sábado, 27 de agosto de 2011

Programa espacial brasileiro teve início promissor, mas esbarra em metas ambiciosas e recursos escassos


No final da década de 1970, o Brasil reunia boas condições para desenvolver competência e tecnologia no setor espacial. Três décadas depois, esse patrimônio encontra-se em risco.
Havia o embrião de uma indústria implantado em São José dos Campos (SP) pela Aeronáutica, do qual nasceria a Embraer. Tinha como vizinhos centros de excelência em pesquisa aplicada como o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Naquele bom momento, o país formulou o programa ambicioso da Missão Espacial Completa Brasileira. Em 1979, previa lançar quatro satélites -construídos pelo braço civil do programa- a bordo de foguetes nacionais, sob responsabilidade da Aeronáutica.
Três décadas depois, constata-se que só os satélites decolaram, de fato, mas carregados por lançadores estrangeiros. Cinco foram postos em órbita pelo Inpe, em colaboração com a China. O projeto de um Veículo Lançador de Satélites (VLS) resultou em três tentativas fracassadas; na terceira, em 2003, pereceram 21 técnicos e engenheiros na explosão do foguete na base de Alcântara (MA).
O governo Itamar Franco, a fim de aplacar restrições -sobretudo dos EUA- ao fornecimento de equipamentos passíveis de aplicação militar (mísseis), criou um órgão civil para gerir o programa, a Agência Espacial Brasileira (AEB).
Depois disso, já no governo Luiz Inácio Lula da Silva, firmou bilionária parceria com a Ucrânia para desenvolver um lançador comercial, o Cyclone-4. O foguete seria usado para explorar as vantagens geográficas de Alcântara, que, próxima do Equador, permite economizar até 30% de combustível.
O Cyclone-4 ainda está no chão, com lançamento adiado de 2010 para 2013. Só conseguirá pôr em órbita satélites de até duas toneladas, quando alguns artefatos chegam a quatro. Clientes americanos são 80% do mercado, mas não poderão usar Alcântara porque o Congresso não ratificou o Acordo de Salvaguardas Tecnológicas firmado com os EUA em 2000.
Em retrospecto, percebe-se que o programa espacial brasileiro enveredou por várias direções, com muita ambição e parco investimento -menos de R$ 150 milhões por ano, em média, desde 1980, diz a revista “Pesquisa Fapesp”.
O orçamento foi de R$ 326 milhões em 2010. Estima-se que só o componente de satélites demandaria R$ 500 milhões anuais para sair da média modesta de um artefato lançado a cada quatro anos. Índia e China aplicam cinco a sete vezes mais no setor.
O ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, cogita relançar o programa com uma inovação institucional: fundir a AEB e o Inpe, unificando o braço civil. Com as restrições orçamentárias, contudo, será necessário ousar mais e arbitrar prioridades, decidindo, por exemplo, se faz sentido manter o plano de um VLS em paralelo com o Cyclone-4.


quarta-feira, 24 de agosto de 2011

fotografaram um pôr do Sol na Terra visto do espaço.


SÃO PAULO – Os seis astronautas a bordo da Estação Espacial Internacional fotografaram um pôr do Sol na Terra visto do espaço.
Os membros da expedição 27 registraram o momento em que a América do Sul anoitece. A foto foi feita por volta das 19:37, hora local,e foi divulgada na semana passada.Todos os dias os tripulantes vêem, em média, 16 vezes o sol nascer e se por. Como estão desde março no espaço, e só devem descer em setembro, isso significa que terão passado por mais de três mil auroras e crepúsculos.
Para alguém aqui na Terra, seriam necessários quase 10 anos para visualizar os fenômenos tantas vezes.

Cargueiro espacial russo cai na Sibéria, diz agência

A nave de carga, que levava provisões para a Estação Espacial Internacional, caiu na Sibéria, logo após seu lançamentoUma nave de carga, que levava provisões para a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), caiu na Sibéria, logo após seu lançamento, na quarta-feira, no último de uma série de reveses que têm afetado o programa espacial russo.

A nave sem piloto Progress M-12M transportava cerca de três toneladas de provisões para a tripulação internacional a bordo da ISS, mas não conseguiu entrar na órbita correta, noticiou a agência espacial russa Roskosmos.

