De acordo com um estudo da agência Bloomberg, a Rússia, a Índia e a China constam no rating dos melhores países para a promoção de negócios. Os peritos constatam que, durante o ano passado, estes países conseguiram diminuir as despesas com que os empresários arcam e melhorar outros índices de investimento. Ao mesmo tempo, eles reputam que, para melhorar as suas posições, Moscou deve resolver o problema de corrupção e diminuir a influência do Estado sobre a economia.
A agência Bloomberg analisou os índices de 160 países, mas pôs na lista final apenas cinquenta deles, incluindo a Rússia. Foram avaliados os seguintes critérios: o grau de integração econômica, a dependência em relação ao mercado global, o custo da mão-de-obra, o custo de transporte de produtos, etc. Foi também levado em consideração se o país faz parte da Organização Mundial de Comércio, ou não. “Bloomberg” pôs em primeiro lugar Hong-Kong. Os EUA estão em terceiro lugar. Mas, de acordo com os dados dos analistas da agência, são especialmente interessantes os índices dos países emergentes, sobretudo dos que integram o grupo BRICS. Portanto, a China, a Rússia e a Índia constam na lista de países que melhoraram sensivelmente as suas posições. O progresso é evidente se levarmos em consideração os índices macroeconómicos dos maiores países, - afirma o economista Maksim Braterski.
No tocante a alguns índices a Rússia ultrapassa os seus vizinhos no BRICS. Isto diz respeito, em particular, ao grau da dependência em relação ao comércio mundial e à capacidade aquisitiva da população. Quanto ao último critério, estamos bem perto do líder do rating, a Alemanha. Grandes despesas com o transporte exercem influência negativa sobre o rating da Rússia, mas o seu ingresso na Organização Mundial de Comércio pode ajudar a resolver estes problemas, - reputa o economista Aleksei Deviatov.
"As estimativas da Bloomberg são adequadas. Com efeito, a Rússia é um grande mercado que ainda não está saturado apesar de vinte anos de existência da economia de mercado. O nível de tarifas é relativamente baixo, da ordem de 10%, o que corresponde ao nível médio de tarifas de importação. Depois do ingresso da Rússia na Organização Mundial de Comércio este índice vai baixar aproximadamente ao nível de 7-8 %. Portanto, o potencial é bom. Temos outros problemas, relacionados certos aspetos nacionais, bastante bem conhecidos – a burocracia, a corrupção, etc. Estes problemas são realmente graves. Se for possível resolvê-los, teremos excelentes perspetivas."
Maksim Braterski reputa que o rating da Bloomberg é interessante por ter adotado um enfoque novo e mais ponderado em relação a economias emergentes e aos índices da Rússia.
"As conclusões são bastante interessantes, é possível que se trate da tendência de reavaliação do mercado russo. Certamente, este processo não será rápido mas, a julgar por tudo, o primeiro passo já foi dado. Com efeito, no tocante a alguns índices, a Bloomberg nos coloca abaixo de Hong-Kong e da Alemanha. Mas isto está mais perto da realidade do que o quadro pintado por outras instituições internacionais. Se as medidas com vista a melhorar o clima de investimentos, declaradas pelo atual presidente e pelo presidente eleito, forem concretizadas, teremos chances de nos erguermos proximamente. Não espero um salto mas a situação vai melhorar."
Entre as medidas prioritárias que podem elevar o rating da Rússia aponta-se a reforma dos monopólios e o melhoramento da legislação destinada a defender a propriedade privada. Os peritos apontam também a necessidade de fazer alterações na esfera tributária. Falando a propósito, nesta esfera já se tomam medidas concretas. Na véspera, o Ministério de Desenvolvimento Econômico declarou que trabalha na esfera da chamada “manobra tributária”. Esta tarefa foi formulada por Vladimir Putin no seu artigo pré-eleitoral, dedicado a problemas econômicos.