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terça-feira, 7 de maio de 2013

FABTV - Conexão FAB - Revista Eletrônica - Abril 2013


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Cautela com Damasco

É COLUNISTA, ESCRITOR, THOMAS L., FRIEDMAN, THE NEW YORK TIMES, É COLUNISTA, ESCRITOR, THOMAS L., FRIEDMAN, THE NEW YORK TIMES - O Estado de S.Paulo
Um amigo árabe comentou comigo que assistir ao debate que se desenrola nos Estados Unidos para decidir até que ponto deve ir seu envolvimento na Síria o fez lembrar de um provérbio árabe: "Se você queima a língua uma vez tomando sopa, pelo resto da vida soprará o iogurte".
Depois que queimamos a língua no Iraque e no Afeganistão, e observamos com crescente angústia as consequências da revolução na Líbia, Tunísia e Egito, o presidente Barack Obama tem toda a razão em mostrar-se cauteloso para não se queimar em Damasco. Já vimos o suficiente dessas transições árabes depois dos respectivos governos autocratas para extrairmos algumas lições cruciais quanto ao que é preciso fazer para apoiar mudanças positivas nesses países. Se ignoramos as lições, será por nossa conta e risco - particularmente a lição do Iraque, que todo mundo quer esquecer embora seja da maior importância.
A Síria é um país gêmeo do Iraque: um Estado criado artificialmente que também nasceu depois da 1.ª Guerra obedecendo às linhas estabelecidas pelas potências imperiais. Assim como o Iraque, as comunidades que constituem a Síria - sunitas, alauitas/xiitas, curdos, drusos, cristãos - jamais se dispuseram de livre e espontânea vontade a conviver de acordo com leis já fixadas.
Portanto, como o Iraque, a Síria tem sido governada durante a maior parte de sua história moderna por uma potência colonial ou por um autocrata com punho de ferro. No Iraque, esperava-se que, quando nós derrubássemos o ditador do punho de ferro, haveria uma transição persistente para uma democracia multipartidária e multissectária. O mesmo diga-se de Egito, Líbia, Tunísia e Iêmen.
Diferença. Mas agora nos damos conta da enorme diferença entre a Europa Oriental de 1989 e o mundo árabe em 2013. Na maior parte da Europa Oriental, a opressão do governo autoritário comunista suprimira amplas aspirações democráticas profundamente arraigadas. Portanto, quando a opressão foi aniquilada, a maior parte desses países adotou com relativa rapidez governos livremente eleitos - ajudados e inspirados pela União Europeia.
Em contraposição, no mundo árabe, a pesada opressão do autoritarismo suprimia aspirações democráticas, sectárias, tribais, islamistas.
Portanto, quando a opressão foi abolida, todas essas aspirações vieram à luz. Mas a tendência islamista foi a mais vigorosa - ajudada e inspirada não pela UE, mas pelas mesquitas e as organizações de caridade islamistas do Golfo Pérsico - enquanto a aspiração democrática revelou-se a menos organizada, a mais pobre e a mais frágil. Em suma, a maior parte dos países da Europa Oriental mostrou ser semelhante à Polônia depois do fim do comunismo, e a maioria dos países árabes se revelou como a Iugoslávia depois do fim do comunismo.
Como disse, nossa esperança e a esperança dos corajosos democratas árabes que deram início a essas revoluções, era que esses países árabes realizassem uma transição de Saddam a Jefferson sem esbarrar em Khomeini ou Hobbes - indo da autocracia para a democracia sem esbarrar no islamismo ou no anarquismo.
Mas, para isso, eles precisariam de um elemento externo que agisse como juiz entre todas suas comunidades (que jamais demonstraram a menor confiança mútua) para tentar substituir o sectarismo, o islamismo e o tribalismo com um espírito de cidadania democrática, ou então do seu próprio Nelson Mandela. Ou seja, uma figura carismática nativa que tivesse condições de liderar, inspirar e conduzir uma transição democrática que inclua todas as comunidades.
Todos sabemos que os EUA desempenharam o papel de juízes no Iraque - extremamente ineptos no começo. Mas, com o tempo, os EUA e os iraquianos moderados conseguiram escapar da beira do abismo, rechaçaram os violentos extremistas sunitas e xiitas, redigiram uma Constituição, e realizaram várias eleições livres, na esperança de ver nascer o Mandela iraquiano. Infelizmente, o resultado foi Nuri al-Maliki, um xiita que, em vez de promover a confiança entre as diversas comunidades, está novamente semeando a divisão sectária.
Acredito que se quiséssemos pôr fim à guerra civil síria e obrigar a Síria a seguir um caminho democrático, seria necessária uma força internacional para ocupar todo o país, garantir a segurança das fronteiras, desarmar todas as milícias e ajudar na transição para a democracia. Mas na ausência de um líder sírio capaz de conciliar, e não de dividir, todas as suas comunidades, não existindo uma força externa capaz de reconstruir a Síria do zero, qualquer outra iniciativa levaria ao fracasso.
Como não há outros países que se disponham a esse papel (e certamente não estou me referindo aos EUA), acredito que a luta na Síria continuará até o esgotamento total das partes. / TRADUÇÃO DE ANNA CAPOVILLA
SNB