"Segundo informações preliminares, no segundo 325, houve um problema operacional com o sistema de propulsão, que causou sua suspensão emergencial" cerca de cinco minutos após o lançamento, explicou a Roskosmos em um comunicado curto.

"A nave de carga Progress M-12M não entrou em sua órbita adequada", continuou o texto.

Fragmentos do cargueiro caíram na região de Altai, na Sibéria russa, na fronteira com a Mongólia e a China, afirmaram autoridades locais, mas não houve registro de vítimas no solo.

"Os fragmentos caíram em uma área não habitada" do distrito de Choisky, disse o chefe do governo de Altai, Yuri Antaradonov.

"Os serviços de emergência trabalham no local, mas os esforços são dificultados pelo fato de que agora é noite" na região, declarou Antaradonov à agência de notícias Interfax.

A nave de carga havia sido lançada às 17h00 de Moscou (10h00 de Brasília), a bordo de um foguete Soyuz-U, do cosmódromo russo de Baikonur, no Cazaquistão. Segundo a Interfax, este foi o primeiro problema com uma missão de entrega de provisões com uma nave de carga soviética ou russa desde 1978.

O controle da missão russo informou que não houve necessidade de evacuar os seis tripulantes da ISS, apesar da falha no lançamento.

"É claro que temos que analisar a situação, mas provisoriamente podemos dizer que não é tão crítico que devêssemos falar em um retorno antecipado dos membros da tripulação da ISS", disse o porta-voz do controle da missão, Vladimir Solovyov, à agência Interfax.

Em um comunicado em separado, a Roskosmos acrescentou que o acidente "não terá impacto nos sistemas de manutenção da vida" da tripulação da ISS.

De acordo com a Nasa (agência espacial americana), os seis tripulantes a bordo da estação têm comida e combustível suficiente e não serão imediatamente afetados pela queda do cargueiro.

"Temos uma reserva muito boa de comida, combustível e outros itens de consumo a bordo da ISS, depois da missão STS-135 do ônibus espacial" Atlantis, disse o porta-voz da Nasa, Kelly Humphries, à AFP.

A perda da nave Progress cerca de cinco minutos depois da decolagem exigirá algumas mudanças na "logística em geral, mas não deve ter um impacto imediato na população", acrescentou.
"É prematuro discutir a possibilidade de reduzir o tamanho da próxima tripulação. Eu não antevejo isto", acrescentou.

Embora o acidente não deva representar uma ameaça imediata à segurança dos tripulantes da estação, que teriam um estoque de dois a três meses de combustível e oxigênio, tripulações menores podem, sim, ser consideradas, explicou um especialista russo.

"Considerando que os ônibus espaciais (americanos) não voam mais, o controle da missão russo pode decidir reduzir o tamanho da tripulação a bordo da ISS por causa de problemas de abastecimento", disse à agência Interfax o analista Sergei Puzanov.

Uma fonte da indústria disse à agência de notícias RIA Novosti que o acidente pode forçar a Rússia a manter missões com foguetes Soyuz no chão temporariamente e atrasar o próximo contato com a ISS.

A próxima missão tripulada rumo à ISS está provisoriamente marcada para 22 de setembro.

O incidente ocorre apenas duas semanas depois do fim do programa de ônibus espaciais americanos, que fez da Rússia o único elo entre a Terra e a ISS e ponto de partida das tripulações multinacionais que se revezam na estação.

A Rússia já sofreu cinco falhas de lançamento nos últimos nove meses, mas não tem tido problemas recentes com missões de foguetes Soyuz rumo à ISS.

Em dezembro do ano passado, Moscou sofreu um de seus fracassos mais embaraçosos dos últimos tempos, quando três satélites de navegação para o sistema de posicionamento global russo Glonass caíram no mar, na altura do Havaí, antes de conseguirem alcançar a órbita.

Autoridades admitiram mais tarde que a culpa foi de um simples erro de cálculo de combustível. Meses depois, em fevereiro, a Rússia colocou seu novo satélite militar Geo-IK-2 na órbita errada, tornando-o inútil para propósitos de defesa.

E na semana passada, a Rússia perdeu seu novo satélite Express-AM4 para TV digital, telefone e internet via satélite, depois de um lançamento fracassado em Baikonur.

