natural.
Brasil quer fechar a torneira, e isso preocupa
Em fevereiro do ano passado, a Petrobras reduziu a operação a cerca de 45% do volume máximo diário de importação de gás natural da Bolívia. A empresa diz que a redução não desrespeita o contrato firmado entre os 2 países.
"A queda na importação reflete a redução conjuntural da demanda brasileira termelétrica e do mercado industrial, somada ao aumento da oferta de gás nacional, e está de acordo com as obrigações e direitos da Petrobras em seus contratos", disse a empresa à imprensa na época.
Outro motivo que leva a Petrobras a reduzir o volume de gás natural importado da Bolívia é a expectativa de que o pré-sal seja autossuficiente.
Diante disso, a Bolívia partiu em busca de novos compradores no Brasil. Nesta semana, o governo boliviano anunciou a possibilidade de uma parceria com o estado do Mato Grosso do Sul. Na terça-feira, o governador Reinaldo Azambuja disse que tem interesse em importar 3,4 milhões de metros cúbicos de gás boliviano por dia, segundo informou o ministro boliviano de Hidrocarbonetos, Luis Alberto Sánchez.
"O governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, prometeu avançar rapidamente neste processo de venda de gás (…), e ele pediu que começássemos a negociar a venda direta de gás na conclusão do contrato com o Brasil em 2019. Isso pode ser bastante positivo para o país", disse Sánchez.
O ano político conturbado e a economia ainda não totalmente recuperada fazem com que o Brasil ainda se mostre com cautela na hora de firmar a renovação do acordo. Parece que Michel Temer não quer ser o presidente que vai mexer nisso.
Enquanto isso, Evo Morales vai buscar parcerias em outros lugares para manter a taxa de crescimento alta e, juntamente com isso, a sustentação da sua popularidade entre o povo boliviano.

Opinião: Força Aérea Brasileira possui 'o maior poder de fogo' na região

Apesar do desacreditado sistema político e dos cortes do financiamento público ordenado pelo presidente Michel Temer, que afetaram a indústria de defesa, o Brasil manteve em 2017 seu estatuto da principal potência militar latino-americana a nível aéreo, afirma especialista mexicano em entrevista à Sputnik.

O Brasil se posiciona sem dúvida como o país latino-americano com o maior poder de fogo, dispondo de 697 aviões de guerra. Posteriormente e dependendo da classificação, virão a Colômbia, o Chile, o México e a Argentina", disse à Sputnik Mundo o analista militar mexicano José Quevedo, colaborador permanente do portal especializado Infodefensa.

"Há alguns anos a Argentina tinha um poder de fogo muito maior, mas, após ter desativado os Mirage [caças supersônicos] em 2015, vai caindo gradualmente neste ranking. O Chile está subindo, pois seus aviões F-16, tanto os novos como os modernizados que compraram à Holanda, lhe dão um poder maior", afirmou Quevedo.

Se levarmos em consideração apenas os caças, "o Chile sobe ao primeiro lugar e logo vem o Brasil, enquanto o México cai para o último, pois não conta neste momento com aviões de guerra com capacidades superiores que possam competir com os que o Chile e o Brasil possuem", ressaltou.
O analista militar também comentou o interesse de potências como a Rússia, a China e a UE pelo mercado regional dos países latino-americanos, em contraste com o desinteresse mostrado nos últimos anos pelos EUA.
"A Rússia mostrou sua intenção de poder transferir sua tecnologia e em algum momento deslocar fábricas de vários componentes aeronáuticos na América Latina. É uma boa opção e acredito que está jogando muito bem suas cartas", sublinhou.
Neste sentido, o especialista falou dos países que estão em processo de modernização de aeronaves, tais como a Colômbia, o México e o Peru. José Quevedo acredita que "o avião que mais se adapta às necessidades latino-americanas é o MiG-35, um avião menor e mais fácil de operar, com uma capacidade de voo e de portar armas muito interessante, não sendo tão caro em comparação com o Su-30".