Shinkai 6500 é um submersível tripulado


Shinkai 6500 é um submersível tripulado que pode mergulhar a profundidades de 6.500 metros - mais profunda do que qualquer outro submersível tripulado para a pesquisa acadêmica em todo o mundo hoje. Em 1991, Shinkai 6500iniciou a sua missão para estudar a topografia do fundo marinho e geologia e pesquisa de organismos no fundo do mar no Oceano Pacífico, Oceano Atlântico e Oceano Índico, bem como o mar ao redor do Japão. O número total de mergulhos chegou a 1.300 em 2012.Em março de 2012, JAMSTEC completou a grande atualização de Shinkai 6500, que foi a maior escala desde o seu lançamento. 
O tipo de balanço do propulsor original principal ré foi substituída por duas de médio porte propulsores de popa do tipo fixo, e um propulsor de popa horizontal adicional foi instalado para que o submersível é capaz de transformar rapidamente e sem problemas. Motores para todos os propulsores, uma bomba hidráulica e uma bomba de água do mar também foram substituídos por novos motores para uma melhor resposta, aceleração e travagem.

Movimentos apurar em Interior da Terra
Nós investigar fenômenos que têm uma grande influência sobre os movimentos do interior da Terra, tais como zonas de subducção, onde placas grandes terremotos ocorrem e cumes mid-oceânicas, onde nova crosta é formada, e esclarecer a maneira pela qual a Terra foi formada.
Esclarecer Evolução Organismos Vivos
Até à data, as explorações em águas profundas revelaram uma ampla gama de comunidades biológicas extremamente exclusivos e ecossistemas quimiossintéticos.Ecossistemas quimiossintéticos são ecossistemas que têm praticamente nenhuma dependência da energia solar e onde as bactérias quimiossintéticos produzir materiais orgânicos, usando sulfeto de hidrogênio e metano na água expelida a partir da parte interior da Terra como sua fonte de energia.Espera-se que o estudo destes ecossistemas de águas profundas vai ajudar a esclarecer as origens e os processos evolutivos de organismos vivos.
Utilizar e conservar organismos de águas profundas
A fim de resolver a segurança alimentar e outros problemas que a humanidade terá de enfrentar no futuro a utilização, sustentável dos recursos biológicos do alto mar e pesquisas sobre os recursos genéticos de organismos do fundo do mar que apresentam uma gama diversificada de fisiologias, são obrigatórios.
Elucidar ciclos térmicos e materiais
A história das mudanças ambientais globais, incluindo as variações climáticas e à intensificação e atenuação das correntes de maré, é registrado nos vários tipos de sedimentos depositados no fundo do mar.Shinkai 6500 é usado para coletar amostras desses sedimentos para análise. 
calor e materiais expelidos como resultado da atividade hidrotermal no fundo do mar tiveram um impacto definitivo sobre o meio ambiente global.Compreensão dos sistemas hidrotermais no fundo do mar irá contribuir para uma maior compreensão das mudanças ambientais globais.
SNB