Líbia - Pentágono: armas de destruição em massa líbias estão seguras


O Pentágono afirmou nesta quarta-feira que as reservas de armas químicas da Líbia estão "seguras", mas que um arsenal de centenas de mísseis de curto alcance continua sendo motivo de preocupação.
Consultado sobre se os locais onde estão armazenadas as armas químicas estavam seguros, incluindo cerca de 10 t de gás mostarda, o porta-voz do Pentágono, Coronel Dave Lapan, disse "sim".
Lapan não quis dar maiores detalhes. Disse apenas que não há planos para enviar tropas americanas para proteger os depósitos de armas químicas.
Apesar de o regime de Muammar Kadafi possuir gás mostarda, carecia de meios militares para lançar um ataque com esses produtos químicos, de acordo com especialistas em controle de armas.
Kadafi aderiu à Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPCW) em 2004 depois de renunciar às armas de destruição em massa em dezembro de 2003, mas, mesmo assim, teve que eliminar 11,25 t de gás mostarda quando começaram os protestos para tirá-lo do poder em fevereiro.

Líbia: da guerra entre Kadafi e rebeldes à batalha por Trípoli
Motivados pelos protestos que derrubaram os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país em fevereiro para contestar o coronel Muammar Kadafi, no comando desde a revolução de 1969. Rapidamente, no entanto, os protestos evoluíram para uma guerra civil que cindiu a Líbia em batalhas pelo controle de cidades estratégicas de leste a oeste.
A violência dos confrontos gerou reação do Conselho de Segurança da ONU, que, após uma série de medidas simbólicas, aprovou uma polêmica intervenção internacional, atualmente liderada pela Otan, em nome da proteção dos civis. No dia 20 de julho, após quase sete meses de combates, bombardeios, avanços e recuos, os rebeldes iniciaram a tomada de Trípoli, colocando Kadafi, seu governo e sua era em xeque.

China e Brasil devem lançar novo satélite em novembro de 2012


Após cinco anos de atrasos, representantes do Brasil e da China marcaram para novembro do ano que vem o lançamento do quarto satélite binacional. Mas o cumprimento do cronograma depende da aprovação, pelo Ministério de Ciência e Tecnologia, do envio de cerca de 60 técnicos do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Especiais) à China.
“Não podemos atrasar mais, senão vamos implodir o nosso relacionamento”, disse Marco Antonio Raupp, presidente da AEB (Agência Espacial Brasileira), em entrevista na segunda-feira (22), durante coquetel na embaixada brasileira em Pequim.
Raupp explicou que serão necessárias três equipes de 20 técnicos, que se revezariam em turnos de alguns meses. Ele disse ter recebido uma sinalização positiva do ministro da Ciência, Aloizio Mercadante, embora a contratação ainda não esteja oficializada.
Ao seu lado, o diretor do Inpe, Gilberto Câmara, confirmou a possibilidade dessas contratações, mas disse que deixará o cargo em dezembro, como revelou a Folha na semana passada, por não conseguir ampliar seu quadro de funcionários.
“Estou frustrado porque o Inpe não recebeu os recursos necessários para a renovação do instituto”, disse Câmara, que está há 30 anos no Inpe, dos quais os últimos seis anos no cargo máximo.
Além do quarto satélite, o Cbers 3 (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres, na sigla em inglês), os dois países da subcomissão de cooperação espacial definiram ainda o lançamento do Cbers 4 para agosto de 2014.
Iniciado em 1988, o projeto Cbers é a parceria mais antiga entre Brasil e China. Já foram lançados o Cbers 1 (1999), o Cbers 2 (2003) e o Cbers 2B (2007). Todos geram imagens da superfície da Terra, usadas em áreas como agricultura e meio ambiente.
“Comparativamente, o Brasil é o parceiro mais íntimo da China em tecnologia espacial”, afirmou Li Lijie, responsável pela cooperação internacional do Centro de Lançamento e Rastreio de Satélites da China (CLTC, na sigla em inglês).
Entre os novos projetos, afirma Li, o Brasil monitorará, via base de Alcântara, a nave espacial não tripulada Shenzhou 8 e o laboratório espacial Tiangong 1, que serão lançados nas próximas semanas.
O funcionário da CLTC diz que a China tem interesse ampliar a parceria com relação à base de Alcântara, mas não especificou em quais áreas.
Os dois países ainda discutem um novo plano de mais dez anos de colaboração especial, conforme acordado durante a visita da presidente Dilma Rousseff a Pequim, em abril. Um dos pontos seria a construção de mais dois satélites.
ASSIMETRIA
Câmara admite que o programa está atrasado por causa de problemas do lado brasileiro, responsável por 50% dos equipamentos do Cbers 3. As dificuldades incluíram dificuldades de orçamento, falta de qualificação da indústria brasileira e componentes embargados pelos EUA.
O diretor do Inpe afirma que a parte brasileira dos equipamentos agora está pronta e que a demora “é o custo da inovação. Aprende-se a fazer fazendo.” Ele disse, porém, que “o Brasil precisa entrar no ritmo da China” caso queira cumprir o novo cronograma. “É um programa assimétrico na medida em que o programa chinês é muito maior do que o brasileiro”, disse.
Integrante da equipe brasileira que negociou o primeiro acordo, Raupp disse que os dois programas espaciais são “incomparáveis”: “Nos próximos cinco anos, os chineses lançarão 19 satélites. Nós devemos lançar 3 [incluindo os dois Cbers binacionais]“.
Câmara diz que a distância crescente na área espacial reflete a escolha de cada país _ele lembra que a China não possui um sistema público de saúde. “Eles têm um programa de astronautas, o Brasil tem o SUS”, comparou.

