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terça-feira, 3 de dezembro de 2013

SATÉLITE CBERS-3 VAI PARA A TORRE DE LANÇAMENTO

Brasília 03 de Dezembro de 2013 – O Cbers-3, quarto satélite do programa Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres, foi instalado ao adaptador do terceiro estágio do foguete lançador Longa Marcha 4B, na base de Taiyuan, na China.
O conjunto, formado pelo estágio, pelo satélite e a coifa, na qual ele está acondicionado, será transportado para a torre de lançamento para acoplamento aos demais estágios do foguete. A previsão para lançamento do Cbers-3 é a próxima segunda-feira (9).
As informações são da equipe do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que, ao lado de técnicos da Academia Chinesa de Tecnologia Espacial (Cast, na sigla em inglês), realizam os últimos preparativos para o lançamento do satélite.
Mais informações sobre o Programa Cbers em: http://www.cbers.inpe.br
Coordenação de Comunicação Social (CCS-AEB) com informações do Inpe
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Monserrat - A Era dos Pequenos, Micros e Nano satélites II

osé Monserrat Filho
Chefe da Assessoria de Cooperação Internacional da AEB,
VP da Associação Brasileira de Direito Aeronáutico e Espacial,
e diretor honorário do Instituto Internacional de Direito Espacial, membro pleno da Academia Internacional de Astronáutica.