Primeiras imagens das profundezas

Herton Escobar / O Estado de S. Paulo

Rio de Janeiro*
Pesquisadores brasileiros e japoneses apresentaram ontem os primeiros resultados da expedição que realizou os mergulhos mais profundos já executados no Atlântico Sul. A bordo do minissubmarinoShinkai 6500, da Agência Japonesa de Ciência e Tecnologia da Terra e do Mar (Jamstec), eles desceram a mais de 4 mil metros em dois pontos distantes da costa brasileira, trazendo imagens inéditas da biologia e da geologia que compõem os ecossistemas de alta profundidade nessa região do planeta, nunca antes explorada cientificamente.
“A expedição foi um sucesso”, comemorou o biólogo brasileiro Paulo Sumida, do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (IO-USP), um dos quatro brasileiros que tiveram o privilégio de mergulhar com o Shinkai nesta primeira etapa da viagem. O navio Yokosuka, no qual eles viajavam, chegou no domingo ao Rio, após duas semanas de pesquisa em alto-mar. (leia a primeira reportagem para saber mais detalhes do projeto)
Pelas janelas e câmeras do Shinkai, os pesquisadores avistaram uma série de organismos que vivem nas profundezas escuras do oceano brasileiro, incluindo peixes, polvos, camarões, caranguejos, anêmonas pepinos do mar e corais.
Foram realizados sete mergulhos: cinco na Dorsal de São Paulo, um grande paredão submerso no borda da plataforma continental do Sudeste, e dois na Elevação do Rio Grande, uma enorme chapada totalmente submersa a 1,5 mil quilômetros da costa do Rio, com montanhas que se elevam cerca de 4 mil metros acima do assoalho marinho, já em águas internacionais.
O plano original era fazer a maioria dos mergulhos nessa Elevação, mas o mal tempo na região obrigou o navio a seguir primeiro para a Dorsal de São Paulo e realizar a maior parte dos mergulhos por lá. Foi onde Sumida realizou o primeiro mergulho, por exemplo, a 4.200 metros de profundidade (leia um relato do pesquisador enviado ao blog na ocasião).
Tudo foi filmado e várias amostras de organismos, rochas e sedimentos foram trazidos de volta à superfície para estudo.
Para a geologia, um dado importante foi confirmar que a base geológica da Elevação do Rio Grande, assim como do Rio de Janeiro, é de rocha granítica – um tipo de rocha que só se forma na superfície – o que é um forte indicativo de que a Elevação esteve conectada ao continente num passado distante, apesar de hoje estar separada dele por mais de 1 mil km de oceano. Diferentemente de elevações como a do Arquipélago de Fernando de Noronha, por exemplo, que tem origem vulcânica.
Pesquisadores do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) até brincaram, dizendo ter descoberto a “Atlântida brasileira”. A expectativa do CPRM é que a Elevação possa ser uma lasca de continente que se “perdeu” quando a América e a África se separaram, há cerca de 200 milhões de anos, criando o espaço que hoje é ocupado pelo Oceano Atlântico.
Amostras de rochas da Elevação coletadas pelo CPRM por meio de dragagens no ano passado já mostravam a presença do granito, mas faltava uma verificação direta para confirmar a descoberta. Segundo Roberto Ventura Santos, diretor de geologia e recursos minerais do CPRM, o próximo passo é fazer perfurações para obter mais amostras e fazer mais análises. “Se encontramos um continente no meio do oceano, será uma descoberta muito grande, que pode ter várias implicações em relação à extensão da plataforma continental”, disse.
A Elevação do Rio Grande está em águas internacionais (fora da jurisdição do Brasil, por enquanto), mas o País pleiteia junto à ONU o direito de explorar as riquezas minerais do local. Se for possível demonstrar que ela tem uma conexão histórica com a costa brasileira, isso poderia ter implicações geopolíticas significativas para o País.As imagens captadas com o Shinkai no topo da Elevação também mostraram grandes depósitos de areia de quartzo a quase mil metros de profundidade (foto acima), o que surpreendeu os pesquisadores.
“É como se você estivesse olhando para uma praia aqui no Rio”, disse ao Estado o presidente da Jamstec, Asahiko Taira, que veio ao Brasil para ver a apresentação dos resultados e reforçar a parceria com o País. “Temos que explicar como isso é possível.” Uma possibilidade, segundo ele, é que essas “praias” tenham sido formadas pela erosão do granito pelas correntes marítimas, assim como ocorre com o vento na superfície. “Nunca vi uma formação como essa”, completa Taira, ressaltando que ainda é preciso olhar as amostras geológicas em maior detalhe para afirmar qualquer coisa.
Limites da Vida. O objetivo principal da expedição, parte de um projeto global da Jamstec chamado Busca pelos Limites da Vida (Quelle 2013), era procurar por ambientes chamados quimiossintéticos, baseados em microrganismos que sobrevivem totalmente isolados da luz solar, alimentando-se diretamente de substâncias químicas que “exalam” do subsolo oceânico ou crescendo sobre carcaças de baleias que afundam depois de morrer.
Al
guns ambientes desse tipo foram encontrados, segundo o Estado apurou, mas os detalhes são mantidos em sigilo por enquanto, para não prejudicar a publicação científica dos dados mais adiante.
Seja como for, as imagens preliminares apresentadas ontem no Rio de Janeiro já representam um marco para a oceanografia brasileira e internacional, considerando que nunca foram realizados mergulhos antes a essa profundidade nesta região. “O Atlântico Sul é uma grande fronteira inexplorada das ciências marinhas”, disse o cientista chefe da expedição, Hiroshi Kitazato. “Tudo que a gente viu é novidade.”
“Encontramos uma grande diversidade de organismos”, comemorou Kitazato. Apesar de não ser uma diversidade tão grande quanto a do mar profundo do Japão (que é um dos maiores hotspots de biodiversidade marinha do mundo), ele disse que foi interessante ver como a composição da fauna variava de acordo com as diferentes camadas de água, à medida que o Shinkai descia. “O povo brasileiro tem muita sorte de ter esses ambientes no seu país”, disse.
O Yokosuka fica no Rio até sexta-feira. A segunda pernada da expedição será sobre a Bacia de Santos, entre Rio e São Paulo.
*Em colaboração com Giovana Girardi, de São Paulo.
SNB