Após perda de satélite, Rússia suspende lançamento de foguetes


A agência espacial russa, Roscosmos, anunciou nesta terça-feira a suspensão do lançamento dos foguetes de carga Proton e dos blocos aceleradores Briz-M, após a frustrada operação que deveria colocar em órbita o satélite de telecomunicações Express-AM4.
A suspensão permanecerá em vigor “até que sejam esclarecidas as causas do fracasso da operação do satélite Express-AM4″, diz um comunicado publicado no site da Roscosmos.
“Os especialistas continuam tentando estabelecer comunicação com o aparelho”, acrescentou a agência espacial russa, que ainda não considera o satélite perdido.
O Express-AM4 – fruto da colaboração entre a companhia europeia Astrium e o Centro Khrunichev de produção aeroespacial da Rússia – foi lançado com sucesso no último dia 18, mas ficou situado fora da órbita prevista.
Com massa de 5.775 quilos e dotado de 57 “transponders” (dispositivos de telecomunicações), o satélite deveria assegurar a cobertura de telecomunicações do território russo e da Comunidade dos Estados Independentes, que agrupa 11 antigas repúblicas soviéticas.
O bloco acelerador é a última etapa de um foguete de carga – em geral, a quarta -, responsável por levar satélites da chamada órbita de apoio até sua localização prevista e por impulsionar aparelhos espaciais para fora do campo gravitacional da Terra.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Defesa salva de cortes plano de avião cargueiro


