sexta-feira, 13 de setembro de 2013

BRASIL PROPÕE À ARGENTINA ALIANÇA PARA DEFESA CIBERNÉTICA

Janaína Figueiredo - Correspondente
 
BUENO AIRES - Em meio à crescente tensão gerada pelas atividades de espionagem do governo americano, que envolveram até a presidente Dilma Rousseff e a Petrobras, o ministro da Defesa, Celso Amorim, desembarcou ontem em Buenos Aires com uma importante mensagem para o governo argentino: o Brasil considera fundamental iniciar um processo de cooperação em matéria de defesa cibernética com "seu principal parceiro estratégico". 
 
A defesa cibernética é, talvez, a mais importante área para a Defesa no século XXI. Cada vez se tornará mais difícil usar armas convencionais, é praticamente impossível, salvo casos isolados, o uso de outras armas de destruição de massas. As armas cibernéticas podem ser armas de destruição de massas, e nós temos de estar preparados para nos defender — disse Amorim, em conversa com correspondentes brasileiros na embaixada do Brasil, em Buenos Aires. 
 
O ministro, que veio acompanhado pelo diretor do Centro de Defesa Cibernética do Exército, general José Carlos dos Santos, assegurou que, nessa matéria, "é muito importante a cooperação com outros países da América do Sul, começando pela Argentina". 
 
Como será essa cooperação, ainda não sei, temos de evoluir, até porque nosso centro ainda é um pouco embrionário. Mas os passos iniciais devem ser rápidos, porque o mundo está mudando rapidamente — enfatizou Amorim, que foi recebido pela presidente Cristina Kirchner na residência oficial de Olivos. 
 
Hoje, o ministro conversará sobre esse e outros assuntos com seu colega de pasta argentino, Agustin Rossi (nomeado recentemente), e com o chanceler Héctor Timerman. 
 
Um dia depois de o ministro das Relações Exteriores, Luiz Figueiredo, ter se reunido com a chefe do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Susan Rice, em Washington, para intensificar a queixa do Brasil pelas atividades de espionagem do governo americano, Amorim referiu-se ao encontro: 
 
Não conheço o resultado das conversas do meu colega Figueiredo com a Susan Rice, mas um dos casos recentes (Amorim não quis mencionar especificamente a espionagem à Petrobras) ilustra como essa questão da cibernética está ligada aos recursos naturais... e nossa região é muito rica em recursos naturais, energia, petróleo, alimentos... — comentou o ministro. Para Amorim, o Brasil nunca será capaz de proteger seus recursos sem uma adequada defesa cibernética.
 
O risco não é só espionagem, é também de sabotagem... a guerra cibernética é a guerra do futuro, esperamos que não aconteça — frisou. 
 
Perguntado sobre novas medidas para reforçar a segurança na costa brasileira, o ministro lembrou que a região é "uma preocupação central da Defesa" mas não revelou mais detalhes. Amorim insistiu em deixar claro que "ninguém superará suas vulnerabilidades integralmente. Temos de entender a importância do assunto, trabalhar, mas saber que o Brasil é vulnerável, como também são os Estados Unidos".
 
— O que pudermos fazer em conjunto com outros países da América do Sul, principalmente com a Argentina, será bom — reforçou o ministro. 
 
A cooperação entre os países da região em matéria de defesa cibernética começou a ser discutida pelos presidentes do Mercosul na última cúpula do bloco, em julho passado, em Montevidéu, no Uruguai. 
FONTE O GLOBO..SNB

