quinta-feira, 19 de abril de 2018
Questão de reputação: o que esconde Londres sobre fracasso de seus submarinos?
O relato do jornal britânico The Times sobre o duelo subaquático entre um submarino britânico da classe Astute e dois submarinos russos na véspera do ataque ocidental à Síria talvez busque esconder alguma falha da moderna embarcação britânica recorrendo à sempre conveniente "mão do Kremlin", opina um artigo do jornal russo Vzglyad.
A versão do The Times é perfeitamente credível, confirmaram ao Vzglyad militares russos, já que os submarinos diesel-elétricos russos foram desenhados para perseguir e afundar submarinos nucleares inimigos.
Além disso, os submarinos do projeto 636 Varshavyanka são silenciosos o suficiente para se aproximarem furtivamente de seus adversários. Por outro lado, a explicação divulgada pela mídia britânica suscita também algumas dúvidas.
Não há nada de especial, nossos submarinos também são perseguidos. Mas esta história provoca dúvidas. Do nosso lado estavam submarinos a diesel, do lado britânico — um submarino nuclear, que tem uma velocidade maior […] e um submarino a diesel não pode segui-lo por muito tempo", afirmou o capitão submarinista aposentado Vladimir Mamaikin.
Assim, se realmente quisesse, o Astute tinha a capacidade técnica de acelerar ao máximo e se livrar de seus "caçadores", assumindo logo a posição de ataque, lançar mísseis e submergir de novo.
Para os marinheiros russos, a história revelada pelas "fontes militares" do The Times pode ser falsa e visar esconder uma falha relacionada com o lançamento e assim salvar a reputação da Marinha britânica após as fortes declarações de Theresa May sobre o envio de submarinos poderosos à costa síria.
Os britânicos, que não conseguiram participar a tempo nos golpes [contra a Síria] tiveram que justificá-lo", acredita Mamaikin sem excluir que os submarinos russos estivessem presentes nas águas do Mediterrâneo naquele momento.
Seu colega, o capitão Mikhail Nenashev, por sua parte, sugere que o fracasso pode ter sido provocado por uma falha técnica.
O possível uso de mísseis de cruzeiro pode ter causado um acidente dentro do próprio submarino", disse Nenashev, detalhando que o lançamento subaquático de um míssil de cruzeiro é um processo complexo. "Não se pode excluir que, naquele momento, os britânicos enfrentaram problemas e, para manter a reputação, podem ter vazado informação falsa."
A imprensa britânica já criticou a Marinha Real por ter perdido suas capacidades de combate e também pela falta de recursos, devido à qual os navios não podem sair ao mar. Em particular, a crítica pode ser explicada pelo desejo de aumentar o financiamento do setor naval, mas é igualmente possível que a lendária frota britânica já não seja como antes.
quarta-feira, 18 de abril de 2018
Embaixador russo: testes nucleares de Pyongyang perto da fronteira russa são inaceitáveis
Moscou não planeja deixar de cooperar com a Coreia do Norte, mas, ao mesmo tempo, adverte o país asiático de que seus testes nucleares ameaçam a segurança da Rússia.
Rússia "está condenada a estar perto" da Coreia do Norte e a cooperar com o país asiático independentemente dos processos políticos que ocorrem na arena mundial, sejam positivos ou negativos, declarou o embaixador russo na Coreia do Norte, Aleksandr Matsegora, em uma entrevista à Televisão Pública de Primorie (OTV-Prim, sigla em russo).
Além disso, ele destacou que Moscou "cumpre todas as suas obrigações" da resolução da ONU sobre Coreia do Norte, que limitem sua colaboração com Pyongyang na área econômica e em outras esferas. Não obstante, Rússia não planeja por fim à cooperação com o país asiático, mas, ao mesmo tempo, admite que o programa nuclear norte-coreano "é um grande problema".