O programa KC-390, para desenvolvimento de um jato cargueiro, transporte de tropas, tanque de reabastecimento em voo e remoção médica, está preservado dos cortes de recursos orçamentários reafirmados na semana passada pelo governo. O projeto é uma das dez prioridades na área de Defesa aprovadas, há dois meses, pela presidente Dilma Rousseff.
O Palácio do Planalto recebe relatórios mensais sobre o andamento de cada empreendimento listado pelos comandos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. O principal investidor no KC-390 é a aviação militar.
Há dois anos foi definida a dotação de R$ 3,028 bilhões, visando à engenharia e à produção de duas unidades preliminares. A fabricação de série envolve 28 aeronaves para a FAB. Tomando como referência o preço médio de modelos da mesma classe, esse pacote de fabricação regular sairá por R$ 3 bilhões. Até o momento, a aplicação feita bate em R$ 300 milhões.
A turbulência dos mercados financeiros também não atingiu o KC-390. Segundo o fabricante, a Embraer Defesa e Segurança, cinco países mantêm a intenção de comprar a aeronave e eventualmente participar do processo industrial: Argentina, Chile, Portugal, Colômbia e República Checa. A França anunciou em 2009 disposição de adquirir entre 10 e 15 unidades.
De acordo com Luiz Carlos Aguiar, presidente da Embraer Defesa, “a carteira de negócios acumula 60 declarações formais, sendo o maior lote o da Força Aérea Brasileira”. No total não estão contabilizadas as eventuais encomendas francesas, de resto, ainda indefinidas.
O grande birreator vai sair da fábrica de Gavião Peixoto, a 300 quilômetros de São Paulo, na região de Araraquara. A terraplenagem da área onde será construído o novo hangar está em andamento. Cerca de 500 pessoas trabalham no programa. Até 2016 serão 1.800. A entrega do primeiro avião está prevista para 2015. A Embraer já completou a seleção de todos os principais fornecedores, como dos motores e de sistemas eletrônicos de bordo.
O KC-390 vai disputar um rico mercado. De acordo com Aguiar, há oportunidades para 700 aviões de transporte médio – na faixa de 25 toneladas e cerca de 2.700 quilômetros de alcance – a serem contratados até 2023. Em 2007, a carga útil era estimada em 19,5 toneladas. Em 2011, passou para 23,6 toneladas. O teste de volume, utilizando uma maquete industrial do compartimento interno, permitiu acesso de dois tipos de blindados, a carreta padrão do sistema Astros, lançador de foguetes da Avibrás, de 15 toneladas, e um veículo de comando sobre rodas, de 14 toneladas. O arranjo eletrônico adota tecnologia Computed Air Release Point (Carp), que permite o lançamento de cargas com precisão. Os pilotos contarão com visores digitais e sistema de visão noturna a partir de recursos óticos integrados aos capacetes. O KC-390 terá recursos específicos de autodefesa, como despistadores de mísseis e dispositivo de interferência eletrônica. O jato vai voar a 850 km/hora, com ganho de seus motores de última geração, 15% mais eficientes. Em missão de reabastecimento no ar – de caças, helicópteros e de outros KC-390 – o jato leva a bordo 37,4 toneladas de combustível.
Argumento. Na exposição que encaminhou para a presidente Dilma Rousseff, em junho, detalhando os projetos prioritários da Defesa, o ex-ministro Nelson Jobim destacou o KC-390 como “fundamental dentr0 da reconfiguração das Forças de forma expedicionária, com capacidade de reação, mobilização e deslocamento rápidos”. Na prática, significa que, depois de acionados, esquadrões de transportes da FAB e tropas do Exército terão de estar atuando, em qualquer ponto do território nacional, no prazo de oito horas. O novo jato pode usar pistas sem pavimentação, com buracos de até 40 centímetros de profundidade.
Tem capacidade, ainda, para levar soldados equipados – 84 deles com material leve; 64 paraquedistas – da mesma forma como feridos removidos de áreas devastadas por catástrofes.

Mas será o benedito?:Líbia ‘quebrou espinha’ dos rebeldes, diz filho de Khadafi a jornalistas


Saif Al-Islam Khadafi, filho do líder líbio, coronel Muamar Khadafi, disse na madrugada desta terça-feira (noite de segunda-feira em Brasília) a jornalistas estrangeiros que seu pai está a salvo em Trípoli, apesar do aparente avanço das forças rebeldes, e afirmou à BBC que o governo “quebrou a espinha” dos insurgentes.
Conduzido por um veículo blindado, o filho de Khadafi fez uma aparição no hotel onde estão hospedados os jornalistas estrangeiros na capital do país, Trípoli, apesar de informações que indicavam que ele estava preso.
O correspondente da BBC em Trípoli Matthew Price diz que o filho do líder líbio parecia confiante, embora, segundo relatos, os insurgentes tenham tomado o controle da maior parte da capital líbia.
“Nós quebramos a espinha dos rebeldes. Era uma armadilha. Nós os fizemos passar por maus bocados, então estamos ganhando”, disse ele ao correspondente da BBC.
Questionado se seu pai continua a salvo na capital, Saif Al-Islam – tido por muitos como potencial sucessor do líder líbio – respondeu de maneira curta: “é claro”.
A aparição de Saif al-Islam ocorreu depois que o porta-voz do governo Moussa Ibrahim, afirmou, na rede de TV líbia Al-Urubah, que tanto Khadafi quanto seus filhos estão bem, e que o governo tem o controle de pelo menos 75% de Trípoli.
Na noite desta segunda-feira, os rebeldes alegaram estar em controle de cerca de 80% da capital.