terça-feira, 10 de setembro de 2013

NOVO FUZIL É APOSTA DA IMBEL PARA RECUPERAÇÃO FINANCEIRA

Marcos de Moura e Souza
Após uma fase de sérias dificuldades financeiras, a Indústria de Material Bélico do Brasil (Imbel), fabricante armamentos vinculada ao Ministério da Defesa, acredita estar perto da virada. A empresa começou a produzir o novo modelo de fuzil que espera ser o escolhido pelos militares para substituir parcialmente os FAL 7.62 que estão nas mãos das três forças. O ministério fala em trocar 10 mil fuzis por ano a partir de 2014.
O negócio também interessa à fabricante gaúcha de armas Forjas Taurus. A Imbel, no entanto, está num estágio mais avançado do que a concorrente do Sul. Mil e quinhentos Imbel A2 - ou apenas IA-2 calibre 5.56 - já foram fabricados para testes militares e a empresa afirma que a capacidade de produção da maior de suas cinco fábricas, em Itajubá, sul de Minas Gerais, é suficiente para atender à toda futura demanda da Defesa.
Para fazer parte do cardápio de compras das Forças Armadas, o IA-2 precisa ainda passar por uma última etapa da burocracia militar: o termo de adoção, o que a Imbel calcula que será emitido em breve.
Um contrato de 10 mil fuzis IA-2 envolveria um valor aproximado de R$ 55 milhões, disse ao Valor o diretor industrial da empresa, o coronel da reserva Alte Zylberberg. "Esse fornecimento representaria a estabilidade da fábrica de Itajubá no mínimo por dez anos; e a estabilidade de Itajubá é a estabilidade da Imbel e a possibilidade continuidade de recuperação."
A Imbel viveu anos conturbados, com alto endividamento e atrasos sucessivos nas entregas (veja reportagem ao lado). A empresa vem se reequilibrando e este ano a previsão é faturar R$ 105 milhões - isso se os contratos que espera ainda fechar nos próximos meses sejam concretizados. Se isso não ocorrer, a previsão é que o faturamento fique em R$ 67 milhões, disse Zylberberg, pouco mais do que os R$ 65 milhões de 2012.
A Imbel define o IA-2 como o primeiro fuzil nacional. Foi desenvolvido por sua equipe de engenheiros e usa componentes do belga FAL e do americano M16. A arma passou por testes militares do Exército, Marinha e Aeronáutica. Isso significa que soldados já saltaram com ele de paraquedas, o usaram para tiros submersos, o testaram em ambientes tomados por poeira, em campos frios do Sul e na umidade e calor da Amazônia.
"A expectativa da Imbel é que parte dos FAL 7.62 [usado pelas Forças Armadas] seja substituída pelo IA2 5.56, que é mais leve, compacto e moderno; e que parte seja convertida no IA2 7.62 [uma versão mais moderna que a Imbel faz aproveitando a arma antiga] e que com isso se abra, principalmente, o mercado sul-americano", disse Zylberberg. "Temos vários países na expectativa. Já existem conversas. Estou protelando uma viagem a um país da América do Sul com negócio praticamente fechado. Existem várias consultas." Fora da região, a Imbel recebeu proposta de compra da Arábia Saudita.
Da mesma família do novo fuzil, a carabina IA-2 está em uso há dois anos por policias militares e civis no Brasil e mais 15 mil unidades foram vendidas, diz Zylberberg.
A Imbel tem uma longa história como fabricante do fuzil FAL no país. Além de ter suprido as Forças Armadas do Brasil, vendeu a arma para mais de 20 países na América do Sul, América Central e África. O FAL, concebido no pós-Segunda Guerra pela belga F. N. Herstal, foi um fuzil de sucesso mundo afora. Quase 100 países o empregaram. Mas lentamente foi perdendo espaço para um fuzil originalmente americano, calibre 5.56. Hoje é esse o calibre padrão dos países que integram a OTAN e usado por outros fora da aliança, como o Brasil.
A expectativa do Ministério da Defesa, segundo a assessoria de imprensa, é adquirir cerca de 10 mil novos fuzis por ano. Para isso, o Congresso precisa aprovar um plano de modernização das forças que está em tramitação e é preciso orçamento. O ministério estima que a partir de 2014, comece, pelo Exército, a substituição parcial dos 200 mil fuzis das forças de Defesa.
Ainda segundo o ministério, só o IA-2 atende aos requisitos operacionais básicos (ROC), um novo critério criado em 2012 pelo governo para habilitar produtos para serem adquiridos pelas três forças. Mas, ainda segundo o ministério, há a possibilidade de que a Taurus também apresente um fuzil.
"A Forjas Taurus pretende produzir um fuzil de assalto chamado FAT 556, equivalente ao M4, um dos fuzis mais modernos do mundo. Este produto é de uso exclusivo para as Forças Armadas e está em fase de apostilamento pelo Exército", disse a empresa. O apostilamento é um conjunto de testes feito pelo Exército pelo qual um armamento precisa passar para poder ser comercializado. Além de oferecer às Forças Armadas, a Taurus diz que pode exportar o fuzil.
  FONTE VALOR ..SNB