Menores, mais rápidos, melhores e mais baratos (M-MR-M-MB). Assim são vistos hoje os pequenos satélites, sejam quais forem seus nomes - microsat, cubesat, cansat, nanosat, picosat etc. Suas vantagens não deixam qualquer dúvida. Eles podem ser desenvolvidos com infraestrutura simples e de baixo custo. Você gasta bem pouco para montar seu próprio pequeno satélite. Esse benefício não tem preço. As forças armadas de inúmeros países já sabem disso faz tempo. Os países em desenvolvimento também. Muitas universidades do mundo inteiro, idem. Pequenas e médias empresas, idem, idem. Jovens estudantes, inclusive de graduação e em especial os de engenharia, talvez tenham sido os primeiros a projetarem e lançarem pequenos satélites, não importando as dificuldades enfrentadas.
Estamos assistindo à invasão do espaço por enxames de pequenos satélites. Já se faz um único lançamento com dezenas deles. Eis alguns exemplos recentes:
Em 19/11/2013, 29 satélites, sendo 28 pequenos, foram lançadospor um foguete Minotauro-1, dos EUA, a partir da base de Wallops. Um deles efetua missão de comunicação para a Força Aérea norte-americana. O lançamento custou 28,8 milhões de dólares - menos de um milhão por satélite, em média.
Dos 28 pequenos satélites, 11 eram de pesquisas incentivadas pela Nasa, entre eles o TJ3Sat, projetado por alunos do ensino médio da Escola Superior Thomas Jefferson para a Ciência e a Tecnologia, de Alexandria, Virgínia, EUA. Trata-se de um módulo sintetizador de voz que lê textos em voz alta e envia a gravação ao satélite para serem baixados pela Internet. A Escola Superior Thomas Jefferson, por sinal, oferece um curso especializado em nano satélites, junto com engenheiros da indústria espacial. Os 11 satélites têm forma cúbica com 10 cm de cada lado e volume de 0,95 litros. Pesam 1,36kg, no máximo, e cumprem missões científicas, tecnológicas ou educativas.
A iniciativa faz parte da 4ª missão "Decolagem Educativa de Nano Satélites", da Nasa. Dela participaram nove universidades norte-americanas (Alabama, Drexel, Florida, Hawai, Kentucky, Louisiana at Lafayette, New Mexico, St. Louis, Thomas Jefferson High School e Vermont) e o Centro de Pesquisa Ames da Nasa.
"Os avanços da comunidade de pequenos satélites estão permitindo acelerar o desenvolvimento das tecnologias de voo, que serão transferidos à indústria espacial", frisou Jason Crusan, diretor da divisão de Sistemas Avançados de exploração da Nasa e supervisor do programa. E anunciou: "Nossas futuras missões se apoiarão no trabalho desta comunidade". Para Leland Melvin, diretor associado de Educação da Nasa, tais satélites oferecem às "melhores e mais brilhantes mentes jovens" a chance "de descobrir a emoção da exploração espacial e, ao mesmo tempo, enfrentar os desafios tecnológicos e de engenharia".
Um dia depois desse lançamento múltiplo, seu recorde foi batido pela Rússia. Em 21/11, um foguete Dnepr lançou 32 satélites, a maioria deles cubesats, de carona com o satélite DubaiSat-2, de observação da Terra de 300kg, produzido pelo Instituto de Ciência e Tecnologia Avançadas dos Emirados Árabes Unidos.
Entre os cubesats, estavam os britânicos Funcube-1, de 1kg e 10 cm de altura, e os KHUSat 1 and 2, além de um cubesat peruano com um sensor de temperatura de 8 cm de altura e 97 gramas - o sensor de bolso (Pocket-PUCP), considerado o menor satélite funcional jamais posto em órbita da Terra.
O Funcube-1, criado pela Amsat-UK (Radio Amater Satellite Corporation do Reino Unido), leva a bordo um transponder que transmite sinais capazes de ser captados por escolares usando um simples receptor USB.
Detalhe curioso: o Funcube-1, ante as dificuldades de obter licença de acesso ao espaço no Reino Unido, só logrou voar graças às facilidades da lei dos Países Baixos. É como se fosse uma nave de bandeira holandesa. O uso de bandeira alheia, comum na marinha mercante, começa a chegar ao espaço. Os juristas espaciais tendem a rejeitar tal solução, pois ela pode confundir a definição do Estado Lançador que deve responder por eventuais danos causados a terceiros.
Os cubesats KHUS-1 e -2 (também chamados de Cinema-2 e -3) resultam da parceria entre três Universidades: da Califórnia, Berkeley, EUA; Kyung Hee, Coreia do Sul; e Imperial College, Reino Unido. Os satélites têm a missão de estudar o ambiente próximo da Terra e sua interação com o Sol. O famoso Imperial College, de Londres, contribuiu com um mini magnetômetro, batizado com o nome de "Mágico", que registra as condições na magnetosfera - as bolhas de linhas do campo magnético que envolvem o planeta e desviam muito da matéria lançada pelo Sol em nossa direção. O Cinema-1 foi lançado em setembro de 2012, o que significa que o projeto já tem mais de um ano.
Na Ásia, há também forte interesse pelos pequenos, micro e nano satélites. Não por acaso, a APSCO (Asia Pacific Space Cooperation Organization - Organização de Cooperação Espacial da Ásia Pacífico) promoveu em setembro passado, na capital da Mongólia, Ulan Bator, um curso sobre o estado d'arte dos pequenos, micros e nano satélites e suas tendências futuras, visando promover o desenvolvimento, a inovação e as aplicações desses satélites nos países membros - Bangladesh, China, Indonésia, Irã, Mongólia, Paquistão, Peru, Tailândia e Turquia.
Na África, cabe destacar o trabalho em curso na área dos pequenos satélites realizado na Nigéria, África do Sul, Marrocos, Egito, Gana, Sudão, entre outros.
Na América Latina, a Agência Espacial Brasileira (AEB) vem de propor na reunião de Bogotá, realizada em 29 e 30 de outubro passado entre agências espaciais da região, a criação da Aliança Latino-Americana de Agências Espaciais (ALAS), para coordenar programas e projetos de interesse comum, inclusive um de cooperação entre universidades da região para a construção de pequenos, micros e nano satélites.
A Organização das Nações Unidas (ONU), através de seu Escritório de Assuntos Espaciais, com sede em Viena, Áustria, tem sido muito ativa no apoio à formação de especialistas em tecnologias de pequenos, micros e nano satélites nos países em desenvolvimento. Desde 1971, há mais de 40 anos, portanto, o Programa de Aplicações Espaciais da ONU organiza workshops, seminários, simpósios e encontros de peritos, com caráter prático, para beneficiar o mundo mais carente.
Em 2009, o Escritório da ONU lançou a Iniciativa de Tecnologia Espacial Básica (Basic Space Technology Initiative - BSTI), para atender à demanda de pessoal especializado no desenvolvimento de pequenos, micro e nano satélites, inclusive com planos de criação da necessária infraestrutura de construção e testes, bem como o incremento da cooperação internacional e do conhecimento do direito que regulamenta tais atividades.
O mais recente simpósio da BSTI teve lugar na Universidade Zayed, na Cidade Acadêmica de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, de 20 a 23 de outubro deste ano, e tratou de um tema que fala por si: "Missões de Pequenos Satélites para as Nações em Desenvolvimento". O evento conheceu 27 trabalhos, de 15 países, inclusive do Brasil - Fernando Stancato abordou o desenvolvimento de pequenos satélites no INPE.
"Os recursos naturais da floresta amazônica no Brasil, sobretudo os minerais e os de propriedades medicinais (ervas, cascas de árvores, seivas e raízes diversas), podem ser explorados com o emprego de micro e nano satélites" - afirmou Muhammad Shadab Khan, engenheiro indiano, no Simpósio sobre "Aplicações Inteligentes e Economicamente Eficazes de Micro e Nano Satélites nos Países em Desenvolvimento", organizado pela ONU e pelo Japão, em Tóquio, em 2012. Já pensamos nisso?
Nano lançadores à vista? O norte-americano Garrett Skrobot, considerado um pioneiro dos cubesats, confidenciou ao jornal "Space News" que, estimulado pelo "boom" dos micro e nano satélites, ele vem trabalhando com o Programa de Inovação em Pequenos Negócios da Nasa na busca de tecnologias para viabilizar nano lançadores. "Se tivermos nosso próprio sistema de lançamento, podemos programar lançamentos em pontos específicos no tempo requerido" - prevê Skrobot.
Vale notar que os países em desenvolvimento já começam a sentir a necessidade de contar com lançador próprio para seus pequenos, micro e nano satélites.

