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segunda-feira, 24 de março de 2014

BRASIL E ÁFRICA DO SUL FORTALECEM COOPERAÇÃO NA ÁREA DE DEFESA

Brasil e África do Sul vão intensificar as ações de cooperação na área de Defesa. Nos próximos meses, será ampliada a oferta mútua de cursos de formação de praças e oficiais em escolas militares dos dois países. Também serão iniciadas tratativas e trocas de informações nas áreas de cibernética e de inteligência.

As medidas foram anunciadas pelos ministros da Defesa dos dois países, Celso Amorim e Nosiviwe Mapisa-Nqakula, durante reunião realizada nesta quinta-feira (20/03) na sede do Ministério da Defesa da África do Sul, em Pretória, capital do país. Para concretizar a parceria e assegurar o andamento das ações bilaterais, foi acertada a realização de uma reunião anual entre os ministros.
O detalhamento do quantitativo de vagas para formação de militares, assim como a definição da agenda de encontros para tratativas dos assuntos que integrarão o conjunto de ações de fortalecimento da cooperação serão realizados nos próximos meses.
Brasil e África do Sul mantém uma forte parceria bilateral em áreas diversas. Na Defesa, os dois países mantém intercâmbios de formação de oficiais, realizam exercícios militares conjuntos e desenvolvem, há quase uma década, projetos comuns de equipamentos de defesa.
Para Celso Amorim, Brasil e África do Sul são “parceiros ideais em defesa”. De acordo com o ministro, além de terem visões geopolíticas semelhantes, os dois países adotam postura independente no mundo, estão em estágios semelhantes de desenvolvimento, e também possuem desafios e necessidades comuns no campo tecnológico.
Míssil de quinta geração

O principal projeto militar bilateral é o míssil ar-ar de quinta geração A-Darter. Projetado para ser utilizado pela aviação militar de ambas as nações, o A-Darter encontra-se em sua fase final de desenvolvimento, etapa que inclui estudos para industrialização do equipamento.
O A-Darter é um míssil de curto alcance, projetado para atingir alvos aéreos em até 12 km. O equipamento tem componentes fabricados na África do Sul e no Brasil, com ampla transferência tecnológica e integração entre as indústrias dos dois países. A participação brasileira no projeto envolve as empresas Avibrás, Mectron e Opto. Pela parte sul-africana, a responsabilidade é da empresa Denel - estatal que responde pelos principais projetos de defesa do país.
 
Pela parte brasileira, a gerência do contrato de desenvolvimento do A-Darter cabe à Comissão Coordenadora do Programa de Aeronave de Combate (Copac) da Força Aérea Brasileira (FAB). Atualmente, o Brasil mantém nove militares na sede da empresa, nos arredores de Pretória, aos quais cabe a tarefa de acompanhar o atual estágio do projeto.
Segundo os engenheiros brasileiros e sul-africanos que trabalham na atual fase do projeto, o míssil deverá ser finalizado no segundo semestre de 2015. Os testes do equipamento já estão sendo realizados nos aviões Gripen da Força Aérea da África do Sul. Segundo especialistas, esse fato deverá acelerar a integração do armamento à aviação militar do Brasil, uma vez que o país contará, a partir de 2018, com versão mais moderna do Gripen, a NG, em sua frota.
Cooperação Sul-Sul
Desde 2006, quando foi assinado o contrato para desenvolvimento do equipamento, o Brasil enviou 64 profissionais civis e militares à África do Sul, a maioria engenheiros, para participar diretamente do projeto. “Esse é o tipo de cooperação sul-sul que procuramos”, celebrou o ministro Celso Amorim durante visita às instalações da Denel, local onde pôde ver o protótipo do A-Darter.
O projeto do míssil A-Darter foi citado expressamente durante a reunião bilateral entre Amorim e Mapisa-Nqakula como exemplo de parceria bem-sucedida. “A cooperação sul-sul é prioridade em nossa política externa”, disse a ministra sul-africana, ressaltando também a importância da troca de informações e da realização de exercícios militares conjuntos com as Forças.
Em comunicado divulgado à imprensa, os ministros mencionaram a disposição de Brasil e África do Sul em fortalecer a relação entre as indústrias de defesa dos dois países. Uma das possibilidades nesse campo é o desenvolvimento conjunto de um novo míssil ar-ar de longo alcance - até 100 km.
Os dois ministros também renovaram o compromisso estratégico de cooperar multilateralmente no âmbito da Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul (Zopacas), e por meio de exercícios navais no âmbito do IBSA-MAR, organismo que reúne os dois países mais a Índia. Mapisa-Nqakula mencionou as preocupações da África do Sul com as ameaças à segurança do Atlântico Sul, a exemplo das ações de pirataria. Ela ressaltou que a região é uma prioridade de seu país.
Congo