Espionagem contra Dilma atrapalha lobby dos EUA para venda de caças

Decisão a ser tomada pela presidente deverá ser motivada pelo critério da “confiança mútua” entre países. França e Suécia superaram desvantagens técnicas

O episódio de espionagem norte-americana sobre os contatos da presidente Dilma Rousseff pode ter acabado com as chances dos Estados Unidos de firmar um contrato com o Brasil para a venda de 36 caças para reequipar as Forças Armadas. A decisão a ser tomada pela presidente Dilma Rousseff deverá ser motivada muito mais pelo critério da “confiança mútua” entre países, que pelas vantagens técnicas do modelo norte-americano F-18 Super Hornet, fabricado pela empresa Boing.
Denúncias: Após Dilma, Petrobras teria sido alvo de espionagem dos EUAPor se tratar de estratégia de defesa, o assunto vem sendo tratado a sete chaves pelo alto comando das Forças Armadas, pelo Ministério da Defesa e pela presidente. No entanto, é comum no governo a avaliação de que os Estados Unidos não preenchem mais os requisitos para atender ao contrato, que pode chegar a R$ 5 bilhões, definido no projeto FX-2, que prevê a reequipar as Forças Armadas.
A proposta, dizem interlocutores da presidente, foi pensada não como uma simples compra de equipamentos, mas como um acordo de longo prazo com o objetivo de desenvolver a tecnologia nacional por meio de transferência de conhecimento.
Além disso, o governo também tem levado em consideração que, nos últimos três anos, os outros dois modelos concorrentes conseguiram superar algumas desvantagens técnicas em relação ao modelo norte-americano, já utilizado por muitos países com grande desempenho.
Quando a decisão de compra foi tomada, ainda no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o caça francês Rafale, fabricado pela Dassault, era utilizado somente na França. Atualmente, a Dessault conseguiu fechar um contrato com a Índia, que já vem utilizando os aviões.
Parceria
Conta ainda em favor da França, a experiência considerada exitosa envolvendo a construção de cinco submarinos, sendo um deles de propulsão nuclear. O primeiro desses submarinos já está em fase adiantada de construção no estaleiro de Itaguaí (PR) com total transferência de tecnologia. A parceria com a França prevê a construção dos outros quatro submarinos até 2025.
O país europeu só não aceitou compartilhar a tecnologia do propulsor nuclear que servirá para o quinto submarino, por isso a Marinha brasileira já se ocupa em desenvolver o equipamento no tamanho e nas condições específicas para esse equipamento.
Pesa contra os franceses o custo mais alto da aeronave e da reposição de suas peças. No entanto, o próprio governo brasileiro pondera que esse é preço por desenvolver autossuficiência no setor, decisão tomada pela França desde o governo do presidente Charles de Gaulle, no início da década de 1960.
