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domingo, 12 de fevereiro de 2017

Como a Rússia vigia atividades da OTAN no mar Negro

O Ministério da Defesa da Rússia observa todas as atividades relacionadas com as manobras da OTAN Sea Shield 2017 (Escudo Marítimo) realizadas no mar Negro, segundo declarou o ministro da Defesa russa, Sergei Shoigu.

No total, das manobras navais internacionais participam 2.800 militares da Romênia, Bulgária, Grécia, Turquia, EUA, Canadá, Espanha e Ucrânia, bem como 16 navios e 10 aviões. É claro que Moscou não deixou de prestar atenção a estes exercícios em grande escala, mas como consegue a Rússia monitorar as atividades da Aliança?
Segundo informou a edição russa Zvezda, atualmente o meio mais importante para controlar as manobras da Aliança é o navio russo de reconhecimento Priazovie do projeto 864 [classe Vishnaya, na classificação da OTAN].
Enquanto que as características dos navios de mísseis são em geral bem conhecidas, o equipamento dos navios de inteligência é sempre um grande mistério. Se um navio de superfície pode ser visto sobre a água graças à vigilância dos satélites, já para detectar submarinos o Priazovie conta com o uso de armas hidroacústicas", segundo disse à Zvezda especialista na área naval Sergei Sochevanov. Ele acrescentou que o navio pode determinar o modelo exato do submarino.
Ao mesmo tempo, ele sublinhou que não existem dois navios com mesmo armamento radiotécnico na Marinha da Rússia e suas características específicas são informação secreta, mas comparando as fotos é possível pressupor que o Priazovie está equipado com um complexo automático de detecção, interceptação, análise de transmissões de rádio e radiogoniométrica de sistemas de rádio na faixa de ondas curtas, um complexo de busca e detecção de rádio na faixa de VHF, assim como um complexo de inteligência radioelectrônica de campos eletromagnéticos.
O navio de reconhecimento também é capaz de realizar interceptação de rádio e extrair a informação mais importante", acrescentou o especialista. Ele também salientou que o Priazovie mede os campos físicos dos navios para descobrir as principais características do armamento da OTAN para as utilizar na futura modernização de armas e sistemas de combate.
No que diz respeito à vigilância aérea, as manobras da OTAN também são observadas pela aviação naval e pelos sistemas russos de detecção via rádio. Assim, o avião Il-38N, equipado com o sistema de pontaria Novella-P-38, é capaz de detectar aviões e helicópteros a uma distância de até 90 quilômetros e os alvos de superfície a cerca de 320 quilômetros. Além disso, pode controlar até 32 objetivos simultaneamente. O "assassino de submarinos" está também equipado com mísseis de cruzeiro, torpedos antissubmarino e bombas de profundidade.
Quanto à vigilância terrestre, as manobras Sea Shield são uma grande oportunidade para Moscou realizar testes do radar além do horizonte modificado Podsolnukh, utilizado pela Marinha da Rússia para vigilância dos mares Cáspio, de Okhotsk e do Japão. Uma característica distintiva deste radar é sua capacidade de detectar, monitorar e classificar até 300 objetivos navais e cerca de 100 terrestres de modo automático para além do horizonte de rádio. Após obtenção das coordenadas do alvo inimigo, é possível enviar instruções para os complexos e sistemas de armamento dos navios russos e da defesa antiaérea

Defesa italiana foi atacada por hackers russos, diz mídia

Hackers russos teriam alegadamente atacado computadores do Ministério da Defesa da Itália, informa o jornal italiano Il Messaggero. Citando o Ministério, a edição pressupõe que os atacantes possam ter obtido acesso a segredos de Estado ou militares da Itália.

Na sexta-feira (12), o jornal britânico The Guardian informou sobre um ciberataque ao Ministério das Relações Exteriores italiano em 2016 que poderia ter o envolvimento da Rússia. O Ministério reconheceu o ataque, mas destacou que nenhuns dados cifrados foram violados.
Por sua vez, a diplomacia russa afirmou que a informação sobre a participação da Rússia do hackeamento não é confirmada por fatos.
Segundo o Il Messaggero, os ataques ao Ministério da Defesa e Ministério das Relações Exteriores começaram ainda em finais de 2014 e provinham da mesma fonte. As tentativas de hackeamento foram descobertas em 2015 e 2016.