Ainda na reunião com Amorim, a ministra sul-africana parabenizou o Brasil pela atuação do general brasileiro Carlos Alberto dos Santos Cruz no comando da Missão de Estabilização da Organização das Nações Unidas (ONU) da República democrática do Congo (Monusco, sigla em inglês). Segundo Mapisa-Nqakula, Santos Cruz tem realizado um “trabalho extraordinário, com entusiasmo e determinação” no restabelecimento da paz no país africano.
Em Pretória, Celso Amorim também manteve reunião com a ministra sul-africana das Relações Internacionais e Cooperação, Maite Nkoana-Mashabane. Os encontros são parte da viagem de quatro dias que Amorim realiza à África com o objetivo de estreitar a cooperação em defesa com os países do continente. A agenda inclui ainda encontros com ministros da defesa e outras autoridades de Moçambique, República Democrática do Congo e Angola.
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GUARANI - NOVAS CAPACIDADE COM PROTEÇÃO

Como suceder a uma geração de Veículos Blindados produzidos  no Brasil (Cascavel e Urutu),  que tornaram-se referência na classe, sucesso mundial de vendas e operados em vários continentes.
O emprego do Urutu na MINUSTAH, desde 2004, operando em regime 24/7/365, indicou que as novas demandas aos veículos blindados não seriam atendidas sem o desenvolvimento de uma nova viatura, com conceito atualizado e capaz de enfrentar  as novas ameaças, especialmente  os temidos IEDs (Artefatos Explosivos Improvisados).
Além de incrementar o conteúdo de sensores eletrônicos e elementos de Comando e Controle.  
Em 2006 o Departamento de Ciência e Tecnologia  lança o edital para as empresas nacionais e estrangeiras participarem do Projeto da Viatura Blindada de Transporte de Pessoal, Média de Rodas (VBTP-MR). Uma das empresas que se apresentaram foi a IVECO, que já tinha apresentado a viaturas Centauro 8x8 ao Exército Brasileiro.
Escolhida em Dezembro de 2007 a IVECO, o contrato é assinado pelo  Gen Darke Nunes (DCT), e Alberto Mayer representando a IVECO.

Em 2009 na LAAD é apresentado um mock-up, em tamanho original. Já na LAAD 2011 foi apresentado o protótipo, uma estrutura foi testada contra  antiminas, na Alemanha, também em 2011 e em 2012,.
Uma viatura foi apresentada na exposição de EUROSATORY 2012, junho,, um contrato de produção de 86 viaturas Guarani foi apresentado no PAC Equipamento. e  primeira unidade experimental foi entregue em Dezembro de 2012.

Em  2013 é inaugurada a fábrica da IVECO Veículos de defesa, em Sete Lagoas, MG.  O Centro de Instrução de Blindados (CIBld) recebeu um lote de viaturas para experimentações doutrinárias.

Em Março de 2014 as primeiras viaturas Guarani produzidas dentro do PAC Equipamentos serão entregues a á 15ª Bda Infantaria Mecanizada.
O Projeto Especial  Guarani
 
O Projeto GUARANI foi incluído no Escritório de Projetos Especiais do Exército (EPEx), que assim o define: tem por objetivo transformar as Organizações Militares de Infantaria Motorizada em Mecanizada e modernizar as Organizações Militares de Cavalaria Mecanizada. Para isso, estão sendo desenvolvida a Novas Família de Viaturas Blindadas de Rodas, a fim de dotar a Força Terrestre de meios para incrementar a dissuasão e a defesa do território nacional.

O Centro de Instrução de Blindados, localizado em Santa Maria (RS) em 2013, e a 15ª Brigada de Infantaria Motorizada, transformada para Mecanizada, situada em Cascavel (PR), são as Organizações Militares que primeiro receberam a VBTP-MR Guarani e onde serão realizadas as experimentações doutrinárias. O protótipo da VBTP-MR está em avaliação no Centro de Avaliações do Exército (CAEx), na cidade do Rio de Janeiro, onde é submetido a intensos testes para confirmar o atendimento dos requisitos operacionais e técnicos estabelecidos.

