O Peru apresentou uma nota de protesto ao Chile pela entrada não autorizada de militares em território peruano em busca de minas implantadas por este país e que, devido às fortes chuvas, se deslocaram para a fronteira comum, informou nesta terça-feira a chancelaria.
A nota foi enviada na sexta-feira, 24 de fevereiro, segundo um comunicado oficial da Chancelaria peruana, que afirma que foi constatada "a presença de militares chilenos em uma área do território peruano realizando trabalhos de sinalização do curso de deslizamento (de minas) que alcançou o território do Peru".
Portanto, acrescenta que, "tratando-se de uma entrada não autorizada de militares estrangeiros, o governo do Peru entregou uma nota de protesto ao governo do Chile no dia 24 de fevereiro".
O comunicado afirma que até a data foi verificado que "não existe presença de funcionários chilenos na área".
A nota diplomática adverte que "os trabalhos realizados por soldados chilenos não prejudicam nem afetam a soberania e a jurisdição do Peru nem o limite estabelecido em virtude do Tratado de 1929 e dos trabalhos da Comissão Mista de limites em 1929 e 1930".
O comunicado oficial ressalta que, diante da situação de emergência pelo deslocamento das minas e por considerações humanitárias, o Peru reitera sua disposição de cooperar com o Chile nos trabalhos necessários para garantir a segurança da população potencialmente afetada pelas minas.
O Chile fechou sua fronteira com o Peru na segunda-feira, dia 20, e a reabriu na quarta-feira, dia 24 deste mesmo mês, após o aparecimento de minas colocadas durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990) e arrastadas por chuvas torrenciais que atingiram a região.