Já o sueco Gripen NG, da empresa Saab, era apenas um projeto quando entrou na concorrência. Hoje, já existem aviões em teste. Pesam contra a Gripen o fato de que muitos componentes são comprados de outras empresas. Conta a favor a total disposição da Suécia de transferir tecnologia para a construção de caças mais modernos, chamados de 5ª geração. O F-18 Super Honet e o Rafale fazem parte da 4ª geração de caças.
Urgência
A valorização da “confiança mútua” é posição pessoal do ministro da Defesa, Celso Amorim, que considerou gravíssimo o episódio do monitoramento dos contatos de Dilma Rousseff. Também é posição do comandante da Força Aérea Brasileira (FAB) Junite Saito, que defendeu que o critério “geopolítico” seja considerado pela presidente. Saito espera que a compra seja fechada até o final desse ano.
A urgência alegada por Saito leva em consideração o fato de que, mesmo que a compra se efetive em 1013, o governo não conseguirá garantir que os aviões estejam à disposição para substituir os aviões do tipo Mirage 2000-C, também produzidos pela Dessault, que até 2015, vencem seu prazo de uso. Dos 12 caças Mirage 2000-C, seis já saem de operação no final deste ano.
Enquanto aguardam a posição de Dilma, a Aeronáutica trabalha na definição um novo desenho de para que um nível mínimo de segurança aérea seja mantido. O governo tem ciência de que o país não terá o nível de segurança aérea atual. Este novo desenho inclui equipar as aeronaves F-5M com funções de caça e interceptador desempenhadas pelo Mirage 2000-C, até que a presidente Dilma Rousseff decida quem será o vencedor do processo de aquisição dos novos aviões.
Tensão
Enquanto não toma a decisão, Dilma tem dado chances aos Estados Unidos de tornar menos constrangedor o episódio. Na conversa de 40 minutos com o presidente Barack Obama , realizada na semana passada em São Petersburgo, na Rússia, Dilma deixou claro que cabe a ele a responsabilidade de criar condições políticas para que a visita de Estado da presidente ao país norte-americano, planejada para outubro ocorra.
Por enquanto, a viagem está suspensa. Na conversa, a presidente brasileira disse que essa condição política depende de seu conhecimento de tudo que foi monitorado.
No encontro, Obama assumiu a responsabilidade de cuidar pessoalmente do caso e prometeu uma resposta até esta quarta-feira (10). Na segunda, por meio de nota, Dilma também se referiu às denúncias de espionagem americana sobre a Petrobras, caso que ela mesma já havia citado na entrevista concedida na Russia.
A presidente considerou que as denúncias evidenciam interesses econômicos e estratégicos da espionagem dos Estados Unidos e não somente a segurança nacional e o combate ao terrorismo.
FONTE  IG..SNB

