300 boinas azuis* da Marinha, do Exército e da Aeronáutica se reuniram no Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial (MNMSGM), no Rio de Janeiro (RJ), em cerimônia realizada pelo Ministério da Defesa e as Forças Armadas. O evento marcou o término da participação brasileira na Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (MINUSTAH) e homenageou os mais de 37,5 mil militares que atuaram ao longo de 13 anos no país caribenho.
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, presidiu a cerimônia e falou sobre o importante papel da participação brasileira na Missão. “A MINUSTAH foi emblemática e está em ponta de linha com o nosso papel, enquanto provedores de paz”. Ele lembrou ainda que, em 24 de outubro próximo, a Organização das Nações Unidas (ONU) estará comemorando os 72 anos de sua criação. “Em todos esses anos, participamos de 50 missões de Paz. Hoje, estamos a participar, de forma individual ou coletiva, de 13 missões em todo globo. Destaco aqui, a Força Marítima no Líbano, coordenada pela Marinha do Brasil”, ressaltou.
Durante a cerimônia, o toque de silêncio e uma salva de quinze tiros executada pelo navio patrulha Gurupi, da Marinha, lembrou os 26 brasileiros que morreram no cumprimento do dever no Haiti, 24 militares e dois civis, sendo 18 militares, devido ao terremoto que atingiu o país em 2010.
Jungmann falou do orgulho de todo o povo brasileiro e dos desafios enfrentados pelos 26 Contingentes que foram desdobrados ao longo desses 13 anos, 4.745 dias. “Enfrentamos lá dias difíceis. Inicialmente, o desafio de Cité Soleil, numa demonstração do nosso profissionalismo, da nossa capacidade, do preparo de nossas tropas. Superamos, e de forma absolutamente reconhecida”, disse.
Os ex-Force Commanders do componente militar, ex-comandantes da Brigada de Força de Paz e das tropas da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, que integraram o Contingente Brasileiro, também foram homenageados. Receberam das mãos do ministro Jungmann e de autoridades do Ministério da Defesa um diploma de reconhecimento pela missão cumprida em prol da paz mundial.
O capitão de Mar e Guerra, fuzileiro naval Alexandre José Gomes Doria, foi o comandante do 26º Grupamento Operativo de Fuzileiros Navais e um dos homenageados. “Nós sentimos a missão muito bem cumprida, deixando no Haiti um legado muito importante, que foi a ajuda humanitária e a segurança que nós devolvemos ao país. Esse diploma representa o reconhecimento não só do Brasil, mas também das Nações Unidas perante a missão realizada”, disse o comandante Doria.
Após a entrega dos diplomas aos homenageados, ao som de “Barão do Rio Branco”, “Fibra de Heróis” e da canção de cada uma das Forças, os boinas azuis desfilaram em continência ao ministro da Defesa.
Em seguida, a aeronave C-130 Hércules, da Força Aérea Brasileira, realizou um desfile aéreo. O Brasil foi o único país que utilizou suas próprias aeronaves para transportar e suprir sua tropa no Haiti. Ao longo da missão foram utilizados também o KC-137, o C-105 Amazonas, o C-99 e, a partir de 2016, o C-767.
Ainda abrilhantou o evento a Banda Marcial do Corpo de Fuzileiros Navais, que, em sua apresentação, escreveu os nomes “Haiti” e “Brasil”, durante as execuções de seus 96 integrantes.
Para encerrar, o ministro Jungmann solicitou uma salva de palmas para a tropa presente, em demonstração de respeito e orgulho por todos que participaram da MINUSTAH.
Estavam ao lado do ministro da Defesa no evento o ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, general José Elito Siqueira; o diretor-geral do Pessoal da Marinha, almirante Ilques Barbosa Junior, como comandante interino da Marinha; o comandante do Exército, general Eduardo Dias Da Costa Villas Boas; o chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, almirante Ademir Sobrinho; o ex- comandante do Exército, general Enzo Martins Peri; o diretor geral do Departamento de Controle do Espaço Aéreo, brigadeiro Jeferson Domingues de Freitas, representando o comandante da Aeronáutica; o primeiro Force Commander da MINUSTAH, general Heleno Ribeiro Pereira.
