SÃO JOSÉ DOS CAMPOS - A Flight Technologies, credenciada como empresa estratégica de defesa, venceu uma concorrência internacional para exportar algumas unidades do seu veículo aéreo não tripulado (vant) Horus FT-100 para um país da África. O contrato é a primeira exportação brasileira de vants.
O Ministério da Defesa informou que detalhes como a data de envio das primeiras unidades do vant ou o nome do país africano que receberá as aeronaves não podem ser revelados por causa do sigilo obrigatório nesse tipo de transação.
O veículo, segundo o Ministério da Defesa, é capaz de realizar o aerolevantamento de até quatro mil hectares por voo. Também pode ser utilizado em operações especiais de busca de alvos e de suporte ao deslocamento de tropas.
Em nota, o gerente do Departamento de Produtos de Defesa Deprod), do MD, coronel Hilton Grossi, afirmou que a conquista deste contrato pela Flight fortalece a indústria nacional de defesa e comprova a importância do esforço do governo em apoiar o setor. O contrato de fornecimento dos vants para o governo da África, segundo o gerente do Deprod, foi intermediado pelo Ministério da Defesa do Brasil.
A Flight Technologies informou em seu site que as primeiras unidades serão entregues até o segundo semestre de 2014, com a possibilidade de novas encomendas em 2015. A tecnologia do produto da empresa foi originalmente desenvolvida em cooperação com o exército brasileiro, marinha e aeronáutica.
O Horus FT-100 foi projetado em conjunto com o Instituto Militar de Engenharia e do Centro Tecnológico do Exército. O veículo, segundo a Flight, também pode ser usado para aquisição de alvos, reconhecimento, segurança de perímetro, apoio às ações de infiltração e exfiltração.
Sistema da FAB
Especialistas da Força Aérea Brasileira (FAB) estarão reunidos, nas próximas semanas, no Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), em São José dos Campos, para definir os requisitos conjuntos para o Sistema de Aeronave Remotamente Pilotada (Sarp), que será adotado para as três Forças Armadas.
Com os requisitos em mãos, a FAB, encarregada de coordenar o processo para as três Forças, pretende publicar o pedido de proposta às empresas interessadas em fornecer o equipamento que será utilizado pela Marinha, Aeronáutica e Exército.
“Já definimos os requisitos operacionais do sistema e agora entramos na fase de discussão dos requisitos técnicos, logísticos e industriais e, por último, faremos a análise de viabilidade, que será apresentada para a aprovação pelo Ministério da Defesa”, explicou o brigadeiro José Augusto Crepaldi Affonso, presidente da Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate (Copac), da Aeronáutica.
O sistema de aeronave remotamente pilotada (Sarp), também conhecida como veículo aéreo não tripulado (vant), é uma designação para as aeronaves que voam sem a necessidade de um piloto à bordo para guiá-las. O controle é feito à distância, por computador.
No Brasil, ainda não existe uma regulamentação para o uso comercial de vants e por este motivo só são permitidos voos experimentais ou para fins de esporte ou lazer. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) está finalizando uma proposta que servirá de base para a homologação dos equipamentos que serão utilizados de forma profissional no espaço aéreo brasileiro.
A concorrência para a escolha do Sarp brasileiro vai movimentar as empresas que atuam neste mercado no país. Uma das empresas que se destacam neste segmento no país é a Harpia, joint venture formada entre a Embraer Defesa e Segurança, Avibras e AEL Sistemas, subsidiária do grupo israelense Elbit Systema.
Pelo acordo firmado entre as três empresas, a AEL detém 40% da composição acionária, enquanto a Embraer é acionista majoritária, com 51% das ações e a Avibras tem 9%.
A Avibras trouxe para a Harpia o projeto do veículo Falcão, de sua autoria, que está sendo desenvolvido para atender às necessidades das Forças Armadas brasileiras. O veículo foi projetado para realizar missões de reconhecimento, aquisição de alvos, apoio à direção de tiro, avaliação de danos, vigilância terrestre e marítima.
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