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Suposta espionagem dos EUA tem motivação econômica, diz Dilma em nota

Após novas denúncias envolvendo Petrobras, presidente promete medidas para proteger país, governo e empresas

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira (9), por meio de nota, que, caso sejam comprovadas, as denúncias de espionagem americana a Petrobrasevidenciam que o monitoramento dos EUA visam atender interesses econômicos e estratégicos e não somente a segurança nacional e o combate ao terrorismo.
Reunião com Rice: Chanceler brasileiro viaja aos EUA para ouvir explicações 
Crise: Após denúncias, Senado brasileiro pedirá à Rússia para visitar Snowden 
Denúncias: Após Dilma, Petrobras teria sido alvo de espionagem dos EUA"Sem dúvida, a Petrobras não representa ameaça à segurança de qualquer país. Representa, sim, um dos maiores ativos de petróleo do mundo e um patrimônio do povo brasileiro", afirmou a presidente.
Dilma garantiu também que o governo brasileiro obterá esclarecimentos do governo do presidente Barack Obama sobre todas as supostas violações e exigirá medidas concretas. "De nossa parte, tomaremos todas as medidas para proteger o país, o governo e suas empresas", acrescentou.
No domingo, a TV Globo fez uma nova denúncia envolvendo a Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA, sigla em inglês), afirmando que a agência espionou a Petrobras. A reportagem foi realizada com base em documentos fornecidos porEdward Snowden , ex-funcionário terceirizado da NSA.
O programa exibiu slides de uma apresentação da NSA, com data de maio de 2012, que teria sido usada para treinar novos agentes a espionar redes privadas de computadores. Além da Petrobras, o Google teria sido alvo da ação da NSA.
Em meio às denúncias, o chanceler brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo Machado, vai se reunir entre quarta e quinta-feira com a conselheira de Segurança Nacional dos EUA, Susan Rice, em Washington, com o objetivo de cobrar as explicaçõesprometidas por Obama sobre as denúncias de espionagem a presidente Dilma, empresas e assessores brasileiros.
Na semana passada, em São Petersburgo, na Rússia, durante a cúpula do G20, Dilma e Obama  conversaram sobre o mal-estar causado pelas denúncias de espionagem a presidente. Segundo ela, Obama prometeu responder às perguntas encaminhadas pelo governo do Brasil . De acordo com a presidente, se for necessário voltrá a conversar com Obama.
“O presidente Obama declarou para mim que assumia a responsabilidade direta e pessoal pelo integral esclarecimento dos fatos e que proporia, para exame do Brasil, medidas para sanar o problema”, disse a presidenta, na ocasião.
“O que pedi foi o seguinte: 'acho muito complicado ficar sabendo dessas coisas pelo jornal. Eu quero saber: tem ou não tem? Além do que foi publicado pela imprensa, eu quero saber tudo o que há em relação ao Brasil. Tudo, tudinho, em inglês: 'Everything'”.
Confira a nota oficial na íntegra:
Mais uma vez, vieram a público informações de que estamos sendo alvo de mais uma tentativa de violação de nossas comunicações e de nossos dados pela Agência Nacional de Segurança dos EUA. Inicialmente, as denúncias disseram respeito ao governo, às embaixadas e aos cidadãos – inclusive a essa Presidência.
Agora, o alvo das tentativas, segundo as denúncias, é a Petrobras, maior empresa brasileira. Sem dúvida, a Petrobras não representa ameaça à segurança de qualquer país. Representa, sim, um dos maiores ativos de petróleo do mundo e um patrimônio do povo brasileiro.
Assim, se confirmados os fatos veiculados pela imprensa, fica evidenciado que o motivo das tentativas de violação e de espionagem não é a segurança ou o combate ao terrorismo, mas interesses econômicos e estratégicos.
Por isso, o governo brasileiro está empenhado em obter esclarecimentos do governo norte-americano sobre todas as violações eventualmente praticadas, bem como em exigir medidas concretas que afastem em definitivo a possibilidade de espionagem ofensiva aos direitos humanos, a nossa soberania e aos nossos interesses econômicos.
Tais tentativas de violação e espionagem de dados e informações são incompatíveis com a convivência democrática entre países amigos, sendo manifestamente ilegítimas. De nossa parte, tomaremos todas as medidas para proteger o país, o governo e suas empresas.
Dilma Rousseff 
Presidenta da República Federativa do Brasil
SNB