CHINA REJEITA ACUSAÇÃO DO PENTÁGONO SOBRE ESPIONAGEM MILITAR


A China está usando espionagem para adquirir tecnologia para alimentar sua modernização militar, disse o Pentágono na segunda-feira, acusando pela primeira vez a China de tentar invadir redes de computadores de defesa dos EUA. O governo chinês reagiu com uma negação firme.
Em seu relatório anual de 83 páginas ao Congresso sobre os desenvolvimentos militares da China, o Pentágono também citou avanços no esforço de Pequim para desenvolver caças de espionagem com tecnologia avançada e construir uma frota de porta-aviões.
O relatório disse que a ciberespionagem da China era uma "séria preocupação" que apontava para uma ameaça ainda maior porque as "habilidades necessárias para essas invasões são semelhantes às necessárias para conduzir ataques a redes de computadores".
"O governo dos EUA continuou a ser alvo de (ciber) intrusões, algumas das quais parecem ser imputáveis diretamente aos militares e ao governo chinês", disse o relatório, acrescentando que o principal objetivo das invasões virtuais era obter informações para beneficiar as indústrias de defesa, os militares estrategistas e os líderes governamentais.
Uma porta-voz disse que essa era a primeira vez que o relatório anual do Pentágono mencionou Pequim como invasores de redes de defesa dos EUA, mas a China considerou o relatório como sem fundamento.
O Departamento de Defesa dos EUA faz repetidamente "comentários irresponsáveis ??sobre a normal e justificada ampliação da defesa da China e exagera uma chamada ameaça militar chinesa", disse a porta-voz da chancelaria chinesa Hua Chunying.
"Isto não é benéfico para a cooperação e a confiança mútua entre os EUA e a China", disse Hua a repórteres. "Nos opomos firmemente a isto e já fizemos representações junto aos EUA". A ampliação da defesa da China é orientada no sentido de proteger a sua "independência e soberania nacional", disse Hua.
Sobre as acusações de pirataria, Hua disse: "Nós nos opomos firmemente a qualquer crítica infundada e promoção exagerada, porque o exagero sem fundamento e a crítica só prejudicam os esforços bilaterais de cooperação e diálogo".
Apesar das preocupações sobre as invasões, um alto funcionário da Defesa dos EUA disse que sua principal preocupação era a falta de transparência. "O que me preocupa é a medida em que a modernização militar da China ocorre na ausência do tipo de abertura e transparência que os outros estão certamente demandando da China", disse David Helvey, vice-secretário assistente de Defesa para a Ásia Oriental, em entrevista ao Pentágono no relatório.
SNB