Líbia

“Nós quebramos a espinha dos rebeldes. Era uma armadilha. Nós os fizemos passar por maus bocados, então estamos ganhando.”
Saif Al-Islam Khadafi, filho de Muamar Khadafi
Nesse domingo, Mustafa Abdel Jalil, líder do Conselho Nacional de Transição, órgão político criado pelos rebeldes, disse que Saif Al-Islam estava detido, junto de outros dois filhos de Khadafi, Muhammad e Saadi.
Depois disso, nesta segunda-feira, o promotor do Tribunal Penal Internacional (TPI), Luís Moreno-Ocampo, disse que o filho de Khadafi havia sido preso e estava sob custódia. Depois disso, o TPI divulgou um mandado de prisão para Saif Al-Islam por crimes contra a humanidade.
No entanto, a TV Al-Urubah, que é favorável a Khadafi, mostrou nesta segunda-feira imagens de Saif al-Islam fazendo um rápido pronunciamento negando que tenha sido capturado, durante o que a emissora definiu como uma “turnê em Trípoli” do filho do líder líbio.
Segundo o correspondente da BBC, ainda não está claro se o filho de Khadafi foi detido e depois libertado, ou se ele chegou mesmo a ser preso em algum momento.
De acordo com Price, o fato mais importante parece ser que, enquanto todos pensavam que Khadafi estava praticamente derrubado pelo avanço dos insurgentes, um alto integrante do governo aparece em público e dá indícios de que as forças do regime ainda não estão totalmente derrotadas.
Combate em Trípoli
Rebeldes que tentam tomar o controle de Trípoli ainda enfrentam a resistência por parte de tropas leais a Khadafi, que é perseguido pelos insurgentes.
Os rebeldes disseram que, até noite desta segunda (horário local), haviam ocupado cerca de 80% da capital da Líbia, incluindo a sede da TV estatal. Mas um correspondente da BBC que acompanha um dos comboios rebeldes ressalta que as forças de Khadafi reconquistaram parte do território desde então.
O movimento pela tomada de Trípoli foi iniciado na madrugada de domingo pelos insurgentes, que estabeleceram postos de checagem na cidade.
Centenas de moradores saíram às ruas para celebrar. Ao mesmo tempo, violentos confrontos explodiram nos arredores do quartel-general de Khadafi e em outras partes da cidade.
Veículo de combate percorre ruas de Trípoli (AP)Rebeldes dizem ter tomado 80% da cidade, mas tropas de Khadafi oferecem resistência
Tropas pró-Khadafi continuavam no controle das ruas ao redor de um importante hotel de Trípoli, o Rixos, onde se hospedam diversos jornalistas ocidentais.
“Estamos nos preparando para mais uma noite de intensos combates”, disse à BBC um morador da capital. “Acho que as forças de Khadafi vão recorrer a técnicas de guerrilha porque sabem que não têm o apoio da população.”
Mas outro morador criticou os rebeldes, dizendo que estes estavam “invadindo as casas das pessoas e roubando tudo”.
O porta-voz do regime de Khadafi, Moussa Ibrahim, disse que 1,3 mil pessoas foram mortas na cidade entre domingo e segunda-feira. O número não pode ser confirmado de forma independente.
A TV líbia controlada por rebeldes diz que forças pró-Khadafi estão “bombardeando indiscriminadamente” áreas vizinhas ao quartel general de Khadafi, em Bab al-Azizia.
Paradeiro de Khadafi 
Mustafa Abdel Jalil, líder do Conselho Nacional de Transição, órgão político criado pelos rebeldes, disse que os insurgentes só declararão vitória quando Khadafi for encontrado. Seu paradeiro era desconhecido até a noite desta segunda-feira.
“Não sabemos se ele ainda está (em seu complexo, em Trípoli), nem se está dentro ou fora da Líbia”, afirmou Jalil.
Ao mesmo tempo, cresce a pressão internacional para que Khadafi renuncie. A China disse que respeitará o desejo da população líbia e a Rússia se declarou neutra em relação ao avanço rebelde em Trípoli. O Egito se tornou o mais recente de uma série de países a reconhecer o Conselho de Transição como o governo legítimo da Líbia.
O presidente dos EUA, Barack Obama, disse nesta segunda que “o regime de Khadafi (em vigor há 42 anos) está chegando ao fim e que o futuro da Líbia está nas mãos do povo”, mas instou os rebeldes a evitar a violência.
A correspondente da BBC Rana Jawad, que está em Trípoli, disse que há na cidade a sensação de que o fim dos combates pode estar próximo e que os rebeldes tendem a sair vitoriosos.
Na Praça Verde, que recentemente fora palco de protestos pró-Khadafi, apoiadores dos rebeldes arrancaram, entre domingo e segunda-feira, as bandeiras verdes identificadas com o regime do líder líbio.
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Irã começa a levar centrífugas de urânio para bunker