O descaso do Brasil com a Espionagem e a Defesa

Caros Leitores, boa tarde. Existe uma máxima, “cachorro que late não morde”. Não adianta gritar, espernear, ficar abismado, ficar perplexo e a Presidente Dilma Rousseff “cobrar geral” do Presidente americano Barack Obama sobre o caso da espionagem americana no mundo, e também no seu calo, pois na verdade, o “cobrar geral” esconde por trás da política externa e também da própria política de defesa brasileira, os erros, ou falta de um plano maior e estratégico sobre o Brasil, pelo menos no quesito defesa, que de alguma forma como é relegada, termina em um estado de segurança sofrível no país.
O governo brasileiro, e nossos políticos, tanto senado como deputados, quando se mostram perplexos com as denúncias de espionagem por parte dos americanos no mundo, na verdade demonstram que estão literalmente “cegos” e sem “inteligência” para tratar de um tema muito sensível para o país.
É a coisa mais piegas ver um Chefe de Estado, como nossa presidente Dilma, que pede “regras para a espionagem”, por favor me explique, como assim regras para a espionagem? Os Estados Unidos durante anos, cobram posturas contra a espionagem chinesa, russa e até mesmo alemã, e nem por isso afetam suas relações. Na história universal, a espionagem sempre foi uma das grandes “armas” para o desenvolvimento dos Estados. Tratar o tema, como o Brasil está tratando, na verdade é relegar a história universal para segundo plano, e deixar ao mundo uma imagem de um país totalmente enfraquecido do ponto de vista da Defesa Nacional e Internacional, por conseguinte, as conseqüências são claras e notórias, sofremos de um estado de insegurança pública, aumento vertiginoso do narcotráfico em todo território nacional, ações de bio-espionagem na Amazônia, perda de competitividade nas negociações internacionais, avanço do contrabando de armas em nossas fronteiras (considerando inclusive o desarmamento do cidadão de bem), e a última conseqüência, o descaso com a política nacional de inteligência (PNI) e a falta de investimentos em guerra cibernética e contra-espionagem brasileira.
Dar muito crédito para Edward Snowden e seu pupilo jornalista, Gleen Greenwald, na verdade é demonstrar que não entende nada da Atividade de Inteligência. Como diria o alto escalão da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA), “quebrar códigos é nosso trabalho”, é muito claro na política americana, que os procedimentos de inteligência, além de terem apoio incondicional do Congresso Americano, os mesmos fazem parte de suas estratégias enquanto desenvolvimento da potência comercial e militar. Questionar isso, na verdade, demonstra mais uma falta de processo enquanto estadista, e também de posicionamento estratégico do Brasil perante o mundo. Particularmente acredito no que o Embaixador Americano, Thomas Shannon, afirmou sobre a espionagem americana, “o Brasil não é o nosso alvo”, mas o país tem todas as condicionantes que a inteligência americana necessita para produzir informações sensíveis sobre diversos temas mundiais, e até mesmo da América Latina. Considerando o poder regional do Brasil, sua riqueza energética, a fraqueza dos procedimentos de segurança, os problemas políticos em suas fronteiras, as percepções que as diversas células terroristas espalhadas no mundo têm sobre o país (“hotel” para planejamento de atos terroristas pelo mundo), corrupção dos políticos, corrupção nas instituições públicas e a falta de um projeto de poder nacional, o Brasil se torna o próprio ambiente para o desenvolvimento da espionagem americana, inclusive considerando um outro dado importante, o país é um dos principais “hub’s” de internet e comunicações no mundo.
Mas o mais descabido, e irreal neste caso todo, é ver que o tema já era tratado a muito tempo, tanto nas esferas da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), como também nas esferas da Inteligência Militar do Exército Brasileiro, inclusive em um trabalho publicado na Revista A Lucerna, da Escola de Inteligência Militar do Exército Brasileiro, em 2012, com diversos artigos sobre Guerra Cibernética e estudos de inteligência, o próprio sistema de inteligência americana e seus desdobramentos estão explícitos, considerando inclusive que com base nos diversos estudos, teoricamente, o governo brasileiro já devia saber destes procedimentos. Por sinal, desde 1999, agentes americanos têm autorização do governo brasileiro para atuar sob “cobertura diplomática” contra ações do terrorismo internacional e do narcotráfico, e não são somente agentes da CIA, mas sim da NSA, do FBI e da DEA (agência americana de combate ao narcotráfico). Por sinal, tanto Polícia Federal, como também a ABIN, recebem colaborações de inteligência por parte dos diversos órgãos de espionagem dos Estados Unidos.