Mas esse é assunto para um próximo artigo desta série. Até lá.
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AEB PROMOVE WORKSHOP SOBRE CONSTRUÇÃO E APLICAÇÃO DE NANOSSATÉLITES

 A Agência Espacial Brasileira (AEB) realiza entre os dias 2 e 5 de dezembro em sua sede, em Brasília (DF), o 1º Workshop do Programa Sistema Espacial para Realização de Pesquisa e Experimentos com Nanossatélites (Serpens).
O objetivo principal é qualificar engenheiros da instituição, estudantes, docentes e pesquisadores brasileiros vinculados aos cursos de Engenharia Aeroespacial para iniciar o desenvolvimento de satélites de pequeno porte e baixo custo.
Especialistas de instituições de ensino superior internacionais com destaque e renome na área de nanossatélite como a Universidade de Vigo (Espanha), California Polytechnic State University (EUA), Università di Roma Sapienza (Itália) e Morehead State University (EUA) participarão do processo de transferência de tecnologia trabalhando ao lado de profissionais e estudantes brasileiros.
Professores dos cursos de Engenharia Aeroespacial das universidades federais de Santa Catarina (UFSC), de Minas Gerais (UFMG), do ABC paulista (SP), de Brasília (UnB), do Instituto Federal Fluminense (IFF), dos Laboratórios de Sistemas Integráveis Tecnológicos (LSITC), entre outras entidades, receberão treinamentos para concepção e desenvolvimento de nanossatélite.
Além de compartilhar conhecimentos tecnológicos, o programa Serpens também objetiva despertar o interesse dos estudantes para este segmento de aplicação e incentivar as instituições nacionais a criarem seus próprios projetos. A AEB espera apoiar missões semelhantes projetadas por institutos de pesquisas e universidades.
A proposta da primeira missão do programa é testar tecnologias que poderão ser utilizadas no Sistema Brasileiro de Coleta de Dados (SBCD).
O Serpens atende as prioridades do Programa Espacial Brasileiro de domínio de tecnologias críticas com participação da indústria, universidades e institutos de pesquisa para o setor espacial.
Coordenação de Comunicação Social (CCS-AEB)
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Após 3 anos de atraso, Brasil lança satélite na China