"Dizemos com franqueza aos nossos sócios norte-coreanos que [seus ensaios nucleares] não nos podem alegrar e satisfazer", afirmou o embaixador russo, lembrando que a área mais próxima ao polígono norte-coreano é a cidade russa de Vladivostok.
Nossa posição é seguinte: não é possível garantir sua própria segurança por conta da segurança do vizinho", assegurou.
Ademais, o embaixador sublinhou que, devido à proximidade territorial, Moscou não pode "fechar os olhos para o que está se passando" e precisamente por isso apoia as sanções internacionais contra Coreia do Norte. Por esta razão, Rússia aconselha o país asiático a resolver as questões de sua segurança nacional "levando em consideração os interesses de todos os Estados que estão aqui [na região], a manutenção de paz, a tranquilidade e a estabilidade".
Em 29 de novembro de 2017 a Coreia do Norte realizou o lançamento do seu mais avançado míssil balístico Hwasong-15. O projétil demonstrou capacidades impressionantes em comparação com seu antecessor, o Hwasong-14.
Segundo dados oficiais publicados pela imprensa da Coreia do Norte, o novo míssil balístico intercontinental alcançou uma altitude de quase 4.500 quilômetros e levou 53 minutos para percorrer 950 quilômetros.
China afirma que seu 1º porta-aviões, construído na Ucrânia, tem defeitos
Pequim confirmou que seu primeiro porta-aviões Liaoning, que foi adquirido na Ucrânia, possui vários defeitos que impedem sua modernização completa.
Nos últimos oito anos a indústria chinesa produziu mais de 1.200 peças tecnológicas para aperfeiçoar o navio adquirido, no entanto, essas tentativas não foram totalmente bem sucedidas por causa de várias restrições estruturais e defeitos "inatos" da embarcação, escreve o jornal The Asian Times
.Por exemplo, um piloto de provas, citado pelo jornal, revelou que os pilotos normalmente enfrentam várias dificuldades ao tentarem aterrissar seus aviões no porta-aviões em questão. Segundo dados do jornal, o Liaoning possui diversas desvantagens em comparação com os navios norte-americanos e, portanto, deve ser substituído.
Liaoning, o primeiro porta-aviões das Forças Armadas da China, foi construído nos estaleiros ucranianos e antes era conhecido como Varyag. A construção do navio, entretanto, foi interrompida com o colapso da União Soviética, e durante uma década a sua estrutura permaneceu intacta.
Em 1998, o porta-aviões foi comprado pela China, inicialmente por uma empresa privada, que depois o vendeu às Forças Armadas de seu país. O navio foi modernizado e, em 2012, entrou em serviço como Liaoning, o primeiro porta-aviões da China.
terça-feira, 17 de abril de 2018
Especialista: ataques dos EUA contra Síria fizeram disparar popularidade das armas russas
Analista militar da Academia de Ciências da Rússia, Konstantin Sivkov, acredita que ataques americanos contra Síria danificaram a reputação dos mísseis estadunidenses, enquanto o estatuto dos sistemas da defesa antiaérea russos apenas se elevou.
Para Sivkov, do ponto de vista estratégico, o recente ataque dos EUA e seus aliados realizado contra alvos na Síria mostrou que Washington perdeu seu principal trunfo — a capacidade de conduzir guerras sem contato. Virou claro que o sistema de defesa antiaérea síria, construído na base dos princípios russos, pode repelir tais ataques. A experiência da Iugoslávia e Líbia ficou no passado, frisou.
Em segundo lugar, continuou Sivkov, os EUA terão que rever seus princípios de uso da Força Aérea, inclusive em operações ofensivas, especialmente quando se tratar de um possível ataque contra a Rússia.
A partir de agora haverá menos agiotagem em torno dos mísseis de alta precisão estadunidenses. Haverá agiotagem em torno dos sistemas de defesa antiaérea russos. Estamos falando do aspecto econômico: sobre a venda de equipamento militar e armamento", explicou.