Mas com isso, o problema é maior, pois os princípios da espionagem e inteligência de Estado, na verdade é suprir o Chefe de Estado com informações sensíveis, com menor risco possível e que possam contribuir no processo decisório do país. Inclusive em 2009, o professor Marco Cepik, produziu uma nota técnica sobre o Sistema Brasileiro de Inteligência com revisões e sugestões profundas para um melhor aparato do sistema, e potencializar o mesmo em defesa nacional, contra-espionagem, novo posicionamento internacional do Brasil e guerra cibernética. O estudo foi encomendado pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos do Ministério da Ciência e Tecnologia. Para maior informação acesse: http://geopr1.planalto.gov.br/saei/images/publicacoes/2009/nota_tecnica_sistema_brasileiro_de_inteligencia.pdf
O professor Marco Cepik em 2003 publicou, pela Editora FGV, um tratado sobre a questão política e democrática da espionagem e da inteligência, seu livro, “Espionagem e Democracia”, foi um dos principais estudos sobre o tema, e uma profunda reflexão do uso e das atividades de inteligência no Estado. Com o estudo, ficou mais do que comprovado o uso contínuo das atividades de inteligência pelas grandes nações, como também a necessidade do Estado brasileiro em aprofundar as técnicas, considerando os cenários prováveis do avanço da mesma no mundo. Mas como tudo o que é produzido no Brasil de forma intelectual, os estudos ficam nas gavetas, e por exemplo, desde novembro de 2010 a Política Nacional de Inteligência está parada no Palácio do Planalto. Por quê será? Medo do que?
Outro ponto importante, em 2009 o professor e estrategista, Darc Costa, que inclusive foi Vice Presidente do BNDES no período de 2003 a 2004, escreveu um tratado, muito discutido em Brasília e na Escola Superior de Guerra no Rio de Janeiro, a obra “Fundamentos para o Estudo da Estratégia Nacional”, publicado pela Editora Paz e Terra. O mesmo é categórico em afirmar, considerando os diversos anos de estudos e construção de cenários para o Brasil, “os gastos com a defesa devem ser diretamente relacionados com o valor das riquezas a serem preservadas”, algo impensável hoje no Brasil, mas o mais interessante que o professor Darc Costa categoriza é: “a criação de grupos voltados para a guerra eletrônica e para o estudo de formas de ataques e defesa no campo da informática deve merecer a maior das prioridades na alocação de recursos de ciência e tecnologia para aplicações militares”. Nesse ponto complemento, para aplicações na contra-espionagem de Estado, e na própria política de defesa nacional.
E para concluir o descaso com a Defesa e a Espionagem, é mais do que reconhecido pelo Governo Brasileiro, que a falta de investimentos na política de defesa cibernética demonstra o quanto o sistema brasileiro está vulnerável. O próprio comandante do Centro de Defesa Cibernética do Exército, General José Carlos dos Santos, reconhece que “a falta de investimento deixa sistema sob risco constante” (Revista Veja, 11/09/2013).
O Governo Brasileiro não pode tratar o tema como tratou, ir para imprensa e se posicionar “abismado” com o ocorrido, pois parece que estão utilizando os acontecimentos com outras finalidades. Será um trabalho de desinformação contra a sociedade brasileira?
Se a Presidente Dilma quisesse saber o que está acontecendo, antes das novas notícias de Snowden no Programa Fantástico da TV GLOBO, ela deveria ter lido as obras, “Intelligence and Strategy – Selected Essays” de John Robert Ferris, e também um clássico da espionagem americana, “The Craft of Intelligence” de Allen W. Dulles.
Mas antes de gritar com Barack Obama, vamos ver o quanto estamos desguarnecidos com o tema inteligência e espionagem, e atuar para resolver, pois nossas fronteiras e o estado permanente de violência pública, só demonstram, que o Brasil está “burro” e precisa urgente de uma política clara de inteligência. Outro ponto, ouça mais os acadêmicos que já debruçam sobre o tema, e reveja sua estrutura de inteligência a partir do Gabinete de Segurança Institucional.
EXAME  ..SNB