HERTON ESCOBAR - O Estado de S.Paulo
Dia 9 de dezembro, 11h26 no horário de Pequim, 1h26 em Brasília. Enquanto a maioria dos brasileiros estiver dormindo, um seleto grupo de engenheiros, cientistas, empresários e autoridades estará atento a uma contagem regressiva no Centro de Lançamento de Taiyuan, na China, sonhando acordado com o futuro do programa espacial brasileiro.
Se tudo correr bem, e a meteorologia colaborar, um foguete de 45 metros, modelo Chang Zheng 4B, deverá subir aos céus no horário indicado, levando a bordo o novo Satélite Sino-brasileiro de Recursos Terrestres, conhecido como CBERS-3. Metade construído no Brasil, metade na China.
As expectativas são as maiores possíveis. Um fracasso na missão poderá significar um golpe quase que fatal para o já fragilizado programa espacial brasileiro, que luta para se manter vivo e relevante em meio a uma série de limitações financeiras, tecnológicas e estruturais.
O programa CBERS (pronuncia-se "sibers") é uma das poucas coisas que já deram certo para o Brasil na área espacial. Apesar do número 3 no sobrenome, este será o quarto satélite da série, depois dos CBERS-1, 2 e 2B - o último dos quais parou de funcionar em maio de 2010, o que significa que o País está há 3,5 anos cego no espaço, dependendo exclusivamente das imagens de satélites estrangeiros para observar seu próprio território.
O plano original acertado com a China era lançar o CBERS-3 até 2010, no máximo, mas uma série de problemas levou a sucessivos adiamentos. O último deles, de ordem tecnológica, envolveu a detecção de falhas nos conversores elétricos usados na metade brasileira do projeto, quando o satélite já estava quase pronto para ser lançado, no final de 2012.
As peças defeituosas foram retiradas e agora, após mais um ano de testes e revisões, o CBERS-3 parece estar finalmente pronto para entrar em órbita. Posicionado a 778 quilômetros de altitude, ele terá quatro câmeras para observar a superfície do planeta: duas construídas pelo Brasil e duas pela China, com diferentes resoluções e características espectrais.
"São câmeras extremamente sofisticadas, que representam um salto tecnológico significativo em relação aos satélites anteriores", disse ao Estado o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Leonel Perondi. "É o projeto espacial mais sofisticado que já produzimos."
Uma das câmeras brasileiras, chamada MuxCam, vai observar uma faixa de terra de 120 quilômetros de largura, permitindo escanear toda a superfície do planeta a cada 26 dias, com 20 metros de resolução. A outra, chamada WFI, terá uma resolução menor (de 64 m), mas enxergará uma faixa muito maior (de 866 km), o que permitirá observar qualquer ponto da Terra repetidamente a cada cinco dias.
"É como se tivéssemos um supermercado de imagens", diz o coordenador do Segmento de Aplicações do Programa CBERS no Inpe, José Carlos Epiphanio. "Poderemos optar por uma câmera ou outra, dependendo do tipo de fenômeno que queremos observar, em maior ou menor grau de detalhe."
Apesar de trabalhar com satélites, Epiphanio é engenheiro agrônomo por formação, o que serve como um bom exemplo da variedade de empregos que se pode dar ao CBERS. A aplicação mais famosa é a de monitoramento de florestas, principalmente na Amazônia, mas há muitas outras, incluindo o monitoramento de atividades agrícolas e ocupações urbanas, processos de erosão, uso de recursos hídricos, desastres naturais e até vazamentos de petróleo.
As imagens produzidas pelo CBERS-2B, por exemplo, foram baixadas por mais de 50 mil usuários, de mais de 5 mil instituições, em mais de 50 países. "Não tem uma universidade, um órgão de governo no Brasil que não seja usuário do CBERS", destaca Epiphanio. Todas as imagens geradas pelo programa são distribuídas gratuitamente na internet pelo Inpe desde 2004.
Ainda que as imagens de satélites estrangeiros também estejam disponíveis gratuitamente, Epiphanio diz que o País não pode abrir mão de ter seu próprio equipamento no espaço. "Vale a pena investir em satélites? Sem dúvida nenhuma. O Brasil não pode ficar sem isso."
A fabricação do CBERS-3 custou cerca de US$ 125 milhões para cada país.
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