Foto de satélite das instalações Fordow perto de Qom, Irã.
O Irã anunciou nesta segunda-feira que iniciou a transferência das suas máquinas de enriquecimento de urânio para um bunker subterrâneo perto da cidade sagrada de Qom.
“A transferência das centrífugas (da usina de) Natanz para Fordow (perto de Qom) está em andamento, sob total observação dos padrões”, disse Fereydoun Abbasi-Davani, chefe da agência nuclear iraniana, à rádio estatal Irib. “As instalações de Fordow estão sendo preparadas, e algumas centrífugas foram transferidas.”
O Irã anunciou em junho que iria levar a sua produção de urânio enriquecido para Fordow, desafiando os apelos internacionais para que o país abandone o beneficiamento de urânio — processo que, dependendo do grau de pureza, pode produzir material para usinas nucleares civis ou para armas nucleares. O Irã insiste no caráter pacífico das suas atividades.
O governo iraniano só admitiu a existência da instalação subterrânea de Fordow em setembro de 2009, depois de ela ser revelada por agências ocidentais de inteligência. A colocação das centrífugas em um bunker escavado numa montanha pode assegurar maior proteção em caso de ação militar dos EUA ou de Israel contra o programa nuclear iraniano.

sábado, 20 de agosto de 2011

IACIT modernizará radares meteorológicos da Aeronáutica

A brasileira IACIT, de São José dos Campos (SP), fechou com a Força Aérea Brasileira (FAB) um contrato para executar trabalhos de atualização tecnológica em seis radares meteorológicos modelo RMT-0100D pertencentes ao Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB).

IACIT modernizará radares meteorológicos da Aeronáutica

O acordo assinado recentemente com o Parque de Material de Eletrônica da Aeronáutica do Rio de Janeiro (PAME-RJ) terá duração de nove meses e um custo ao redor de R$ 3,5 milhões.
Esses radares estão instalados dentro das áreas onde estão instalados os Destacamentos de Controle do Espaço Aéreo (DTCEA) de Gama (GO), São Roque (SP), Pico do Couto (RJ), Morro da Igreja (SC), Canguçu (RS) e Santiago(RS). A iniciativa beneficiará também os Sistemas Regionais instalados nos Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo de Brasília (CINDACTA I) e de Curitiba (CINDACTA II).
Visando prolongar a vida útil desses equipamentos por mais 10 anos, o upgrade será executado tanto a nível de hardware quanto de software. Esses trabalhos permitirão a instalação de aplicações aperfeiçoadas com relação às atualmente existentes nesses sistemas.
Para obter a expertise necessária para executar a tarefa, a IACIT desenvolveu um trabalho de engenharia durante 18 meses e investiu nessa jornada recursos próprios da ordem de R$ 2 milhões.
Os radares meteorológicos representam um dos recursos mais adequados para monitoramento “mesoescala” do clima e previsões conhecidas como nowcasting, modalidade adotada em diversos campos de atividade, entre elas, controle de tráfego aéreo, agricultura e defesa civil. Os radares meteorológicos fornecem um panorama climático em tempo real, como por exemplo, a localização exata de áreas de instabilidades chuvosas.
O diretor do PAME-RJ, coronel Victor Fernando Trotta Nunes, disse que a modernização desses radares comprova a capacidade da indústria nacional do setor em lidar com esse tipo de tecnologia de ponta. Trotta Nunes avalia que a atualização desses sistemas de monitoramento meteorológicos trará grandes melhorias para a navegação aérea sobre o território brasileiro