HORUS FT100 EM OPERAÇÃO NO EXÉRCITO BRASILEIRO

A operação, realizada no dia 29 de agosto último, no Campo de Instrução de Gericinó – CIG, foi executada pelo Instituto Militar de Engenharia – IME em conjunto com o Centro de Avaliação de Adestramento do Exército – CAAdEx.

O objetivo da missão foi realizar o primeiro ensaio operacional do Projeto em apoio a tropa em tempo real através das imagens produzidas pelo Horus,  desta forma estabelecendo a conformidade do Horus com os Requisitos Operacionais Básicos do Estado-Maior do Exército.

“Para esta missão, deslocamos nossa equipe para o palco de operações, no Campo de Instrução de Gericinó, equipada com duas unidades do Horus FT100. Ambas estavam aptas a gerar imagens em tempo real do avanço da tropa sobre as posições ocupadas pela ForOp – Força Oponente.

Em ação, a ForOp executou ataque a localidade de um pelotão de fuzileiros do CAAdEx contra um Grupo de Combate que defendia a localidade de favela de Morro do Capim no CIG. “Na oportunidade, pudemos verificar a adequação do nosso equipamento ao objetivo da missão e estamos muito satisfeitos com os resultados”, afirma Nei Brasil, sócio-presidente da companhia.
Esta operação está inserida em um calendário de atividades envolvendo o Horus FT100 com finalidade de confirmar sua operacionalidade junto às diversas demandas do Exército Brasileiro e contou com a participação de representantes das Secretarias de Segurança e Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro, órgãos que também serão beneficiados pelo Projeto Vant Guanabara I, além da Polícia Militar da Bahia.. Também estavam presentes integrantes da EsACosAAe – Escola de Artilharia de Costa e Anti-Aérea, instituição parceira do IME e do CTEx responsável pelo estabelecimento de doutrina de aplicação de Vants no âmbito da DECEx.

Para o Maj Montenegro, gerente militar do projeto Guanabara I, “a missão permitiu mostrar que o Exército Brasileiro pode contar, em breve, com uma aeronave não-tripulada com tecnologia 100% nacional, destinada a estabelecer bases doutrinárias de aplicação para as tropas de pronto-emprego, em apoio à iniciativa do Estado-Maior do Exército e em apoio ao Projeto Vant do Centro Tecnológico do Exército”.

Particularmente, o projeto Guanabara I, sob responsabilidade da Flight Technologies em parceria com a Pós-Graduação em Engenharia de Defesa do IME, diz respeito à implantação, no Estado do Rio de Janeiro, de planta-piloto com capacidade fabril para essas aeronaves, o que coloca as Secretarias de Estado de Segurança e de Defesa Civil em situação de poderem demandar a tecnologia do vôo não-tripulado em escala comercial.

FAPERJ – Fundação Carlos Chagas de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro, que ampara a iniciativa do IME na pesquisa em aeronaves não-tripuladas desde 2005, agora trará para o Rio de Janeiro a solução definitiva, não mais demonstradores de tecnologia frutos de pesquisa em escala laboratorial, mas resultado da associação com a iniciativa privada genuinamente brasileira e comprovadamente competente.

“O Horus 100 definitivamente atende aos requisitos da tropa”, diz Montenegro.
 
Sobre a Flight Technologies

Fight Technologies (FT) é pioneira no desenvolvimento de Veículos Aéreos Não Tripulados (VANT). Fundada em 2005, a empresa 100% nacional atua no desenvolvimento de sistemas aeronáuticos, dando suporte ao desenvolvimento de sistemas robóticos em projetos do Ministério da Defesa Brasileiro. Participa dos principais projetos de Vants militares no Brasil, consolidando sua posição de liderança e referência na área. Detentora de tecnologias próprias de interesse para o país, a FT é considerada uma empresa estratégica para as Forças Armadas Brasileiras.
SNB 

Navantia foi premiada com um contrato da Marinha do Brasil para sistemas de controle de motor de uma classe corveta Inhaúma

Defensa.com) A Marinha Navantia brasileiro notificou a adjudicação de um contrato para fornecimento de sistemas de controle de motores de propulsão de uma classe corveta Inhaúma. Além disso, existe a possibilidade de que também os restantes modernizar a série para um total de cinco unidades. O valor do contrato para € 1 milhão para um barco, e representa uma carga de trabalho de cerca de 6.000 horas para os centros motores e sistemas de controle. A importância deste contrato é principalmente em Navantia bom posicionamento no Brasil ea possibilidade de futuros contratos neste país, perspectiva preferido.
Neste momento também está sendo oferecido, juntamente com a empresa alemã MTU, um novo motor para o programa de fragatas da classe Niterói modernização. Por outro lado, também apresentou Navantia proposta para o design, construção de transferência de tecnologia e parte do 5 fragatas, cinco carros de patrulha e um navio logístico (programa PROSUPER) e está participando de concursos para a construção de outros navios, como portaeronaves, anfíbios e oceanográfico.
Defensa.com...SNB