Como destaca o analista, é evidente que neste caso os norte-americanos não apostarão na luta contra as forças armadas russas usando armas convencionais. Há que levar em consideração que o exército estadunidense tem um nível de baixas aceitável muito reduzido, a partir do qual eles se recusam a continuar o combate.
"Em que eles apostarão será a guerra híbrida contra a Rússia que permanecera o principal alvo de ataque. Por isso, as sanções antirrussas só aumentarão", advertiu Sivkov.
Isso pode acabar apenas em dois casos, detalhou o analista: o primeiro é se a Rússia virar um vassalo dos EUA ou desaparecer do mapa do mundo; o segundo é se a Rússia criar tais armas ou um bloco geopolítico militar que obriguem os EUA a se sentarem à mesa das negociações.
Se estamos falando de armas, temos o desenvolvimento dos programas Sarmat e Status 6. Sobre este falou o presidente Putin. É um torpedo nuclear capaz de portar ogivas até às costas dos EUA e provocar um hipertsunami. O Sarmat pode provocar mudanças sérias nos processos geofísicos dos EUA. E aí eles se sentarão à mesa das negociações e farão concessões", opinou o interlocutor da Sputnik Árabe.
No que diz respeito à criação de um bloco geopolítico, este poderia ser criado com base na Organização para Cooperação de Xangai. Konstantin Sivkov concluiu sublinhando que hoje em dia há um alto risco que a terceira guerra mundial possa se desencadear por causa de um conflito local.
Jogo perigoso': 'buracos negros' da Rússia impedem submarinos britânicos de atacar Síria
Os "buracos negros" da Rússia não deixaram o submarino britânico atacar a Síria, escreve a mídia. O especialista militar Viktor Baranets, em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, comentou estas manobras.
O submarino britânico não conseguiu participar da operação militar contra a Síria, já que teve que manobrar em contraposição a submarinos russos, escreve o jornal Times.
O diário comunica que um submarino britânico da classe Astute, equipado com mísseis de cruzeiro, "jogava gato e rato" no mar Mediterrâneo com um ou dois submarinos russos classificados pelos especialistas ocidentais como "buracos negros" por serem muito silenciosos.
A edição nota que o submarino britânico também teve que escapar de duas fragatas russas e um avião antissubmarino. Neste respeito, o submarino não conseguiu se aproximar o bastante para efetuar ataques contra a Síria, embora antes o submarino tenha tentado evitar a detecção por vários dias.
Segundo o Times, estes "buracos negros" foram submarinos da classe Kilo, na designação da OTAN, que saíram da base de Tartus na Síria.
O analista militar Viktor Baranets comentou em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik as ações dos militares russos.
Dois submarinos da Marinha Real do Reino Unido deveriam atacar a Síria com mísseis de cruzeiro. Mas nesta mesma região também estavam dois submarinos diesel da Frota do Mar Negro que ocupavam constantemente uma posição que impedia os ataques britânicos conta a Síria a partir de posição submersa", disse ele.
Para Baranets, estas manobras foram uma espécie de "jogo perigoso". Sabe-se que os submarinos russos estão posicionados na parte leste do mar Mediterrâneo e também se espera que até o final de abril um grupo naval dos EUA chegue na região.
"Claro que os noss
os submarinos vão vigiar com atenção o comportamento destes navios", concluiu Baranets.
No sábado passado (14), os EUA, França e Reino Unido lançaram ataques aéreos contra a Síria em resposta ao alegado uso de armas químicas nos arredores de Damasco, em Douma.
Os ataques foram realizados no mesmo dia em que a missão da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) iniciaria a investigação do alegado uso de armas químicas em Douma, após a culpa pelo alegado incidente ter sido imediatamente atribuída a Damasco pelo Ocidente.
Depois das acusações, o governo sírio negou categoricamente estar envolvido no suposto ataque e declarou que os ataques aéreos são uma "agressão brutal".
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