Participaram também do evento os demais Force Commanders, membros do almirantado, do Alto Comando do Exército e da Aeronáutica, do Corpo Diplomático, Secretários do Ministério da Defesa, oficiais generais das Forças, representantes do Legislativo, do Executivo e do Judiciário, adidos estrangeiros, ex-combatentes e militares integrantes dos Contingentes.
Bon Bagay, Missão Cumprida!
O cessar das operações do Brasil no Haiti e o processo de desmobilização, coordenado pelo Ministério da Defesa, foi iniciado em agosto deste ano, em Porto Príncipe, e concluído no dia 15 de outubro, quando se encerraram as medidas de repatriação de pessoal e material.
Realizar a etapa de desmobilização com a magnitude de materiais a serem repatriados possibilitou as Forças Armadas brasileiras adquirirem uma experiência na parte logística que poderá ser levada para as próximas missões”, explicou o comandante do último Batalhão de Infantaria de Força de Paz (26º BRABAT), coronel do Exército, Alexandre Cantanhede, sobre o trabalho da tropa ao deixar o Haiti.
Esse trabalho é reconhecido pelo povo haitiano, que, em diversas situações, se referiu aos brasileiros como “bon bagay" (boa gente, em creole), e por autoridades internacionais pela capacidade de alinhar funções militares às atividades de cunho humanitário.
O principal objetivo do CONTBRAS foi contribuir com o Componente Militar da MINUSTAH na manutenção do ambiente seguro e estável no Haiti, apoiar as atividades de assistência humanitária e de fortalecimento das instituições nacionais, e realizar operações militares de manutenção da paz na sua área de responsabilidade.
Para o encerramento da MINUSTAH, o 26º CONTBRAS foi composto por 970 homens e mulheres, sendo 120 da Companhia de Engenharia do Exército Brasileiro e 850 do Batalhão Brasileiro (181 da Marinha, 639 do Exército e 30 da Força Aérea), que desenvolveram suas atividades no país até o cessar das operações.
Com a retirada do Componente Militar do Haiti, a missão prossegue tendo como foco o ambiente político e jurídico, bem como a finalização da formação da Polícia Nacional Haitiana, sob a égide da ONU, sendo ativada a Missão das Nações Unidas para Apoio à Justiça no Haiti (MINUJUSTH).
Moção de Louvor
A Câmara dos Deputados, por intermédio da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN), nos termos do artigo 117, do seu Regimento Interno, manifestou, em 5 de setembro de 2017, voto de louvor aos militares brasileiros que integraram a MINUSTAH, em razão do trabalho desempenhado.
O requerimento sobre a Moção de Louvor foi aprovado por unanimidade e destaca o empenho e a excelência profissional das tropas, principalmente na ocasião dos desastres naturais vividos pelo Haiti.
Novas Missões
O Brasil permanecerá com suas Forças Armadas em condições de enviar efetivos para atuarem no exterior, especificamente em Missões de Paz sob o comando das Nações Unidas.
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, sinalizou a preparação da tropa brasileira para uma próxima missão. “Seja onde for, tenho certeza que esse profissionalismo, a nossa cultura democrática e respeito ao outro serão levados aos outros cantos do mundo. As Forças Armadas do Brasil entendem que nós precisamos mais de missões de Paz e muito menos de guerra e de conflitos. Por isso, seja na República Centro Africana, seja em qualquer outro país, lá estaremos, em nome do entendimento, enfim, da paz mundial”, afirmou o ministro.
O Ministério da Defesa e o Ministério das Relações Exteriores ainda avaliam as demandas internacionais que possam implicar o envio de tropas de paz para outros países e ainda o interesse nacional em atender à solicitação.
*Boinas azuis: assim são conhecidos os militares integrantes das missões da ONU.
Por Sylvia Martins
Assessoria de Comunicação Social (Ascom)
Ministério da Defesa
NOTA ,,SNB ,, Caro Leitor da para ver na cara dos nossos militar uma tremenda tristeza
mais o que vale mesmo e nossos soldado que fez bonito no Haiti Parabéns guerreiros
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