Há planos de uma subfamília média, com as versões de reconhecimento, de transporte de pessoal, morteiro, socorro, posto de comando, de artilharia antiaérea, central de tiro, oficina e ambulância, reconhecimento, anticarro, morteiro leve, radar, posto de comando e observação avançada.
Características Técnicas

A plataforma básica – chassi – é a versão 6x6, que, devido a sua modularidade, permite a migração, com facilidade, para uma versão 8x8, ampliando a possibilidade de obtenção de viaturas da subfamília média com diferentes versões.

Especificações Técnicas da VBTP-MR:
– transmissão automática;
– ar condicionado;
– capacidade anfíbia e de operação noturna; – capacidade para 11 militares;
– velocidade elevada em estrada e em terreno variado (Max. 100 km/h);
– transportabilidade por aeronaves tipo KC-390 e  Hercules C-130;
– proteção blindada STANAG 2 (munição perfurante incendiária, minas anticarro e IED);
– baixa assinatura térmica e assinatura radar;
– aviso de detecção por laser;
– capacidade de navegação por GPS ou inercial;
– baixa dependência logística e facilidade de manutenção;
– capacidade de deslocamentos a grandes distâncias (600 km de autonomia).
A complexidade tecnológica pode ser constatada nos diferentes sistemas que compõem uma viatura blindada, os quais são dotados de sofisticada tecnologia e de novos conceitos que lhe conferem modernidade, segurança e eficiência, virtudes indispensáveis no campo de batalha moderno, assimétrico e imprevisível. Seu sistema de comando e controle permitirá a aplicação do conceito de “consciência situacional” e empregará um software de gerenciamento do campo de batalha com interface com o Sistema C2 em Combate, comunicação externa sem fio, estrutura para tráfego de voz, dados e imagens, além de ser totalmente integrado à estrutura eletrônica da viatura e do sistema de armas.
O sistema de armas é apresentado em três versões de torre: manual; remotamente controlada, dotada de canhão 30 mm ou de metralhadoras; e dotada de arma de maior calibre, a ser usada na Viatura Blindada de Reconhecimento (VBR). Entre essas versões, destaca-se a torre REMAx, fabricada pela empresa ARES, localizada no município do Rio de Janeiro, em parceria com o Centro Tecnológico do Exército (CTEx), que permite o uso de metralhadora .50 ou 7,62 mm, além de quatro lançadores de granada 76 mm, sendo a primeira estação de armas remotamente controlada produzida e desenvolvida no Brasil, conferindo segurança e eficiência à guarnição da viatura, particularmente em operações urbanas. o adestramento da tropa.
Com previsão de índice de nacionalização de cerca de 90%, dualidade de emprego e modernas características técnicas, sua integração com os sistemas congêneres das demais Forças Armadas e de outros órgãos públicos possibilitará a realização de operações conjuntas e interagências em melhores condições.
A Célula de Sobrevivência
 
Uma decisão primordial tomada nas definições iniciais do projeto pelo próprio General Enzo e Gen Darke Nunes e o Ing. Pietro Borgo (IVECO Defence) de que a nova viatura teria os conceitos mais atuais em proteção.

Esta decisão fundamental tem suas penalidades no projeto, aumenta a altura do viatura, diminuiu a capacidade volumétrica útil do interior da mesma. Sobreviver no campo de batalha moderno não é somente resistir a impactos balísticos, mas aos temidos e traiçoeiros IEDs.

Mesmo que não cause a destruição do veículo, explodir 2 a 5 kg de TNT, causa uma onda de choque que  acelera em vários Gs o veículo. A experiência do Iraque e Afeganistão  mostrou que o próprio interior do veículo tornou-se uma armadilha. Cantos vivos, locais de difícil acesso e mobilidade nos interiores dos blindados tornaram o sofrimento das tropas.

Pior, é ser ferido por equipamento, ferramentas, munição, monitores, microfones ou qualquer coisa, que estiver solta ou não estar firmemente presa torna-se um objeto voador com perigo potencial às tripulações.

Assim o Guarani tem um refinado projeto de proteção à tripulação. Com detalhes de esmerada engenharia. Os detalhes podem ser observados nas fotografias abaixo:
Estão certos os infantes agora fuzileiros  do 33º Batalhão de Infantaria Mecanizada, unidade orgânica da 15ª Brigada de Infantaria Mecanizada, sediada em Cascavel/PR, a primeira unidade a ser mobiliada com a Viatura Blinda de Transporte de Tropas Média de Rodas Guarani, de que o seu poder de luta cresceu de forma exponencial..  Tanto a unidade como a Brigada estão em processo de transformação de Motorizado parta Mecanizada.
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